terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A CHAMADA MISSIONÁRIA DA IGREJA

Texto bíblico Atos 11 e 13

A obra missionária na vida da igreja primitiva surgiu por parte de uma igreja não judaica. A igreja de Antioquia da Síria nasceu em decorrência da perseguição desencadeada quando do apedrejamento de Estevão em Jerusalém (Atos 7.54-60). Antioquia foi fundada por Seleuco, e em homenagem ao seu pai, que se chamava Antíoco, a cidade recebeu esse nome, por volta do ano 300 antes de Cristo. Antioquia era uma cidade de renome e de grande importância na época. Era a capital da Síria, considerada a terceira cidade em importância no Império Romano. A cidade tinha como marca registrada pelo menos três fortes características, que a faziam mais conhecida ainda: sua riqueza, cultura e imoralidade. Mas Antioquia foi marcada pela presença do evangelho e veio a ser um polo importante na expansão missionária. A igreja surgiu, conforme dados bíblicos, com alguns pormenores. Certo Nicolau deixou o paganismo e passou a fazer parte da sinagoga em Antioquia. Durante a perseguição de Estêvão e após sua morte, vários cristãos subiram até Antioquia, a aproximadamente 500 km de Jerusalém, e ali chegando iniciaram o trabalho de evangelização, ganhando judeus e gregos, e a partir daí o crescimento desse trabalho foi tão grande a ponto de despertar os apóstolos, que enviaram Barnabé até lá para constatar o que estava ocorrendo. Este, vendo a maravilhosa manifestação da graça de Deus, buscou Paulo para atuar ali. O que podemos destacar dessa igreja como sendo o nascente missionário?

1. UMA IGREJA COM VISÃO COOPERATIVA (Atos 11.27-30)
A visão cooperativa em Antioquia é algo que já evidencia o compromisso da igreja com outros. Tem a capacidade de enxergar além da sua fronteira. Não vê apenas o que está dentro de seu arraial, mas consegue ver além. Mostra que seu compromisso está além dos seus compromissos domésticos. “Naquele tempo surgiu grande fome por todo o mundo” (v.28) e então os crentes de Antioquia resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judeia. Resolver é algo que implica decisão. É achar uma solução para algo. A igreja de Antioquia, em se tratando de ajuda, foi determinada, diligente. Somente uma igreja com essa visão cooperativa poderia de fato se tornar um exemplo missionário no primeiro século. Missões requer que tenhamos essa visão. Missões se faz com cooperação, visão do todo e não somente da gente. Missões acontece quando conseguimos ver mais. Quando temos a sensibilidade para socorrer os carentes. Jesus disse, diante de uma imperiosa necessidade detectada: “Dai-lhes vós de comer” (Mateus 14.16). O compromisso de ajudar uma multidão faminta era dos discípulos. Conseguiram o que parecia o mínimo, mas que nas mãos do Senhor Jesus alimentou milhares. Nesse caso, também houve cooperação. André, que foi em busca de solução, o menino que apresentou o seu lanche e após o milagre da multiplicação os discípulos distribuíram o alimento.

2. UMA IGREJA QUE SE DEIXA SER CONDUZIDA PELO SENHOR (Atos 11.21)
A mão do Senhor era com eles. Como é extraordinário quando a igreja é de fato conduzida pelo Senhor. O resultado não poderá ser outro, senão uma igreja missionária. A mão do Senhor estava com eles. O salmista já dizia: “Se não fora o senhor que esteve ao lado” (Salmo 124.1). A mão do Senhor (antropomorfismo na teologia), é a forma humana atribuída a Deus. Costumamos dizer que espírito não tem forma, e Deus é Espírito. A verdade é que não podemos limitar Deus. Não podemos determinar as manifestações de Deus. Usamos, é claro, uma linguagem conhecida por nós para recebermos uma mensagem vinda do Senhor, que comunica com a gente de forma compreensível. Mas Deus tem mais do que mãos, porque o seu agir é tão benevolente e seguro, tão eficaz e gracioso que atinge o que humanamente é inatingível. A sua maneira de agir em nós não circunscreve o exterior e o que é palpável às nossas mãos. A ação de Deus é algo tremendamente místico (não confundir com misticismo). É algo que envolve razão oculta e incompreensível em sua totalidade. A igreja tem essa direção segura e abençoada. É uma condução divina e não humana ainda que usando recursos humanos. E aí entra a sensibilidade dos que a dirigem para saberem discernir bem o que é simplesmente humano e o que é divino com recursos humanos. A igreja conduzida, dirigida pela mão do Senhor é operosa, crente, madura, sensível, capaz, abençoada e abençoadora. É inteligente, segura, fiel. É missionária porque o Senhor sempre com suas mãos conduzirá a sua igreja para o seu coração e quando somos levados pelo Senhor para o seu coração o que vamos encontrar? Amor profundo aos perdidos.

3. UMA IGREJA BEM ENSINADA NOS PRINCÍPIOS DE DEUS (Atos 11. 23,26)
Missões se faz com paixão, com gana, com amor, mas Missões se faz com conhecimento. Não creio que para se fazer missões tenhamos que nos calçar no “pode-se fazer de tudo”. Não cabe a permissividade teológica e doutrinária em função da obra missionária. Alguns dizem e argumentam que a permissividade ocorre em função do amor. Como se fosse verdade a premissa de que quem ama mais conhece menos. A verdade encontrada em Antioquia é o inverso disso. O texto diz que Barnabé “exortava a todos a que com firmeza de coração, permanecessem no Senhor... E por todo um ano, se reuniam naquela igreja e ensinaram numerosa multidão”. A obra missionária de uma igreja requer que todos tenham firmeza. Não se pode plantar a mensagem do evangelho em coração e geograficamente, sem que haja firmeza. É preciso proclamar, ensinar com convicção e fé. Há quem pense que se possa separar a fé da doutrina. Pois é pela doutrina que se avalia se a fé é conhecida. Uma igreja verdadeiramente missionária é aquela que prega, proclama, envia, tem ardor missionário baseado numa fé robusta, segura, inconfundível e que não deixa dúvida em seus ouvintes e convertidos quanto à segurança da Salvação, certeza de vida eterna, méritos exclusivos de Jesus na salvação e tantos outros postulados de nossa fé. Igreja missionária é, portanto, aquela que ama o ensino, ama a Palavra e cresce no conhecimento.

4. UMA IGREJA SENSÍVEL AO CHAMADO MISSIONÁRIO (Atos 13.1-3)
Tudo que anteriormente acontece na vida da igreja não pode ter outro resultado que não este. Uma igreja chamada a sair numa tarefa de testemunhar e ganhar o mundo para Cristo Jesus. Um momento que podemos caracterizar como culminante acontece em Antioquia, quando agora alguns membros daquela igreja são sacados para o contexto do mundo numa ação evangelizadora. É importante dizer que os que agora são enviados já serviam ao Senhor. Isso era algo rotineiro, constante. O texto diz: “E, servindo ao Senhor e jejuando...". Quando temos consciência de que somos servos do Senhor, Ele nos proporciona em sua obra e reino algo mais. O chamado será consequência na vida de quem já serve e se consagra, ou de alguém que tem noção de que precisa servir. Somos servos no reino de Deus. No reino de Deus só existem dois tipos de pessoa. Servos e Senhor. O Senhor é somente Jesus, e nós somos servos. Quando alguém não aceita a condição de servo isso implica a não vinculação ao reino de Deus. Cabe à igreja ter a sensibilidade para saber que a obra missionária é resultado da ação do Espírito Santo. É uma obra espiritual. É uma obra do Espírito na vida da igreja. Cabe à igreja obedecer e separar os vocacionados para a obra missionária. O texto diz: “... Separai-me, agora Barnabé e Saulo...”. Foi obra do Espírito e não vontade simplesmente humana. Não foi fruto da imaginação ou de marketing, mas é o próprio Espírito que conduz a chamada.

PARA PENSAR E AGIR
É muito comum hoje ver igrejas voltadas para dentro delas mesmas. Igrejas cujo programa tem sido voltado apenas para suas realizações domésticas. Esquecem de olhar para os campos que estão brancos para ceifa. Qual tem sido a sua visão missionária? Doméstica ou mundial?
A igreja tem compromisso com a evangelização do mundo e não podemos negligenciar isso.
Urge, neste tempo, que as nossas igrejas se tornem cada dia mais missionárias diante dos desafios mundiais e avanços de religiões descomprometidas com o evangelho.
Deus está chamando as nossas igrejas. Quem tem ouvidos ouça e atenda a esse chamado.
LEITURAS DIÁRIAS
segunda... Atos 11.1-18
terça... Atos 11.19-24
quarta... Atos 11.25-30
quinta... Atos 13.1-3
sexta... Atos 13.4-5
sábado... Atos 13.6-7
domingo... Atos 1.9

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