quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Terceiro Conselho de Tiago- Exercitem o domínio da língua

TIAGO 3.1-12 E 4.11 INTRODUÇÃO São incalculáveis os danos que uma pessoa pode causar à igreja quando não usa adequadamente sua língua. Seus efeitos podem ser comparados à implosão de um prédio, que em poucos segundos vem abaixo por ter a sua base minada por explosivos. A palavra de Tiago é dirigida especificamente aos mestres e àqueles que desejavam esta vocação. Tiago adverte que a responsabilidade do mestre é grande, pois as suas palavras podem edificar ou destruir vidas, se usadas com bons ou maus intentos. Ainda que nominalmente nem todos sejam mestres, o crente, cuja vida deve servir de modelo, de exemplo, aos que estão à sua volta, tem no uso da língua a responsabilidade de salvar vidas pelo ensino e pregação da Palavra. Ao contrário, o que vemos hoje, são irmãos usando suas línguas para ferir, amaldiçoar, blasfemar, maldizer, mentir, murmurar, dizer palavras torpes... O Conselho de Tiago é que “não convém, meus irmãos, que se faça assim (Tg 3.10b)”. O crente deve usar adequadamente sua língua exercendo pleno domínio sobre ela. ANÁLISE DO TEXTO “não sejais muitos de vós mestres.” (Tg 3.1) A advertência é para aquele que aspira ao magistério com réprobas intenções: para ter a honra de mestre; para ensinar o que não está disposto a fazer; para ferir as demais pessoas com palavras duras. Tiago diz que do mestre são maiores as cobranças. Por isso mesmo receberá juízo mais severo. Três metáforas: cavalos, navios, fogo. (Tg 3.3-6) Tiago usa estas três metáforas para falar do poder destruidor da língua quando mal usada. As duas primeiras servem para ensinar o modo como dominá-la. A terceira revela o seu poder destruidor. O cavaleiro consegue dominar um cavalo apenas com um pequeno freio colocado na boca do animal. O timoneiro, com a ajuda de um pequeno leme, consegue conduzir o navio para onde quer, mesmo em meio à tempestade. Para o apóstolo, o homem que põe um freio na sua boca consegue dominar sua personalidade inteira (Tg 3.2). Se o crente puder controlar sua língua é quase certo que poderá controlar tudo o mais. Entretanto, se não controla sua língua, fugir-lhe-á o controle das demais áreas da sua personalidade. O resultado disto é a destruição de tudo o que está à sua volta e de si mesmo. “gaba-se de grandes coisas” – (Tg 3.5) O uso desenfreado da língua leva à vaidade, à vanglória, à soberba com que certos crentes aplicam a sua língua. Alguns cristãos exaltavam a sua “sabedoria”, as suas posições de mestres, como se fossem detentores da fonte do saber. Outra metáfora – a língua é um fogo (Tg 3.6) Tiago chama a atenção para os efeitos de uma língua não controlada pelo Espírito Santo: é um fogo destruidor. Assemelha-se a uma fagulha que incendeia toda uma floresta. Tiago ilustra com a metáfora do fogo o poder destruidor da língua. O fogo, que começa com uma centelha, destrói uma floresta inteira, consumindo tudo o que está a sua frente. Quando tiver destruído tudo por si mesmo se destrói, apaga, por não ter mais o que consumir. Do mesmo modo, a língua tem semelhante poder destruidor. contamina o corpo inteiro - a língua leva o indivíduo a toda a sorte de pecado. Pelas palavras de sedução, a língua conduz uma pessoa ao adultério. Leva à mentira, à maledicência, à contaminação do corpo. inflama o curso da natureza – no texto, inflamar quer dizer incendiar, destruir. Deus deu um curso natural a todas as coisas. A natureza é regida por leis que o Criador estabeleceu. Tiago ressalta que até mesmo o curso da natureza está em perigo quando a língua é mal empregada. A língua tem também o seu curso natural. Tiago revela que a língua foi dada ao homem para bendizer ao Senhor e também aos nossos semelhantes (Tg 3.9,10). Mas o mal uso perverte o seu curso natural, levando-a a amaldiçoar vidas e ao próprio Deus. “mas a língua, nenhum homem a pode domar” (Tg 3.8) O homem natural, que não tem o Espírito Santo, não consegue, por suas próprias forças, frear e dominar sua língua. Contudo, o homem espiritual somente terá domínio sobre sua língua se deixar-se dirigir pelo Espírito Santo. Assim, obedecerá ao que diz a Palavra. “está cheia de peçonha mortal” - a serpente tem em suas mandíbulas uma “bolsa” de veneno. Quando pica sua vítima, a bolsa é comprimida e o veneno escorre pelas presas e o veneno é injetado. A língua, quando usada para o mal, é tal qual a peçonha percorrendo o corpo da vítima: mata ou destrói. É a arte de “detonar” pessoas. Poucas palavras são suficientes para tirar um irmão da frente de trabalho, causar constrangimento, desconforto e desânimo, a ponto de não mais voltar à igreja. “com ela bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” (Tg 3.9) A palavra amaldiçoar na língua original significa “invocar o mal, orar para que venha o mal, proferir imprecações contra.” Tem o objetivo de prejudicar e degradar. Tiago adverte que amaldiçoar o próximo, feito à imagem e semelhança de Deus, é o mesmo que amaldiçoar o Criador. “não faleis mal uns dos outros.” (Tg 4.11) A crítica de Tiago deve-se à atitude de se falar mal da pessoa ausente, que não tem como se defender. A palavra que ele usa tem o sentido de denegrir, difamar. A ordem expressa é parar com tal atitude por comprometer o evangelho. O CONTEXTO DE TIAGO Os mestres existentes estavam pervertendo os ensinamentos da Lei e o evangelho recebidos. Usavam o ensino para autoglorificação, como trampolim para galgarem os primeiros lugares e, por este motivo, espantavam os demais irmãos. Havia, por parte de alguns, o desejo de se tornarem mestres sem terem sido preparados pelo Senhor para esta tarefa. A maledicência estava arraigada naquela comunidade cristã. Aqueles irmãos acusavam-se entre si, mas nas reuniões fingiam piedade uns dos outros. O NOSSO CONTEXTO Tal qual nos dias de Tiago, há um número considerável de pessoas que querem ser mestres aos seus olhos. Geralmente apregoam o que não está escrito na Bíblia, distorcem a verdade bíblica difundem sua própria ideologia. Os poucos mestres que encontramos na igreja pecam pela negligência de não lerem a Bíblia (Rm 12.7). Quando a leem, o fazem às carreiras. Pouco ou nada têm a acrescentar com os seus ensinos. São superficiais em suas experiências e conhecimentos espirituais. Esqueceram-se de que o mestre aos olhos de Deus é aquele que conhece a sua vontade e sabe conduzir o homem à presença de Deus. A maledicência impera na igreja hoje e parece ser o mal que mais tem afastado as pessoas do evangelho. A igreja é vista como local de fofocas. Irmãos que falam mal dos músicos, do pastor, do culto, dos moços, dos velhos, da Bíblia, de Deus. Tornaram-se constantes expressões do tipo “Não é para falar mal, mas”, “Já sabe do bafão?” “Você precisa saber da última!” e introduzem-se os comentários maldosos. Pode-se não ter tempo para ler a Bíblia, orar, evangelizar, mas há tempo de sobra para as fofocas. As acusações estão por toda a parte. Qualquer coisa que sai errado na igreja há trocas de acusações severas. Tem de haver um culpado sempre. Será que Deus está satisfeito com tudo isto? CONCLUSÃO Na minha infância era comum o meu pai advertir-me com a expressão “dobre a sua língua”, dizendo o mesmo que “meça as suas palavras”. Como crente você deve pensar nas consequências que lhe trarão as palavras que vier a proferir. Se usar sua língua para o bem, sua vida será uma bênção para o evangelho e o próximo. Quando alguém chamá-lo(a) para falar da vida de outra pessoa, tome cuidado. Se você perceber de imediato que a conversa não será nada edificante, seja categórico e não prossiga. Proponha uma oração pelo irmão que está sendo apontado pelo outro. Sugira procurar o seu pastor para expor os fatos. Ele saberá lidar com a situação e, certamente, buscará a melhor forma para solucionar o problema. A maioria das pessoas que se deixam envolver em conversas maledicentes ou fofocas acabam se arrependendo amargamente. Pagam um alto preço, chegando à conclusão que escolheram o caminho errado. Use sua boca para louvar e os seus lábios para glorificar a Deus. Peça ao Senhor que o(a) ajude a refrear sua língua em todo o tempo, e só usá-la para abençoar o seu irmão. Leituras diárias: segunda-feira Provérbios 18.21 terça-feira Tito 2.7-8 quarta-feira Tiago 1.26 quinta-feira Tiago 3.1-6 sexta-feira Tiago 3.7-12 sábado Tiago 4.11 domingo I Pedro 3.10

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Segundo Conselho de Tiago- Não façam acepção de pessoas

TIAGO 2.1-13 INTRODUÇÃO Não é preciso grande esforço ou a realização de pesquisa sofisticada para percebermos que o fazer acepção de pessoas tem ocupado lugares nas nossas igrejas. Do mesmo modo, as preferências por outras tem transformado pessoas em ídolos, o que tem causado prejuízo à vida cristã de muitos. Infelizmente há irmão que pretere o outro por causa da cor da pele, da aparência, pelo modo de falar ou de se vestir. Irmão de melhor situação financeira que despreza o pobre e vice-versa. Há também aquele que manifesta claramente sua(s) preferência(s) por puro interesse pessoal. Esforçam-se por estar sempre perto de alguém que está à frente de alguma área da igreja. E se um irmão ou irmã que não é do seu agrado se aproxima, agem como se dissessem “não o(a) quero por perto!” ou “Eu não o(a) chamei, o que você está fazendo por aqui?”. Creio que não precisamos ilustrar ou estender mais estas observações. A discriminação de pessoas tomou uma proporção tão grande em o nosso meio que precisamos olhar mais detidamente para a palavra e bani-la de uma vez por todas do seio da igreja. Esse não é um mal de hoje. Tiago enfrentou o problema da acepção de pessoas com um apelo à reconsideração da fé cristã. Uma pessoa que deseje professar a fé em Jesus Cristo, declarando-o como Senhor e Salvador de sua vida, não pode viver discriminando pessoas. Na realidade todos querem ser aceitos, bem recebidos, e discriminar é a raiz do problema. O que é acepção de pessoas? Acepção de pessoas: a tradução do grego quer dizer: recepção de face; ver pela aparência. Pessoa que age com parcialidade; que tem um favoritismo por alguém, achando-se mais valor nesse alguém favorito, geralmente com interesse pessoal. Tiago demonstra que, se uma pessoa professa sua fé em Jesus Cristo, deve ocupar-se em aprimorar a sua vida em relação ao Filho de Deus. De que maneira: tratando seu irmão como gostaria de ser tratado, amando-o como a si mesmo (Mt 7.12; Tg 2.8). Bíblia na Linguagem de Hoje: “Vocês que creem no nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, nunca tratem as pessoas de modo diferente por causa da aparência delas”. Bíblia Viva: “Queridos irmãos, como vocês podem alegar que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se mostrarem preferência por gente rica e desprezarem os pobres?”. Jesus não demonstrava ser o melhor, embora fosse o Filho de Deus. Não tinha preferência por pessoas em detrimento de outras. Tinha profundo amor por elas. Para ele todas eram iguais e tratadas por ele de modo igual. “mas se fazeis acepção... cometeis pecado” (Tg 2.9). Considerando o irmão Tiago era profundo conhecedor da Lei e esta combate com veemência a acepção de pessoas. Além disso, Tiago andou e conviveu com Jesus e os demais apóstolos, que não discriminavam seus semelhantes. Para Tiago, tanto para a Lei, quanto para o evangelho, todos eram iguais. E, como em toda comunidade cristã há pobres e ricos, o autor da carta faz as seguintes considerações: Tiago 2.5 – “não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”. pobres quanto ao mundo - literalmente, os sem dinheiro, sem posição social, sem bens materiais a oferecer, os mais desfavorecidos socialmente em tudo. ricos na fé e herdeiros – o mesmo que dono, possuidor de uma herança. Tiago chama a atenção de que os verdadeiros ricos eram os pobres materialmente falando, ou seja, os herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo. Tiago 2.8 – “se estais demonstrando amor ao próximo fazeis bem”. Quem é o próximo? Biblicamente falando, e segundo o que aprendemos de Jesus, próximo é todo o ser humano. Se olharmos para João 3.16 – “Porque Deus amou o mundo” – podemos afirmar que o próximo são todos os homens, toda a humanidade. fazeis bem - a afirmativa de Tiago demonstra que se isto estivesse acontecendo aqueles cristãos amavam a Deus. Amar o próximo é a outra forma de amar a Deus. Tiago 2.12 – “falai de tal maneira e de tal maneira procedei”. Alguns judeus-cristãos traziam consigo o hábito de se gabar de serem cumpridores da Lei. Para Tiago o evangelho incorporava (no sentido de aglutinar) a Lei em vez de eliminá-la. Como cristãos deveriam falar e viver o evangelho. Tiago 2.13 – “porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia”. Tiago chama a atenção para a necessidade de se exercer a misericórdia com o próximo, o que estava sendo deixado de lado por aqueles cristãos. misericórdia significa compaixão. É ser sensível ao próximo, principalmente com a sua dor e sofrimento. É ter piedade, exercer o amor. O CONTEXTO DE TIAGO Aqueles cristãos estavam dando preferência aos ricos em detrimento dos pobres. A discriminação era visível, pois ofereciam os melhores lugares aos ricos, que portavam anéis nos dedos e vestidos de tecidos finos, onde todos podiam contemplá-los. Por causa da roupa simples e surrada o pobre era definido como alguém que nada podia oferecer à comunidade. Se um pobre se sentasse no banco, ninguém se sentava com ele. Se não havia lugar, era obrigado a sentar-se sob os pés dos ricos (Tg 2.2,3). Isso demonstrava duas coisas. Primeiro, que aquele irmão era inferior aos demais. Segundo, seu lugar naquela comunidade deveria ser o mesmo da sua posição social: embaixo, inferior, sob. Aqueles cristãos não viam – ou não queriam ver – é que eram os ricos que cobravam violentamente dos pobres por quaisquer questões, levando-os constantemente aos tribunais. Não havendo quem defendesse sua causa, o pobre era sempre derrotado (Tg 2.6). O NOSSO CONTEXTO Infelizmente o problema se repete em nossos dias. Nas nossas igrejas há discriminação de pessoas com base em todo tipo de preconceitos: racial, social, intelectual e até espiritual. Este, parece ter-se tornado uma epidemia, com crentes achando-se mais consagrados e/ou espirituais que os outros. Comportam-se como aquele fariseu que orava no Templo (Lc 18.13). Um fato que nos chama a atenção hoje é: quando um crente está doente busca, a todo custo, ser curado. Se há uma ferida no seu corpo, faz de tudo para que ela feche e cicatrize. Rejeita o pensamento da possibilidade de ter de amputar um membro do seu corpo. Quando um irmão peca, considera o pecado do outro como “imperdoável”. Logo, um mal incurável. Este mesmo irmão é taxativo na sua sentença: “Pastor, temos de disciplinar este irmão; ele não pode continuar fazendo parte do rol de membros da nossa igreja”. O desejo carnal de justiça se faz presente e ele pede logo a “amputação” do membro quase indefeso. E se fosse com você? Reflita sobre isso. Tiago, porém, adverte: “porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia.” (Tg 2.13) CONCLUSÃO A proposta para os dias de hoje é a de espelharmos a nossa fé em Cristo pela comunhão e não no fazer acepção de pessoas. Há ainda irmãos querendo escolher as pessoas que devem ou não fazer parte da igreja do Senhor. Tal pensamento não pode fazer parte da sua vida. “Este tipo de procedimento lança uma interrogação sobre a fé que vocês têm – você, afinal de contas, é realmente um cristão? – e mostra que vocês estão sendo dirigidos por propósitos errados.” (Tg 2.4, Bíblia Viva). Tiago ensina o que pode acabar com a acepção de pessoas na igreja: o amor ao próximo. “Se estais demonstrando amor ao próximo fazeis bem” (Tg 2.8). Conta-se que Gandhi, o grande oponente do sistema de castas, foi a uma igreja evangélica na África do Sul para ouvir um amigo inglês pregar. Ao aproximar-se da porta foi impedido de entrar devido à cor de sua pele. Gandhi encontrou o mesmo sistema de castas em uma igreja que pregava o amor de Deus. Será que não temos agido da mesma forma quando convidamos “pessoas especiais” para “programas especiais”? E deliberamos em os nossos corações que outras “não especiais” não devem ser convidadas a participar? Jesus ia ao encontro das pessoas. O estado em que elas se encontravam não era empecilho para ele se aproximar e demonstrar-lhes o seu amor. Apenas um exemplo: a igreja faz acepção de pessoas quando reluta para não realizar uma cantata no alto do morro, no meio da favela, listando uma série de obstáculos, apresentando desculpas e mais desculpas, como “não vai dar certo!”, “E se chover?”, “Eles não vão querer!”... Mas demonstra o amor ao próximo quando envida todo esforço para que a mesma cantata aconteça, como um presente dos céus para aquelas pessoas. Leituras diárias: segunda Tiago 2.1-7 terça Tiago 2.8-13 quarta Deuteronômio 1.17; 16.19 quinta Mateus 7.12 sexta Lucas 18.9-14 sábado Atos 10.34,35 domingo Romanos 10.12 TIAGO 2.1-13 INTRODUÇÃO Não é preciso grande esforço ou a realização de pesquisa sofisticada para percebermos que o fazer acepção de pessoas tem ocupado lugares nas nossas igrejas. Do mesmo modo, as preferências por outras tem transformado pessoas em ídolos, o que tem causado prejuízo à vida cristã de muitos. Infelizmente há irmão que pretere o outro por causa da cor da pele, da aparência, pelo modo de falar ou de se vestir. Irmão de melhor situação financeira que despreza o pobre e vice-versa. Há também aquele que manifesta claramente sua(s) preferência(s) por puro interesse pessoal. Esforçam-se por estar sempre perto de alguém que está à frente de alguma área da igreja. E se um irmão ou irmã que não é do seu agrado se aproxima, agem como se dissessem “não o(a) quero por perto!” ou “Eu não o(a) chamei, o que você está fazendo por aqui?”. Creio que não precisamos ilustrar ou estender mais estas observações. A discriminação de pessoas tomou uma proporção tão grande em o nosso meio que precisamos olhar mais detidamente para a palavra e bani-la de uma vez por todas do seio da igreja. Esse não é um mal de hoje. Tiago enfrentou o problema da acepção de pessoas com um apelo à reconsideração da fé cristã. Uma pessoa que deseje professar a fé em Jesus Cristo, declarando-o como Senhor e Salvador de sua vida, não pode viver discriminando pessoas. Na realidade todos querem ser aceitos, bem recebidos, e discriminar é a raiz do problema. O que é acepção de pessoas? Acepção de pessoas: a tradução do grego quer dizer: recepção de face; ver pela aparência. Pessoa que age com parcialidade; que tem um favoritismo por alguém, achando-se mais valor nesse alguém favorito, geralmente com interesse pessoal. Tiago demonstra que, se uma pessoa professa sua fé em Jesus Cristo, deve ocupar-se em aprimorar a sua vida em relação ao Filho de Deus. De que maneira: tratando seu irmão como gostaria de ser tratado, amando-o como a si mesmo (Mt 7.12; Tg 2.8). Bíblia na Linguagem de Hoje: “Vocês que creem no nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, nunca tratem as pessoas de modo diferente por causa da aparência delas”. Bíblia Viva: “Queridos irmãos, como vocês podem alegar que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se mostrarem preferência por gente rica e desprezarem os pobres?”. Jesus não demonstrava ser o melhor, embora fosse o Filho de Deus. Não tinha preferência por pessoas em detrimento de outras. Tinha profundo amor por elas. Para ele todas eram iguais e tratadas por ele de modo igual. “mas se fazeis acepção... cometeis pecado” (Tg 2.9). Considerando o irmão Tiago era profundo conhecedor da Lei e esta combate com veemência a acepção de pessoas. Além disso, Tiago andou e conviveu com Jesus e os demais apóstolos, que não discriminavam seus semelhantes. Para Tiago, tanto para a Lei, quanto para o evangelho, todos eram iguais. E, como em toda comunidade cristã há pobres e ricos, o autor da carta faz as seguintes considerações: Tiago 2.5 – “não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”. pobres quanto ao mundo - literalmente, os sem dinheiro, sem posição social, sem bens materiais a oferecer, os mais desfavorecidos socialmente em tudo. ricos na fé e herdeiros – o mesmo que dono, possuidor de uma herança. Tiago chama a atenção de que os verdadeiros ricos eram os pobres materialmente falando, ou seja, os herdeiros de Deus, co-herdeiros com Cristo. Tiago 2.8 – “se estais demonstrando amor ao próximo fazeis bem”. Quem é o próximo? Biblicamente falando, e segundo o que aprendemos de Jesus, próximo é todo o ser humano. Se olharmos para João 3.16 – “Porque Deus amou o mundo” – podemos afirmar que o próximo são todos os homens, toda a humanidade. fazeis bem - a afirmativa de Tiago demonstra que se isto estivesse acontecendo aqueles cristãos amavam a Deus. Amar o próximo é a outra forma de amar a Deus. Tiago 2.12 – “falai de tal maneira e de tal maneira procedei”. Alguns judeus-cristãos traziam consigo o hábito de se gabar de serem cumpridores da Lei. Para Tiago o evangelho incorporava (no sentido de aglutinar) a Lei em vez de eliminá-la. Como cristãos deveriam falar e viver o evangelho. Tiago 2.13 – “porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia”. Tiago chama a atenção para a necessidade de se exercer a misericórdia com o próximo, o que estava sendo deixado de lado por aqueles cristãos. misericórdia significa compaixão. É ser sensível ao próximo, principalmente com a sua dor e sofrimento. É ter piedade, exercer o amor. O CONTEXTO DE TIAGO Aqueles cristãos estavam dando preferência aos ricos em detrimento dos pobres. A discriminação era visível, pois ofereciam os melhores lugares aos ricos, que portavam anéis nos dedos e vestidos de tecidos finos, onde todos podiam contemplá-los. Por causa da roupa simples e surrada o pobre era definido como alguém que nada podia oferecer à comunidade. Se um pobre se sentasse no banco, ninguém se sentava com ele. Se não havia lugar, era obrigado a sentar-se sob os pés dos ricos (Tg 2.2,3). Isso demonstrava duas coisas. Primeiro, que aquele irmão era inferior aos demais. Segundo, seu lugar naquela comunidade deveria ser o mesmo da sua posição social: embaixo, inferior, sob. Aqueles cristãos não viam – ou não queriam ver – é que eram os ricos que cobravam violentamente dos pobres por quaisquer questões, levando-os constantemente aos tribunais. Não havendo quem defendesse sua causa, o pobre era sempre derrotado (Tg 2.6). O NOSSO CONTEXTO Infelizmente o problema se repete em nossos dias. Nas nossas igrejas há discriminação de pessoas com base em todo tipo de preconceitos: racial, social, intelectual e até espiritual. Este, parece ter-se tornado uma epidemia, com crentes achando-se mais consagrados e/ou espirituais que os outros. Comportam-se como aquele fariseu que orava no Templo (Lc 18.13). Um fato que nos chama a atenção hoje é: quando um crente está doente busca, a todo custo, ser curado. Se há uma ferida no seu corpo, faz de tudo para que ela feche e cicatrize. Rejeita o pensamento da possibilidade de ter de amputar um membro do seu corpo. Quando um irmão peca, considera o pecado do outro como “imperdoável”. Logo, um mal incurável. Este mesmo irmão é taxativo na sua sentença: “Pastor, temos de disciplinar este irmão; ele não pode continuar fazendo parte do rol de membros da nossa igreja”. O desejo carnal de justiça se faz presente e ele pede logo a “amputação” do membro quase indefeso. E se fosse com você? Reflita sobre isso. Tiago, porém, adverte: “porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia.” (Tg 2.13) CONCLUSÃO A proposta para os dias de hoje é a de espelharmos a nossa fé em Cristo pela comunhão e não no fazer acepção de pessoas. Há ainda irmãos querendo escolher as pessoas que devem ou não fazer parte da igreja do Senhor. Tal pensamento não pode fazer parte da sua vida. “Este tipo de procedimento lança uma interrogação sobre a fé que vocês têm – você, afinal de contas, é realmente um cristão? – e mostra que vocês estão sendo dirigidos por propósitos errados.” (Tg 2.4, Bíblia Viva). Tiago ensina o que pode acabar com a acepção de pessoas na igreja: o amor ao próximo. “Se estais demonstrando amor ao próximo fazeis bem” (Tg 2.8). Conta-se que Gandhi, o grande oponente do sistema de castas, foi a uma igreja evangélica na África do Sul para ouvir um amigo inglês pregar. Ao aproximar-se da porta foi impedido de entrar devido à cor de sua pele. Gandhi encontrou o mesmo sistema de castas em uma igreja que pregava o amor de Deus. Será que não temos agido da mesma forma quando convidamos “pessoas especiais” para “programas especiais”? E deliberamos em os nossos corações que outras “não especiais” não devem ser convidadas a participar? Jesus ia ao encontro das pessoas. O estado em que elas se encontravam não era empecilho para ele se aproximar e demonstrar-lhes o seu amor. Apenas um exemplo: a igreja faz acepção de pessoas quando reluta para não realizar uma cantata no alto do morro, no meio da favela, listando uma série de obstáculos, apresentando desculpas e mais desculpas, como “não vai dar certo!”, “E se chover?”, “Eles não vão querer!”... Mas demonstra o amor ao próximo quando envida todo esforço para que a mesma cantata aconteça, como um presente dos céus para aquelas pessoas. Leituras diárias: segunda Tiago 2.1-7 terça Tiago 2.8-13 quarta Deuteronômio 1.17; 16.19 quinta Mateus 7.12 sexta Lucas 18.9-14 sábado Atos 10.34,35 domingo Romanos 10.12

sábado, 10 de novembro de 2012

Jaqueline Adorando

Primeiro Conselho de Tiago- Tenham alegria nas provações

Tiago 1.2 - “Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações.” INTRODUÇÃO O sofrimento daquele que serve ao Senhor sempre foi alvo de discussões por parte dos estudiosos, numa forma de buscar uma explicação para eles. Não se conseguiu dar uma explicação que satisfizesse os questionadores da justiça divina, que pensam serem desnecessárias as provações na vida do crente. Alegam que, se Jesus já pagou o preço, por que temos de pagar outro? Alguns crentes buscam viver hoje uma vida de autocomiseração (pena de si mesmo), pensando serem os únicos a sofrerem neste mundo. Contudo, muito antes daqueles cristãos, os profetas haviam sofrido horrores para levarem a cabo suas missões. Não é diferente com a igreja do Senhor nestes dias que estamos vivendo. A provação faz parte da vida cristã (2Tm 3.12). A aprovação só vem com a superação das provas. Tiago vai demonstrar que as provações têm objetivos estabelecidos por Deus (Tg 1.3,4). Além de provar a autenticidade cristã, as tribulações visam à glorificação do crente (Tg 1.12). ANÁLISE DO TEXTO V. 2 – “Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações.” grande gozo: como pode alguém sentir grande gozo ao passar por várias provações? Como pode a vida cristã crescer se, enquanto viver, você passar por inúmeras provações? Não se trata de uma alegria carnal. É a alegria no espírito produzida pelo Espírito. Alegrar-se por estar sendo provado manifesta maturidade e crescimento espiritual. É chegar ao pleno conhecimento de que sua vida está em harmonia com Deus, revelando, assim, sua comunhão com o Senhor. Em os nossos dias a alegria está diretamente ligada ao prazer que ela pode produzir à carne. Pode ser a compra de um bem, a promoção no emprego ou a notícia de um bebê que está a caminho. Um sinistro no bem, o desemprego ou a informação de algum problema com o feto, a alegria desaparece, tomando o rumo de uma tristeza profunda. Assim, ter por motivo de grande gozo é entender e aceitar o bom resultado que isso terá no final: “Portanto, deixem-na crescer, e não procurem desviar-se dos seus problemas. Porque quando a perseverança de vocês estiver afinal plenamente crescida, vocês estarão preparados para qualquer coisa, e serão fortes de caráter, íntegros e perfeitos.” (A Bíblia Viva) várias provações: • qualquer espécie de tribulação • podia ser todo e qualquer acontecimento desagradável • um retrocesso - trabalho de reunião dos cristãos dispersos; trazer de volta representava um retrabalho. Este, por sua vez, tornava-se mais difícil devido ao dano causado: traumas, perdas, temor de passar por tudo novamente. • derrotas - a morte de um ou mais cristãos; perda dos bens; dispersão de toda a família, separando um do outro: pai, mãe e filhos. • desencorajamento - as ameaças podiam fazer com que um ou mais membros do grupo negasse a fé ou traísse o grupo com medo de ser morto. provações: do grego dokimion = testar, aquilatar; a mesma palavra era usada para indicar o ato de aquilatar a moeda; revelar a sua autenticidade. Nos crentes, as provações têm o objetivo de aquilatar a autenticidade da fé em Cristo. V. 3 - sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança. Não é intenção do autor propor que se suporte tudo sem choro ou dor, ou sorrir sempre no sofrimento. Mas, independentemente da tribulação, manter-se fiel a Cristo; a continuar crendo nele; submeter-se a ele como Senhor e Salvador. V.4 - e a perseverança tenha a sua obra perfeita para que sejais perfeitos e completos; Cada vez que o crente suporta e vence uma prova vai sendo aperfeiçoado. Vai sendo moldado conforme a vontade de Deus, assemelhando-se a Cristo, que a tudo suportou por nós, inclusive a morte de cruz. (Hb 12.2) não faltando em coisa alguma - o mesmo que não errar em momento algum; não recuar, não retroceder na fé. A BASE DA MENSAGEM DE ENCORAJAMENTO Tiago escreve com a autoridade de quem conviveu com Jesus, experimentou várias tribulações, além de conhecer a Palavra. Veja os textos: Mt 5.12; 23.34,37; At 5.41, 7.52; Rm 5.3; 1Ts 2.15; Hb 10.34; 1Pe 4.13. O CONTEXTO DE TIAGO Tiago tinha como alvo os cristãos que haviam sido dispersos e estavam passando por várias tribulações. Além das perseguições, aqueles cristãos: • sofriam a oposição da comunidade judaica; • eram chamados de traidores de Moisés e do Estado judaico; • eram acusados de serem seguidores de uma heresia; • pelo fato de Cristo ter-lhes ensinado que, na ceia, o pão simbolizava o seu corpo e o vinho seu sangue, eram acusados de canibais; • eram perseguidos pelos oficiais romanos por pertencerem a uma religião de traidores; por causa disto, sofriam as consequências no seu dia a dia enfrentando derrotas e tragédias (a crucificação, o apedrejamento e as prisões eram uma constante em suas vidas); • enfrentavam, ainda, a oposição do reino das trevas. A APLICAÇÃO DA MENSAGEM PARA OS DIAS DE HOJE Se por um lado os meios de comunicação em poder dos cristãos têm divulgado o evangelho, fazendo Cristo conhecido de muitas pessoas, por outro, mensagens distorcidas, proclamando um evangelho de graça barata, sem preço, sem tribulações, têm confundido as pessoas. Prega-se, por exemplo, que ao aceitar a Jesus acabam-se todos os problemas do convertido; não é preciso orar, nem ler a Bíblia. Jesus já pagou o preço e o que o crente tem de fazer é “cruzar os braços e aguardar o céu”. Difunde-se amplamente que ao aceitar Jesus alcançar-se-á a prosperidade financeira e material; que a “nova vida em Cristo” será “só alegria” apenas pela ausência dos problemas e conquistas materiais. Na realidade o que acontece O novo crente encontra paz em Jesus. Na conversão experimenta de imediato a segurança de que encontrou um amigo e, por isso mesmo, não mais se sente sozinho. Tem a consciência de que seus problemas ainda existem, mas conta agora com a ajuda desse amigo: Jesus. Quando a criança começa a andar, os pais vão, aos poucos, soltando sua mão. A presença dos pais a estimula cada vez mais a exercitar os passos, até poder andar livremente. O mesmo acontece na vida cristã. Os primeiros passos são inseguros. Depois os passos vão adquirindo a confiança necessária até que seja possível caminhar com firmeza. Há que se ressaltar que em nenhum momento o crente está sozinho: “e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28.20) Alguns exemplos: • uma pessoa que deixou o mundo poderá vir a ser perseguida pelo fato de não mais pertencer ao grupo dos escarnecedores; é zombado, perseguido, ameaçado; é assediado com propostas para ceder ao pecado; é abandonado pelos “amigos”. • um novo convertido poderá ser preterido pela família só pelo fato de ser agora um crente; sofrerá o desprezo, o abandono, etc.; • a criança que estuda, o adolescente e o jovem sofrem pressões por parte do seu círculo de amizades, e isto causa tristeza, sensação de insegurança e frustração. Poderíamos apresentar mais ilustrações, mas situações como estas já demonstram que o crente realmente passa por tribulações. Porém nenhuma delas é motivo para apostatar da fé. Antes, servem de motivo de gozo para a aprovação final. CONCLUSÃO Nada em nossa vida acontece por acaso. Tiago destaca: “Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1.12)”. Chama-nos a atenção o sofrimento pelos quais passaram os profetas e a paciência exercitada naqueles momentos difíceis (Tg 5.10), exortando-nos a tomá-los como exemplo. Mais uma vez ele diz: “Eis que chamamos bem-aventurados os que suportaram aflições (Tg 5.11). O crente só recebe o “diploma” após passar no exame. Engana-se aquele que pensa que a vida sem tribulação, sem provas, é melhor. O gozo do crente, que é a alegria no espírito, proporcionada pelo Espírito Santo, é visível nas duras provas. O ouro de mais valor é exatamente aquele que passa por longas e duras provas de fogo e, por isso mesmo, é aprovado. Leituras diárias: segunda Tiago 1.1-4 terça Salmo 119.71 quarta 1 Pedro 5.10,11 quinta 2 Coríntios 1.3-7 sexta 2 Coríntios 4.7-11 sábado 2 Coríntios 4.8-17 domingo 2 Timóteo 3.10-12

Sexto Conselho de Paulo: Construam e protejam a unidade da igreja.

Filipenses 2.1-4 A unidade da igreja foi desejada por Cristo (Jo 17.21-23), consumada por sua morte na Cruz (2Co 5.18-6.3) e precisa ser construída e protegida pelos seus discípulos. Paulo fez um apelo aos Filipenses a que cultivassem a unidade da igreja, inclusive convocando o exemplo de humildade e abnegação de Jesus (Fl 2.5-11); em função da importância estratégica da unidade tanto para a saúde da igreja como para o seu testemunho. Foi deste contexto que fizemos destilar o sexto conselho de Paulo para a vida cristã: Construam e protejam a unidade da igreja. Palavra e vida (Filipenses 2.1) Foram quatro as palavras usadas pelo apóstolo, das quais emanam quatro práticas que a igreja precisa automatizar ou transformar em hábito, para a construção e proteção de sua unidade. Veja este quadro: Palavras de Paulo (Fp 2.1) Hábitos a serem formados na igreja Exortação Os crentes precisam desenvolver o hábito de instruir, guiar e encorajar uns aos outros. Consolação Os crentes precisam desenvolver o hábito de se relacionar uns com os outros, para conforto mútuo. Comunhão Os crentes precisam desenvolver o hábito de participar das reuniões e de trabalhar juntos, cooperando em tudo. Misericórdia Os crentes precisam desenvolver o hábito de se interessar uns pelos outros, percebendo-lhes as necessidades e agindo com compaixão e amor para ajudarem os que passam por crises e dificuldades. Observe que, uma vez que todos desenvolvam estes hábitos, é construída uma robusta unidade, que a todos protege. Por outro lado, até que uma igreja forme estes hábitos em seus membros, poderá conviver com dissensões, facções, brigas e até divisões internas. A Igreja que vive em unidade, portanto, é aquela em que os membros instruem, confortam, cooperam e socorrem uns aos outros sempre, sem preconceitos, predileções ou restrições. Para avaliarmos o nível de unidade da nossa igreja, precisamos perguntar, a nós mesmos, como estamos trabalhando para a construção e proteção desta unidade. Pois, como desejar unidade na igreja se não agimos para a sua construção? Ou, como não querer que a unidade seja derrubada, se nada fazemos para protegê-la? Não é difícil entendermos que, quando os crentes não desenvolvem esses hábitos, acabam desenvolvendo outros que, por natureza, vão militar contra a unidade da igreja. A lista de hábitos que destroem a unidade da igreja é grande: mentira, maledicência, fofocas, preconceito, injustiça, desrespeito, autossuficiência, religiosidade, jactância, e por aí vai… A nossa meta, como servos de Deus que somos, deve ser a de trabalhar para a construção e lutar para a proteção da unidade da igreja, transformando exortação, consolação, comunhão e misericórdia em hábitos saudáveis, para a nossa vida, e abençoadores, para a igreja de Deus. Fugindo da superfície (Filipenses 2.2) Esses hábitos precisam ser formados com raízes profundas. Há muito de aparência e até de artificialidade no meio evangélico contemporâneo. Condutas episódicas , ações pontuais, atitudes apenas formais não podem ser confundidas com hábitos saudáveis, formados a partir da assimilação de conceitos (verdades), princípios (convicções) e preceitos (valores); o que se torna possível por meio de um processo de discipulado que combine ensino e mentoria , instrução e acompanhamento. Paulo demonstrou aos filipenses como deveriam trabalhar o enraizamento dos valores, princípios, conceitos e crenças, de forma a automatizá-los em suas vidas, escapando assim do chamado cristianismo nominal ou superficial. O discipulado na igreja pressupõe ensino profundo e mentoria responsável. Este ensino precisa afetar a pessoa de forma integral, por isso Paulo lançou mão de algumas expressões denotadoras desse discipulado comprometido (Fl 2.2). 1. Unidade no pensar Não significa concordar em tudo, mas viver em consenso, tendo a mesma meta em mente, querendo o melhor para todos. A unidade na igreja não deve ser confundida com uniformidade, mas vista como um corpo refletindo, raciocinando, pensando de forma unida, cada um com os recursos que recebeu de Deus e construiu pela vida, mas todos empregando seu esforço para o mesmo fim. A palavra que Paulo usou para ‘alma’ denota a vida interior, as realidades mais profundas do humano. É assim, de forma radicalmente comprometida, que os membros da igreja devem a ela se dedicar. 2. Unidade no sentir Ao lado da unidade no pensar, Paulo colocou a unidade no sentir. As emoções são ativadas pelo pensamento. É a mente que deve comandar as emoções e não o contrário. No entanto, são as emoções, no texto referidas pela palavra ‘sentimento’, que alimentam o processo de ação. A igreja precisa gerar sentimentos positivos, capazes de unir todos os membros em torno de seus propósitos eternos. A alegria, a compaixão, a solidariedade e o senso de justiça, são alguns exemplos de sentimentos gerados nos crentes em cujas vidas os valores e os princípios eternos da Palavra de Deus se automatizam. Assim, a harmonia no sentir ajuda a edificar a unidade da igreja. 3. Unidade no agir O que faz a unidade da igreja sair da teoria é este terceiro nível de assimilação da Palavra de Deus, a ação. Uma igreja não pode ficar estacionada na reflexão ou na apreciação emocional, precisa partir para a ação. Paulo usou a palavra ‘amor’ para referir-se ao agir. Amor, diferente do que muitos pensam, não é um sentimento ou uma emoção, mas compromisso, ação. Por outro lado, uma igreja que planeja unida e que está possuída pelo mesmo sentimento, não pode agir em desarmonia ou sem união. Pelo contrário, na hora do agir, a igreja de Cristo dá o testemunho público da sua unidade. Concluímos, assim, que no discipulado responsável os hábitos são desenvolvidos na vida dos crentes porque os afetam de forma cognitiva , afetiva e motora. E quando isso ocorre, a unidade está estabelecida. Resta agora protegê-la pela constância e perseverança dos crentes em cultivarem os hábitos adquiridos e aprendidos. A valorização do ensino das Escrituras, o foco nos grupos de relacionamento e a ênfase na mentoria fraternal cooperam decisivamente para a construção de uma igreja unida. Este processo todo é o que nós chamamos de discipulado responsável, em que cada crente está sendo mentoriado em seu processo de crescimento e, ao mesmo tempo, ajuda um irmão, acompanhando-o e mentoriando-o na assimilação de hábitos saudáveis. A unidade assim construída é sólida, robusta e indestrutível. Mas não podemos nos esquecer que construí-la é apenas uma parte do processo. O tempo todo ela está sendo ameaçada e todos precisam agir, de forma incisiva e contundente, para protegê-la e preservá-la. A vigilância é fundamental, pois pequenas coisas podem colocar em risco o resultado de muito trabalho sério, dedicado e amoroso. Motivações testadas e aprovadas (Filipenses 2.3,4) A ação de uma igreja unida ou de crentes unidos reflete maturidade cristã. Os hábitos que os crentes adquiriram os previnem na avaliação de suas motivações. Normalmente a pessoa imatura age a partir de motivações reprováveis, enquanto a madura é guiada por motivações sadias. À luz do ensino de Paulo há duas motivações que jamais devem estar por trás do que fazemos. Vejamos: Partidarismo – É a palavra grega ‘eritheia’, que tem o sentido de intriga, competição, propaganda política, desejo de estar acima do outro. Interessante que, antes do Novo Testamento ser escrito, ‘eritheia’ só é encontrada nos escritos de Aristóteles, onde denotava a perseguição egoísta do ofício político por meios injustos. É claro que isso trabalha forte contra a unidade da igreja, pois nela cooperamos e não competimos, edificamos o outro e não o distruímos. Vangloria – É a outra motivação indevida. O termo no original é ‘kenodoxia’, significando glória sem fundamento, sem conteúdo, vazia, nula, portanto. Uma pessoa deseja fazer algo para seu próprio envaidecimento ou para alimentar sua soberba. A Bíblia ensina que isso é inútil, totalmente sem sentido. Pois toda a glória pertence a Deus (Mateus 6.13b). Na igreja, estamos unidos buscando a glória para Deus e não para nós mesmos. Como antídotos ao partidarismo e à vanglória, Paulo apresentou a humildade, que nos leva a ser servos uns dos outros, e a solidariedade, que nos faz responsáveis uns pelos outros (Fl 2.3b, 4). Assim, uma igreja unida e acordada para proteger a sua unidade, é composta de pessoas redimidas por Cristo, habitadas pelo Espírito Santo, que servem e são responsáveis mutuamente, para a glória de Deus. Extremamente oportuno este conselho de Paulo para a vida cristã. Construam e protejam a unidade da igreja. Você está disposto a segui-lo? Leituras diárias: segunda- feira João 17.21-23 terça-feira 2 Coríntios 5.18 - 6.3 quarta-feira Filipenses 2.5-11 quinta-feira Romanos 12.5-21 sexta-feira 1 Coríntios 12.12-31 sábado Efésios 4.3-7 domingo João 17.20-23

Quinto Conselho de Paulo: Lembrem que vocês estão em Guerra

Efésios 6.10-20 Chegamos hoje ao quinto conselho de Paulo para a vida cristã. Fomos buscá-lo em sua magistral Carta aos Efésios, que talvez seja o texto paulino que tenha mais aplicações para a igreja de hoje. Na parte final de sua missiva , o apóstolo aos gentios discorreu sobre a necessidade da armadura de Deus na luta contra Satanás (Ef 6.10-20); daí pinçamos o conselho: “Lembrem que vocês estão em Guerra”. Sem tréguas O embate acerca do qual Paulo escreveu aos Efésios é uma batalha sem tréguas. São 24 horas por dia de investidas estrategicamente maquinadas (Ef 6.11 – ciladas, no grego = methodeías, significa ‘maquinações’). O diabo ocupa uma parte do seu tempo planejando e a outra executando suas maquinações contra os filhos de Deus. Diferente do que muitos pensam e até ensinam hoje, na batalha espiritual a vitória do crente não consiste em qualquer espetáculo de exorcismo. Vencer significa permanecer firme. Isto está bem claro nos versos 11 e 13 de Efésios 6, onde aparecem as três expressões que indicam propósito: “… para poderdes ficar firmes…” (v.11); “… para que possais resistir…” e “… permanecer inabaláveis.” (v.13). O diabo perde quando o crente não cai, é derrotado quando o cristão resiste, é humilhado quando, após investir e tentar, o servo de Deus permanence firme. A ação demoníaca se dá na arena do cotidiano e não no palco da religião; a luta espiritual é travada na mente das pessoas e não diante das câmeras; valores, crenças, princípios e conceitos malígnos precisam ser esconjurados da mente das pessoas, ao invés de submetê-las a sessões de contorcionismo e extravagâncias. E, neste sentido, o inimigo precisa ser vencido a cada dia, a cada instante, pois a batalha é sem tréguas. Condicionamento espiritual A palavra que Paulo usou no verso 11 para armadura parece sugerir uma espécie de trocadilho no grego, pela semelhança entre panoplia (armadura completa) e panourgia (artimanha, astúcia). Só é possivel enfrentar e vencer as artimanhas de Satanás, quando se está revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.13). Nessa armadura que Paulo descreveu entre os vesículos 14 e 20 de Efésios 6, identificamos os três elementos constitutivos deste condicionamento espiritual, que deve marcar a vida do crente preparado para lidar com as ciladas do maligno. 1. Os seus valores (Efésios 6.14,15) Lembre-se que a batalha é travada na mente. Assim, Satanás engendra toda a sorte de sofismas e falácias para ludibriar o crente, na tentativa de fazer enraizar em sua mente crenças mentirosas que vão subsidiar desejos indevidos e ações pecaminosas. O próprio Paulo, escrevendo aos Coríntios descreveu este cenário de guerra na arena da mente humana; e aqui tomo a liberdade de citar a paráfrase de Eugene Peterson: ‘A Mensagem’: “O mundo é sem princípios. É uma selva lá fora! Ninguém joga limpo. Mas o cristão não vive nem age deste modo. Nunca nos comportamos assim e jamais o faremos. As ferramentas que usamos não são para propaganda ou manipulação, mas para demolir esta cultura dominante corrupta. Usamos as ferramentas poderosas de Deus para esmagar filosofias pervertidas, derrubar barreiras levantadas contra a verdade de Deus, encaixar todo pensamento livre, toda emoção e todo impulso à estrutura de vida moldada por Cristo. Nossas ferramentas estão preparadas para limpar o terreno e edificar vidas pela obediência, rumo à maturidade.” (2 Co 10.3-6). Desta forma, são três os valores imprescindíveis, que o cristão precisa ter formados em sua mente, para não ser presa fácil do inimigo: No sentido ético, valor é um “preceito moral passível de orientar a ação humana”, define o Dicionário Mobile da Língua Portuguesa da Editora Porto. É neste sentido que usamos o termo aqui. Paulo menciona três valores fundamentais, sem os quais a luta contra Satanás é inglória: verdade, justiça e paz.  Verdade é o antídoto para a falsidade e para a mentira, da qual o diabo é o pai (João 8.44). Para bloquear a ação do inimigo, o crente deve expurgar qualquer nuance de mentira de sua vida, seja qual for a situação. A verdade nos protege enquanto a mentira expõe.  Justiça é a qualidade de quem é exatamente o que aparenta ser. O sentido é estreitamente ligado ao de integridade. Quando este valor está presente, a pessoa está protegida, pois o acusador (Ap 2.9,10) não tem como o atingir. Como lemos em Provérbios 25.28: “Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem muralhas”. Este versículo na paráfrase ‘A Mensagem’ também merece ser citado: “Quem não tem autoridade é como uma casa com as portas e janelas caídas”.  Paz aqui é um axioma. Quando o crente está em harmonia consigo e com os outros; quando ele é um promotor da paz; quando trabalha em favor da paz e interessa-se por ela, então o diabo não encontra nele ocasião de influenciá-lo para o mal. Verdade, justiça e paz são os valores que protegem o crente nesta batalha espiritual. Aqui cabem algumas perguntas: Em que níveis estão estes valores na sua vida? Será que o inimigo não está logrando êxito em alguma área de sua vida, precisamente por encontrar você vulnerável em algum destes valores? Reflita sobre isso, ore a Deus. Esta pode ser a oportunidade de Deus para a sua vida, a fim de que você vire este jogo e vença a batalha. 2. As suas convicções (Efésios 6.16,17) Aliadas aos seus valores estão as suas convicções. De certa forma, ao mesmo tempo elas subsidiam e são reforçadas por seus valores. Para Paulo, as convicções essenciais no enfrentamento espiritual são a respeito da fé, da salvação e da Palavra de Deus. É uma insanidade querer enfrentar o inimigo sem fé em Deus, sem certeza da sua salvação e sem conhecimento e confiança nos princípios da Palavra de Deus. A fé foi a mola propulsora que arremessou Davi na direção do gigante Golias (1Sm 17.33-37). A certeza da salvação eterna nos anima a lutar com fidelidade e perseverança, pois já conhecemos o final da história (Mt 24.13; Ap 2.10). O poder da Palavra de Deus e o conhecimento dos seus preceitos são fundamentais para o embate contra o inimigo. Basta recordar a experiência da tentação de Jesus conforme narrada em Mateus 4.1-11. Não é nem com a nossa força nem com o nosso mérito, tampouco com os nossos argumentos que venceremos o inimigo. Muitos estão sendo derrotados diariamente porque insistem em lutar contra o diabo sem as convicções essenciais para esse combate. Satanás é acusador, mentiroso, ardiloso, enganador, tem mais força que qualquer humano e conhece a Palavra a ponto de torcê-la ao seu favor (Gn 3.1; Mt 4.6). A questão aqui é tripartite: você tem certeza da sua salvação (Ef 2.8; Jo 10.27-29); aprendeu a viver da fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.36) e tem a Palavra guardada em seu coração (Sl 119.11)? Preste bem atenção: filho de crente não é, automaticamente, crente. Tempo de membresia numa igreja não atesta salvação. Estas convicções precisam ser assimiladas pelo crente individualmente ou ele não vencerá esta guerra. 3. Os seus hábitos (Efésios 6.18-20) O que você faz decorre dos seus valores e das suas convicções. Um hábito resulta de ações constantes e coerentes. Sem os valores e sem as convicções, as ações são desconexas; com valores ruins e convicções equivocadas, as ações são perversas. Ações desconexas e perversas geram hábitos degradantes e nocivos. Paulo incluiu na “armadura” do crente três hábitos que precisam ser formados e bem sedimentados na vida do crente, para que ele seja vitorioso na batalha sem tréguas que trava na vida: oração, vigilância e ousadia. A oração assegura a nossa dependência de Deus. Vigilância nos lembra da nossa fragilidade. Ousadia nos motiva a lutar, não reativa, mas proativamente . Oração, vigilância e ousadia só funcionam quando são hábitos em nossas vidas e não ações estanques , episódicas e raras. E para se tornarem hábitos, precisam ser constantes e sempre coerentes com os nossos valores e com as nossas convicções. Para enfrentar essa batalha espiritual sem tréguas, você deve avaliar o seu condicionamento espiritual, a partir dos seus valores, das suas convicções e dos seus hábitos. “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37). Leituras diárias: segunda- feira 2 Timóteo 2.1-8 terça-feira 2 Crônicas 20.20-32 quarta-feira Romanos 12.1,2 quinta-feira 1 Coríntios 2.1-16 sexta-feira Mateus 4.1-11 sábado Mateus 14.38 domingo Romanos 8.37-39

Quarto Conselho de Paulo: Vivam para agradar a Deus!

Gálatas 1.6-12 O próximo conselho que vamos estudar ratifica a nossa caminhada na pista da prática das nossas convicções e da nossa fé. Nós o extraímos do texto de Paulo aos Gálatas, uma carta corajosa e exortativa, na qual o apóstolo começou deixando claras duas convicções fundamentais para a vida de todo cristão: que evangelho ele vivia e a quem ele queria agradar com a sua vida. Na verdade uma convicção demanda a outra, ou seja, só quem segue o puro evangelho tem a consciência de que viver de verdade é viver para agradar a Deus. Qual é a sua? Podemos facilmente dividir a humanidade em três grupos com identidade bem clara, a partir desta perspective que indaga sobre a natureza do evangelho que seguimos e a respeito daquele a quem nós desejamos agradar com o modo como vivemos: 1. Farinha pouca, meu pirão primeiro. O primeiro é o grupo dos que vivem para agradar a si mesmos. As pessoas que vivem assim, pouco ou nada se importam com os outros, ou com Deus; querem apenas aquilo que os beneficie diretamente. A pergunta delas sempre é: “E o que eu vou ganhar com isso?”. Trata-se de um estilo de vida egoísta, no qual não existe lugar para a solidariedade, para o socorro, para a comunhão, nem tampouco para considerar os desígnios divinos. É um modelo completamente avesso ao evangelho de Jesus Cristo, o qual propugna por uma vida totalmente comprometida com o próximo. Pessoas que vivem assim amam o eu. É o meu carro, a minha casa, o meu lugar no santuário, o meu ministério, o meu dinheiro, a minha vida. E porque amam e vivem em função do eu, tornam-se mesquinhas, avarentas, materialistas e, não muito raro, pedantes, prepotentes e autossuficientes. Também desenvolvem insensibilidades, frieza e transformam-se em pessoas desprovidas de empatia, hospitalidade e espírito de serviço. Convertem-se, com o tempo, em pessoas isoladas e infelizes. 2. Mas o que as pessoas vão pensar? O segundo é o grupo dos que vivem preocupadas em agradar aos outros. Para estarem ou se sentirem bem, precisam da aprovação das pessoas que, de alguma forma, representam autoridade ou exercem influência sobre suas vidas. Às vezes é o cônjuge, mas pode ser o patrão, o amigo, o pai ou a mãe, o líder ou até mesmo alguém a quem quer impressionar. Os que vivem assim sofrem muito e passam boa parte da vida frustrados, tristes e amargurados, pois agradar ao ser humano é tarefa das mais desafiadoras e complexas, especialmente quando se deseja agradar a todas a pessoas. Um pastor norte-americano disse, anos atrás, que embora ainda não tivesse descoberto a chave para o sucesso, ela já descobria o segredo para o fracasso: “Desejar agradar a todos”. A dificuldade em agradar às pessoas reside na própria essência do humano. O ser humano é volátil , inconstante e insaciável. Corresponder às suas expectativas é, portanto, tarefa inglória. 3. “Não se faça a minha vontade, e sim a tua.” O terceiro é o grupo dos que escolheram viver para agradar a Deus. A preocupação das pessoas que pertencem a este grupo é acertar com a vontade de Deus e alegrar o coração dele. As consequências imediatas e inevitáveis desta escolha são ao mesmo tempo óbvias e desafiadoras. Viver para agradar a Deus significa desagradar a pessoas e interesses avessos ao querer divino; ainda implica atrair sobre si a ira daqueles que militam contra os princípios do evangelho; vai desdobrar-se, também, em perdas, rejeições, ataques e até perseguições (Mateus 5.11,12; 2 Timóteo 3.12-14). No entanto, a consciência tranquila de que se vive para agradar a quem de fato vale a pena, é indescritível. Faça a vontade de Deus Paulo deixou logo bem claro, para os gálatas, que pertencia ao grupo dos que escolheram fazer a vontade de Deus e viver para agradar-lhe (Gl 1.10). Ao fazê-lo, o apóstolo revelou algumas verdades muito especiais acerca de sua identidade e de sua vida. Tais verdades como que resumem o DNA do servo de Cristo. 1. O servo de Cristo não procura agradar a homens (Gálatas 1.10) O entendimento desta verdade é de fundamental importância para quem vive para o louvor da glória de Deus. Ao iludir-se com a glória humana, por isso efêmera e trivial , o homem abandona o caminho do serviço a Cristo para tornar-se escravo dos que procuram lisonjear com o que ele faz. Empobrece, portanto. O servo de Cristo o honra e agrada a Ele, mesmo ao custo da dor, da perda e até da morte. A história está eivada de exemplos de homens e de mulheres que pagaram um alto preço por insistirem em agradar a Deus. Basta mencionar a postura assumida por Pedro e João, que, mesmo sendo presos e ameaçados, preferiram deixar claro a quem faziam questão de agradar em suas vidas (At 4.18-20). Na nossa vida diária, em todas as dimensões da nossa caminhada, somos instados a negar a nossa fé, fazendo concessões ou abrindo mão dos valores do evangelho de Cristo, às vezes até em troca de benefícios materiais, tudo para satisfazer a ambições, desejos e caprichos de homens. Em horas assim exemplos como o dos apóstolos Pedro e João nos estimulam a pagar o preço do discipulado e honrar a Deus, mesmo que seja com a nossa dor. 2. O servo de Cristo recebe dele as instruções para o serviço (Gálatas 1.12) Não é possível servir a Cristo sem receber dele as instruções. Ele é quem dá as coordenadas e as diretrizes para a execução do serviço. É por intermédio da sua Palavra que Deus apresenta as instruções para os seus servos. Ao obedecer às diretrizes do Senhor e ao seguir suas instruções, o servo assegura bênção e êxito no cumprimento de sua missão. Aqui temos uma instrução muito importante. Ninguém pode servir a Cristo da forma que deseja. É preciso servi-lo da forma como Ele deseja ser servido. Também é necessário que o servo compreenda o escopo e a abrangência da tarefa a ele delegada. Precisa sempre estar ciente dos limites estabelecidos por aquele que o comissionou. 3. O servo de Cristo anuncia o evangelho com fidelidade (Gálatas 1.11) A verdade e as implicações do evangelho não raro contrariam interesses e incomodam muita gente. Tentativas no sentido de influenciar o servo de Cristo a mudar sua mensagem, quer diminuindo-a, quer distorcendo-a; quer abrandando-a, ou mesmo adulterando-a, são frequentes e insistentes. No entanto, o evangelho puro precisa ser anunciado por lábios puros, resultantes de mentes e corações santos e tementes a Deus. A mensagem do evangelho não pode ser alterada, sua essência não pode ser negociada, seu significado não pode ser ocultado e as consequências de ignorar ou rejeitar sua proposta de vida não podem ser relativizadas, omitidas ou omitidas. Por tenderem ao desvio do evangelho a eles anunciado, os gálatas foram veementemente exortados por Paulo, que se referiu a eles como “insensatos” (Gálatas 3:1). A palavra grega é ‘anoetos’, e tem o sentido de “falto de entendimento” ou “tolo”. O ensino de Paulo foi que jamais eles poderiam ter trocado a verdade límpida do evangelho por algum outro que não era propriamente um “outro” (Gálatas 1.6-9); pois seria uma confissão pública de tolice ou insensatez. O desafio a nós lançado, como conselho, pelo apóstolo, é que vivamos a nossa viva, em nosso tempo, focados e obstinados a agradarmos a Deus, optando por fazer sua vontade, tornando-nos servos leais de Jesus Cristo, vivendo para amá-lo, honrá-lo e agradar-lhe em tudo. Leituras diárias: segunda- feira Gálatas 1.6-12 terça-feira 1 Tessalonicenses 4.1-7 quarta-feira Hebreus 11.6 quinta-feira Mateus 5.11,12 sexta-feira 2 Timóteo 3.12-14 sábado Gálatas 1.10 domingo Atos 4.18-20

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