terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Adoração sincera

Texto Bíblico: Mateus 15.21-28 Introdução Josué, sucessor de Moisés, pouco antes de morrer, desafiou o povo de Israel ao culto sincero: “Temei o Senhor e cultuai-o com sinceridade e com verdade. (...) Cultuai o Senhor” (Josué 24.14). O termo sinceridade aqui empregado significa “sem mácula, não adulterado”. Paulo, dirigindo-se aos filipenses, registrou: “E peço isto em oração: que o vosso amor aumente cada vez mais no pleno conhecimento e em todo entendimento, para que aproveis as coisas superiores, a fim de serdes sinceros e irrepreensíveis até o dia de Cristo” (Filipenses 1.9,10). O apóstolo utilizou o vocábulo grego significando, ao pé da letra, “julgado à luz do sol”, ou seja, examinado para se verificar sua autenticidade. Noutra passagem, Paulo disse: “Porque não somos mercenários da palavra de Deus, como tantos outros; mas falamos em Cristo com sinceridade, da parte de Deus e na sua presença” (2Coríntios 5.17). O termo empregado nesse verso quer dizer “legítimo, genuíno”. Cornwall apresentou uma interessante informação, que “cai como uma luva” para esclarecer o termo: “A palavra ‘sincero’ provém do termo latino sincerus, formado pela aglutinação de dois outros: sin, “sem”, e caries, “deterioração”. Portando, o significado básico de ‘sincero’ é ‘sem deterioração’. No passado, os negociantes de metais preciosos costumavam promover sua mercadoria afirmando que ela era ‘sincera’, isto é, ‘sem cera ou enchimento’. Era muito comum os artífices desonestos encobrirem as falhas de um produto aplicando-lhe uma cera da mesma cor, que lhe dava a aparência de acabamento perfeito. Mas se alguém chegasse o artigo ao fogo, a cera derreteria e escorreria, e a falha seria exposta. Quando algum negociante anunciava um produto ‘sincero’ queria dizer que ele não fora retocado com cera” . Deus requer de nós que lhe prestemos um culto sincero, autêntico, genuíno, não adulterado e sem deterioração. 1. Interesse sincero O interesse de adoração esboçado por Herodes foi mentiroso: “Então Herodes chamou secretamente os magos e procurou saber deles com precisão quando a estrela havia aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: ide e perguntai cuidadosamente sobre o menino. Quando o achardes, avisai-me, para que eu também vá adorá-lo” (Mateus 2.7,8). A boca de Herodes falou uma coisa, mas a intenção dele era outra. É nítido que ele não queria adorar Jesus, pelo contrário, ele queria eliminar um possível rival. Herodes disse “adorar”, mas queria mesmo era “destruir”. O desejo de adoração do rei Herodes não passaria no teste da sinceridade. Sua real intenção era manipular circunstâncias. Temos de nos cuidar para não repetir o erro de Herodes, salvas as devidas proporções. Não queremos e nem podemos matar o “recém-nascido Rei dos judeus”. A falta de sinceridade, a mentira em nossa adoração pode acontecer de outras formas. O simples fato de estar num culto por obrigação caracteriza uma adoração falsa, porque nada brotará do coração e sim de um ritual mecânico. Uma espécie de “culto de corpo presente e mente e coração ausentes”. O fato de o ajuntamento solene do povo de Deus acontecer regularmente não significa que será uma repetição sem sentido, pois todo culto é uma novidade. Cada celebração é uma nova oportunidade de encontro, de reflexão, de crescimento, e deve ser vivida como se fosse a última, ou seja, valorizada intensamente. Pobre Herodes... ele podia enganar a muitos, menos a Deus. Os magos foram avisados em sonho para não regressarem a Herodes e um anjo do Senhor disse a José para fugir com o menino e a mãe para o Egito (Mateus 2.12,13). Esse é o nosso Deus, digno de adoração! Ninguém pode parar o seu agir! Um bom exercício espiritual é fazer como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139.23,24). 2. Disposição sincera É curioso observar que muitos dos que adoraram a Jesus nos evangelhos não eram judeus. O primeiro emprego do termo “adoração” no Novo Testamento refere-se aos magos do Oriente. O grande discurso de Jesus sobre adoração foi dirigido à mulher samaritana. Um chefe romano adorou a Jesus pedindo que ressuscitasse a sua filha. Gregos também vieram adorá-lo. Um nobre de Cafarnaum foi outro que o adorou. A explicação joanina é convincente: “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do desejo da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.11-13). É claro que há também exemplos de adoradores do povo de Jesus, mas é interessante que o primeiro mencionado por Mateus foi um leproso (Mateus 8.2). João menciona um cego (João 9.38). Os primeiros a se prostrar foram os que mais reconheciam suas carências e aflições. O texto-base do nosso estudo apresenta o episódio da mulher cananeia. Mateus nos conta que depois de um confronto com os escribas e fariseus, “Jesus seguiu para a região de Tiro e Sidom. Uma mulher cananeia, vindo daquelas redondezas, pôs-se a gritar: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mateus 15.21,22). Diante de um pedido tão veemente, é intrigante que Jesus nada respondeu à mulher, identificada por Marcos como sendo grega, de origem siro-fenícia (Marcos 7.26). Ela persistiu, e continuou seguindo Jesus, insistindo no seu pedido. Os discípulos se aproximaram e rogaram a Jesus que mandasse a mulher embora, porque estava aos gritos atrás deles. Imagino que os discípulos já estivessem irritados com ela. O apelo da cananeia apresentava um argumento que não se aplicava a ela. Sendo grega, ela não tinha o direito de reivindicar o favor de Jesus como Filho de Davi. Alguns comentaristas sugerem que a mulher estava alegando ser filha de Israel, quando não o era, e que possivelmente teria visto Jesus ser assim chamado por outros, atendendo seus pleitos. Logo, ela quis aproveitar uma fórmula que deu certo com outros. É mais fácil ir até Jesus com fórmulas prontas, mas Ele busca pessoas que queiram segui-lo, que queiram caminhar com Ele; isso significa relacionamento. Quem procura por Jesus com um relacionamento inexistente, certamente receberá o silêncio como resposta, mesmo que utilizem fórmulas corretas. Um coração com disposição errada não será respondido. Hebreus 10.22 é uma boa dica: “Aproximemo-nos com coração sincero, com a plena certeza da fé, com o coração purificado da má consciência e tendo o corpo lavado com água limpa”. Adorador que não é sincero merece o silêncio de Jesus. Jesus foi categórico e esclarecedor na sua resposta aos discípulos: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15.24). Ele não estava sendo insensível, sua ação foi para o bem daquela mulher, retirando a sua máscara, levando-a a um nível mais profundo de relacionamento com Deus. No instante em que aquela mulher demonstrou sinceridade em sua adoração, prostrando-se e adorando com disposição correta, Jesus a respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito a ti como queres” (Mateus 15.28). Para pensar e agir Aquele que deseja uma resposta positiva de Jesus precisa ser sincero na adoração. O ensinamento é claro: “Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem no Espírito e em verdade” (João 4.24). A encarnação de Cristo, ou seja, a sua vinda ao mundo tomando a forma humana, nos possibilitou a comunhão imediata com Deus. O Filho, que é a perfeita manifestação de Deus, colocou ao nosso alcance a capacidade de adorá-lo em espírito e em verdade. Vale a pena parar e refletir: qual a real motivação da nossa adoração? Temos sido sinceros? Passamos no teste da exposição à luz? O desejo de Deus, explícito na Palavra, é que sejamos achados fiéis e verdadeiros adoradores. Leituras Diárias Segunda: Salmos 50 e 51 Terça: Salmos 52 e 53 Quarta: Salmos 54 e 55 Quinta: Salmos 56 e 57 Sexta: Salmos 58 e 59 Sábado: Salmos 60 e 61 domingo: Salmos 62 e 63

Candidata a Miss Amazonas, Luciana Souza abandona concurso para evangelizar

Depois de parar na UTI após fazer uma lipoaspiração, a candidata a Miss Amazonas Luciana Souza abandonou o concurso de beleza para de dedicar ao evangelismo. A jovem, de 21 anos, ficou durante 11 dias na UTI, onde foi internada por insuficiência respiratória após passar pela cirurgia plástica. - Foram os dias mais difíceis que já passei em toda a minha vida, mas minha mãe sempre foi muito ligada a Deus e estava me dando toda a força – contou Luciana, que afirma que nos dias em que esteve no hospital chegou a pensar que fosse morrer, mas sua fé auxiliou na cura. - Minha mãe chegou na UTI e eu disse ‘mãe, eu vou morrer’. Na mesma hora, ela falou que eu não ia partir porque Deus tinha um propósito para a minha vida. A partir desse momento, passei a orar todos os dias e o medo de morrer foi embora – afirmou a jovem, em uma entrevista ao G1. Luciana já participou de três cultos, onde contou seu testemunho, e destacou que é preciso “seguir os traços que Deus fez para sua vida”. - Eu acredito que Deus tenha outros planos para mim. Nada do que aconteceu foi simples, mas acho que teve seu propósito. Entendi como um recado de Deus. Era como se ele me falasse que tudo tem uma hora de parar, e que tem planos maiores para a minha vida - Quando a gente recebe um milagre desses é preciso compartilhar a história. Muitos pensam que Deus não escuta nossas orações, mas ele escuta sim. Acho que posso mudar outras vidas com minha história – completou. Apesar do incidente, a jovem afirma não ter se arrependido por ter feito a cirurgia e afirma que se essa foi a forma que Deus encontrou para mostrar que tem um plano maior para sua vida, ela aceitou. Afirmando ter madurecido muito durante sua participação no concurso, a jovem destaca que é muito importante traçar objetivos na vida. - Eu queria dizer para todo mundo que é muito importante ter um sonho. Apoio as meninas que sonham em ser miss. É bom ter um objetivo, mas sempre devemos colocá-los perante a Deus para ver se são os mesmos dele para nós – finalizou Luciana Souza. Por Dan Martins

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Adoração extravagante, 2

Texto Bíblico: Lucas 7.36-38 Introdução A lição de hoje é a continuação da anterior. Releia o texto bíblico que narra o evento-base da reflexão que prosseguiremos. Trazendo à memória o estudo passado, estamos diante de um gesto de adoração bastante incomum, e já analisamos o primeiro aspecto dele: as lágrimas intensamente vertidas pela mulher chamada pecadora. Aprendemos que foram lágrimas de arrependimento e gratidão e firmamos o compromisso de uma vida cristã com essas virtudes. Agora, veremos mais dois aspectos dessa adoração extravagante, sempre na perspectiva de relacionarmos princípios bíblicos para o culto cristão. 2. Um ato de coragem Na opinião das pessoas presentes na casa de Simão, a atitude daquela mulher foi de rebaixamento. Afinal, ela se colocou aos pés de Jesus, em adoração, chorou a ponto de molhar-lhe os pés, e os secou com os cabelos. Para uma mulher judia, o cabelo tinha grande significado. Era a sua “arma de sedução”, cuidado e guardado, por isso quase não era exposto. Naquela época, nenhuma mulher usava o cabelo solto em público. Ela só o soltava dentro de casa e na presença do marido. Aquela mulher rompeu com a opinião pública e, num ato de coragem, usou os próprios cabelos para secar os pés do Mestre. Interessante que Simão logo a chamou de “pecadora”, ao invés de dizer “ela era pecadora”, porque Jesus a libertara dessa condição. É possível que os seus atos tenham dado a Simão a impressão de que talvez ela ainda não estivesse totalmente liberta, que vinha apenas se reprimindo. A incredulidade do anfitrião o fazia julgá-la. Ele teve olhares para a antiga vida da mulher, mas não foi sensível para perceber a sua nova vida, após o contato com Jesus. A coragem dela foi tamanha, que demonstrou maturidade e entendimento de que reputação é simplesmente aquilo que os outros pensam de nós. A essência do que somos é o nosso caráter. Por mais que o seu ato tenha sido alvo de críticas, assim como a aceitação de Jesus, no íntimo, a mulher sabia que Ele em nada comprometeu o seu caráter, muito pelo contrário. Quando expressamos amor a Jesus, adorando-o sinceramente, o nosso caráter é edificado. Aquela mulher arriscou-se, mas não deixou de render a sua adoração a Jesus. Mais do que a preocupação com o que “os outros pensarão de mim”, o cristão precisa se preocupar com “o que Jesus pensará de mim”. Realmente a adoração dessa mulher foi extravangante, um legítimo ato de coragem. Ela usou o melhor, pois o frasco de óleo perfumado valia, pelo menos, o salário de um ano de um trabalhador. Possivelmente era toda a sua riqueza, pois naquela época era comum as pessoas investirem seu dinheiro em ouro e especiarias. Não eram usuais os depósitos bancários como o fazemos hoje. A verdade incontestável é que aquela mulher ofereceu o seu melhor a Jesus. Foi um ato tão corajoso e singular que Jesus disse que “em todo o mundo, onde quer que seja pregado o evangelho, também o que ela fez será contado em sua memória” (Marcos 14.9). É emocionante constatar que a palavra de Jesus não se perdeu com o passar dos anos. Nós, os seus seguidores deste tempo, temos contado este episódio e perpetuado a memória daquela mulher. 3. Amor demonstrado em ação Quando o fariseu viu o ato extravangante de adoração, pensou com ele mesmo que Jesus não era profeta, porque, se o fosse, saberia que aquela mulher era uma pecadora, uma pessoa de conduta reprovada. Mas Jesus, numa demonstração do seu poder, respondeu ao pensamento de Simão, fazendo-lhe uma pergunta, cuja resposta certamente o levou a arrepender-se de ter duvidado da divindade de Jesus. Jesus exaltou as atitudes da criticada mulher que deveriam ser as atitudes de Simão, como anfitrião (Lucas 7.44-47). A mulher tida como repugnante pelo fariseu foi exemplo de amor demonstrado em ação. Simão se achava bom nas palavras, mas Jesus lhe mostrou que era falho nas ações. Enquanto Simão recebeu a repreensão, a mulher recebeu o perdão: “Jesus disse à mulher: os teus pecados estão perdoados (...). A tua fé te salvou; vai em paz” (Lucas 7.48 e 50). Nada do que fizermos poderá se igualar à grandeza do amor de Deus, resumida (e ampliada) na morte de Jesus na cruz, para propiciar o reencontro entre Criador e criatura. Mas Deus espera que o amemos, muito mais que palavras. O culto aceitável é fruto do amor verdadeiro. Jesus disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (João 14.21). E ainda: “Quem não me ama não obedece às minhas palavras” (João 14.24). O amor é provado em ações. A mulher pecadora provou o seu amor em ações, assim como Deus fez: “Mas Deus prova o seu amor para conosco ao ter Cristo morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5.8). O exemplo vem de cima, vem do Deus eterno e perfeito. Ele nos amou e provou, amplamente, o seu amor. Ouvi, certa vez, de um grande pregador, a seguinte ilustração: “Havia na Índia um trem da meia-noite, conhecido como ‘corujão’. Numa dessas viagens da madrugada, adentrou um passageiro falando alto, dando gargalhadas, contando piadas, e as pessoas pediam que falasse mais baixo porque precisavam aproveitar a viagem para descansar. Só que não adiantava; quanto mais as pessoas pediam que fizesse silêncio, mais aquele homem as atormentava. Até que alguém disse: moço, o senhor sabe quem é essa pessoa à sua frente? É Mahatma Gandhi, o libertador da Índia. Diz a ilustração que o homem se espantou e exclamou: é o Dr. Gandhi! Logo abriu a sua bolsa, pegou o seu violino e começou a tocar uma belíssima música. Ao concluir, todos o aplaudiram, menos Gandhi. O homem perguntou: Dr. Gandhi, o senhor não gostou da minha música? Gandhi respondeu: não gostei, porque você não sabe obedecer”. A simples ilustração nos ajuda a entender que sem obediência, sem ação, o amor fica comprometido, pois se resume a discurso, a oratória, a falação. A mulher da narrativa de Lucas poderia entrar na casa de Simão e fazer um impecável discurso de amor a Jesus, mas não seria tão contundente quanto a sua ação silenciosa. O amor, princípio fundamental no culto cristão, deve ir além da letra das músicas e ganhar o sentido real das Escrituras: “o amor seja sem fingimento” (Romanos 12.9). Para pensar e agir Mexe conosco saber que um episódio tão antigo ainda fala tão alto. Isso nos ensina o valor da adoração. Aquela mulher nos ensinou que para adorar a Deus, verdadeiramente, é preciso compromisso de vida. Faz lembrar uma fábula muito interessante: Certa vez, a galinha procurou o porco e propõs que oferecem um delicioso café da manhã na floresta. O porco gostou da ideia e começaram a fazer os prepartivos para o cardápio da efeméride. Foi quando a galinha sugeriu ao porco: já sei o que podemos preparar! Bacon com ovos! Eu dou os ovos e você o bacon. A moral é obvia. A galinha daria algo de si e o porco daria a própria vida. A galinha, após o café, continuaria viva, pondo outros ovos. Já o porco... Cultuar é mais do que envolvimento, é compromisso. Cultuar é celebrar a Deus pela nova vida, pela vida ressuscitada, pelo dom perfeito: “não sou mais eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim. E essa vida que vivo agora no corpo, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.20). Leituras Diárias segunda: Salmos 36 e 37 Terça: Salmos 38 e 39 Quarta: Salmos 40 e 41 Quinta: Salmos 42 e 43 Sexta: Salmos 44 e 45 Sábado: Salmos 46 e 47 domingo: Salmos 48 e 4

sábado, 12 de janeiro de 2013

Adoração extravagante, 1

Texto Bíblico: Lucas 7.36-38 Introdução Estamos diante de um gesto de adoração bastante incomum. Os quatro evangelhos registram o gesto extravagante de Maria ao ungir os pés de Jesus. O fato de cada evangelista ressaltar um aspecto do episódio tem levado estudiosos a pensar que houve dois casos da unção. Eles podem estar certos, embora as duas situações apresentem pontos comuns. Mateus mostra o evento dizendo que ele se deu “estando Jesus em Betânia, casa de Simão, o leproso” (Mateus 26.6). Ressalta, também, que o vaso de alabastro estava “cheio de um bálsamo muito caro” (v.7). Marcos também faz menção da casa de Simão, mas destaca mais a bênção que Jesus dirigiu à mulher. Lucas apresenta um relato mais detalhado. Informa que Simão era fariseu e que a mulher era uma pecadora (Lucas 7.36,39), deixando a entender que era uma prostituta. João informa também que o episódio ocorreu em Betânia, mas ascrecenta que o banquete foi realizado na presença de Jesus e de Lázaro, a quem ressuscitara (João 12.1,2). O nome da mulher é citado – Maria – e o efeito do perfume, destacado: “e a casa se encheu com o perfume do bálsamo” (João 12.3). Somadas as informações dos quatro evangelhos, temos diante de nós uma “história na íntegra”. Cornwall, ao analisar o episódio, assim sintetizou: “um fundamentalista a quem Jesus havia curado de lepra resolveu dar uma festa para celebrar a ressurreição de Lázaro. Era uma espécie de comemoração pela volta dele. O relato dá a entender que Lázaro estaria sentado à cabeceira da mesa, no lugar de honra, enquanto Jesus era apenas um dos convidados” . Os registros bíblicos deixam claro que Jesus não foi alvo de nenhuma das atenções geralmente dirigidas aos convidados. Era comum lavar os pés dos convidados ilustres, ungir a sua cabeça e saudarem com um beijo (que no Oriente corresponde ao nosso aperto de mão). Lucas registra, inclusive, a repreensão de Jesus: “E, voltando para a mulher, disse a Simão: vês esta mulher? Entrei em tua casa, e tu não me deste água para os pés; mas ela os molhou com suas lágrimas e enxugou-os com seus cabelos. Não me cumprimentaste com beijo; ela, porém, não para de beijar-me os pés, desde que entrei. Não colocaste óleo sobre a minha cabeça; mas ela derramou perfume sobre os meus pés” (Lucas 7.44-46). 1. Lágrimas de arrependimento e gratidão a) contexto joanino Considerando o relato do quarto evangelho, ninguém poderia estar mais feliz de ver Lázaro ressuscitado e recebendo os seus amigos do que Maria, sua irmã. A morte do “homem da casa” era um risco enorme para as mulheres. Certamente, o padrão de vida cairia. Seria muito difícil para Maria manter propriedades e valores que partilhava com seu irmão. A injustiça era grande com as viúvas, mas também com as solteiras que dependiam dos seus falecidos irmãos. O retorno de Lázaro à vida e, consequentemente, à família, era muito significativo. Era o retorno da estabilidade no lar de Maria e Marta. b) contexto sinótico Mateus, Marcos e Lucas são chamados evangelhos sinóticos, por terem uma mesma forma de apresentação. E o relato deles evidencia que Jesus estava sendo ignorado pelo anfitrião. O desprezo foi tamanho que a honraria partiu de uma mulher desprezada pela sociedade. A pecadora, com a desenvoltura de uma mulher que conhece os homens no que têm de pior, foi abrindo caminho entre os presentes – alguns certamente lhe opunham resistência – e chegou até onde Jesus se encontrava reclinado à mesa. Aos pés de Jesus, chorou intensamente. As lágrimas da mulher corriam pelos pés de Jesus, molhando-os a ponto de serem lavados. Lágrimas brotavam como uma fonte. Simão se lembrou da antiga vida daquela mulher. Ela também, podendo até estar diante de alguns dos seus antigos clientes, talvez tenha recodado a sua vida pregressa. Certas recordações, em comparação com a mudança operada pela graça redentora de Jesus, tendem a levar às lágrimas. Vale destacar que ela chorou muito, mas chorou diante de Jesus. Não foram lágrimas de remorso, foram lágrimas de gratidão, extravasando emoções de amor. Nós também, motivados por orgulho, rebeldia e iniquidade, nos mantivemos longe do amor do Senhor, até que Deus nos mostrou tais condições, chamando-as de pecado. Pensando na mulher pecadora, suas lágrimas podem ser denominadas, também, de lágrimas de alívio, por ter se arrependido dos seus pecados e desfrutado do perdão de Jesus. Nem sempre um choro será de arrependimento, mas, diante de Jesus, o ideal é que nossas lágrimas demonstrem arrependimento e gratidão. Arrependimento porque sabemos que somos pecadores e gratidão porque a Bíblia nos dá a certeza do perdão, que nos coloca na condição de libertos da condenação (Romanos 8.1). Ver-se como alvo do amor de Deus é algo tão maravilhoso que é difícil conter as lágrimas. Ainda bem que na presença de Jesus não precisamos reprimir as lágrimas, mas podemos extravasá-las, desde que sinceras. Jesus valorizou as lágrimas daquela mulher, pois Deus valoriza as lágrimas dos seus adoradores: “Tu contas minhas aflições; põe minhas lágrimas no teu odre; não estão elas registradas no teu livro?” (Salmo 56.8). Deus tem o poder de ver o choro de tal forma, discernindo-o como demonstração de força, e não de fraqueza. E chorar também não é necessariamente evidência de descontrole emocional. A Bíblia também registra que Jesus chorou e, ainda mais, que tal reação demostrou o seu amor por Lázaro (João 11.35,36). Uma amizade tão especial que as lágrimas foram inevitáveis. Assim como a mulher pecadora chorou prostrada aos pés de Jesus, não se importando com as pessoas que estavam a sua volta, Jesus também chorou diante do túmulo de Lázaro, independentemente do que poderiam dizer. O exemplo de Jesus deve ser seguido por nós. É apreciável ter amigos e demonstrar o valor devotado às amizades. O exemplo da pecadora chorando aos pés de Jesus também deve ser seguido por nós, pois Ele merece toda a nossa demonstração de arrependimento e gratidão. Para pensar e agir A próxima lição será a continuação desta, mas não podemos concluir uma reflexão sem alguns compromissos de aplicação à vida. É essencial, diante da Palavra de Deus, tomar decisões que nos levem a imitar Cristo no dia a dia. O fato de termos alcançado o perdão de Jesus não nos leva, de imediato, para o céu. A vida continua neste mundo. Se estamos estudando esta lição, é porque ainda estamos peregrinando por aqui. Vivemos neste mundo, sujeitos às tentações e continuamos pecadores. O que nos distingue daqueles que ainda não tiveram um encontro com Jesus, reconhecendo-o como Salvador e Senhor, é que não temos mais prazer no pecado. Quando pecamos, logo nos arrependemos, porque nos machuca entristecer a Deus. Uma vez que continuamos pecadores, o arrependimento deve ser nosso companheiro na jornada cristã. É muito difícil lidar com alguém que não se arrepende dos seus erros. De igual forma, é muito difícil a caminhada cristã sem o arrependimento, pois os frutos não aparecerão. Reconhecer nossos pecados e nos arrepender deles é condição essencial para uma adoração verdadeira. Assim como o arrependimento, a gratidão também deve ser companheira inseparável do cristão. Não somos ingratos, pelo contrário, somos agradecidos por tudo o que Jesus fez por nós. “Arrependimento e gratidão” é uma receita básica demonstrada nas lágrimas da mulher pecadora na casa de Simão. Colocando-a em prática, comprovaremos a bênção de uma vida em dia com Jesus. Leituras Diárias Segunda: Salmos 23 e 24 Terça: Salmos 25 e 26 Quarta: Salmos 27 e 28 Quinta: Salmos 29 e 30 Sexta: Salmo 31 e 32 Sábado: Salmos 33 e 34 domingo: Salmo 35

Família IBEC

Aniversário de Posse do Pastor Rangel:
Posse da nova diretoria do ano de 2013:

Malásia: vitórias no campo

Os missionários Jorge Luís e Cristina Nascimento estão na Malásia, nação de maioria muçulmana no Sudeste Asiático, para testemunhar o Evangelho de Cristo no país, e recentemente o casal tem tido vitórias no campo, como eles mesmos relatam. “Pedimos orações, pois havia uma grande chance de sermos interrogados pela Polícia local, uma vez que as leis religiosas aqui são severas. Porém, pela misericórdia do Senhor, nada aconteceu”, diz o missionário Jorge Luís.
“Pedimos orações, pois havia uma grande chance de sermos interrogados pela Polícia local, uma vez que as leis religiosas aqui são severas. Porém, pela misericórdia do Senhor, nada aconteceu”, diz o missionário Jorge Luís.
O casal, que desenvolve o Programa Esportivo Missionário (PEM) no campo, começou um novo projeto com os pais das crianças da escola de futebol onde os missionários trabalham. “Montamos um time de futebol para os pais, e isso tem sido animador, pois nos coloca mais perto das famílias e nos abre portas de relacionamento para proclamar a Verdade”, explica o missionário. Já no início de 2013, a missionária Cristina começará reuniões com as mulheres. “Ela já fez vários contatos e está muito animada”, conta Jorge Luís. “Acreditamos que essas reuniões serão uma grande ponte de relacionamento com o povo local”, acrescenta. Os missionários finalizam pedindo oração pelo ministério na Malásia e também pela saúde deles e dos filhos. “As lutas são diárias, mas as vitórias são constantes. Deus é bom”, conclui. Por Willy Rangel 28 de dezembro de 2012 JMM

Cultuar é necessário

Texto Bíblico: Salmo 100.2 Introdução Tem crescido o número daqueles que defendem que o culto coletivo não é necessário. Eles afirmam que o culto útil a Deus é aquele que se traduz em serviço ao próximo. É uma espécie de culto “indireto”, ou seja, Deus é adorado por intermédio do serviço prestado aos outros. Não há dúvidas de que a prática das boas obras é uma ação da fé cristã que glorifica a Deus, quando nascidas na sinceridade do coração, mas não é razão para apagar da “agenda” do cristão o culto da comunidade de fé. É um erro de interpretação bíblica tal concepção! Uma coisa não pode ser elevada em detrimento da outra. O culto é necessário. Refletiremos sobre quatro justificativas dessa necessidade . 1. O culto é necessário por ter sido instituído por Jesus Cristo Cristo não só instituiu mas também ordenou o culto. Quando a igreja celebra o culto, simplesmente obedece à ordem de Jesus. Culto não é invenção da igreja, mas odediência: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19; 1Coríntios 11.24,25). A igreja se reúne para reviver a memória do sacrifício perfeito, da entrega suficiente, da morte e ressurreição do Salvador. Cultuar é anunciar o sacrifício e a volta de Jesus, envolvidos no memorial da ceia do Senhor (1Coríntios 11.26). Relembrar o sacrifício de Jesus na cruz e o túmulo que ficou vazio faz da nossa adoração uma demonstração de gratidão, que gestos e palavras não dão conta de expressar. Um culto que não começa e termina em Jesus está carente de propósito, podendo até ser transformado numa reunião social. O chamado de Jesus ao culto envolve a comunhão com o Pai e entre os irmãos, ambas possíveis pela mediação dele. Em Jesus, as nossas individualidades e preferências dão lugar à coletividade e ao bem comum. O cristão que pensa que o culto é para ser realizado do seu jeito está muito enganado. Há outros que se comportam como se estivessem sozinhos no templo ou como se Deus apenas olhasse para eles. Pobre raciocínio. Quem não aprende a viver em comunhão evidencia que não ouviu o chamado de Jesus para o culto. 2. O culto é necessário porque é suscitado pelo Espírito Santo Negar a necessidade de culto é contestar a ação do Espírito Santo na vida do salvo (2Coríntios 1.22). É o próprio Espírito que “dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16). O culto é uma celebração de gratidão daqueles que estão sendo preparados por Deus, na garantia do seu Espírito (2Coríntios 5.5). A ação de graças daqueles que foram alcançados pelos milagres de Cristo, conforme registram os evangelhos, são notáveis exemplos da necessidade de culto suscitada pelo Espírito Santo: o paralítico, curado, voltou para a sua casa gloricando a Deus (Lucas 5.25); a mulher enferma, curado por Jesus num sábado, se endireita e dá glória a Deus (Lucas 13.13); o leproso, que diferentemente dos outros nove, compreendeu o significado da sua cura, retonou “glorificando a Deus em alta voz” (Lucas 17.15); o cego de Jericó, curado, decide seguir a Jesus, dando louvores a Deus (Lucas 18.43). Não só aqueles que foram alvos das ações miraculosas de Jesus foram movidos a render graças, mas todos que alcançaram a salvação em Cristo. A própria confissão de que Jesus é o Senhor é pelo Espírito Santo (1Coríntios 12.3). Cultuando a Deus, rendemos graças pelo seu perdão, que nos restituiu a capacidade de adorar, perdida por causa do pecado. Aquele que tem a presença do Espírito Santo de Deus na vida é movido a cultuar. 3. O culto é necessário porque é um dos meios de efetivação da história da salvação O fato de Jesus ter morrido de uma vez por todas pela salvação do mundo não significa que toda a humanidade está salva automaticamente. Para que o ser humano seja salvo é necessário arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador. É assim que tem prosseguimento a história da salvação. O Espírito Santo nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8), passamos a fazer parte do corpo de Cristo – a igreja – e nele somos mantidos. No culto, celebramos a Palavra da salvação, relendo a narrativa bíblica. O ser humano, criado por Deus à sua imagem e semelhança, pecou e foi separado de sua glória (Romanos 3.23). A recompensa do pecado é a morte (Romanos 6.23). Deus mesmo providenciou o meio de reconciliação e o fez conhecido na sua encarnação (João 1.14). Em Jesus, todos têm acesso a Deus. Esse caminho de retorno é celebrado no culto cristão e efetivado por obra do Espírito Santo na vida do pecador que se arrepende. Portanto, afirmar que o culto não é necessário ao salvo equivale a desprezar a fonte da graça e a esquecer as palavras de Jesus. 4. O culto é necessário porque o reino de Deus ainda não se manifestou em todo o seu poder A igreja terrena é militante. Somente no céu a igreja será triunfante. Quando estivermos no céu, não precisaremos congregar nos templos, pois o santuário será o próprio Senhor Deus, o Todo-Poderoso, e o Cordeiro (Apocalipse 21.22). Enquanto na terra, é necessário o ajuntamento do povo de Deus para o culto. O reino de Deus já está presente entre nós, mas não em sua plenitude. Os que se comportam como se tudo na terra já fosse o reino de Deus erram por não considerar a dimensão escatológica da igreja no mundo. Noutras palavras, este mundo passará e a igreja, santa e purificada, continuará viva na eternidade de Deus. O culto celebra a esperança da volta de Jesus, reafirmando, de contínuo, que não estamos sozinhos na caminhada, mesmo que enfrentemos lutas e privações, tão naturais à realidade humana. No céu, não precisaremos nos ajuntar para o culto, porque sempre estaremos juntos e em culto diante do Cordeiro de Deus, gloricados por Ele, definitivamente livres da presença do pecado. Para pensar e agir Cultuar é necessário, mas não como quem “bate cartão” por obrigação numa empresa, mas com voluntária alegria (Salmo 100.2). Li uma história narrada por um pastor, como verídica, que dizia o seguinte: “ao final do ano, um irmão (daqueles “cheios de cargos”) disse ao pastor que não assumiria nenhum cargo ou ministério para o ano seguinte, pois queria um tempo de “descanso, sombra e água fresca” (aspiração de quem está prestes a se aposentar, mas de “impossível” aplicação na igreja de Cristo). Mesmo orientado pelo pastor, o irmão manteve-se irredutível em sua decisão. Poucos dias após, exatemente no dia 31 de dezembro, o dito irmão faleceu (como qualquer mortal), mas o pastor observou alguns fatos curiosos: o irmão descansou exatamente no último dia dos “compromissos assumidos”; seu sepultamento deu-se à sombra de uma frondosa amendoeira, e, como só acontece em casos especiais, num calor de 40 graus, ao término do sepultamento, caiu uma pesada chuva (daquelas que, nem correndo, dá tempo de não se molhar) e regou abundantemente a sepultura. Curioso, – deduziu o pastor – o irmão teve seu pedido atendido integralmente: descansou, foi sepultado à sombra de uma frondosa amendoeira e recebeu água fresca em abundância”. Não percamos tempo, abrindo mão de participar do culto coletivo por motivos infundados. Valorizemos as oportunidades, priorizemos as celebrações. Cultuar é necessário. Façamos a nossa parte. Leituras Diárias Segunda: Salmos 11, 12 e 13 Terça: Salmos 14 e 15 Quarta: Salmos 16 e 17 Quinta: Salmo 18 Sexta: Salmo 19 Sábado: Salmos 20 e 21 Domingo: Salmo 2

O que é culto

Texto Bíblico: Romanos 12.1 Introdução Pela graça de Deus, estamos iniciando uma abençoadora caminhada, refletindo sobre princípios para o culto cristão. Um passo necessário é definir o que entendemos por culto. Há diversas definições de culto, que competentes estudiosos registraram. Selecionamos uma, de Nelson Kirst, que diz que “culto é o encontro da comunidade com Deus e liturgia é o conjunto de elementos e formas através dos quais se realiza esse encontro” . Essa definição nos ajuda a compreender algo muito importante: culto é a essência e liturgia, a forma, os elementos. Embora as formas de culto possam ser variadas, a sua essência deve permanecer inalterada. O culto de anos atrás, quando as igrejas tinham menos recursos – algumas utilizavam lamparinas, inclusive – é o mesmo de hoje, com vários instrumentos, boletim, multimídia etc. O que mudou de lá para cá? Os recursos, as formas, ou seja, a liturgia, mas não a essência que caracteriza um verdadeiro culto cristão. Se essa essência foi mudada, alguma coisa está errada. Será preciso rever o valor do culto e a importância dos seus elementos. O que não é culto Lamentavelmente, não basta definir o que é culto, também se faz necessário dizer o que não é culto. Denise Frederico afirmou que “o culto cristão não é um show, como se vê na televisão, com um apresentador famoso lá na frente, tentando ganhar pontos no Ibope para a sua emissora. Não é uma performance, com atrações variadas, apresentações pessoais e coletivas para abrilhantar e fazer a plateia sair satisfeita por ter usado bem seu tempo e seu dinheiro” . A pluralidade deste tempo tem dominado as mentes. As pessoas estão sendo “engolidas” pela febre do imediato, do descartável e do clientelismo. Essa visão de mercado, se não houver cuidado, acaba chegando aos membros da igreja. São aquelas pessoas que se acham no direito de serem clientes dos cultos das suas igrejas, para usufruir bons produtos “sacros”. O pior de tudo acontece quando a liderança acredita e transforma o culto em show. Esquece-se de que se deve agradar ao Senhor e passa-se a agradar aos “clientes”. Aí acaba valendo tudo e, por conseguinte, “não tem nada a ver”. Que desastre! Culto é sacrifício vivo O apóstolo Paulo exortou os romanos – e a nós, também – a se apresentarem integralmente a Deus, “como sacrifício vivo, santo e agradável” (Romanos 12.1). Esse é o culto espiritual! Aqui, vale a pena destacar duas nuances do culto: a individual e a coletiva. Ao longo dos estudos, faremos destaques desses dois aspectos. Prestamos culto a Deus na individualidade. O culto pessoal não tem intervalos, é contínuo, dura a vida toda. Como servos do Senhor, todos os nossos pensamentos e atitudes se constituem em culto, ou seja, devem glorificar a Deus. É colocar o nosso corpo, a nossa vida, por inteiro, à disposição de Deus. É um oferecimento ininterrupto. É como diz o hino 543 do Hinário Para o Culto Cristão: “em palavras, ações e atitudes refletirei sua luz”. Refletindo Cristo, cultuamos a Deus, exaltando a sua pessoa e testemunhando os seus feitos poderosos e inigualáveis. Prestamos culto a Deus na coletividade. Somos família de Deus, integramos o corpo de Cristo. A dimensão do culto é tanto individual quanto coletiva. A Bíblia é clara ao recomendar: “não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25). Deus sempre externou o seu desejo de ver o povo reunido para cultuá-lo: “deixa o meu povo ir para que me cultue” (Êxodo 7.16). O culto litúrgico sempre reúne pessoas. A própria palavra liturgia significa “ação do povo”. É uma resposta coletiva ao amor de Deus, que nos faz próximos em Cristo Jesus. O domingo é um dia muito esperado por nós, pois nele a comunidade de fé, a família espiritual se ajunta para adorar a Deus. Não devemos vir para o culto coletivo com o rosto fechado, com o semblante caído, como quem é forçado a fazer algo indesejável. Não! A vinda para o ajuntamento solene é motivo de festa, de regozijo espiritual, pois é o próprio Deus, o Rei dos reis, o Criador, quem nos convida. Servir a Deus e pertencer à sua família é um privilégio que deve ser valorizado ao extremo. Pra que serve a liturgia “A liturgia serve para moldar o culto cristão, ou seja, ‘desenhar’ o culto”. Dela fazem parte todos os elementos que são usados para se ordenar o culto. Denise Frederico diz que “fazer liturgia é como projetar uma casa” e sugere imaginar-se como um arquiteto que vá desempenhar um projeto para um cliente. Uma das necessidades primeiras é conhecer bem o cliente. Se a condição financeira for boa, o arquiteto poderá até projetar uma casa grande, mas, se não for, será colocado no papel o mínimo essencial. Logo, assim como no processo de construção de uma casa, na construção de uma liturgia há coisas que poderão ser descartadas e outras não. Na igreja, no início, não havia uma forma de culto, mas os cristãos foram criando formas próprias de culto, ao mesmo tempo em que frequentavam o templo. A Bíblia era o único livro litúrgico utilizado (parte do Antigo Testamento e, mais tarde, o Novo Testamento). Entre os primeiros cristãos não havia regras litúrgicas precisas. Apenas era mantida uma tradição comum. A busca da liturgia nas páginas do Novo Testamento será pouco produtiva, pois a igreja primitiva não sacralizou uma liturgia. Entretanto, nas páginas do Novo Testamento, observa-se que a ênfase no culto não está nos feitos dos homens, mas nos feitos de Deus. Esse assunto não agrada muito, pois, como característica humana, as pessoas querem ser invocadas e aplaudidas. O culto não é para isso. Nele são enfatizados os feitos de Deus. Resumindo, liturgia é o somatório de todos os elementos que constituem a ordem do culto cristão. Para pensar e agir Cultuar a Deus é privilégio e compromisso do cristão. Quando cultuamos, reconhecemos quem Deus é e quem somos. Uma tendência daninha tem sido difundida por alguns, ensinando o erro de se exigir de Deus o atendimento das vontades humanas. É justamente o contrário. Deus é o Senhor e nós nos adequamos à sua vontade. Ele manda, nós obedecemos. Cultos que não celebram a Deus e os seus feitos devem ser repensados. É possível idolatria numa celebração evangélica, basta tirar o foco de Deus. Às vezes, pensamos que idolatria só acontece diante de uma imagem, mas a questão é muito ampla. Quando os feitos humanos roubam a cena dos feitos de Cristo, a celebração é idólatra. Por isso, a recomendação paulina deve estar sempre viva em nossas mentes, pois culto é “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”. É para Ele e por Ele que cultuamos. Não gastemos tempo com questões secundárias, mas aproveitemos bem cada oportunidade de celebrar a Deus, com vida santificada e agradecida pela bênção da salvação. Leituras Diárias Segunda: Salmos 1 e 2 Terça: Salmos 3 e 4 Quarta: Salmos 5 e 6 Quinta: Salmo 7 Sexta: Salmo 8 Sábado: Salmo 9 Domingo: Salmo 10

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