terça-feira, 26 de junho de 2012

Atenção

NEEMIAS – UM SERVO DISPONÍVEL PARA DEUS

“Oh, como é doce trabalhar o dia todo para Deus e então deitar de noite debaixo de seu sorriso!” (R. Murray M’Cheyne) Introdução A História de Neemias fascina qualquer pessoa interessada em fazer a obra de Deus. Espiritualidade e Liderança são os assuntos principais do livro da Bíblia que tem o seu nome. Em nosso estudo, descobriremos pelo menos três fases da vida dele. 1ª - O copeiro (1.1 a 2.10); 2ª - O construtor (2.11 ao fim do cap. 6); e 3ª - O governador (7.1 até o fim do livro). O livro de Neemias registra detalhadamente os fatos acerca da reconstrução dos muros de Jerusalém, além das reformas realizadas entre o povo. Revela muitos personagens que estiveram ao seu lado e alguns opositores da obra. É uma história especial, inspiradora e motivadora. Algumas informações são muito importantes para um entendimento parcial da história visando a uma boa sequência em nossos estudos. Se você ainda não leu o resumo histórico que está na pág. XX, sugerimos que o leia, antes de prosseguir com o estudo. Neemias (consolo do Senhor) – Não há registro do tempo total de vida de Neemias nem da forma como morreu. Ele era filho de Hacalias, irmão de Hanani, trabalhou para o rei da Pérsia Artaxerxes I (465-424 a.C.) na corte em Susã, ocupando o cargo de copeiro do rei (1.1,11). Ele não era apenas um trabalhador da cozinha: ocupava um cargo de confiança: era um alto funcionário da corte. Uma de suas mais importantes responsabilidades era provar o vinho e os alimentos que seriam ingeridos pelo rei. Neemias era a garantia de que o rei jamais seria envenenado e, consequentemente, o Império, abalado. Segundo o escritor evangélico norte-americano Charles Swindoll, “Alguns historiadores da antiguidade supõem que o copeiro, com exceção da esposa do rei, era a única pessoa em posição de influenciar o monarca”. A Importância dos muros – As cidades precisavam ser cercadas para se protegerem dos inimigos. Uma cidade sem muros estaria sempre vulnerável. Reedificar os muros era a recuperação da capacidade da cidade em proteger a população, abrigar as caravanas de mercadores e, como consequência, atrair o prestígio político e econômico para Jerusalém. Uma visão geral de Neemias Neemias foi grande líder, cujo exemplo de vida vem ao longo dos séculos influenciando muitas pessoas. Ele nos inspira a enfrentar com sabedoria e espiritualidade as batalhas do dia a dia. Sua capacidade de avaliar o passado, viver o presente e sonhar com um futuro se constitui num verdadeiro manual para todo aquele que deseja ser bem-sucedido diante dos desafios da vida. Em todo o tempo Deus está à procura de pessoas como Neemias, para serem usadas na realização de sua obra. Das sete realidades apresentadas por Henry T. Blackaby e Claude V. King no livro “Conhecendo Deus e fazendo a sua vontade” é interessante em nosso estudo destacar a 1ª, 2ª, 3ª e a 6ª. 1ª) Deus está agindo constantemente ao seu redor; 2ª) Deus busca um relacionamento de amor contínuo com você que seja real e pessoal; 3ª) Deus convida você a envolver-se com ele em sua obra; 6ª) É preciso fazer ajustes profundos na vida para juntar-se a Deus naquilo que ele está fazendo. Deus estava agindo ao redor de Neemias. O Senhor tinha algo revolucionário para fazer na vida das pessoas que habitavam em Jerusalém. Precisava contar com um servo comprometido, que o conhecesse na intimidade. O chamado de Deus nunca será por acaso. Na agenda de Deus não existem coincidências. Tudo tem um propósito e “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que o amam” (Rm 8.28). Infelizmente, em nossos dias, muitas pessoas querem ser usadas por Deus sem ser antes moldadas por ele. Pessoas que muitas vezes estão perto da igreja, mas longe de Deus. Um olhar mais detalhado no homem de Deus chamado Neemias revelará algumas qualidades necessárias aos que desejam ser usados por Deus para reedificar aquilo que está em ruínas. 1. Espiritualidade (1.4; 2.8; 2.20) Neemias era uma pessoa dependente de Deus. Um homem de oração, que só tomava decisões após consultar o Senhor. Ele conhecia o caráter de Deus (1.8), confiava no poder dele (4.20) e tinha consciência de que o seu sucesso dependia de Deus (8.10). Para estar a serviço de Deus será indispensável a virtude da espiritualidade. Sem ela faremos muitas coisas de valor para os homens, mas nada de valor para Deus. O missionário e missiólogo brasileiro Ronaldo Lidório afirmou: “Jesus conhece o secreto da sua vida. É certo que ele não se impressiona com as grandes construções que você levantou, as realizações aclamadas por multidões ou as teses defendidas debaixo dos holofotes. O carpinteiro olha direto para o seu coração e vasculha a sua alma. E é justamente nesse campo que você será encontrado fiel, ou não”. 2. Empatia (1.4; 1.6; 2.17; 4.21) Neemias sentiu a dor daqueles que estavam sofrendo em Jerusalém. Pessoas que ele não conhecia pessoalmente, mas que precisavam de alguém que trabalhasse em favor delas. A empatia é uma virtude que leva a pessoa a sentir o que o outro está sentindo. Neemias demonstrou empatia ao lamentar e chorar pela situação das pessoas que estavam sendo humilhadas em Jerusalém. A obra de Deus precisa de pessoas empáticas. Gente capaz de sentir a dor do outro. O envolvimento na obra de Deus depende da capacidade do crente em perceber as necessidades que precisam ser atendidas. Muitas famílias estão em crise. Os missionários precisam de auxílio. Os ministérios precisam de líderes. Há muitas visitas por fazer. Almas estão perecendo sem Cristo. Em cada situação há muita dor. Somente os cristãos empáticos dirão: “Eis-me aqui, envia-me (Is 6.8). 3. Visão (2.5; 2.20; 6.3) Segundo George Barna, “visão é uma nítida imagem mental de um futuro desejável concedida por Deus aos seus servos escolhidos, baseada numa compreensão correta de Deus, do ego e das circunstâncias”. John Richardson definiu as pessoas em três espécies: “Aquelas que deixam acontecer, aquelas que fazem acontecer e aquelas que se espantam com o que aconteceu”. Neemias fazia parte do grupo de pessoas que fazem acontecer. Em meio ao caos, ele conseguiu visualizar a cidade restaurada. Ele sabia que a mão do Senhor estava com ele e por isso a vitória seria apenas uma questão de trabalho, tempo e submissão à vontade de Deus (6.3). Por ser um homem visionário, Neemias tornou-se o maior defensor da restauração dos muros de Jerusalém. Por intermédio de sua motivação, empenho e visão, a realidade dos habitantes de Jerusalém mudaria para sempre. Nossas igrejas precisam de homens e mulheres de visão. Pessoas que consigam ver o que poucos conseguem ver. Pessoas ousadas que sabem por experiência própria que “a alegria do Senhor é a nossa força” (8.10). Precisamos orar todos os dias conforme cantamos: “Abre meus olhos, dá-me visão, Senhor” (546 HCC). Conclusão Precisamos de mais servos de Deus como Neemias. Pessoas disponíveis que evidenciem virtudes como espiritualidade, empatia e visão. Deus só comunicará seus planos aos servos que se preocuparem em nutrir uma espiritualidade saudável e obedecer a ele em qualquer circunstância. Precisamos abrir os nossos olhos porque visão ministerial sem espiritualidade não vem de Deus. PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1) Qual o resultado prático da falta de espiritualidade no desenvolvimento da igreja? 2) Por que é tão difícil em nossos dias sentirmos a dor do outro? 3) Que tipo de pessoa temos sido: “As que deixam acontecer, as que fazem acontecer ou aquelas que se espantam com o que aconteceu”? LEITURA DIÁRIA segunda – Filipenses 3.13,14 terça – 2Timóteo 2.15 quarta – 2Coríntios 4.8-11 quinta – Gálatas 5 sexta – Gálatas 6.1-10 sábado – Hebreus 12.1 domingo – Colossenses 1.24

O FUTURO DA FAMÍLIA

Texto bíblico: Salmo 78.1-72 Texto áureo: Salmo 78.5,6 Qual será o futuro da família? Diante de tantas crises do mundo moderno, analisadas ao longo destes estudos, parece que este futuro é desalentador. Os que somos pais pensamos logo em nossos filhos. Que tipo de sociedade eles vão herdar desta geração? Valerá a pena viver num mundo tão hostil? Por que Deus não abrevia estes dias, poupando seus servos da perversidade deste mundo corrupto? Com certeza, Deus está atento ao que acontece em nossos dias e não se olvida nos seus propósitos. Jesus diz que, nos tempos do fim, por causa dos escolhidos, os dias serão abreviados (Mt 24.22). Como a igreja reagirá para proteger a família cristã? De que forma as famílias podem se precaver para enfrentar e ser vencedoras deste mundo? Vamos verificar estes desafios da família cristã moderna e buscar um crescimento espiritual condigno. Perfil da família do futuro As mudanças sociais implementadas nos últimos anos apontam para novas realidades da família do futuro. Com certeza a família de amanhã não será mais a mesma. Ela evidenciará novos jeitos de ser e novos formatos, que são fruto destes tempos apressados em que vivemos. a) Na família do futuro o tempo de convivência será cada vez mais curto - Seguindo-se esta tendência encontrada hoje nas famílias, em que a correria e a superficialidade são marcas muito fortes, vislumbramos uma vida familiar futura em que não haverá muito mais tempo para a convivência. Cada membro da família terá sido de tal forma absorvido pelo mundo presente com seus envolvimentos e suas cobranças, e privilegiará de tal maneira estas investidas de fora, que sobrará pouco tempo para convivência com os demais integrantes da família. b) Na família do futuro o número de filhos será cada vez menor - Por conta da pressa do mundo atual e futuro, e, em função de um certo egoísmo que se instalou numa sociedade que perdeu o referencial da paternidade e da maternidade, "filho" passou a ser sinônimo de trabalho, atrapalho, prejuízo, "dor de cabeça". Assim sendo, as famílias optarão por ter apenas um filho e, em muitos casos, nenhum, pois estarão voltadas mais para o casal, sua relação, seu trabalho, seu prazer. Esta visão errônea do que representa um filho na vida de um casal será mais um elemento diabólico a fomentar relacionamentos superficiais e descartáveis, provocando separações e uma sociedade estéril de valores e princípios cristãos. Obviamente, quem abrir mão de filhos, por conta dos possíveis desgastes pessoais que eles possam trazer, também está abrindo mão de uma das maiores bênçãos concedidas ao ser humano por Deus, que é a de acalentar no filho o sonho da esperança e da continuidade. c) Na família do futuro a espiritualidade será servida a conta-gotas - Se já está difícil a vivência da espiritualidade no lar hoje, em função de todas as pressões internas e externas que provocam o seu afastamento, na família do futuro tal dificuldade será sobremodo elevada. Como os efeitos da prática da espiritualidade não são tangíveis, como o mundo materialista e consumista quer suas atuações, a prática de uma vida piedosa no lar vai sendo esquecida, adiada sine die, e quando menos se percebe, está totalmente abolida da vida cotidiana. Menos culto doméstico, menos leitura bíblica, menos oração, menos amor e menos comunhão. Os membros da família do futuro não encontrarão tempo para a espiritualidade e utilizarão do recurso da aplicação tópica de gotas de espiritualidade para apenas sobreviver. Vencendo o mundo com as armas da fé Poderíamos falar sobre muitas outras tendências que, infelizmente, demarcam a família do futuro; mas a grande questão que se nos apresenta é: será que tem de ser assim? Estamos fadados a experimentar o fracasso da família? É claro que podemos reagir. Quando analisamos a família nestes estudos, procuramos mostrar uma tendência perceptível na sociedade secularizada, que de maneira mais atuante do que desejaríamos afeta a família cristã, mas que não precisa ser assimilada de forma passiva, sem qualquer esboço de reação. Embora a família, no contexto que chamamos de mundano, tenderá, cada vez mais, a se afastar do propósito original do Criador; o povo de Deus deve reagir vivendo um padrão familiar digno, honesto, puro; com respeito, amor, carinho e compreensão; e dar a resposta que o mundo precisa ouvir: é possível a família! Este é um empreendimento divino que permanecerá. Que respostas da fé podemos dar a todas as investidas de Satanás para destruir a família? a) Crendo que o Senhor é quem dá sustentação à família - Como disse Salomão: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" (Sl 127.1). A família deve ter cuidado com as armadilhas destes dias em que vivemos, que procuram lhe roubar o tempo da espiritualidade, da comunhão, da piedade cristã e da devoção. Reagir contra estas tendências é criar possibilidade de deixar um legado de fé para as gerações vindouras e é isto que Deus espera de nós (Sl 78.5-7). A dependência de Deus deve ser buscada continuamente, e isso se dá de forma prática no cotidiano da vida. b) Reconhecendo que filhos são bênçãos de Deus - O crente precisa ter a visão de que filhos são bênçãos e não maldição. Lamentavelmente, pela forma com que muitos pais se relacionam com seus filhos, percebe-se uma grande insatisfação no cumprimento deste papel social. Percebe-se que está sendo pesado, desgastante, difícil de suportar. Se isto estiver ocorrendo com você, busque forças em Deus e supere. Marido e mulher devem ser parceiros na criação de filhos. Ambos devem se apoiar mutuamente para que haja harmonia. Lembre-se do que a Palavra de Deus diz: "Os filhos são herança do Senhor" (Sl 127.3). c) Vivendo uma vida de temor a Deus - Nossa sociedade perdeu o sentido da vida e o seu valor. Com isto, perdeu certos medos. Perdeu o respeito às instituições, perdeu a dignidade. Perdeu até o medo da morte. Vive-se como se pode e arrasta-se por esta vida como dá. Para muitos, Deus já foi descartado há tempos. Mas para nós, cristãos, o valor da vida segue o padrão do valor que damos a Deus. Daí a necessidade que temos de viver como pessoas "tementes a Deus", ou seja, pessoas que põem no Senhor a sua confiança, que o amam e têm como objetivo de vida agradar a Ele, honrá-lo em todos os seus procedimentos. Neste padrão de vida, somos abençoados. E esta é outra arma poderosa para vencer este mundo presente: o temor do Senhor, como nos diz o Salmo 128: "Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos”. Aplicações para a vida Depois destes estudos intensos sobre a família, peçamos a Deus que, objetivamente, nos ajude a trabalhar para o fortalecimento de nossas famílias. De modo prático, o que podemos fazer para a melhoria da qualidade de vida familiar? Vejamos: 1ª) Esteja mais presente em casa, com seu cônjuge e seus filhos - Invista tempo naquilo que de melhor você tem, que é a sua família. Talvez, por conta deste mundo frenético em que vivemos, você tenha se descuidado da atenção que deve devotar para os seus. Dê um tempo em sua correria e pare mais em casa, para ter momentos especiais com os seus familiares. 2ª) Dê mais carinho ao seu cônjuge e a seus filhos - Qual foi a última vez que você deu um beijo espontâneo, gratuito, em seu cônjuge, pais ou filhos? Se suas demonstrações de afeto e carinho estão muito escassas e estéreis, reative seus sentimentos e multiplique incontavelmente essas demonstrações para que todos os seus se sintam amados. 3ª) Leia mais a Bíblia com seu cônjuge e seus filhos - Se você não consegue fazer um programa sistemático de leitura bíblica, seja esporádico, mas sempre que lembrar e estiver com todos em casa, tome da Bíblia e convoque todos para uma leitura e reflexão. Mostre o valor da Palavra para os seus. Vença todos os inimigos que afastam a leitura bíblica de seu lar. 4ª) Ore mais com seu cônjuge, por ele e seus filhos - Submeta sempre sua família aos pés da cruz. Seja um intercessor constante por sua família. Além disso, ore com todos e por todos. Ore, também, com cada um. Na sala, no quarto, ao dormir, ao fazer uma refeição. Ore sempre, mesmo que inusitadamente. Mostre para os seus familiares que a fé é sua força para vencer este mundo (1Jo 5.4,5). LEITURAS DIÁRIAS segunda - Mateus 24.15-28 terça - Salmo 127.1-5 quarta - Salmo 128.1-6 quinta - Salmo 78.1-33 sexta - Salmo 78.34-55 sábado - Salmo 78.56-72 domingo - Efésios 3.14-21

sexta-feira, 22 de junho de 2012

OPORTUNIDADES PARA A FAMÍLIA NO MUNDO DE HOJE

Texto bíblico: Romanos 12.1-21 Texto áureo: Romanos 12.11 Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, "nascer na cidade ou no campo, crescer com alguma deficiência, ser menino ou menina, ser branco ou indígena, viver no Sul ou no Nordeste; todos esses fatores ainda determinam no Brasil o acesso de crianças e jovens a serviços de saúde e de educação" (O Globo, Caderno Razão Social, julho 2003 - p.6). Isto significa que nem todos os brasileiros terão as mesmas oportunidades na vida; que estas oportunidades estão condicionadas por uma série de fatores, que se tornarão, ao longo da caminhada, impeditivos de progresso e desenvolvimento para muitos. Os dados do Censo Demográfico de 2000, apresentados pelo IBGE, nos dão conta de que 27,4 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem em domicílios com renda familiar per capita de até 1/2 salário mínimo. Esta é outra evidência de que as limitações socioeconômicas podem frear as esperanças de muitos, que serão cerceados em seus sonhos por conta de evasão escolar, trabalho precoce, falta de renda mínima, subnutrição, falta de acesso aos bens culturais, entre outros fatores. Mas, e a família cristã? Como ela pode agir e reagir diante deste contexto? Ela também sofre destes males? Existe algum diferencial que coloque a família cristã em situação mais privilegiada? Com certeza a família cristã desfruta de privilégios diferenciadores, que a podem tornar mais do que vencedora e representar esperança para este mundo perdido. Vamos estudar as oportunidades que a família cristã tem e que ela não pode deixar escapar. A família cristã pode marcar diferença Embora o evangelho no Brasil tenha se desenvolvido muito nas últimas décadas e, com o crescimento, a população evangélica tenha invadido os extratos mais altos da sociedade, isto não pode nos fazer esquecer que milhões de nossos irmãos ainda continuam nas classes "D" e "E" e, como tais, ainda sofrem os percalços de muitas necessidades. A família cristã pode marcar diferença para os "irmãos de fé", colocando em prática a recomendação de Paulo: "Façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gl 6.10). Porém pode e deve marcar diferença para esta sociedade "corrupta e perversa" em que estamos inseridos (Fp 2.15). Esta diferença engloba várias circunstâncias de que não podemos estar esquecidos. Se no passado o crente alimentou certos estereótipos, que lamentamos, hoje precisamos ser responsáveis na construção de uma vida cristã autêntica. Nós mesmos somos os culpados por termos "vendido" a imagem que temos para os de fora. Ou quem será que ensinou aos incrédulos que crente era assim, não fazia isto, não participava daquilo, etc.? Fomos nós mesmos! Mas, se temos de lutar para abolir certos estereótipos desalentadores, por outro lado, há compromissos dos quais não podemos abrir mão. Melhor seria que o crente fosse identificado pelo que ele faz e não pelo que ele não faz. Não fumar, não beber, não ir a festas rave, punk ou funk, pode ser importante do ponto de vista espiritual e de testemunho, mas não representa verdadeiramente a vida cristã, pois há muitos não crentes que são melhores do que nós nisto. É preciso marcar diferença pela qualidade de vida: amorosa, dedicada, fiel, piedosa, conselheira, amiga, justa, transparente, ordeira. Os valores positivos que pudermos mostrar serão nossa bandeira neste mundo caótico. A família cristã pode influenciar os vizinhos Esta vivência da espiritualidade sadia começa em casa e continua entre os vizinhos. Aqueles que convivem mais de perto conosco são as principais testemunhas do que somos. Já se tem dito que a casa é o melhor lugar para se conhecer uma pessoa, tal como ela é. Em casa tiramos as máscaras; somos o que somos. Nossos filhos são testemunhas oculares de nossos destemperos, omissões, sentimentos e emoções. A família cristã precisa desenvolver uma qualidade de vida tal que a vizinhança tenha prazer em nos ter ali por perto. Sabe aquele vizinho inconveniente, perturbador, que todos almejam que ele consiga outro emprego, seja transferido, essas coisas, para mudar da rua? Pois é, este vizinho nunca pode ser um crente. Se existe um crente que se enquadre nesta categoria ele está depondo contra o evangelho da graça de Cristo e está sendo motivo de impedimento à salvação de vidas. Temos de transformar o mundo e não tomar a forma do mundo (Rm 12.1,2). Costumamos perguntar aos crentes de nossas igrejas quantas vidas eles já levaram para Deus. Com alegria vemos que muitos têm assumido este compromisso da evangelização e têm encaminhado pessoas para os céus. Mas, e se perguntássemos o contrário: quantas vidas deixaram de se aproximar de Deus por sua causa? Quantos estão ainda perdidos no mundo por sua culpa? Às vezes isso ocorre por causa da nossa omissão na pregação do evangelho; mas, muitas vezes, por conta de nosso mau testemunho. Lembremo-nos da advertência de Jesus: "Ai do mundo, por causa dos tropeços! Pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier! (Mt 18.7). O apóstolo Paulo recomenda a tolerância com os fracos na fé, mas orienta no sentido de que não venhamos a "pôr tropeço ou escândalo" ao nosso irmão (Rm 14.13). A família cristã pode ser instrumento da paz No mundo em que vivemos, de tantas agressões gratuitas, destemperos verbais, truculências e ódio, as famílias cristãs podem e devem ser identificadas como portadoras da paz de Deus. Jesus disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou" (Jo 14.27). Temos a paz de Cristo. Ele no-la deu. Saibamos vivê-la e espalhá-la por onde quer que andemos. Esta paz de Cristo é inigualável, insuperável. É algo de dentro para fora; é algo do coração. As circunstâncias podem estar difíceis, mas se temos a Deus, tudo vai bem. Com ela, alcançamos as condições necessárias para superar os embates da vida. Como receptáculo desta paz, a família cristã precisa estar disposta a contribuir para a melhoria da qualidade de vida do mundo. O que é o reino de Deus? Muita gente se pergunta e filosofa! Mas é simples. Tão simples como três palavras: justiça, paz e alegria. Tudo no Espírito (Rm 14.17). O mundo verá o reino de Deus neste mundo quando puder vislumbrar esta paz em nós, mesmo em meio às dificuldades da vida. A Bíblia afirma que o nosso Deus não é Deus de confusão, mas de paz (1Co 14.33). Assim sendo, o nosso compromisso é seguir, viver, espalhar esta paz (Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14). Façamos a nossa parte na pacificação do mundo. Vivamos em paz e façamos nossa casa, nossa rua, nosso bairro e nossa cidade bem melhores, porque nós existimos e estamos lá para marcar esta diferença em Cristo Jesus, a nossa paz (Ef 2.14). Aplicações para a vida Muitas oportunidades se apresentam para a família cristã nos dias de hoje. Cada uma deve aproveitar ao máximo as que lhe são possíveis e desenvolver aquelas em que estão falhando para que a presença do cristianismo no mundo, por meio de nossas vidas e famílias, seja cada vez mais significativa neste mundo desesperançado. Vamos avaliar mais algumas dessas oportunidades, lembrando que todas elas, as já vistas e as que veremos nesta conclusão, precisam ser postas em prática já. 1ª) A família cristã pode ser o sustentáculo de um mundo sem Deus - Nossa sociedade se tornou materialista a tal ponto que repete em nossos dias os interesses terrenais dos tempos de Noé, em que "comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento", despreocupados da vida até que o dilúvio os consumiu (Lc 17.27); repete também o que ocorreu nos tempos de Ló, quando o enxofre os destruiu (Lc 17.28,29). Pela fé, vivendo em santidade e piedade, podemos servir de referencial e sustentáculo neste mundo até o dia em que aprouver a Deus nos chamar. 2ª) A família cristã pode ajudar a minorar a dor do mundo - É na família que ensinamos que a vida não é algo que nos advém de forma mágica. Existir e subsistir são frutos de dedicação e trabalho. Cada coisa deve ser valorizada no tamanho e na dimensão certa. A criança precisa descobrir quanto custa cada objeto e valorizar a mordomia cristã. Assim, ela também aprenderá que "amar ao próximo" é mais factível do que se possa imaginar (Mt 5.43,44). Quando somos solidários e nos apresentamos a Deus para servir, podemos abençoar outras vidas que dependem dessa demonstração de carinho e amor do povo de Deus. LEITURAS DIÁRIAS segunda - Gálatas 6.1-18 terça - Filipenses 2.1-11 quarta - Filipenses 2.12-18 quinta - Romanos 12.1-8 sexta - Romanos 12.9-21 sábado - Mateus 18.7-11 domingo - Romanos 14.1-23

quarta-feira, 13 de junho de 2012

COMO VENCER TUDO ISTO?

Texto bíblico: Romanos 8.31-39 Texto áureo: Romanos 8.37 Olhando ao redor, talvez muitos de nós concluamos que a vida está muito difícil. E difícil para todo mundo. Os que são otimistas, não por conta de qualquer sentimento sem base, mas por conta da esperança cristã que foi plantada em seus corações, hão de olhar para as dificuldades e ver nelas oportunidades de crescimento. Isso é bom. Enquanto houver esperança, haverá sonhos; e enquanto houver sonhos, haverá chance de mudar o real. Muitos veem nos evangélicos a solução para o país. Mas, para que os evangélicos ocupem o seu lugar no Brasil e no mundo, é preciso que Jesus ocupe o seu lugar na vida e no coração dos evangélicos. Queremos conquistar o mundo, mas ainda não fomos civilizados. Queremos governar, mas ainda não nos submetemos totalmente ao senhorio de Cristo. E enquanto isto não ocorrer, a igreja continuará apequenada; sofrendo do mal de estar perto e não conseguir chegar. O que fazer? Como vencer tudo isto? Vamos procurar mostrar alguns desafios que se apresentam para a igreja de Cristo no alvorecer deste novo século. Mais que isto: de que forma a família pode representar e refletir estes anseios mais caros do evangelho e que precisam ser vividos para serem passados como herança às gerações vindouras? Esta é a pergunta central que vamos procurar responder neste estudo. O desafio da compreensão de seu lugar no mundo Que papel deve desempenhar uma família cristã hoje? De que forma esta família pode ser significativa para a sociedade em que vive? O que será que os outros, os não cristãos, esperam das famílias cristãs? Estas são perguntas de grande relevo, visto que nos levam a refletir sobre a participação que devemos ter como famílias cristãs em nossos dias. E o que Deus espera de nós? Vivemos o eterno conflito do "estar no mundo sem ser do mundo" (Jo 15.19). Isto nos aponta dois aspectos básicos que precisam ser experienciados com sabedoria: 1º) Somos família como qualquer outra. Ou seja, somos uma família normal. Temos direito de nos angustiar, quando alguma coisa nos aflige; chorar, quando estamos entristecidos; sorrir, quando há alegria; divertir-nos, quando há motivo para isso. Vivemos a experiência da vida dentro dos parâmetros normais da humanidade que em nós ainda fala alto, e por isso amamos, cantamos, gritamos, corremos, saltamos, nos cansamos, comemos, bebemos e dormimos. Somos o que somos nos louvores ou nos folguedos; nas ambições ou nos fracassos; nas conquistas ou nas esperas. Enfrentamos as filas do INSS; o aperto do salário pequeno; o desgaste das filas de banco; a dor da perda de um ente querido; as derrotas do Fluminense; o cansaço de um dia fastiento; as inseguranças de um filho; as doenças de um familiar e muito mais. Ser família, para nós, iclui todos os componentes naturais de uma família moderna que precisa acordar cedo para o trabalho ou a escola, que precisa ser responsável e ter o seu ganha-pão, que precisa se imbuir de esperança, coragem e forças para enfrentar todas as vicissitudes da vida. Nada foge à regra da existência comum debaixo desse sol que continua sempre o mesmo: a brilhar e a aquentar maus e bons desde a fundação dos tempos (Ec 1.9; Mt 5.45). 2º) Somos família de uma forma diferente. Quer dizer, não dá para anunciar que somos salvos, que temos a Cristo como nosso Salvador pessoal, e não mostrar para o mundo, e para a vizinhança de forma especial, a nova vida em Cristo. É preciso que nossa vivência familiar na rua em que moramos e no bairro de nossa residência demonstre alguma coisa diferente, que é exatamente esta presença restauradora de Cristo em nós. Seremos famílias normais, mas famílias que se pautam por um diferencial: o reinado de Cristo sobre nossas vidas; famílias em que há lutas e dificuldades; mas há força de vontade, há comunhão, há harmonia, há desejo de superação, há expectativas, tudo isso a partir da atuação vitoriosa de Deus em nossas vidas. As pessoas lá fora, quando têm problemas, enchem a cara de cachaça, se drogam, se prostituem e tornam suas vidas mais caóticas ainda. Nós, pela presença do Espírito de Deus, enfrentamos as crises familiares com joelhos no chão, em oração; com dependência de Deus, em submissão à sua vontade. Temos este grande desafio de compreender o nosso papel como famílias cristãs, vivermos o evangelho condignamente e ser sal e luz para aqueles que precisam do nosso testemunho para se encontrar com Deus. O desafio da manutenção de valores Outro desafio para a família cristã, que nos levará a ser mais do que vencedores sobre os problemas deste mundo (Rm 8.31-39), é a manutenção dos valores cristãos. Também, neste ponto, poderemos ser tidos como "esquisitões" pelos lá de fora; tachados de "extraterrestres espirituais" ou alcunhas semelhantes, mas disso não poderemos escapar e isto não devemos temer. É de bom tom que a igreja, mesmo em pleno Século XXI, continue a condenar o uso de bebidas alcoólicas (a bebida mata mais que as outras drogas e a sociedade finge não ver!); o cigarro e derivados; qualquer espécie de droga; as jogatinas, sejam elas legalizadas (Baú da Felicidade, raspadinhas, loto, loteria, loteca, lotomania etc.) sejam clandestinas (nem tanto: jogo do bicho, bingos, cassinos, máquinas caça-níqueis); os bailes, as danças e similares. E todo comportamento inadequado para o cristão, que menospreze sua fé e embote a atuação de seu Deus. Permanecer nos valores do amor, da graça, da misericórdia, da piedade, da justiça e de tantas outras virtudes como exemplificadas no "fruto do Espírito" (Gl 5.22,23), deve ser o objetivo da família cristã que quer vencer este mundo presente. O desafio da busca de relacionamentos conforme a vontade de Deus A família cristã também vence os problemas do mundo moderno com um padrão de relacionamento, seja conjugal (marido e mulher), filial (pais e filhos), fraternal (irmãos em Cristo) e vivencial (vizinhança e colegas diversos) vivendo-o em moldes superiores aos demonstrados por aqueles que não têm o temor de Deus (Mt 5.20). Como conseguir isto? Por intermédio da experiência de fé e dependência de Deus. Para tanto, precisa-se cultivar o sadio hábito da comunhão na Palavra, diariamente, no lar. Ler a Bíblia e orar todos os dias com as crianças e todos da casa constrói valores e molda o caráter de uma forma que só podemos aquilatar quando nos tornamos adultos. O relacionamento de um casal crente há de ser na base do amor, da espiritualidade, da compreensão, do diálogo, do carinho, do respeito mútuo e da aceitação da humanidade de um e de outro. Quando um casal procura ajustar-se, entendendo-se e fortalecendo-se mutuamente, fica mais fácil enfrentar as lutas da vida. Da mesma forma, o relacionamento com os filhos há de ser respeitoso, ordeiro, amoroso, altruísta e pleno de espiritualidade. A harmonia do lar precisa ser sentida em cada instante, desde os momentos mais difíceis até aqueles em que se desfrute de abundância. Devem, também, os membros da família cristã procurar manter-se firmes na busca de dar testemunho vivo da presença de Cristo em suas vidas. A boa convivência com os outros; o relacionamento amistoso com a vizinhança, respeitando-se as regras do bom viver; tudo isto contribuirá para a conquista de um mundo melhor. Aplicações para a vida Vamos focar esta afirmação de Jesus para encerrar o estudo, aplicando-o em nosso viver: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.16). 1ª) A família precisa resplandecer a luz de Cristo - Cada crente precisa entender que não tem luz própria, é planeta, não estrela, portanto, precisa refletir a luz de Cristo. Só ela nos garante qualidade de vida. 2ª) A família precisa mostrar qualidade dentro e fora do lar - O resplandecimento da família cristã é para dentro e para fora. É diante dos homens, que nos observam como somos em casa e como somos fora de casa. 3ª) A família precisa evidenciar obras espirituais - Se não tivermos boas obras para mostrar, por onde andará a nossa fé? Como disse Tiago, "a fé sem obras é morta" (Tg 2.17). 4ª) A família precisa entender que tudo o que fizer será para a glória do Pai - A humildade é uma das mais nobres virtudes cristãs. A família precisa desenvolvê-la e saber que tudo o que fizer na demonstração da luz de Cristo será para a glória de Deus e não para a vanglória humana. LEITURAS DIÁRIAS segunda - João 15.12-19 terça - Romanos 8.31-39 quarta - 1Coríntios 2.1-16 quinta - Gálatas 5.16-26 sexta - Mateus 5.13-16 sábado - Tiago 2.14-26 domingo - Mateus 5.38-48

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A FAMÍLIA E OS MOVIMENTOS RELIGIOSOS CONTEMPORÂNEOS

Texto bíblico: 2Coríntios 6.11-7.4 Texto áureo: 1Timóteo 2.5 O poder da mídia se expandiu de uma forma avassaladora na segunda metade do Século XX e tornou-se o grande instrumento das seitas e religiões diversas para divulgar suas doutrinas e práticas. Dessa forma, a população e os crentes de modo geral passaram a receber uma gama enorme de informação religiosa que antes só tinham acesso de "ficar sabendo" por alguém. Some-se a isso a própria filosofia existencialista, que demarca a sociedade moderna, em que um leque de opções se apresenta aos indivíduos que passam a poder fazer a escolha sobre o que melhor lhe interessa na prateleira do supermercado da fé – é o que se chama de "sociedade plural" – e temos os ingredientes necessários para provocar inquietação, dúvidas e incertezas. Assim sendo, o indivíduo crente, que no passado recebia influência apenas da liderança de sua igreja local, quando muito, por meio da participação em algum congresso denominacional, hoje é "pastoreado" por várias fontes e diversos líderes: rádio, tevê, fitas, vídeos etc., o que contribui em muito para a desorganização da identidade eclesiástica, a crença em heresias como se fora verdade e outros males. Esta multiplicidade de influência que é bombardeada sobre o crente todo dia, nesta geração, inquieta a todos os que buscam uma religiosidade sadia, séria, calcada nas Escrituras Sagradas. Vamos analisar as várias correntes de movimentos religiosos que afetam o povo de Deus em nossos dias. Os movimentos religiosos católicos Até bem pouco tempo atrás a influência católica era proveniente de suas lutas de classes, seu envolvimento com o operariado, fruto das "comunidades eclesiais de base" e sua adesão à Teologia da Libertação. Os tempos passaram e este enfoque mudou. Mas do catolicismo tradicional podia-se perceber a insistência no culto de imagens, idolatria, condenada pela Bíblia (Êx 20.1-5; Sl 115.1-18), a veneração a Maria como mediadora (1Tm 2.5), o atrelamento da salvação à participação na igreja (At.4.12); tudo isto, ferindo frontalmente as recomendações bíblicas conforme demonstrado pelos textos bíblicos. Hoje, a RCC, Renovação Carismática Católica, é a maior fonte de influência negativa sobre os cristãos sinceros, a partir do momento em que uma ala do catolicismo vestiu esta capa evangélica e procura conquistar adeptos incautos entre a comunidade evangélica. O problema maior é que este tipo de catolicismo da RCC mudou seu comportamento litúrgico, mas continua insistindo em aspectos que os verdadeiros evangélicos condenam, tais como idolatria e culto a Maria. Os movimentos religiosos espíritas A outra influência que queremos analisar é a que vem das seitas espíritas. Este segmento religioso é muito forte no Brasil, onde encontrou no catolicismo um aliado importante para desenvolver-se. Muitos brasileiros que se dizem católicos são assíduos frequentadores de terreiros de macumba e centros espíritas. Este sincretismo religioso encontrado em larga escala no país é nocivo a qualquer religião que se preze e revelador do afastamento do homem de Deus. Mas a influência espírita está presente não só nas religiões de origem afro (candomblé, umbanda) mas também no kardecismo, esta falácia filosófico-religiosa, que engoda milhares de brasileiros com a sua pretensão de ter resposta para tudo. Além disso, está presente em instituições que se apresentam de maneira simpática, como a LBV (Legião da Boa Vontade), mas que não passam de artifícios satânicos para fazer desaparecer o valor da cruz de Cristo. Entretanto o que precisamos combater é o uso da caridade, boas obras, como forma de se comprar a salvação, contrapondo-se ao sacrifício vicário de Cristo e a afirmação de que "a salvação é pela graça e não por obras" (cf. Ef 2,8,9). Além disso, precisamos combater a crença na suposta reencarnação da alma como uma segunda chance para o indivíduo, que voltará tantas vezes à Terra quantas forem necessárias para a sua purificação. A Bíblia condena tal crença (Hb 9.27). Os movimentos religiosos místicos Na linha da influência espiritista, vimos surgir outros movimentos que querem se identificar como sendo espiritualistas, mas que não passam de "farinha do mesmo saco". Dentro destes movimentos podemos alistar a New Age (Nova Era), o Santo Daime, além de diversas comunidades esotéricas, que se estabeleceram nos interiores destes brasis de Deus. Estes movimentos, principalmente a New Age, possuem forte conotação ecológica, ressuscitando o velho panteísmo, a crença na presença imanente de Deus em todas as coisas. Esta identificação de Deus com o mundo presente, como se a matéria pudesse comportar Deus, é algo nocivo, pois descaracteriza os atributos mais caros de Deus, como onipresença, onisciência, onipotência, entre outros, como amor, eternidade, perfeição. Os movimentos religiosos orientais Além do budismo, que tem crescido muito no mundo ocidental, inclusive no Brasil, com monges e mosteiros de origem tibetana instalados no país, os movimentos orientais são facilmente perceptíveis em seitas como Perfect Liberty, Seicho-no-iê e Igreja Messiânica. Destas, a mais nociva é a Igreja Messiânica, visto que muitos evangélicos a têm confundido com uma denominação cristã – por causa do nome –, sem saber que este "messias" não é Jesus Cristo, mas o fundador da seita, um japonês, que publica uma revista mensal, com artigos vários para doutrinar seus fiéis e atrair novos adeptos. Trata-se de uma religião do corpo e da mente. A ideia é alcançar satisfação pessoal por intermédio de orações ritualistas, que têm a finalidade de apaziguar o coração. Os movimentos religiosos pentecostais e neopentecostais Este foi o segmento que mais cresceu no evangelicalismo brasileiro. Durante a segunda metade do Século XX (pentecostal) e a partir da década de 80 (neopentecostal). Porém crescimento não é sinônimo de aprovação divina e de conformidade com a Palavra. O problema básico que se vê no pentecostalismo é a chamada "segunda bênção", uma crença em que a experiência de aceitação de Cristo não é o bastante. Faz-se necessária uma segunda experiência, que seria o batismo com o Espírito Santo; e sua evidência exterior, o falar em línguas. Já entre as seitas neopentecostais, a questão é mais séria. Este desdobramento do pentecostalismo gerou uma série de distorções muito distantes do cristianismo primitivo. Igrejas, como Comunidade Sara a Nossa Terra, Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça, Renascer em Cristo, Batista da Lagoinha, Palavra da Fé, entre outras, deixaram-se tomar por influências americanas de tele-evangelistas; e importaram a teologia da prosperidade, a confissão positiva, um psicologismo fácil com regressão, quebra de maldição, espíritos territoriais e outras besteiras que possuem toda a característica de magismo e macumbaria e representam um apego demasiado às coisas terrenas, aos prazeres desta vida, e pouco interesse nas realidades verdadeiramente espirituais. Aplicações para a vida Vamos concluir este estudo, procurando entender que precisamos nos precaver e proteger nossas famílias destas influências nocivas provenientes de religiosidades que até se identificam como cristãs, mas que estão muito longe de o serem. A melhor maneira de fazê-lo é tomar o caminho do biblicamente correto. Se seguirmos a Bíblia com inteireza de coração, evitaremos o risco da queda nas armadilhas dos movimentos religiosos contemporâneos. 1ª) A família, pela Bíblia, deve examinar tudo e reter o que é bom – Precisamos, também, como famílias cristãs, aprender a exercer uma consciência crítica sobre tudo o que está ao nosso redor, à semelhança da atitude dos bereanos, que examinavam tudo para saber se estava escrituristicamente correto (At 17.11); e pôr a prova todas as coisas, retendo o que for bom, como recomendou Paulo (1Ts 5.21). 2ª) A família, pela Bíblia, deve ter cuidado com os ventos de doutrina - Não é de hoje que novos ventos de doutrina destelham casas por aí. A família cristã precisa se fortalecer para não ser levada como "meninos inconstantes", "ao redor, por todo vento de doutrina" (Ef 4.14). 3ª) A família, pela Bíblia, deve seguir a sã doutrina - Existem homens que são contrários à "sã doutrina" (1Tm 1.10). A família cristã deve permanecer firme na "doutrina dos apóstolos" (At 2.42), à semelhança dos crentes do primeiro século, e viver o evangelho com integridade. LEITURAS DIÁRIAS segunda - Êxodo 20.1-5 terça - Salmo 115.1-18 quarta - 1Timóteo 2.5 quinta - Efésios 2.8,9 sexta - Hebreus 9.27 sábado - Mateus 24.29-41 domingo - 2Coríntios 6.11-7.4

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