segunda-feira, 25 de abril de 2011

Páscoa

BARNABÉ – O FILHO DA CONSOLAÇÃO

TEXTO BÁSICO: Atos 4.32-37

Vivendo numa sociedade cujos valores morais e espirituais são deturpados, cujos conceitos de bem e mal, amor e ódio, certo e errado têm sido tão relativizados, é preciso que Deus levante pessoas como o personagem em foco para nos encorajar no enfrentamento das questões que tanto nos atormentam. Entre estes debates, destacamos a questão do aborto, que aumenta assustadoramente em nosso país, a adoção de crianças por casais homossexuais, a eutanásia (a morte dirigida ou consentida), a legalização das drogas, da prostituição, etc., enfim, uma sociedade que produz gente culta, rica, abastada economicamente, porém é consumida por um pessimismo terrível em que a depressão, a tristeza e a infelicidade prevalecem em um expressivo aumento de suicídios.
Para uma sociedade marcada pelo adultério, pedofilia e orgulho gay, uma prova inequívoca de que o mundo jaz no maligno, como tão bem diz a Palavra de Deus, é que precisamos de “barnabés” para nos confortar e consolar em meio aos conflitos em que estamos inseridos.
QUE SABEMOS SOBRE BARNABÉ?
Era judeu de uma família sacerdotal, da tribo de Levi, natural da ilha de Chipre, segundo a Bíblia o seu nome original era José, mas passou a ser chamado de Barnabé pelos apóstolos em face da sua atuação no encorajamento frequente aos necessitados na hora em que eles mais precisavam. Além da alcunha de consolador, esse homem foi marcado pelo seu coração aberto para a obra missionária, mão aberta para contribuir com a causa e sempre priorizando o reino de Deus em detrimento da sua própria vida.

1- PARA BARNABÉ A CONSOLAÇÃO PASSAVA PELO EXEMPLO DE VIDA – Atos 4.37
Barnabé provou que não era um teórico da consolação e do encorajamento. Ao perceber a situação aflitiva no aspecto econômico do povo em Jerusalém, ele não teve dúvida, vendeu a sua propriedade e deu o dinheiro para que os apóstolos administrassem como lhes conviesse. Essa atitude mostra o caráter desse homem de Deus, pois ele como líder saiu na frente. Cremos que essa é a maior necessidade do momento. Barnabé poderia fazer um discurso sobre a necessidade de ajudar o próximo; poderia silenciar-se, já que a sua casa e a sua família estavam abastecidos. Mas não, ele saiu na frente, deixando uma estrada luminosa para quem quisesse segui-la. A impressão que temos é que ele já tivesse conhecimento do conselho que Jesus tinha dado aos discípulos, quando lhes disse: “Antes dai esmola do que tiverdes, e eis que tudo vos será limpo” (Lc 11.41); “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lc 6.38).
. Memorizemos isso: repartir o que se tem com o que não tem, além de eliminar a necessidade é também um ato de valorização do ser humano.
. Aprendamos com Barnabé a colocar o ser humano acima de nossos bens materiais.

2- PARA BARNABÉ A CONSOLAÇÃO PASSAVA PELA SUA CAPACIDADE DE INVESTIR EM VIDAS – Atos 11.19-26
A trajetória desse homem de Deus é simplesmente maravilhosa, porque a exemplo de Cristo ele via valor em quem ninguém mais acreditava e com a sua atitude visionária ele foi decisivo no fortalecimento da igreja, que vivia ainda uma fase de primeira infância.
Mas o que tornava mesmo esse homem diferenciado era a sua capacidade de discipular, ou seja, investir em vidas.
O texto em foco deixa claro que os discípulos estavam conscientizados de que só deveriam pregar aos judeus – At 11.19b. Porém empolgados pela manifestação do Espírito Santo, eles foram convidados por varões da Cípria e de Cirene e entraram em Antioquia e vários gregos se converteram a Jesus. E por incrível que pareça, esse santo atrevimento de pregar aos gentios lhes custou caro, porque o verso 22 diz que a fama daqueles intrépidos e abençoados proclamadores chegou a Jerusalém e esse fato foi recebido como rebeldia. E mais uma vez Barnabé entra em cena, vai a Antioquia, se reúne com os líderes, constata que tudo aquilo era obra do Espírito Santo e aquelas conversões eram verdadeiras e mais do que isso, concluiu Barnabé que aquele fogo do Espírito havia sido aceso, as vidas estavam em chamas. Após analisar aquele fenômeno de crescimento, ele percebeu que só um obreiro poderia manter o incêndio espiritual e partiu para Tarso em busca de Paulo, e achando-o deu posse a ele naquele grande ministério. Lições de mais este gesto de grandeza:
(1) Com o prestígio que ele adquiriu diante da liderança e do povo, a ponto de pela primeira vez os discípulos serem identificados como cristãos: “... em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (At 11.26b), ele poderia reivindicar ser o líder maior daquela comunidade, mas não o fez.
(2) Ele arredondou a igreja, ou seja, dirimiu todos os problemas e partiu para Tarso em busca de Paulo e entregou-lhe uma igreja pronta para avançar.

3- PARA BARNABÉ A CONSOLAÇÃO PASSAVA PELA CORAGEM DE ENFRENTAR PROBLEMA TEOLÓGICO – Atos 15
O evangelho era restrito aos judeus, mas aí o Espírito Santo impulsionando a igreja atingiu em cheio os gentios, que receberam a mensagem cristã de uma forma extraordinária. Aquele crescimento já havia gerado desconfiança dos crentes de Jerusalém e agora surge mesmo um grave problema teológico, pois os crentes judeus queriam obrigar os gentios a passarem pela circuncisão. Isso gerou uma crise na igreja, que só podia ser resolvida com um amplo debate em que as duas partes seriam ouvidas. Então convocou-se o concílio (reunião de igrejas e pastores para debaterem um tema polêmico). E aí mais uma vez o consolador Barnabé aparece para com equilíbrio e bom senso resolver a questão, por meio do relatório de Tiago (At 15.19,20).
. Observemos a alta consideração e apreço que os líderes de Jerusalém dispensaram a Barnabé e Paulo, chamando-os de “amados do Senhor”, e publicamente reconhecendo-os como homens que expuseram suas vidas pelo nome de Jesus: “Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (At 15.25,26).
. Corroborando com tudo isso a tradição dá conta de que Barnabé teria sido martirizado na ilha de Chipre em Salomina, porém sempre se mantendo fiel ao Senhor.
. Que Deus continue levantando homens e mulheres com a sabedoria, competência e coragem de Barnabé para se insurgirem e resolverem os graves problemas teológicos que têm tanto assolado as igrejas!

PARA PENSAR E AGIR

Barnabé foi marcado pelos investimentos que fez na causa do divino Mestre:
1) Investiu financeiramente – Dando uma prova de profunda abnegação, ao vender a sua bela propriedade e entregar todo o produto da venda para a obra missionária! Ele deu 100% para o progresso do Reino. E o irmão tem dado pelo menos 10%?
2) Ele também investiu em vidas – Deus lhe deu capacidade de vislumbrar diamantes em meio às pedras comuns e investir os seus bens, o seu tempo e a sua paciência para burilá-las. Haja vista o que ele fez por Paulo, que havia sido praticamente excluído pelo grupo, integrando-o cabal e completamente; o que ele fez com João Marcos, alijado da obra missionária pelo próprio Paulo, transformando-o em verdadeiro baluarte na causa do Senhor.
3) Ele investiu todo o seu dom de exortação concedido pelo Senhor para dirimir questões eclesiásticas e teológicas na igreja para que ela pudesse continuar fazendo com presteza a obra missionária.
Enfim, foi um homem tão vital para o reino de Deus que abriu mão de seu dinheiro, seu tempo, seus sonhos pessoais, sacrificou o seu “eu”, negando-se a si mesmo em proveito de vidas depostas no altar de Deus. Que baita homem de Deus! eu queria ser um crente assim, e você?

LEITRAS DIÁRIAS:

segunda-feira: Ats 11.21-26
terça-feira: Lc 11.41
quarta-feira: Lc 6.38
quinta-feira: At 9.26,27
sexta-feira: At 15.1-22
sábado: At 15.23-41
domingo: At 4.32-37

terça-feira, 19 de abril de 2011

TOMÉ – UM DUVIDOSO HONESTO

TEXTO BÁSICO: JOÃO 20:24-29

É evidente que mesmo sabedores dos critérios usados por Jesus para compor a sua equipe ministerial, foi à base de profunda dependência de Deus que Tomé e os seus demais colegas de ministério foram revelados ao Senhor, após uma vigília de oração – Lc 6.12.
Confesso que me sentia sempre incomodado com algumas versões bíblicas que falavam sobre a “incredulidade de Tomé”.
E alguns pregadores se valiam dessa palavra para arrasar com esse belíssimo apóstolo. Nas pesquisas feitas, os biógrafos também se tornaram implacáveis com esse homem chegando até a colocar em dúvida se ele era convertido mesmo ou não.
Felizmente a Nova Versão Internacional da Bíblia o apresenta como o duvidoso Tomé e evita a palavra “incredulidade”. Esta lição visa provar biblicamente que este servo de Deus era um ser humano como nós, com virtudes e defeitos, tinha lá as suas dúvidas, porém era um homem extremamente honesto.

QUEM ERA TOMÉ, TAMBÉM CHAMADO DÍDIMO?
Era um dos 12 discípulos de Jesus, nascido na Galileia, adotou também como profissão a pescaria, seu nome significa “gêmeo”, provavelmente ele era gêmeo, mas a história silencia sobre sua paternidade e também sobre esse seu irmão. Tomé é sempre lembrado como o homem das dúvidas, mas qual de nós não as tem? A diferença é que Tomé “não engolia sem mastigar” e com o seu temperamento meio melancólico, ficar com dúvida corroía a sua alma. No caso de Tomé suas dúvidas tinham um propósito: ele queria conhecer toda a verdade para seguir Jesus de cabeça erguida, e, a exemplo do que mais tarde o seu colega Pedro iria dizer, ele queria responder com convicção a razão de sua esperança e fé.

1- SUA PRIMEIRA APARIÇÃO PÚBLICA SE DEU EM BETÂNIA – João 11.6-16
Demonstrando certa melancolia, porém testificando sua sinceridade, ele aparece em meio a uma situação extremamente crítica para Jesus, quando foi cientificado da gravíssima doença que assolava o amigo Lázaro, que culminou com a sua morte. Tal acontecimento mexeu com o coração de Jesus e evidentemente influenciou todo o ministério apostólico, a ponto de haver questionamento quanto ao comportamento de Jesus naquele momento tão crítico, se deveria ou não retornar à Judeia – Jo 11.8.
A preocupação dos apóstolos procedia porque recentemente na Judeia Jesus havia sofrido no mínimo dois atentados – Jo 7.30; 9.37. Em face daquele zelo todo dos apóstolos por Jesus, Ele aproveita para ensinar-lhes pelo menos duas magníficas lições:
(1) Não obstante a sua deidade, Ele não abria mão da companhia e das opiniões de seus colaboradores, ao conclamá-los: “... vamos outra vez para a Judeia” (v. 7b.) Você com a sua humanidade se digna em ouvir conselhos, ouvir opiniões de seus colaboradores ou seus instrutores espirituais?
(2) Aquilo que tanto nos apavora não se constitui em problemas para Deus – “Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono” ( v. 11). Aliás, Deus não tem problemas, quem os tem somos nós e ao usar esse eufemismo com a morte, suavizando o pavor que ela nos traz, chamando-a de “sono”, Jesus estava agindo aqui como fez ao andar sobre as águas em pleno mar revolto, ou seja, sobre aquilo que mais nos causa pavor Ele demonstra amplo e total domínio.
Foi nesse clima, em que os discípulos viram os seus argumentos de levar Jesus a desistir desse intento quase que suicida de retornar à Judeia serem derrubados, que apareceu o duvidoso, porém sincero Tomé, dizendo: Já que Ele insiste nesse tão perigoso ideal, “vamos nós também para morrermos com Ele” (v. 16b).

2- SUA SEGUNDA APARIÇÃO SE DEU NA CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA DO SENHOR – João 14.4-6

Foi quando o Senhor Jesus percebendo a aproximação de sua dura e cruenta morte, reuniu os seus discípulos para celebrar a sua última Páscoa e ao mesmo tempo consolá-los, confortá-los e fazer-lhes algumas importantes advertências que dali para frente norteariam o árduo, penoso, porém glorioso ministério que eles teriam que exercer em uma sociedade completamente paganizada, onde receberiam críticas, escárnios e pagariam com as próprias vidas, só pela loucura de bravamente testemunharem do santo e puro evangelho.
Diante desse comovente e consolador discurso de Jesus, imagino ter havido um silêncio, entrecortado por lágrimas, quando mais uma vez pede a palavra o duvidoso, mas sincero Tomé e questiona: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?” (v. 5).
Em outras palavras o que ele estava dizendo é que francamente não dava para entender aquele discurso tão dramático de Jesus. Com essa franqueza incomum própria de gente honesta, Tomé proporcionou a Jesus a oportunidade de deixar registrado um dos versos mais inspirados da Palavra de Deus, que o evangelista João registra: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (v. 6).
Com essa precisa informação, Jesus estava indo muito além das expectativas de Tomé, pois ele afirmava que: (1) era o “único” caminho que o conduziria ao Pai; (2) Ele era a realidade de todas as promessas de Deus; (3) E como vida Ele uniria a beleza d’Ele com a nossa feiura para sempre. Mais de dois mil anos se passaram e compete a nós agradecermos enfaticamente a Tomé, que pela franqueza nos proporcionou uma das mais belas páginas das Sagradas Escrituras.

3- FINALMENTE TOMÉ REAPARECE EM CENA, PARA COBRAR OS SINAIS DOS CRAVOS DE SEU MESTRE E SENHOR – João 20.24-29

Após alguns dias do vergonhoso massacre do Calvário, Tomé aparece mais uma vez, dando provas cabais de sua marca registrada com sua dúvida honesta. “Se eu não vir os sinais dos cravos, eu não crerei”. O que a mídia evangélica chama de incredulidade, eu ouso chamar de sinceridade. Tenho para mim, meditando nessas palavras, que esse homem de Deus temia ser iludido, daí a contundente exigência, pois para ele os sinais dos cravos tinham um valor inestimável, vejamos:
(1) Os sinais dos cravos falavam da maior injustiça de todos os temos – Ele sabia que a história se encontrava repleta de injustiças, porém essa do julgamento que culminou na morte de Cristo era a pior de todas as injustiças, pois foi o próprio governador Pilatos quem denunciou: “Mas que mal fez ele? e eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado!” (Mt 27.23).
(2) Os sinais dos cravos falavam também da maior ingratidão da história – Tomé era conhecedor das grandes ingratidões que reinavam em seus dias, mas nenhuma se equiparava a aquela que levou Jesus humilhantemente para a cruz – Jo 1.11: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”.
(3) Os sinais dos cravos falavam do grande amor de Deus pela humanidade – Tomé tinha ouvido de Jesus um sermão, que dizia: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13). Daí justifica a sua insistência.
(4) Os sinais dos cravos significavam para ele o único meio para a redenção do mundo – Isso porque ele mesmo ouvira de Jesus: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6b).

PARA PENSAR E AGIR

1) Tomé teve as suas dúvidas, mas e daí? Qual de nós não as tem. O próprio João Batista, o precursor de Cristo, de tanto ouvir críticas, embora muito consciente de sua missão, teve momentos de dúvida a respeito de seu primo Jesus, quando mandou perguntar-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Mt 11.3). Do verso 4 em diante, Cristo se propôs tranquilizar o coração do Batista. O crente não pode é viver a vida toda na dúvida. No texto bíblico Cristo só fez algumas santas advertências a Tomé, mas não o puniu, pois creio que o maior erro de Tomé foi ter faltado à “EBD” e perdeu o privilégio de estar com o Senhor!
2) Aprendemos também que o Senhor é o Deus das oportunidades. Tomé falhou na primeira vez e Jesus torna a lhe dar uma outra chance: “E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!” (Jo 20.26). Agradeçamos a Deus por Ele ser tão paciente conosco quando falhamos, mas não abusemos da bondade nem da paciência d’Ele!

LEITURAS DIÁRIAS:

segunda- feira: Lc 6.12-16
terça-feira: Jo 11.6-16
quarta-feira: Jo 14.4-6
quinta-feira: Jo 21.1,2
sexta-feira: At 1.13
sábado: Jo 20.19-23
domingo: Jo 20.24-29

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O ROTEIRO DA VIDA DO APÓSTOLO PAULO

O ROTEIRO DA VIDA DO APÓSTOLO PAULO
* A palavra que Lucas usou para apresentar Paulo a seus leitores (neanias) em 7.58 pode se referir a qualquer pessoa do sexo masculino de até 40 anos de idade. Isto indicaria que Paulo nasceu próximo ao início da era cristã.
* O pai de Paulo era judeu da tribo de Benjamim e fariseu (Fl. 3.5; At. 23.6), era cidadão romano e vivia no centro metropolitano de Tarso, Ásia Menor.
* Paulo herdou do seu pai o título de cidadão romano. Recebeu suas primeiras instruções religiosas por meio de sua família e depois teria freqüentado a escola da Sinagoga, como qualquer criança judia.
* Paulo tinha dois nomes, um em latim (Paulus), que denotaria sua cidadania legal romana, e outro em hebraico (Saulo), que seria usado na família e nos círculos judaicos.
* Paulo tinha uma irmã morando em Jerusalém (At. 23.16). Em certo período de sua vida ele foi enviado à Jerusalém para estudar a lei rabínica , sob a orientação do mestre Gamaliel (At. 22.3).
* Pelo fato de que era necessário um rabi ser casado e era uma vergonha um adulto não ser casado, é mais provável que Paulo fora casado. Como Paulo não faz nenhuma menção a uma esposa pressupõe-se que ele era viúvo. Atos 26.10, tem sido interpretado como uma indicação de que Paulo era membro do Sinédrio. Sendo o Sinédrio um conselho de “anciãos”, Paulo não teria idade para ser aceito como membro do mesmo. Atos 9.1,2 e 22.5 parece apresentar Paulo como sendo apenas um funcionário do Sinédrio.

- A CONVERSÃO DE PAULO – Há três narrativas desse evento em Atos: Uma narrada por Lucas (9. 3-19) e duas por Paulo (22.6 –16; 26.12-18).
* De Gálatas (1.17, 18) sabe-se que Paulo passou algum tempo em Damasco após a sua conversão, depois foi para a Arábia e retornou a Jerusalém após 3 anos. Foi recebido com suspeita pelos irmãos de Jerusalém, até que Barnabé o aceitou e apresentou aos apóstolos (At. 9.26,27). Uma trama dos judeus helenizantes contra a sua vida fez a igreja persuadi-lo a deixar Jerusalém. Voltou para Tarso (At. 9.28-30), onde passou aproximadamente 10 anos.
* Barnabé vai buscar Paulo emTarso, para ajuda-lo em um trabalho com os irmãos em Antioquia da Síria (At. 11.25). Atos 11.27-30 registra uma “visita na época da fome”a Jerusalém por Paulo e Barnabé, que não é mencionada em nenhuma outra parte do Novo Testamento.
10. Após o retorno de Antioquia, Paulo e Barnabé deram início a 1ª viagem missionária (At. 13.1-14.28). Esta viagem de fundação de igrejas foi limitada à Ilha de Chipre e às regiões da Ásia Menor sul-central, conhecidas como Panfília, Pisídia e Lícia . Ao retornarem a Antioquia, para relatar sobre o seu trabalho, Atos expõe o problema que os levou à Jerusalém (Atos cap. 15). Este mesmo evento é apresentado em Gálatas 2.1 como tendo acontecido quatorze anos após a saída apressada de Paulo daquela cidade, para Tarso.
* Na Segunda Viagem Missionária (At. 15.36-18.22), Paulo e Silas visitaram as igrejas anteriormente estabelecidas e viajaram para Trôade. Impedidos pelo Espírito Santo de continuarem pregando na Ásia Menor, foram para a Macedônia e Acaia onde fundaram igrejas. Em Corinto (Acaia), Paulo conheceu Prisca e Áquila, judeus que tinham sido expulsos de Roma por Cláudio (cerca de 49 d.C). Foi de Corinto que Paulo escreveu as duas cartas à igreja de Tessalônica (Macedônia). Depois de 18 meses em Corinto, Paulo foi acusado por Judeus descrentes perante Gálio, porém, ele foi inocentado das acusações, passou mais um pouco de tempo em Corinto e depois viajou via Éfeso e Jerusalém, para Antioquia da Síria, chegando lá em 52. d.C.
* A narrativa da 3ª viagem Missionária está relacionada quase que exclusivamente com o ministério de três anos de Paulo em Éfeso (Atos 19). Supõe-se que em Éfeso, Paulo tenha escrito pelo menos três cartas à igreja em Corinto: uma carta perdida (I Co 5.9), a I Coríntios canônica, e uma questionável carta “angustiosa” (II Co 2.4; 7.8). Após um tumulto em Éfeso Paulo foi para Troada e depois para a Macedônia . Lá escreveu II Coríntios. Prosseguindo para Corinto, Paulo escreveu Romanos (55-56 d.C.).
* Paulo foi preso em Jerusalém e enviado ao procurador Romano em Cesaréia (At. 23.12-35. Félix manteve Paulo numa prisão domiciliar por 2 anos. Com a chegada de Festo para substituir Félix, Paulo se utilizou do seu direito de cidadão romano e apelou para César. Paulo chegou em Roma em 58 d.C. (At 27.1-28.14). a partir de At. 28.30 tem sido entendido, que após dois anos de prisão Paulo teria sido posto em liberdade (60 d.C.). Nesse período na prisão Paulo escreveu as chamadas Epístolas da prisão: Filemon, Colossenses, Efésios, e Filipenses.
* Clemente de Roma (96 d.C.) escreveu que Paulo foi solto e pregou até “as extremidades do Ocidente”. Para um romano isto só poderia significar Espanha, a Península Ibérica.
* Das Epístolas Pastorais, sabe-se que Paulo voltou para o Oriente, passando por Creta, Éfeso, Trôade e Macedônia. Provavelmente da Macedônia ou de Corinto Paulo escreveu a Epístola de Tito. Em 19 de Julho de 64, Roma foi incendiada, e, para se livrar da culpa, Nero acusou os cristãos. Supõe-se que esse fato provocou um novo aprisionamento de Paulo. Segundo algumas tradições, Paulo foi decapitado pelas autoridades romanas em 29 de junho de 65.

- ORDEM DE COMPOSIÇÃO DAS EPÍSTOLAS PAULINAS - Romanos é a mais extensa e Filemom a mais curta. As nove primeiras são dirigidas a sete igrejas diferentes, e as quatro últimas, a três indivíduos diferentes. Segundo Broadus David Hale, as cartas de Paulo foram escritas na seguinte ordem: 1) Epístolas escritas durante a 2ª viagem (49-52 d.C.): I e II Tessalonicenses, de Corinto. 2) As Epístolas escritas durante a 3ª Viagem (52-56 d.C.): I Coríntios (Éfeso); II Coríntios (Macedônia); Gálatas e Romanos (Corinto); 3) Escritas de Roma, durante o 1ª encarceramento (58-60 d.C.): Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom.; 4) As Epístolas Pastorais (62-65 d.C.): I Timóteo (Macedônia; Tito (Macedônia ou Corinto) II Timóteo (Roma, 2º encarceramento).(http://prelisclementino.blogspot.com)

terça-feira, 12 de abril de 2011

- ANDRÉ – O COADJUVANTE QUE VIROU PROTAGONISTA

TEXTO BÁSICO: JOÃO 1

Ouvi de um velho famoso ator de teatro a seguinte expressão: “É duro ser ator coadjuvante a vida inteira!”. Após a sua entrevista fiquei pensando que a verdade é que no teatro da vida não existem abundantes papéis para protagonistas, pois a maioria desses papéis são reservados para os coadjuvantes!
Definindo os termos:
. COADJUVANTE = Aquele que coopera, que auxilia o outro e no campo da arte é aquele ator que desempenha papéis secundários, na trama.
. PROTAGONISTA = Personagem principal de uma representação dramática, figura imprescindível em alguma atividade.
Digo isso para informar que em uma novela estrelada por Pedro, Tiago, João e outros famosos em termos de mídia, o nome de André entraria bem no fim da lista. Porém é bom que saibamos que não é assim que Deus pensa, pois segundo a Palavra do próprio Deus o olhar d’Ele é bem diferente do nosso. A visão d’Ele é bem mais ampla do que a nossa.

QUEM ERA ANDRÉ?
Só para começar, o seu nome significa “valoroso”. Não sabemos o grau de fé de seus pais, porém é bom que se diga que esse nome não foi dado a ele por acaso. Em toda a sua vida esse seu valor ficou muito bem evidenciado. Ele era irmão de Simão Pedro, pescador de profissão, nasceu em Betsaida e morava com o seu irmão em Cafarnaum (Jo 1.44; Mt 4.18; Mc 1.16-18,29). Foi impactado por ouvir João Batista, tornou-se em seguida seu discípulo, que no tempo próprio lhe apontou Jesus Cristo como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, não titubeou e convencido de que Jesus era o Messias prometido passou a segui-lo com paixão. Este é o nosso personagem de hoje, que aos olhos da mídia e dele mesmo havia sido programado para ser um mero coadjuvante, quando Cristo o restaurou primeiro, fazendo dele um protagonista da história de seu apostolado.
Um flash dos melhores momentos da performance deste valoroso obreiro do Senhor:

I- ANDRÉ – UM HOMEM ANTENADO COM O SEU TEMPO – João 6.8,9
Essa é a segunda aparição pública desse discreto discípulo, pois como já fomos anteriormente informados ele não era homem de massas e consequentemente não gostava nem um pouco de sobressair. Porém, todas as vezes que ele se manifestava era para dizer ou fazer algo de extrema importância. O histórico do texto enfocado destaca uma questão embaraçosa vivida por Jesus e sua equipe ministerial. Jesus queria tirar os discípulos do estresse em que estavam, e em face do assédio da multidão, resolveu levá-los para o outro lado do mar da Galileia, que é de Tiberíades, mas o plano falhou porque quando chegaram ao local combinado a multidão já estava lá em número infinitamente maior, à procura de ministrações gerais. Jesus, após pregar novamente, realizou algumas curas e sentiu que a multidão não arredava o pé. Percebendo que o lugar era desértico e que em meio àquela multidão havia idosos e crianças, constatou que não era justo despedir todo aquele povo desnutrido para que enfrentasse uma caminhada longa, penosa e cansativa.
É quando entra em cena o tímido mas eficiente André, provando ser um ministro antenado, que andava no meio do povo, se misturava com o povo e por isso podia ministrar com autoridade porque observava as suas ações e reações. Assim sendo, Jesus nem precisou solicitar a sua prestimosa cooperação, pois ao perceber o apuro em que seu Mestre estava, pediu a palavra e foi decisivo, como sempre, quando disse: “está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos” (Jo 6.9a). E aí então, graças à intervenção desse humilíssimo servo, o jantar foi garantido, os ânimos foram recobrados, a multidão foi inteiramente saciada e todos os seus colegas de apostolado foram agraciados com uma enorme cesta básica – Jo 6.13. Aprendemos aqui que quem faz sempre a obra é Deus, mas bondosamente Ele permite e vibra com a nossa assessoria, fazendo valer o provérbio já conhecido: “Deus opera na medida em que o homem coopera”.

II- ANDRÉ – UM ESPECIALISTA EM DISCIPULAR E CONDUZIR AS PESSOAS A CRISTO – João 1.41,42; 12.21,22
É impressionante constatar mais citações bíblicas que destacam a figura do valoroso André. E desta feita a situação se tornara muito mais complexa, porque Jesus já vivia à sombra da cruz, o seu ministério terreno já caminhava para o fim. Jesus já havia entrado triunfalmente em Jerusalém e tinha recebido todas as honras e comendas e sobretudo a calorosa manifestação da multidão, que o aplaudiu freneticamente, quando inesperadamente surge uma delegação grega, por certo composta de teólogos, políticos e filósofos, que insistia em ter uma audiência prolongada com Jesus. Em virtude dos laços gregos que cercavam Filipe, foi natural até que aquelas autoridades o abordassem com um desejo no coração: “Senhor, queríamos ver Jesus” (Jo 12.21b). Pensemos agora com a mente do grego Filipe. Ele conhecia bem o seu povo tão acostumado com as poesias, as filosofias, com os seus heróis, seus semideuses, os seus cartógrafos, geógrafos, atletas espetaculares, com os mitos e lendas, agora vêm procurar Jesus? O que essa gente culta e guerreira quer com o Mestre? Por certo, em sua mente fervilhavam os seguintes pensamentos:
1) Vieram testar os conhecimentos filosóficos de Jesus;
2) Ou vieram, porque foram informados que dentro em breve Jesus seria crucificado e acharam ser um desperdício uma mente tão brilhante se perder de um modo tão cruel, e aí queriam levá-lo para ensinar filosofia nas escolas gregas.
3) Ou provavelmente ele tenha pensado que eram enviados do mal para desviar Jesus de sua dura trilogia: Calvário – Cruz – Coroa.
Porém Filipe, por se sentir confuso, lembrou que o especialista em levar pessoas individualmente a Jesus e discipulá-las era André, e imediatamente o colocou no circuito e os dois discutiram aquele polêmico assunto e decidiram levar aqueles gregos a Jesus. Impressionante o preparo e a vocação de André para esse tão importante ministério, que é o evangelismo pessoal. Foi então que aqueles gregos chegaram até Jesus e aprenderam lições que anos de filosofia não lhes havia ensinado, pois eram homens com as mentes cheias e corações vazios, pois toda aquela gama de conhecimento adquirido em suas escolas, todos aqueles deuses que adoravam, a ponto de levantarem um altar “ao Deus desconhecido” (At 17.23) não preenchiam as crateras existentes em suas almas. Jesus os recebeu, os abençoou.

PARA PENSAR E AGIR
. Quem sabe a família, a sociedade e a própria vida reservaram para você um papel de coadjuvante sem muita ou nenhuma importância no palco da vida. Porém saiba que a exemplo de André Deus quer transformar você em protagonista. Se os homens querem reduzir a sua importância para o Reino, Deus quer exaltá-lo para a glória d’Ele.
. A Bíblia não mostra André falando em línguas, realizando prodígios e maravilhas, no entanto poucas pessoas na Bíblia foram tão usadas por Deus no ministério que lhe foi proposto. Aliás, depois de Jesus ele foi o maior discipulador da Bíblia. Amado irmão, há carência enorme de “andrés” em nossas igrejas, mesmo porque sem os “andrés” não teríamos os “pedros”. Imagino que cada alma que Pedro ganhava para Cristo, André deveria dar pulos de alegria, glorificando a Deus.
. Que Deus nos ilumine e nos encoraje para que a partir de hoje nos transformemos em verdadeiros e leais ganhadores de almas, pois foi Salomão quem disse: “O fruto do justo é a árvore da vida, e o que ganha almas sábio é” (Pv 11.30).
. Observação: A tradição diz que André morreu pregando na Macedônia e foi crucificado em uma cruz em forma de “x”, sempre leal e fiel ao seu Jesus!

LEITURAS DIÁRIAS:
Segunda-feira: Jo 1.44
terça-feira: Mt 4.18
quarta-feira: Mc 1.16-18,29
quinta-feira: Jo 6.8-14
sexta-feira: Jo 1.40-42
sábado: Jo 12.20-23
domingo: Pv 11.30

PASTORAL Onde estão os povos ainda não alcançados pela graça do Pai?


O livro de Romanos demonstra como teologia e missão, fé e vida, convicção e missão andavam juntas em Paulo. Por isso, a Espanha precisava ser evangelizada (Rm 16.25-27).
O apóstolo tinha uma consciência clara e profunda de história e de seu tempo, acerca da hora e do lugar onde começar, fronteiras a conquistar e filosofia a nortear o ministério. O capítulo 15.19 fala sobre a hora, o lugar e as fronteiras a conquistar. Em Romanos 15.20-21, Paulo testifica da filosofia que norteava o seu ministério e sua vida. Tinha prazos para sair (vs. 23 e 24). As expressões
“Passa a Macedônia e ajuda-nos” e “confins da terra” dão-nos várias implicações missionárias para a Igreja no século 21.
Quais áreas não evangelizadas e não alcançadas hoje?
Uma outra expressão muito usada, chamando a atenção da Igreja para maior mobilização em oração e ação missionária, é a Janela 10/40. É uma referência ao mundo budista, hinduísta e islâmico, e onde há pouca ou nenhuma presença cristã. São autênticos “cinturões” de resistência. E o desafio muçulmano naquela região é gigantesco. São cerca de 42 países de maioria islâmica localizados no Oriente Médio, Norte da África e Sul da Ásia. Na Europa ocidental existem mais de 15 milhões de muçulmanos e a maioria é não alcançada. Sim, eles também precisam da graça do
Pai! (Extraído: Pr. Fernandes,missionário da JMM na Europa.)
Amado(a), compartilhar Cristo é um privilégio! Até que ponto temos reconhecido que compartilhar o Evangelho é uma oportunidade especial dada por Jesus aos seus seguidores? Será que temos encarado com seriedade esse privilégio? Sabemos que nem mesmo aos anjos fôra dada essa missão. Ela pertence a nós. Deus não tem outras pessoas no mundo para realizar essa tarefa. Quando entendemos que compartilhar Cristo é um privilégio, aí não sentimos medo e nem encontramos desculpas para falar da salvação que Ele nos dá. Juntamente com a JMM, temos muitos desafios! Jesus mesmo adverte: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João9. 4). Então, o momento é agora. Não temos tempo a perder. Afinal, quem compartilha o amor de Cristo, o faz sabendo que Ele em breve voltará! Lembre-se: “Eles também precisam da GRAÇA do PAI!” Amém?!
Com fé Pr.Rangel

terça-feira, 5 de abril de 2011

JOÃO BATISTA – O ENVIADO DE DEUS

TEXTO BÁSICO: Lucas 3.1-20; João 1.6


Ele é conhecido como o precursor do Messias. Sua família, seu nascimento e o seu nome já nos causam profundo impacto. Foi um homem extraordinário, da linhagem sacerdotal, pois seus pais, Isabel e Zacarias (focalizados na lição anterior), também o eram.
Seu nascimento foi miraculoso, pois em condições normais ele não poderia ter nascido; seu nome também merece consideração, pois não havia ninguém em sua família com esse nome, surpreendendo a todos (Lc 1.59-63). João significa: “Javé é gracioso”, portanto ele já nasceu tendo sobre si a maravilhosa graça de Deus.
Entendemos assim que João era diferente de todos, era único. Ele usava roupas curiosas, comia alimentos estranhos, pregava uma mensagem singular aos judeus que invadiam as regiões desérticas para ouvir as suas pregações, geralmente ácidas, porém sempre verdadeiras e poderosas. Era um pregador determinado, corajoso, destemido e confrontador. O tema principal de sua mensagem era: Arrependimento, Fé para o Perdão dos Pecados e o Batismo para os salvos, e alguns estudiosos concluem que pela ênfase que ele dava à importância do batismo ganhou o apelido de João, o Batizador, ou o Batista.
Mergulhemos na vida e no ministério curto, porém profícuo, desse magnífico homem de Deus, a quem as Escrituras Sagradas não atribuem nenhum milagre. Seu nome não consta na galeria dos heróis da fé, mas foi ele quem pregou, atapetou o caminho para o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, contribuindo para se cumprir uma das inúmeras profecias do profeta Isaías.
Lições que esse gigante da fé nos ensina:

I- ELE TINHA PLENA CONSCIÊNCIA DE SUA VERDADEIRA MISSÃO -João 3.28
Em virtude da sua dinâmica, o seu carisma, o seu desempenho na pregação, e de multidões atravessarem o deserto para o ouvirem, a mídia da época se voltou para ele. Refletores eram acesos em sua direção. Em nossos dias, todos os meios de comunicação estariam voltados para ele. Era a hora de ser feita a maior autopromoção que se podia fazer em toda a história. Ele poderia procurar um horário nobre da época e inaugurar o seu “Show da Fé”, poderia também candidatar-se a deputado, senador, governador ou até mesmo a imperador Romano!
Porém frustrando toda aquela expectativa a seu respeito, ele diz: Eu posso ser até um pregador razoável, tenho lá o meu carisma, sou um modesto conhecedor do Antigo Testamento, mas eu não sou o Cristo e não tenho nenhuma pretensão de sê-lo. Eu sou apenas “Antropos” – ou seja, eu sou apenas homem com as minhas potencialidades, meus defeitos e meus limites. Na realidade “eu sou apenas uma voz que clama no deserto!”. E quanto a Jesus, que vocês querem me colocar acima dele: eu não sou digno nem de desatar as alparcas de seus pés. E Ele, sim, é quem batizará com o Espírito Santo e Fogo! – Jo 1.19-23.
Amado(a), é fundamental que cada cristão saiba o seu lugar, descubra a sua missão com certa urgência (Ef 4.11). Pois caso contrário vai se cansar de fazer a obra de Deus, porém frustrado, porque não agrada nem a si mesmo nem ao próprio Deus.
Saiba, irmão(ã), você não está aqui por acaso, ao sabor do vento, tenha consciência exata da razão por que que Deus o(a) colocou aqui.

II- JOÃO BATISTA TINHA UMA VISÃO AMPLA DO TODO DA OBRA QUE DEUS QUERIA REALIZAR – João 3.29
Um dos maiores defeitos de nosso cristianismo é a nossa diminuta visão de Reino. E aí o diabo se aproveita disso para nos jogar uns contra os outros, com pastores enciumados porque a igreja vizinha está crescendo mais do que a sua; crentes são até orientados a convidarem irmãos de outras igrejas para se filiarem à sua. Enfim, ingenuamente passamos a olhar a igreja tal, a comunidade tal, o pastor tal como nossos inimigos. Tudo isso é algo mesquinho, tacanho, obsoleto e até mesmo diabólico.
No texto em pauta, alguns seguidores de João começaram a tentar diminuir a sua visão ministerial e ao mesmo tempo estabelecer um confronto entre ele e Jesus Cristo. E João, com a ampla visão de Reino, bradou em alta voz: “Eu tenho uma missão a cumprir e uma visão alongada da obra. E tenho certeza de que fui colocado aqui pelo próprio Deus e cumprirei o meu ministério até o fim”.
E com tudo isso em mente prosseguiu João em pleno deserto arrebanhando multidões para o reino de Deus.

III- JOÃO BATISTA DEMONSTROU COERÊNCIA DO PRINCÍPIO AO FIM DE SEU VITORIOSO MINISTÉRIO
Como temos acompanhado a saga desse homem de Deus, que se transformou no maior fenômeno da pregação neotestamentária, ele sempre teve alvos e metas, primando sempre pela coerência de suas mensagens. 1) Sua mensagem era cristocêntrica (Jo 1.15-17), deixando patenteado para todos que Jesus Cristo era o centro de suas mensagens; 2) sua mensagem era ungida, tanto assim que frutificou até no deserto – Mt 3.1,2; 3) mesmo portador de uma mensagem ungida, João não agradou a todos – Lc 3.19,20; 4) João Batista nos ensina que, mesmo sendo enviados de Deus, é possível sofrermos duras e penosas perseguições (Mt 14.1-3); 5) com João aprendemos também que é possível, mesmo como crentes fiéis, passarmos por algumas instabilidades espirituais (Mt 11.1-6); 6) Finalmente aprendemos com esse destemido homem de Deus a sermos coerentes do princípio ao fim (Mt 14.1-12). O texto bíblico mostra o rei Herodes tendo uma relação adulterina com Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, portanto, sua cunhada. Os doutores da lei, os líderes fariseus sabiam disso, mas quem teria coragem de peitar o rei e confrontá-lo com o seu asqueroso pecado? E aí mais uma vez entra em cena o intimorato João Batista, que todos os dias ia para frente do palácio real e com o “rolo” veterotestamentário aberto condenava com veemência os pecados do rei. E por sua vez Herodes ficou acuado e sem saber o que fazer com João. “Ou eu o aprisiono por algum tempo, ou decreto para ele uma prisão perpétua? Ou o levo ao óbito para me deixar em paz?”. Foi quando aconteceu uma festa, Herodias tinha uma filha jovem chamada Salomé e a fez dançar provocantemente perante Herodes, orientando-a no sentido de, quando abordada por Herodes, exigir como prêmio a cabeça de João Batista em uma bandeja. E, lamentavelmente, o estapafúrdio pedido foi aceito. Assim morreu o bravo e destemido pregador!
Como lição final fica a coerência de João: ele poderia mudar o discurso, esmorecer, porém a exemplo de seus antecessores, tais como Elias, Jeremias, Daniel e outros, permaneceu firme, não tirou uma vírgula de seu discurso.

PARA PENSAR E AGIR
. João Batista preparou o caminho para Jesus vir a primeira vez, só que agora compete à igreja de Cristo preparar o mundo para sua segunda vinda. João cumpriu eficientemente o seu ministério. E nós, como noiva do Cordeiro, estamos cumprindo o nosso? Aliás, em Jo 3.20, ele mesmo usa a metáfora do “noivo e da noiva”. É comum alguns cristãos alegarem que Cristo está demorando a voltar. Em uma cerimônia de casamento, geralmente quando há atraso, a culpa é do noivo ou da noiva? Então façamos, irmãos, a nossa parte e preguemos com mais urgência esta mensagem salvífica!
. João Batista marcou e marcará várias gerações por ter tido consciência de sua missão, por ter uma ampla visão da obra de Deus, por adotar a humildade como estilo de vida e sobretudo pela coerência de seu discurso. E nós, como igreja do Deus vivo, que legado espiritual pensamos em deixar para os nossos pósteros?
. Clamemos ao Senhor, para que nos encoraje a vivermos o cristianismo de João Batista para deixarmos caminhos abertos para as gerações que nos sucederem!
LEITURAS DIÁRIAS:
segunda-feira: ...Lc 3.1-10
terça-feira: ...Lc 3.11-20
quarta-feira: ...Jo 1.15-28
quinta-feira: ...Jo 1.29-36
sexta-feira: ...Jo 3.22-36
sábado: ...Mt 11.1-15
domingo: ...Mt 14.1-12; Jo 10.41

PASTORAL 03 de abril

EU VOU PARAR!
Não dá mais pra continuar como está. Demorei para tomar essa decisão, mas agora é sério. E não adiantarão pressões contrárias, interiores ou exteriores, pois não vou mudar de opinião.Eu vou parar! Eu vou parar de colocar a culpa em Deus, como se Ele fosse o responsável pelas consequências de minhas más escolhas. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6:7) Eu vou parar de culpar o Diabo pelas coisas erradas que fiz, pois o responsável por tudo o que faço ou deixo de fazer sou eu mesmo, e terei contas a prestar diante de Deus. “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Rm 14:10; Tg 1:15) Eu vou parar de justificar o meu presente pelas tragédias do meu passado. A minha existência não é um acidente. Não nasci onde nasci, vivi onde vivi e conheci quem conheci por um acaso; há um plano maior por parte de Deus e eu vou encontrar a melhor maneira de vivê-lo. “E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.” (Mt 10:30; Jo 13:7)
Eu vou deixar de lamentar e de chorar; vou buscar soluções, enfrentando os problemas com a graça de Deus e no poder do Espírito Santo. “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” (Fp 4:13); 1Jo 5:4)
Eu vou parar de achar que estou velho e vou remoçar no Senhor e na força de Seu poder, encontrando motivos e serviços que me façam útil, solidário e realizado. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão; Com os idosos está a sabedoria, e na longevidade o entendimento.” (Is 40:31; Jo 12:12)
Eu vou deixar de perder tempo e dinheiro com banalidades, com coisas que não edificam, com diversões que não acrescentam nada, com afazeres que só despersonalizam. Eu quero dedicar o meu tempo àquilo que terá significado real. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. (Ef 4:29); Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.” (Is 55:2)
Eu vou parar de parar. Essa história de “fechar para balanço” ou “ficar em análise” não solucionará o meu problema. Eu vou consertar a minha comunhão com Deus hoje, eu vou clamar hoje, eu vou evangelizar hoje, eu vou construir hoje, eu vou orar hoje, eu vou confiar hoje. Porque o ontem já foi e eu não posso fazer nada para mudá-lo; o amanhã ainda não chegou e eu jamais poderei tocá-lo enquanto ele não chegar. Então eu vou fazer do meu “hoje” a minha canção e o meu soneto, e numa linda poesia a minha vida se tornará. “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.” (Hb 3:13) (Extraído: Wagner Antonio de Araújo, da Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP)
Quando li esta reflexão, lembrei-me deste hino:
Vamos, irmãos, levar
Essa luz ao mundo inteiro!
Vamos, irmãos, contar
Que o dom é verdadeiro!
Vamos, irmãos, pregar
Mui confiados no Cordeiro
Que na cruz já fez a nossa redenção!
Amado(a), não pare! Todas as desculpas que surgirem em seu pensamento ou caminho, é estratégia de Satanás, para tirar a sua visão do alvo! Porém, fique firme! Pare de pensar em parar, pois Deus o(a) escolheu!! Lembre-se: Todos precisam saber da GRAÇA do PAI em minha vida, em nossas vidas! Já ganhamos a redenção!Que vitória!!!! Aleluia!Avancemos! Amém!?
Com fé, Pr.Rangel

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Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!