terça-feira, 30 de novembro de 2010

Há valores que se perdem em casa


Texto bíblico: Lc 15.8-10
Pode crer: é em casa que perdemos nossos valores. Isso porque só levamos para dentro de casa aquilo a que damos real valor. Dentro de casa por vezes se vão o respeito, a cumplicidade, o amor, o carinho, a estima... Justamente onde nos sentimos seguros é que perdemos essas coisas que nos são tão caras.
De fato, nós só perdemos aquilo que tem valor. Você já perdeu dinheiro alguma vez? Foi na padaria e quando chegou lá percebeu que o dinheiro caiu do bolso? Pois é exatamente isso que quero dizer: nós só notamos a perda daquilo que tem algum valor.
O ensino de Jesus aqui é uma resposta à parte crítica do público ouvinte, composta por fariseus e escribas (v.2). Ele não só está dizendo que os publicanos e pecadores têm valor, como está patenteando que judeus, que valores, tinham se perdido dentro de casa, isto é, dentro da convivência do povo de Deus. Por isso Ele usou ovelha perdida para falar aos pecadores e dracma perdida para falar aos publicanos, considerados traidores por cobrarem impostos para Roma. Se alguém entendia de valores monetários, esse alguém era o publicano.
Vamos então aprender algumas lições desse texto.
1. Para Deus uma dracma vale muito!
É engraçado notar como no Reino de Deus os valores são díspares aos de nossa cultura. Deus valoriza a oferta da viúva pobre (Lc 21) bem como dá valor a uma dracma. A dracma era a moeda de menor valor nos tempos de Jesus. E foi ela que a mulher da parábola foi procurar.
Interessante que a busca não foi por um talento de ouro (algo de real valor). Jesus está mostrando aqui que Deus não se deixa impressionar pelas convenções e padrões de valor que a sociedade estipula. Para Deus até aquilo que havia sido desprezado como algo sem valor (publicano/dracma) tinha de ser achado uma vez que tinha valor para o Senhor. Por vezes o valor absoluto é menor que o relativo. Por vezes um presente que custa barato para nós tem um preço incalculável. Para Deus toda vida, toda pessoa tem um valor inestimável, ainda que sobre ela tenha sido colocado o rótulo de “sem valor”.
Aquela mulher perdera uma, mas ainda tinha nove dracmas. Podia se alegrar por não ter perdido as outras. Podia se bastar com aquelas que estavam sob seu domínio. Mas não: ela preferiu buscar aquilo que tinha um grande valor para ela.
Deus pode, à semelhança da mulher, ter muitos valores sob seu poder. Mas Ele não quer que nenhum, que ninguém se perca (1Tm 2.4). Por isso Ele vai atrás daquele que se perdeu. Guarde bem isso: você vale muito para Deus. Não deixe que nenhum fariseu coloque sobre você a pecha de que você não tem valor. Não deixe que as circunstâncias da vida, nem que os outros depreciem você. Sua vida foi comprada por um “alto preço” (1Co 6.20) e por isso ela não pode “ser parcelada”. Ela “não tem preço”.
2. O que está perdido não se acha sozinho
Como aquela mulher da parábola achou a dracma perdida? Procurando. Há gente que fica esperando as coisas acontecerem. Entendem que a fé é um convite à sonolência e à letargia... será esse o seu caso? Fato é que sem esforço, sem procura, jamais reencontraremos aquilo que foi perdido.
A busca mostra quanto valor era realmente dado ao perdido. Parar de fazer tudo que se tinha para fazer para poder achar aquilo que fora perdido, somente dando valor. Sentir a falta do que foi perdido é um convite para uma parada e redefinição de prioridades da vida. Para aquela mulher, nada agora era mais importante do que localizar a dracma. Todas as demais coisas importantes que temos de fazer ganham coloração secundária. A agenda, grande indicador de nossas prioridades e valores, é revista.
Quando Davi perdeu tudo o que tinha em Ziclague (1Samuel 30), ele orou ao Senhor. Ele se fortaleceu no Senhor. Mas ele foi atrás recuperar, reaver o que tinha sido perdido. Se ficasse parado esperando, nada teria acontecido.
Isso quer dizer que se houve uma perda da comunicação em casa, terá que haver um esforço para que ela seja retomada. Se houve perda do respeito, ambos terão de buscá-lo. Se houve perda do afeto, você precisará reiniciar esse movimento de troca de carinho. Se ninguém começar a procura, jamais todos reencontrarão essa “dracma”.
3. O que está perdido só é achado quando procurado com diligência (V.8)
Como foi que a mulher procurou a moeda perdida? Ela faz essa procura com diligência, isto é, com extremo cuidado. Uma procura com diligência é marcada pelo empenho, pela organização, pela insistência e pela resolução. Sim, porque nenhuma procura feita com diligência acaba antes de se encontrar o objeto perdido. Pois foi isso que aquela senhora fez quando varreu a casa.
A disposição dela foi tamanha que ela só parou quando terminou. E nesse processo ela certamente descobriu que:
a. Que varrer a casa é jogar fora o pó ou aquilo que virou sujeira. Há coisas que guardamos que depois descobrimos que podíamos jogar fora. Nesse processo de busca por reaver valores ela com certeza se deparou com coisas que estavam dentro de casa, mas que não eram para serem guardadas. E nessa hora é preciso varrer, ainda mais quando falamos de uma tradicional casa da Palestina, que provavelmente tinha seu piso com terra batida, para descartar de uma vez por todas essas sujeiras.
Por falar nisso, que sujeiras você tem abrigado em seu coração? Frustração? Decepção? Mágoas? Pecado?
b. Quando se varre a casa ela fica mais adornada, mais limpa. Dificilmente se perderão coisas boas, valores, numa casa que agora está limpa. E aqui há um paralelo com a vida em santidade que Deus quer para nós. Por vezes a perda de um valor faz com que reencontremos um maior, que é a comunhão com o Pai e a santidade que ela produz. E uma vez retomado o caminho da santidade, nós ficamos prontos para incorporar novos valores. Por vezes Deus não pode agraciar-nos com algo especial, simplesmente porque não estamos prontos para receber. Ele sabe que se recebermos fora de hora, vamos acabar perdendo... e o que vem do Pai não é para ser desperdiçado.
Será que não é santidade que está faltando a sua vida? Será que pela ausência dessa “limpeza” sua vida não deu uma estagnada?
Conclusão
Para achar aquilo que se perdeu é necessário jogar luz. E aqui entra a oração. Deus vai nos guiar nesse processo de reencontro. A busca será nossa. A diligência da procura também nos pertence. Mas a luz... essa cabe ao Senhor. Ele é Luz (1Jo1.5)!
Pela Palavra (Sl119.105) aprendemos a ver valores que não conhecíamos. A Bíblia mostra de forma clara o quanto cada um precisa melhorar. Sabe por quê? A luz mostra. Há valores que estão perdidos e que muitos nem imaginam que existam. Esse contato com a Palavra de Deus é que vai iluminar os cantos e recantos da fé e da nossa alma, a fim de que os encontremos. Isso porque quando somos expostos à Luz do Senhor, somos transformados. Na radiação (presente em todo processo luminoso) da presença fulgurante do Senhor (Ap 21.23) há sempre transformação. Já em outros processos radioativos há deformação. Essa transformação gera mudança, arrependimento, o que tanto alegra o coração de Deus.
Portanto, ore e peça a Deus que mostre o que está perdido e onde se perdeu. Se você ainda não conhecia o Senhor, ore também. Sabe quem está esperando sua oração para jubilar de alegria? O próprio Deus. A Palavra diz que o júbilo não é dos anjos (v.10), mas diante deles. Isto equivale a dizer que Deus fica felicíssimo quando alguém a quem ninguém dá valor (uma dracma) ora para ser achado por Ele.
O que você está esperando então?
Leitura Diária

segunda-feira..... Gn 4.1-10
terça-feira..... Jz 2.6-23
quarta-feira..... Jz 6.25-32
quinta-feira..... 2Sm13
sexta-feira..... 1Sm 2.27-36
sábado..... Atos 5.1-11
domingo..... Lc 15.8-10

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Os perdidos precisam ser achados

Texto básico: Lucas 15.3-7
Achar alguém que está perdido ficou normal. Cresce o número de pessoas que em situações corriqueiras (andando de van) ou inusitadas (sendo assaltadas), acabam se deparando com alguém que em algum momento pertenceu ao povo de Deus. Segundo uma pesquisa divulgada pela Revista Enfoque, estima-se que no Brasil já sejam cerca de 40 milhões de desviados. É como se para cada membro ativo da igreja houvesse um excluído.
Na época de Jesus havia de igual modo inúmeros pecadores. Gente que era do povo de Deus, mas que agora andava à margem da comunhão. E a volta sempre era mais difícil, porque se creditava ao perdido todo o trabalho do retorno. No judaísmo de então, não havia busca pelo afastado. Jesus vem dizer que Deus era bem diferente daquela ausência de prática religiosa... Deus vai ao encontro, atrás daquele que está afastado. Às vezes, vendo essas estatísticas, fico pensando se as igrejas não têm mais a cara do judaísmo do que de outra coisa...
Fato é que Jesus contou a parábola da ovelha perdida para falar ao coração daqueles pecadores que estavam afastados do Pastor. E também para contrapor o pensamento dos fariseus. A forma como Jesus termina a parábola no verso 7 pode ser vista como um tanto quanto “sarcástica”. Ora, quem é o homem que não precisa de arrependimento? Quem, excetuando-se Jesus, jamais cometeu um pecado? Conquanto os fariseus não admitissem, eles também eram ovelhas perdidas, mas que se consideravam achadas. A pior coisa que pode acontecer a alguém que está perdido é não reconhecer que precisa retomar a direção...
Os pecadores (15.1,2) estavam entendendo perfeitamente o que o Mestre dizia, pois sabiam e relembravam as muitas vezes em que Deus se apresentou como o Pastor de Israel no Antigo Testamento.
Vamos a algumas lições?
1. As prioridades do Reino são diferentes das nossas
Não há uma igreja que em sã consciência discorde de uma busca pelos afastados. Pelo menos não no discurso. Mas quantas de fato se envolvem com isso?
Não há também uma celebração digna pela volta (v.7). Celebramos os novos, mas não o retorno dos perdidos. Investimos naqueles que dão batismo; contudo, pouco fazemos por aqueles que já foram batizados. De fato nossas prioridades destoam das do Reino.
Deus não está satisfeito com esse crescente e exorbitante número de perdidos. E Ele como Sumo Pastor não se deixa impressionar por um fenômeno aparente que acompanha a vida de muitas igrejas: a rotatividade eclesial. Esse fenômeno de mercado (jamais do Reino de Deus!) que faz com que a igreja uma vez sempre cheia, dê a impressão de que está todo mundo ali, acaba atrapalhando qualquer acompanhamento pastoral. Aliás, diga-se de passagem, que a prioridade para quem valoriza isso são os frequentadores, enquanto o Senhor visa aos discípulos.
Quais são as suas prioridades? E as da sua igreja? Às vezes, ser fiel a Deus é andar na contramão da toada religiosa... Não era isso que Cristo fazia ali, naquele momento em que proferiu essa parábola? Afinal, com quem sua igreja quer se parecer? Com o Senhor ou com aquilo que é preconizado pela religiosidade vigente?
2. Ovelhas se perdem no caminho do deserto
Você reparou onde as 99 ovelhas foram deixadas? No deserto. Provavelmente o pastor as estaria conduzindo para uma nova e melhor pastagem. As ovelhas possuem a característica de “sugarem” as pastagens. Isso obriga o pastor a ter de fazer um movimento migratório com elas em busca de melhores e verdes pastos (Sl 23.2). Justamente nesse trajeto é que uma das ovelhas se perde.
Por que se perder quando se dirige ao deserto? Porque deserto é local de provação. Deserto, na linguagem bíblica é local de teste. É local de privação, de ausência, de dificuldade, e por vezes de sofrimento. É local de duras revelações, porque no deserto fica patente quem somos nós e que tipo de relacionamento temos com quem nos cerca e com Deus. Entretanto muitas ovelhas esquecem que o deserto é local de passagem, que à frente dele está Canaã, e que ele não vai durar uma eternidade. Não lembram que as promessas de Deus não falam para nós em deserto... (Gn12.1-4; Jr 29.11-14a; Is 64.4 e 1Co 2.9).
Ovelha que não confia totalmente no seu Pastor, que não o ama profundamente, que não tem um relacionamento profundo com Ele, quando vê o prenúncio do deserto, costuma desistir. Ao invés de se fortalecer no Senhor, acaba abrindo flancos/brechas para o pecado.
Parte desse problema está no discurso triunfalista de muitos que apregoa uma “vida de vitória e abençoada” para as ovelhas. Quando essas se deparam com o deserto experimentam um colapso da “sua forma de fé” e desistem. Mas o fato é que o Pastor é quem conduz as ovelhas para o deserto. Não foi o Espírito quem conduziu Jesus, após ser batizado, para ser tentado no deserto (MT 4.1)? Há ovelhas que desistem quando enxergam o deserto. Há outras que se prostram no deserto, não resistindo á tentação. Parece até que o tempo mais comum de deserto na vida do crente é logo após seu batismo... não foi nessa época que você se sentiu mais suscetível ao pecado, parecendo que o Pastor estava distante? Mas, ainda que você se sinta assim, saiba que o Pastor está de olho em você. Ele gravou você na palma de suas mãos (Is 49.15)! É Ele mesmo quem nota sua falta no grupo e é o Senhor quem vai atrás da ovelha que se perdeu.
Ir para o deserto guiado pelo Pastor é coisa de ovelha. Deus quer aprofundar sua experiência com Ele. Deus quer que você entenda o que Jó disse no fim de sua vida (Jó 42.5). Deus quer que você tenha o rosto iluminado (Salmo 34.5). E o Senhor não vai abrir mão de seu instrumento pedagógico favorito (deserto) para falar a você.
Se o deserto chegou para você, saiba que Deus o conduziu até aí. E lembre-se de que há pastagens novas, melhores, níveis mais profundos de intimidade com o Senhor para os quais Ele quer levar você.
Conclusão
Fica para nós uma pergunta: quem afinal está perdido? O Mundo. No entanto a parábola da ovelha perdida nos alerta para gente que fazia parte do povo de Deus e que se perdera. Gente que deixou de andar na companhia do Pastor (Jo 10) e que por isso acabou se perdendo.
É bem possível que o Espírito Santo esteja trazendo à sua memória agora nomes de pessoas que hoje estão afastadas da igreja. Gente que foi extremamente usada por Deus, mas que agora está largada no imenso deserto espiritual e emocional que é este mundo. Não despreze isso. Deus não o está fazendo por acaso. Ele está convidando você a fazer parte daquilo que foi a tônica do ministério de Jesus: “buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19.10/Mt18.4/Lc 5.31).
Sabe o que mais? Quem busca o perdido está em rota de aproximação com Jesus. A parábola mostra o pastor deixando uma reunião de ovelhas e indo atrás da que estava perdida. Confesso que aqui paira uma profunda indagação: seria esse um dos motivos pelos quais algumas celebrações/cultos são tão sem a presença de Jesus? Igrejas que expurgam as ovelhas perdidas, as mesmas as quais o próprio Senhor está buscando (v.4)?
Queria terminar com um desafio de Deus para o seu coração. Ouse dar valor àquilo que move o coração do Bom Pastor. Ore, ligue, converse com gente que você tem contato e bom trânsito e que se perdeu ao ver, ou ao entrar no deserto. Ouse seguir a Jesus – Ele está reunindo seu rebanho.
Leitura Diária

segunda-feira..... Lc 18.35-43
terça-feira..... Lc 19.1-10
quarta-feira..... 2Rs 5.1-19
quinta-feira..... At 10.1-8
sexta-feira..... Ap 22.12-17
sábado..... Lc 15.1-7
domingo..... 1 Pe 2. 10 e 25

Batismo (20/11/2010)






quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ainda há lugar


Texto básico: Lucas 14.15-24
Parece que Deus é festeiro e que gosta de casa cheia. E ao que tudo indica, gosta de servir banquetes. É disso que trata a parábola da grande ceia. A eternidade com Deus é ilustrada pela figura de um grande banquete oferecido pelo Rei (Jesus), aos seus convidados. Interessante notar que para Jesus, por ocasião do seu nascimento em Belém, não houve lugar (Lc 2.7). Mas o Senhor da vida veio justamente anunciar que há lugar (v.22). E temos somente uma vida, a que vivemos, para respondermos a esse convite.
O que é incrível nesta parábola é a rejeição das pessoas. Você deve ter conhecimento de gente em sua igreja que ficou chateada porque não foi convidada para uma festa de casamento, mesmo sabendo que os noivos não tinham dinheiro para bancar mais gente, ou que houve um esquecimento involuntário. Quem sabe você mesmo não ficou assim um dia... tudo por causa de uma boa festa e uma boa dose de imaturidade também. Pois bem: como explicar então que a maior festa de todos os tempos está sendo preparada por Deus para nosso encontro com Jesus, e ainda assim haver gente recusando o convite? Que tipo de gente é essa que vai perder a grande celebração, chamada no Novo Testamento de Bodas do Cordeiro?
1. Os negligentes (vv.18-20; Mt 22.3,5a)
Jesus fala de gente que se justificou dizendo que tinha coisa mais importante para fazer. A fim de destacar a incongruência das justificativas o Mestre destaca as desculpas esfarrapadas daqueles homens. Que negociante iria comprar um campo e depois vê-lo? Quem iria comprar gado para depois examiná-lo? Negligentes são aqueles que não dão o devido valor à mensagem do evangelho. Toda e qualquer outra ocupação tomam seu tempo. Deus jamais será prioridade para alguém assim. Para o negligente, Deus e a dimensão espiritual não passam de um apêndice – está presente, mas, se inflamar, é só arrancar que não faz a menor diferença. Negligente é aquele que vive para si, para seus projetos e sonhos de vida.
Negligentes foram os judeus. Eles eram os convidados. Eles receberam os convites pelos profetas. Mas simplesmente se ocuparam de outras coisas que não estavam ligadas ao projeto do Reino.
Nesse sentido, os convidados não eram predestinados, mas sim privilegiados por deterem a Palavra, os mensageiros de Deus (nabi – hebraico – profeta=falar em nome de Deus) e terem ciência do convite. Mas o fato é que desprezaram sua importância. Por isso que o Rei fica irado (v.21). Como recusar o convite real?
Bom é que Deus não se deixa engessar. Se alguém o despreza, Ele procurará quem o aceite. Se seu coração é duro, Deus procurará um que seja quebrantado para moldá-lo e transformá-lo. Daí surge o convite para todos. O banquete não é para alguns escolhidos. O banquete é para todos que aceitam o convite. Ou como li certa vez: “Ninguém entra no banquete sem convite; e ninguém fica de fora sem recusá-lo”. Por causa da negligência dos judeus o Espírito direcionou os seus servos para falar aos gentios (At 13). Guarde bem isso: onde houver negligência, Deus procurará outra vida, família e igreja para transformá-los.
Será que você é negligente? Será que você é daqueles que têm tempo para tudo menos para Deus? Você tem sido negligente no anúncio de que para o grande banquete ainda há lugar? Há cadeiras vazias na mesa de Deus que Ele espera que você ajude a preencher por meio do seu testemunho e pregação.
2. Os indignos (v.21; Mt 22.5b-8)
Indignos são aqueles que vão além dos negligentes. Eles extrapolam quando, além de recusarem o convite do Rei, têm a ousadia de matarem os servos dele (Mt 22). A forma como a parábola no evangelho de Lucas acentua a indignidade é a tipificação dos que passaram a constar na lista de convidados. Se é verdade que mataram os profetas (provavelmente Isaías, só para ficar num exemplo, foi serrado ao meio – Hb 11.37), é verdade também que eles se igualaram com esse ato ao tipo de gente que era desprezada em seu tempo: pobres, aleijados, cegos e coxos.
Deus jamais desprezou os desprezados. Deus desprezou aqueles que não o prezavam, considerando-os indignos.
Indignos são aqueles que se acham bons demais para o evangelho. Gente que se esquece da verdade de Romanos 3.23. Gente que acha que a moral dos crentes de uma igreja é a moral do Reino... que engano mais infantil! Indignos são aqueles que veem dignidade em si mesmos, quando na verdade digno é o Cordeiro (principal mensagem de Apocalipse). Quanto a nós, somos dignificados por Jesus Cristo.
Você se considera bom demais para Deus? Perfeito demais para ser de uma igreja? Então lamento lhe dizer: você é indigno. Gente que nada tem, gente que é desprezada por toda uma sociedade e cultura, tornou-se mais digna que você. O que você está esperando para mudar esse quadro?
3. Os mal vestidos (Mt 22.11-13)
É em Mateus que vamos encontrar mais um grupo dos que rejeitam o convite para a maior festa do universo. Trata-se dos mal vestidos. Não se assuste. Deus não está preocupado com moda. Na verdade, essa expressão – “sem veste nupcial” – indica duas coisas:
3a) veste suja – alguém que foi ao banquete do Rei com uma roupa visivelmente suja, sem lavar, cheirando mal. Ora, por que em sendo um banquete do Rei, não se lavou a veste, ou não se usou uma veste limpa? A Palavra de Deus nos garante o perdão (Is 1.18, 1Jo 1.9, 3.3). Por que não lavamos as vestes? Por que não buscamos a santificação? Não é o pecado que nos tira do banquete, mas nossa recusa em lavar as vestes (1Jo 3.9,10). Se alguém não reconhece seu erro, não se arrepende (Mt 18) pode ser que ele, mesmo tendo “cara e vernáculo de crente” não o seja. Um crente não consegue andar sujo. Como bem diz o pastor Ivênio dos Santos: “Não é mais limpo quem nunca se suja, mas quem sempre se lava”.
Você tem se lavado no sangue do Cordeiro? Como andam as suas “vestes”? Alvas como a neve? Ou encardidas pelo pecado?
3b) Veste inapropriada – alguém que se recusou a vestir a veste dada pelo rei. Naquele tempo era comum os reis terem grandes armários com inúmeras vestes para ocasiões especiais. Pessoas pegadas desprevenidas eram instadas a visitarem o “closet real” (um desses armários) para que se trocassem e pudessem se apresentar dignamente diante do Rei. Aquele conviva, ao que tudo indica na parábola, se recusou a vestir a veste que o Rei lhe ofereceu. Era só aceitar... Assim também acontece com a nossa salvação. Deus já propiciou para nós as vestes da salvação (Is 61.10). Há um “closet celestial” onde podemos nos vestir para o grande banquete. Esse “closet” chama-se graça. E todos que a vestirem, todos que a aceitarem, participarão do banquete. A sua melhor roupa não é um traje real. Somente o Rei (Jesus) pode vestir você com roupas de rei. Você quer isso para sua vida?
Conclusão
A mensagem desta parábola é clara: ainda há lugar. Ainda há lugar, porque ainda há tempo de você priorizar o Senhor e não mais ser negligente. Ainda há lugar porque este é o tempo de você abrir mão de sua arrogância e reconhecer que indigno não é o servo do Senhor que traz o recado dele, mas que indigno é aquele que ainda não reconheceu a dignidade do Cordeiro. Ainda há lugar para você se arrepender (Hb 12.27) e pedir para ser lavado pelo sangue do Cordeiro, para tirar essa veste encardida e ser limpo pelo Senhor. Ainda há lugar na mesa do banquete para você. Mas somente se assentará nessa mesa, para a grande festa, quem estiver vestido com os trajes da salvação, que o Rei mesmo dá.
Você quer se arrepender? Você quer vestir os trajes do Rei? Então ore agora ao Senhor e peça que Ele entre em sua vida e mude a sua história.
Leitura Diária

segunda-feira .....Mt 22.1-14
terça-feira .....Sl 23
quarta-feira .....Lc 2.1-7
quinta-feira .....Jo 14.1-6
sexta-feira .....1Tm 2.5
sábado .....Lc 14.7-14
domingo .....Lc 14.15-24

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Só há uma passagem


Texto básico: Lucas 13.22-30
Se o Reino é abrangente a entrada nele não o é. É possível que pessoas vivam valores do Reino sem serem do Reino. É possível até que pessoas se beneficiem de valores do Reino mesmo nunca fazendo parte dele. Mas é impossível que façam parte do Reino sem passarem pela porta estreita, objeto desta parábola.
Nesse sentido Jesus contempla uma pergunta que inquieta o coração de muitos: como pode, o Reino sendo tão bom, e o Rei tão maravilhoso, haver poucos salvos? Por que a maioria não se salva? Porque preferem as obras das trevas (Jo 3.19).
A parábola da porta estreita mata qualquer possibilidade de universalismo, dessa compreensão errônea de que todos somos filhos de Deus e de que “todos os caminhos levam a Roma”. Bem, a “Roma” podem até levar, mas o nome da cidade celestial é Jerusalém... Isso porque a Bíblia apresenta o Deus que é exclusivista, que não aceita adoração a nenhuma outra divindade porque sendo Ele o único Deus, o resto é falso (Dn 4.19-27; Is 44.9; 45.21-23; 48.11; Jr 2.11-13; Is1; Êx 20; Jz 8.33,34; Dt 1.45). Deus inclusive sente “ciúme” de nós (Ez 8). Ele zela, cuida de nós chega a ponto de não aceitar outra interferência. Dessa feita, pode-se entender as outras religiões como uma tentativa do homem de chegar a Deus, e o cristianismo (Cristo) como a única ponte de Deus para o homem.
1. Que porta estreita é essa?
A porta não pode ser outra coisa a não ser Jesus Cristo (Jo 10.8,9). Iniquidades, pecados serão encontrados também naqueles que professam a Jesus como Senhor (v.27). A diferença é que estes estão lavados no sangue do Cordeiro e podem purificar “suas vestes” constantemente (1Jo 1.9). E mesmo quando adotam comportamento de pessoas que transitam pela porta larga se arrependem e voltam a dar bons frutos (Mt 7.18).
Igualmente não é pela etnia (descendência) que seremos contados (Jo 1.11-13). Por isso aqueles que não passarem por Jesus não estarão com os patriarcas nem com os profetas no Reino de Deus (v.28). Se você ler com cuidado essa passagem vai perceber até uma ponta de humor em Jesus. Quando o Mestre diz que judeus ficarão de fora e que gentios se juntarão ao banquete do Reino (v.29) já se podia ouvir o ranger de dentes em especial dos fariseus que ali estavam (v.31). Onde está o humor de Cristo? Simples: “vocês rangem os dentes agora, mas ranger mesmo é o que acontecerá a vocês no futuro, se não crerem”.
Interessante é que a porta estreita faz um belo paralelo com a arca de Noé (Gn 6,7). Só havia uma porta por onde passar. E essa porta era a da arca. Os animais entenderam isso. Os homens não. E houve um momento em que Deus fechou a porta. Ele a abriu, Ele a fechou. Assim ocorre também com Jesus: a porta, conquanto seja estreita, ainda está aberta. Porém um dia será fechada (v.25 – trancada com chave).
Quem você conhece que ainda não passou por essa porta estreita? Clame por essa vida ao Senhor (At 4.12).
2. A Passagem pela porta
Agora, como se passa pela porta? Sabemos que é pela graça, mediante a fé (Ef 2.8,9), e que pela confissão com a boca e a crença de todo o coração somos salvos (Rm 10.9-11). Mas Jesus fala também de um esforço, que nada tem a ver com obras.
Esforçai-vos (v.24) é a tradução para agonizo (grego), da onde vem a palavra agonia. Agonizo é o esforço para fazer algo certo, bom. Normalmente essa palavra estava ligada aos esforços estrênuos exigidos de um atleta em uma competição, o que dependia de um empenho de alma, mais do que simplesmente físico. Era estar com todo o coração ali naquele preparo, naquela atividade.
Jesus está trabalhando aqui três pontos principais. O primeiro diz respeito a nossa postura. Só há um jeito de passarmos pela porta estreita: é com todo o coração, realmente crendo com toda a alma. Qualquer atitude diferente dessa é porta larga.
O segundo diz respeito à perseverança cristã. Muitos querem e não podem simplesmente porque não perseveram. Quando começam a dar uma abertura para Jesus em suas vidas, quando começam a se permitirem crer nele, acabam desistindo e voltando para trás. Chegam perto da porta estreita (v.26), mas não passam por ela. Sabem muito sobre Jesus, mas pouco de Jesus. Isso porque não pertencem a Ele. Ele não os conhece nem sabe de onde são (v.25). Ao que tudo indica muitos se perdem com a plateia (grego – largo, rua larga onde pessoas ficavam), na busca de aplausos do mundo e não de Deus (1Co 4.1-5).
O terceiro fala do comportamento. Qual é a distinção entre o que passa pela porta e o que passa ao largo da porta? É justamente o comportamento. Porta larga é sinônimo bíblico para comportamento desvairado. Ora, uma vez que passamos pela porta estreita não podemos ter esse tipo de comportamento, pois ele contradiz por si só a nossa experiência. Na verdade porta estreita é nos colocar em luta constante e agonizante contra o pecado (Hb 12.4; Rm 7).
No entanto, para passar pela porta é preciso que haja arrependimento. Passar pela porta significa abrir mão de sua vontade para fazer a vontade de Deus. É abrir mão do ego para viver uma nova vida em Cristo. É assumir os valores do Reino e rasgar aqueles que eram discrepantes destes. É se permitir ver a vida com um novo olhar – o prisma divino, a forma de Deus ver. Metanóia (mudança da mente no grego) é o resultado de alguém arrependido e que passa pela porta estreita.
Arrependimento é necessário para passar pela porta estreita porque só se passa por ela deixando a velha carga para trás. Arrepender-se é dizer que se pudesse voltar no tempo “não faria aquilo que fiz”. É poder dizer hoje: “não faço novamente aquilo que fiz”. E dizer sobre o amanhã que “não farei, com a ajuda de Deus, o que um dia fiz”.
Sem arrependimento não é possível ser salvo, porque é necessário que todos reconheçam que são pecadores. Arrependimento ou disposição para se arrepender é marca de um crente (Mt 18.15-17).
Você já passou pela porta estreita? Sua vida testemunha, ratifica essa sua experiência? Ou seu comportamento a desdiz? Você tem um coração quebrantado, disposto a se arrepender? Que carga é essa que não está deixando você passar pela porta?
3. Quem está mais pronto para a porta estreita?
Uma das frases mais propagadas em fila de almoço de igreja é dita por Cristo nesse texto: “últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”(v.30).
O Mestre estava falando da prontidão para passar pela porta. Justamente os religiosos, os fariseus, que por conhecerem mais a Bíblia e por serem “fiéis depositários” da Palavra deveriam ser os primeiros a fazer parte do Reino, a passar pela porta estreita. Só que eles se julgavam sãos. Bons e prontos para o Reino. Por isso se tornaram os últimos.
Quem então ficou com a dianteira do Reino, para escândalo dos judeus mais apegados à tradição, foram os pecadores. Se os primeiros se viam superiores e bons demais para o Reino, os últimos, por se verem não merecedores e carregados demais pelos seus pecados e pela opressão religiosa daquele tempo, acabaram se tornando os primeiros. Seus corações eram mais prontos ao quebrantamento. Deus não rejeita o coração contrito (Sl 51.17; 147.3)! Por que então você não tenta pregar para pecadores inveterados (Rm 5.20-6.3)?
Conclusão
Nessa parábola Jesus distingue duas classes de pessoas (v.27): os de dentro da casa e os de fora dela. Em assim fazendo ele corrobora com o padrão usado para a medida – porta estreita e porta larga.
O que resta saber é a qual dessas classes de pessoas você pertence. Porque somente uma delas vai cear com o dono: a daquelas que escolheram passar pela porta estreita.

Leitura Diária
segunda-feira .....Gn 7
terça-feira .....Mt 25.1-13
quarta-feira..... Fp 2.12-14
quinta-feira..... Mt 7.13,14
sexta-feira..... At 8.4-8
sábado..... At 17.1-9
domingo..... Lc 13.18-20

Comunicação

No dia 20(Sábado) de novembro será realizado Batismo, na Igreja Batista Central em Cabuçu – ás 15h. Contamos com a participação e a presença de toda igreja!

No dia 20 de novembro Aniversário de Ministério do PR. Rangel

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Reino é Expansão


Texto básico: Lucas 13.18-20
Jesus compara a infertilidade de Israel com a capacidade de expansão e de produção que a mensagem do Reino tem por si só. Grão de mostarda e fermento sinalizam para pequenas coisas que têm o poder de fazer toda a diferença. Pequenas coisas que têm um grande efeito multiplicador. Assim é com o Reino de Deus.
O grão da mostarda é provavelmente a sinapis nigra (mostarda negra) que era a menor das sementes da mostarda. Já o fermento é colocado numa boa quantidade de farinha (3 medidas = 36 kg), a qual produziria pão para cerca de 162 pessoas. Alimentar a fome do mundo é uma das vocações do Reino, seja na propagação do evangelho, que anuncia que Jesus é o Pão da Vida (Jo 6), seja na propagação de valores como justiça e paz social que visam mudar a estrutura econômico-social corrompida pelo pecado. E isso é expansão!
1. Mexendo no vespeiro
Uma das tônicas ministeriais que mais tomam o tempo de líderes eclesiásticos é a questão do crescimento. Saber quantos se converteram, quantos foram batizados, qual a taxa anual de crescimento de uma igreja; volume financeiro das entradas... tudo isso e algo mais se tornou assunto preferencial para muitos. Mas algumas questões surgem: pode o Reino de Deus crescer, ou seria ele já definido? Será que é possível uma igreja, corretamente tida como uma agência do Reino, não crescer? E por fim: todo crescimento de uma igreja significa crescimento do Reino?
Para começar, quero dizer a você que num certo sentido o Reino não pode nem crescer, nem diminuir. Lembre-se de que o Reino de Deus é maior que a igreja. Dr. Ladd destaca isso ao observar a cena da adoração ao Cordeiro relatada no livro de Apocalipse (Ap 4). Nessa cena, os apóstolos estavam lá, Lutero, Calvino, Wesley, Billy Graham, você, eu,... Como isso foi possível? Pelo fato de o céu estar fora da limitação tempo/espaço. Deus habita numa realidade atemporal, sem passado, presente e futuro (Ap 13.8). Por isso nessa realidade ulterior onde a vontade do Pai é realizada no seu todo, sem qualquer impedimento ou barreira (Mt 6.10), o Reino de Deus já é.
Contudo, para nós que aqui estamos, ele é um Reino que “está sendo”. Nesse sentido, o Reino precisa crescer para dentro e para fora. Para dentro assim como o fermento com a massa, que mesmo sem ninguém ver vai mudando os corações pela influência de Cristo, cujo efeito é sentido por pessoas à volta.
Para fora porque o Reino não só está crescendo em nós, mas também ao redor de nós. A mostardeira é visível e acaba abrigando aves do céu, figura na Bíblia usada também para os povos da Terra (Dn 4.12,20-22; Ez 17.23;31.6).
É aqui, mais precisamente na figura do grão de mostarda, que está nosso maior problema. É possível uma igreja não crescer? A resposta é infelizmente sim. Isso não se dá só por conta de problemas de migração populacional, ou mesmo da ausência de uma veia evangelística no pastor, entre outros fatores. Mas sendo o Reino expansão, uma igreja que não viva os valores e ideais do Reino está fadada a não crescer, ou a não ser uma igreja. Igrejas que se identificam com uma tradição histórica acima do que diz a Palavra; igrejas cujos valores maiores não são os do Reino, mas sim os que foram construídos ao longo de sua trajetória; igrejas que não ousam mudar, uma vez compreendido o que a Bíblia diz; igrejas que preferem o engessamento à mobilidade são igrejas fadadas a não crescer. E isso não é coisa de pastor. É coisa da igreja toda. Chega a ser cruel e até mais uma prova da ausência do Reino na vida de uma igreja culpar o líder por uma deficiência que é de todo um povo.
Mas também é possível uma igreja crescer sem ter uma ligação com o Reino. Nem todo crescimento de igreja é crescimento do Reino. Se a vida das pessoas que ali congregam não é transformada; se elas não experimentam do fermento de Deus crescendo a cada dia em seus corações e melhorando a sua forma de ser; se a igreja não exerce uma profícua influência na localidade onde está; se os valores do Reino (tais como verdade, amor, perdão, graça, sinceridade, honestidade, justiça) não são vividos pela sua liderança e pelo seu povo, lamento lhe dizer: biblicamente falando o que está crescendo é uma espécie de clube (o número de sócios está aumentando!), mas não uma igreja. Uma igreja pode sim crescer muito inclusive contando com fenômenos migratórios da população, mas ter muito pouco a ver com o Reino. Não foi isso que Jesus quis dizer em Mt 7.15-23?
Bom é quando o crescimento de uma igreja está tão alicerçado com os valores do Reino que há uma expansão do domínio do Senhor no coração do seu povo e também ao redor dele.
2. O Modo da expansão do Reino
Será que há um modo, um padrão estabelecido para a expansão do Reino de Deus? De fato um processo metódico não há. Mas estas duas parábolas, objetos de nossa análise, trazem alguns princípios interessantes para nossa observação.
O primeiro refere-se ao anonimato. Um homem plantou o grão, uma mulher colocou o fermento. Jesus não atribuiu a judeu esses feitos. Isso quer dizer que pessoas podem encarnar valores do Reino e ser instrumentos de sua expansão mesmo não fazendo parte dele. Quando Bill Gates, que ao que tudo indica não é do Reino (não é crente), pega parte de sua fortuna e aplica em filantropia na África, ele está encarnando um valor do Reino chamado misericórdia. Quando ele convida outros a participarem ou mesmo influencia pessoas pelo exemplo a se engajarem, ele está contribuindo com a expansão do Reino. Isso é chocante para você? Para mim também é. Mas essa é a verdade da Palavra (Mc 9.38-41). O Reino cresce independentemente de nós.
Sem dúvida o melhor é quando a igreja encarna esses valores e puxa a sociedade para uma ação coerente. A questão é que nosso pensamento hoje é muito mais de retaguarda do que de vanguarda, ao contrário do da igreja primitiva em Atos. Fato é que os valores do Reino independem da igreja para serem vistos ou vividos. Mas sem dúvida alguma eles ganham sua melhor expressão quando o Corpo de Cristo os vive integralmente!
O segundo tem a ver com o tempo. Nem tudo que acontece pelo Reino tem efeito imediato. A mostardeira demorou a crescer. O fermento demorou a levedar. Isso equivale a dizer que há um tempo de plantio, de iniciativas (Ec 11.1-6; Gl 6.7-9) e há um tempo de colheita, de expansão. A implantação do domínio do Senhor, dos valores do Reino na vida de uma pessoa, de uma comunidade de fé, de uma cidade, de um país pode demorar um pouco para acontecer. No entanto, há uma certeza de que isso ocorrerá.
O terceiro está conectado com a simplicidade. Assim como fermento e grão de mostarda eram coisas usuais e simples de se ter naquele tempo, assim é o Reino. Ser alvo da influência do Reino é para todos, dos mais simples aos mais “complexos”. A própria expansão do Reino se dá de forma simples. Você pode usar de instrumentos midiáticos para divulgar valores. Mas não é a mídia que vai fazer o Reino crescer. Quem dá o crescimento é Deus (1Co 3.6b). Numa época em que não havia rádio nem televisão, a igreja foi chamada de cristã em Antioquia (At 11.26) e reconhecida na vida de Paulo e Silas como os que “transtornaram o mundo” (At 17.6). O que dizer de Jesus Cristo que dividiu a História em duas, antes e depois? Fermento e mostarda... expansão do Reino.
Conclusão
Sendo o Reino expansão, há duas questões que precisam perseguir você neste momento:
a. Quanto do Reino cresce em você? Você hoje é mais do Senhor do que era antes? Ou ainda há alguma área da sua vida que não pertence a Ele? Esse é o princípio do fermento... crescendo dentro de nós!
b. Quanto do Reino cresce à sua volta? Nem todas as aves do céu, isto é, nem todas as etnias foram abrigadas na árvore do Reino (Mt 24.15). O que você tem feito sobre isso?

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