quarta-feira, 18 de maio de 2011

SIMÃO PEDRO E JUDAS ISCARIOTES: A DIFERENÇA ENTRE O ARREPENDIMENTO E O REMORSO

TEXTO BÁSICO: Mateus 27.1-5; João 21.15-19

O tema nos sugere algumas indagações: por que o Senhor escolheu pessoas tão diferentes para participarem de um projeto tão amplo quanto o seu? Por que o Senhor não os impediu de fracassarem? Quem eram esses homens em foco? Por que os dois simbolizam o arrependimento e o remorso?
De um modo simples e objetivo o texto a seguir se proporá responder a essas inquirições. Só para início de conversa ambos foram escolhidos para ser bênção e não maldição.
Deus não os impediu de fracassarem por causa do livre-arbítrio de que fomos dotados, já na nossa criação. O sopro divino dado em nossas narinas simboliza que Deus não queria se relacionar com robôs, mas sim com homens com plenos poderes de pensar, querer e agir, e Deus comprova isso na sua Palavra (Gn 1.26; 3.22; Mt 16.24; Ap 3.20, etc.).

1- QUEM ERAM ESSES SEGUIDORES DE CRISTO?

Eram seres humanos semelhantes a nós, que receberam o convite de Jesus com o imperativo “segue-me”. Eles aceitaram humildemente o desafio de segui-lo, e durante três longos anos com suas deficiências naturais dos seres humanos cumpriram o prometido.
. Destaquemos os Perfis de Ambos:
(1) Simão Pedro – Filho de João, nascido na Galileia, irmão de André; na vida funcional tornou-se pescador profissional e após o encontro pessoal com Jesus foi imediatamente promovido a pescador de homens. Pelo seu temperamento explosivo e por ter uma forte personalidade foi logo se aproximando de Jesus passando a fazer parte de seu ciclo mais íntimo de amizade, tornando-se assim um dos seus maiores parceiros de oração. Por ser um homem destemido, corajoso e audacioso começou logo a ser apontado pelos seus próprios colegas de apostolado como líder do ministério, tanto assim que, graças às suas intervenções em nome do grupo, Jesus Cristo nos brindou com ricos e preciosos ensinamentos que por certo marcarão para sempre as nossas vidas. Assim sendo maravilhosas páginas da Bíblia passaram a existir em respostas às frequentes inquirições desse irrequieto apóstolo.
Como se não bastasse, ele mesmo contribui com o seu lado escritor com duas cartas neotestamentárias (1 e 2 Pe) e na visão de alguns estudiosos ele teria assessorado com muita eficiência João Marcos na sistematização de seu evangelho.
(2) Judas Iscariotes – Filho de Simão, provavelmente nascido na cidade de Queriote, na Judeia, tornando-se assim o único discípulo de Jesus que não era Galileu. Por certo isso já o deixava constrangido, e pelo seu sotaque sulino deveria sentir algumas rejeições do grupo. No entanto, pela sua formação técnica em contabilidade e a maneira como administrava a sua vida pessoal, os colegas perceberam que ele seria uma pessoa ideal para o cargo e o elegeu tesoureiro do grupo, e isso lhe deu mais respeitabilidade.
Judas não participava muito do ciclo de oração. Imaginamos que enquanto os colegas estavam orando ele dava uma desculpa de não poder estar junto para cuidar dos papéis da contabilidade. Ele também falava muito pouco e quando falava era para defender as finanças do grupo. Observa-se que ele tinha uma certa fixação por dinheiro: “então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?” (Jo 12.4,5).
Judas era ambicioso e como muitos de seus colegas tinha uma ideia distorcida do ministério de Jesus, por pensar em um reino político aqui na terra. Ao perceber que Jesus levava a sério o discurso de que o seu reino “não era deste mundo”, ele ficou frustrado, infeliz, ressentido, amargurado e ao perceber que Jesus a cada dia se encaminhava para a cruz, permitiu que Satanás entrasse em seu coração: “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. E foi e falou com os principais dos sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria” (Lc 22.3,4).
E pensando assim, vendo que o barco estava afundando, resolveu fazer a sua independência financeira decidindo-se a vender Jesus por trinta moedas de prata e, para efetuar o seu intento maligno, usou o beijo, que até então era símbolo de amor, carinho e ternura entre os seus pares, e o transformou em traição.
Mesmo depois deste perverso pecado, Jesus ainda lhe deu chance para recuperar-se, porém frustados os seus esforços, Judas caminhou para o fim de um covarde – o suicídio.

2- AS SEMELHANÇAS E AS DIRERENÇAS ENTRE ARREPENDIMENTO E REMORSO

A Bíblia diz que, durante os três anos de ministério de Cristo aqui na terra, tanto Pedro como Judas tiveram erros e acertos, porém na fase final, perante o Calvário, ambos se excederam em maldades, com Pedro o negando triplicadamente, um vexame, uma vergonha para o evangelho, ao passo que Judas em nome de sua suposta independência econômica traiu Jesus, trocando-o por dinheiro. Só que Pedro se recuperou e transformou-se em canal da graça de Deus, e Judas se depravou, se deteriorou de tal modo que a saída foi a morte. Será por que ambos cometeram esses hediondos pecados e tiveram fins diferentes? Acontece que o primeiro se arrependeu de verdade, e o outro teve apenas uma crise de remorso. Passemos a estudar os termos:

(1) Semelhanças entre Arrependimento e Remorso
1) Ambos surgem por reconhecimento de que cometemos um grande erro – Judas apenas se entristeceu por ter traído um inocente; Pedro chorou amargamente e se voltou para Jesus.
2) Ambos produzem tristeza pelo erro cometido – o remorso traz tristeza ao coração e no caso de Judas por mais que ele se depravasse, foram três anos andando, dormindo, comendo com Jesus, vendo milagres acontecerem, demônios sendo expulsos, ouvindo pregações como o Sermão do Monte e outros, tudo isso não permitia que sua consciência fosse cauterizada. Daí a tristeza invadiu o seu coração; enquanto que o genuíno arrependimento nos leva a ter dor de alma e nos voltarmos para quem realmente pode nos ajudar, Jesus.
(2) As Diferenças entre Arrependimento e Remorso
É importante que nos fixemos neste ponto, porque é possível que as igrejas estejam lotadas de crentes que nunca avançam na vida cristã, criam dificuldades para os pastores e líderes, estão sempre mal-humorados, infelizes, reclamando de tudo e de todos não porque sejam más pessoas, mas simplesmente estão na igreja há tempo, ocupam ou já ocuparam cargos de liderança, porém nunca tiveram uma experiência real de arrependimento de pecados. Tais pessoas vivem em constantes remorsos. Sempre quando ouvem uma mensagem de um pregador desconhecido, atendem aos apelos em lágrimas, ajoelham-se na plataforma do templo, fazem votos dramáticos visando a aperfeiçoarem a vida cristã, e o tempo passa e nada de novo acontece. Atentemos, pois, para essas diferenças:
1) Quem tem um mero remorso tenta resolver sozinho os seus problemas, mas quem se arrepende de verdade reconhece a sua incapacidade e sem titubear se volta para Jesus – Mt 26.75; Mt 27.3-5.
2) Quem tem um simples remorso acha que pode fazer uma maquiagem no pecado, mas quem se arrepende suplica de Deus uma transformação radical.
3) Quem tem apenas remorso entra em pânico quando fracassa, mas quem se arrepende chora os seus pecados e aceita o socorro divino – Mt 27.5; Jo 21.15-19.


PARA PENSAR E AGIR

. Qual de nós nunca teve pânico? Qual de nós já conviveu, está convivendo ou conviverá com problemas insolúveis aos olhos humanos? Mas é exatamente nessas horas que precisamos estar certos de que somos verdadeiramente convertidos, arrependidos de nossos pecados, desprezar radicalmente o desespero, o descontrole de Judas e nos apegar ao bom exemplo de Pedro, que falhou, é verdade, mas teve a coragem de: a) admitir a sua impotência; b) reafirmar o seu amor por Jesus, dando-lhe liberdade para agir em sua vida; c) em nenhum momento abrir mão da vida, que é essa preciosidade que o Senhor nos deu.

LEITURAS DIÁRIAS:

segunda-feira: Lc 6.12-16
terça-feira: Mt 26.75
quarta-feira: Rm 5.1-11
quinta-feira: Sl 139.23,24
sexta-feira: Is 6.1-8
sábado: Lc 18.9-14
domingo: Mt 27.1-5; Jo 21.15-19

quinta-feira, 12 de maio de 2011

MARTA E MARIA – A CRISE DO IMPORTANTE E O NECESSÁRIO

TEXTO BÁSICO: LUCAS 10.38-42

Este tem sido o dilema que todo ser humano enfrenta, e o cristão não foge à regra que é a crise de saber quais as coisas importantes e as necessárias. Inicialmente precisamos nos conscientizar de que esse é um drama que vivemos e que envolve o nosso avanço ou retrocesso na vida.
Em seguida temos que envidar esforços para resolver esse dilema, sobretudo pedindo a ajuda de Deus para que saiamos dele com rapidez, evitando assim o transtorno em nossas vidas espirituais. O texto em foco mostra Jesus chegando à pequena cidade de Betânia, onde uma família super-hospitaleira. formada por Marta, Maria e Lázaro, o aguardava cheia de expectativas.

1- A MARTA E SEUS MUITOS AFAZERES DOMÉSTICOS (IMPORTANTE)

Por certo Marta por ser a irmã mais velha exercia uma liderança natural sobre Maria e Lázaro, e como boa mulher judia queria sempre manter a sua casa à altura de seus hóspedes, cuidando de todos os detalhes para manter a casa confortável, porém deixava os demais membros da família desconfortáveis. Por ter esse tipo de temperamento ela não relaxava enquanto não via tudo em ordem e, por conseguinte, não podia apreciar devidamente a sua visita, por mais especial que fosse. Tudo isso que Marta fazia era importante, mas dar atenção àquela ilustre visita era muito mais importante ainda.
(1) Marta e sua frustração – Foi tão intenso o seu estresse por querer colocar os afazeres em ordem que ela esbravejou com o próprio Jesus, dizendo: “... Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? dize-lhe pois, que me ajude” (v. 40b).
Agindo com essa irritação toda, Marta comete quatro equívocos:
1) É deselegante com Jesus, acusando-o de omisso por aceitar aquela vida contemplativa da irmã adoradora;
2) Insinuava dar ordem para Jesus – “... dize-lhe pois...”, tornando-se bem parecida com os modernos evangelistas que ocupam a mídia falada, escrita e televisada, quando dizem: “Eu ordeno a cura”; “Eu reivindico tal coisa de Deus”, etc.;
3) Envergonha publicamente um membro da família (Maria);
4) Ela demonstrou que não sabia discernir as coisas importantes das necessárias;
* Lição: Temos que controlar o nosso temperamento, evitarmos murmurações e entendermos que o próprio Senhor Jesus disse: “Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).
. A postura de Cristo: Ele não destratou Marta pelo seu estresse. Também não chamou Marta de incrédula. Ele apenas gentilmente chamou a sua atenção para que ela corrigisse as suas prioridades.
(2) Maria escolheu prostrar-se aos pés de Cristo (necessário)
Até hoje saber fazer escolha é um desafio. Tudo isso porque lamentavelmente grande parte dos problemas que enfrentamos é fruto de uma escolha precipitada quer seja na vida pessoal, vocacional, sentimental, ou nas oportunidades que se nos apresentam. Em uma sociedade da época do “self service” em que somos confrontados por mil opções, fazer escolhas se tornou ainda muito mais difícil. Daí a valorização ainda maior da opção de Maria, porque ela rejeitou as más escolhas, rejeitou as escolhas razoáveis e até as boas e optou pela melhor, e recebeu os aplausos do próprio Jesus.
Às vezes nos especializamos em tantas coisas, quando uma só é necessária. O apóstolo Paulo em um mundo cheio de opções, que lhe oferecia um enorme cardápio de atividades, parou e disse: “... mas, uma coisa faço: é que esquecendo das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo...” (Fp 3.13b e 14a).

2- MARTA E MARIA VOLTAM À CENA NA HORA DE UMA GRANDE TRAGÉDIA: A MORTE DO IRMÃO, LÁZARO – João 11.1-44

Era um quadro terrível, extremamente doloroso, pois o único varão da família experimentara a morte. E a morte é sempre muito radical porque nos priva da companhia das pessoas que tanto amamos. E elas tinham paixão pelo irmão caçula! E o mais grave é que aquela família era amicíssima de Jesus e profundamente amada por Ele! E naquele momento de dor as duas irmãs queridas aprenderam algumas lições que as acompanharam por toda a vida:
1) O ato de serem crentes, consagradas e amadas pelo Senhor (v. 5) não as imunizava de passarem por dores e sofrimentos atrozes.
2) Que a suposta demora de Deus em atender orações não significa a indiferença d’Ele às suas angústias e tempestades pessoais.
3) Deus só age no tempo d’Ele e para a glória d’Ele.
- O agir de Jesus com Marta e com Maria
1) Marta – com aquele seu temperamento mais extrovertido, ao perceber a chegada de Jesus, saiu imediatamente ao seu encontro e, premida pela forte emoção e sensação de perda, abraçou Jesus e foi logo dizendo: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido, mas agora eu sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá” (v.21).
Estas palavras de Marta não constituem nenhuma reprovação a Jesus, pelo contrário, revelam Fé e Esperança de que, mesmo em circunstâncias adversas, o milagre ainda podia acontecer.
E, por meio deste extravasamento de emoções de Marta, ela extraiu de Jesus uma das expressões mais consoladoras da Bíblia, quando Ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (v. 25).
2) Maria – embora sofrendo horrores, porém mais introvertida, falando pouco, mas com acerto, tremendamente consternada, respeitosamente só se aproximou de Jesus quando convidada, sendo Marta a porta-voz de Jesus quando lhe disse: “O Mestre chegou e te chama” (v. 28b). Ela era mulher extraordinária, que não hesitava em ouvir e obedecer à voz de Deus: “e ela ouvindo isso, levantou-se e logo foi ter com Ele” (v. 29). O v. 32 destaca o lugar em que Maria mais se sentia bem: aos pés de Cristo! Faz um discurso semelhante ao da irmã mais velha, mas pela sua intimidade com Deus, usou um tom de voz diferente, assim quero crer pela reação de Jesus. Isso porque, ao ouvir o emocionadíssimo discurso de Maria, Jesus não se conteve, deixando fluir a sua mais genuína e pura humanidade, que nos ensejou deleitar com o versículo da Bíblia: “Jesus chorou” (v. 35).
Quanto à ressurreição de Lázaro, foi mais uma prova inequívoca do absoluto poder de Deus que tem sob o seu domínio: o pecado, o inferno e a própria morte: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.55).
E a certeza de que o nosso Deus pode transformar tragédia em bênçãos: “Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele” (v. 45); Rm 8.28: “e sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.”


PARA PENSAR E AGIR

Marta e Maria eram bem diferentes, é verdade: Uma era extrovertida, a outra introvertida; uma era impulsiva, a outra reflexiva; uma era um pouco agressiva, passional, a outra amorosa; uma era um pouco mais explosiva, faladeira, a outra mais contida e de poucas palavras, etc.
Uma pergunta: com qual das duas você se identifica? Antes de dar a resposta saiba que ambas eram cristãs verdadeiras, ambas serviram a Jesus com denodo e ambas foram bênçãos na vida e no ministério de Jesus. E Cristo individualizou o tratamento dado às duas, porque eram diferentes, e saber conviver com as diferenças era uma especialidade de Jesus, tanto assim que ao dizer “Marta, Marta!”, Jesus não deu uma dura repreensão nela, apenas se propôs redimensionar o ministério dela.
. Diante do dilema quanto ao importante e o necessário – Resta-nos pedirmos a Deus o dom do discernimento para que não permitamos que o diabo nos atropele com as coisas Importantes, que geralmente são abundantes (tais como almoçar fora, visitar parentes e amigos, excesso de lazer, etc), em detrimento das coisas Necessárias (tais como orar, ler a Bíblia, cuidado com a vida devocional da família, etc). E para respaldar tudo isso, é o próprio Senhor Jesus quem diz: “Buscai primeiramente o reino de Deus e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Lc 12.31).

LEITURAS DIÁRIAS:
segunda-feira: Fp 3.13,14
terça-feira: Jo 11.1-10
quarta-feira: Jo 11.11-22
quinta-feira: Jo 11.23-35
sexta-feira: Jo 11.36-46
sábado: Jo12.1-11
domingo: Lc 10.38-42

terça-feira, 10 de maio de 2011

Alegrei-me quando me disseram vamos a Casa do Senhor


Estamos como diz a diaconisa Elaine: "respirando" o mês da família. Ainda, que essa respiração possa ser ofegante, em meio ao cansaço da correria do dia à dia conseguimos dar um jeitinho para estar na Casa do Senhor. Há quem diga conseguir nela renovar suas forças ou até mesmo as baterias. Em nossa igreja, Deus têm nos dado o privilégio em meio a tantas dificuldades promover a comunhão com muita alegria. O salmista no salmo 122.1 nos ensina que deve ser prazeroso estar na casa do Senhor. Não obstante queria poder compreender os casos contrários, ou seja pessoas extremamente mal humoradas, sem qualquer tipo de compaixão e bondade. Mas, não vamos perder a esperança, pois precisamos clamar ao Senhor da Igreja que haja um grande avivamento em nossas igrejas. Sabemos que para isto aconteça existem princípios: Oração, estudo da palavra e arrependimento, e se não for assim fica difícil. Estamos no mês da família e a nossa vontade é ver estas aos pés do Senhor reconhecendo o seu poderio. Igreja é a assembléia dos santos, onde a família se encontra para louvar ao Senhor. Estamos construindo famílias positivas em um mundo negativo. Nos alegre com a sua presença. Te esperamos... IBEC

quarta-feira, 4 de maio de 2011

JOÃO MARCOS – O JOVEM QUE SOUBE APROVEITAR A SEGUNDA CHANCE

Atos 15.36-41

Diz certo provérbio popular que “Errar é humano, persistir no erro é ignorância”. Infere-se aí que só os humanos são sujeitos a erros; os irracionais nunca erram, pois seguem os seus instintos naturais. Salomão, no alto de sua sabedoria, concluiu ao se referir ao crente: “Porque sete vezes cairá o justo e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal” (Pv 24.16). Tudo isso nos ensina que é possível, mesmo sendo um servo de Deus leal e fiel, experimentar alguns fracassos. Digo isso para me referir a outros heróis bíblicos, que tiveram tais experiências, mas o destaque especial é para o nosso personagem em foco: João Marcos, filho de uma das Marias da Bíblia, convertido a Jesus pela influência do apóstolo Pedro, que segundo a tradição se transformou em seu “pai na fé”, primo de Barnabé, teve sua vida cristã e seu ministério duramente questionado quando cometeu duas falhas públicas: quando fugiu praticamente despido na ocasião em que Jesus foi preso (Mc 14.51,52), e quando inexplicavelmente abandonou o campo missionário capitaneado por Paulo e Barnabé (At 13.13). Porém o que enche o nosso coração de alegria é que esse jovem recuperou-se em tempo, seguiu os conselhos dos experientes Pedro e Barnabé, retomou a sua carreira ministerial, tornando-se o autor do evangelho que leva o seu nome, e terminou os seus dias sendo um dos mais expressivos auxiliares de Paulo em seu ministério – 2Tm 4.11b.

1- A CASA DE SUA FAMÍLIA FOI TRANSFORMADA EM UM LUGAR DE ORAÇÃO – Atos 12.9-17

Em plena época de perseguição, quando ser cristão era colocar a vida em risco, época em que os crentes eram caçados, julgados ilegalmente, condenados aos castigos mais vis, mais dolorosos e mais humilhantes possíveis, no relato de At 8 os crentes eram barbarizados, maridos e pais viam suas esposas e filhas serem estupradas sem dó nem piedade, e, para culminar com esse massacre, Tiago, irmão de João, tinha sido morto à espada, e Pedro, com terrível sofreguidão aguardava a sentença fatal, pois Herodes percebeu que a morte de Tiago lhe tinha dado prestígio. Pedro, sem sombra de dúvida, seria a próxima vítima. A Bíblia relata: “Pedro, pois, era guardado na prisão, mas a igreja fazia contínua oração por ele” (At 12.5). E esta casa onde os cristãos se concentravam para orar era a dos pais de Marcos. Desafiando a tudo e a todos, a família abria a sua ampla residência para as mais ferventes e calorosas orações. Entende-se então que esse jovem cresceu em um lar que levava a sério o ministério da oração. E a sua casa, irmão(ã), é aberta à oração? Os seus filhos precisam contemplar a vida de oração de sua família.


2- O JOVEM QUE FRACASSOU NO CAMPO MISSIONÁRIO – Atos 12.25; 13.13

O texto diz que Barnabé e Paulo haviam encerrado suas atividades em Jerusalém e agora com muita expectativa se preparavam para realizar a primeira viagem missionária, voltada para os gentios, incluindo importantes cidades, como Antioquia, Icônio, Listra, Derbe, etc. Enquanto Barnabé e Paulo se envolvem com outros trabalhos preliminares pregando, ensinando, curando tudo em nome de Jesus, ao saírem de Pafos e chegarem a Perge da Panfília, perceberam que João Marcos tinha desertado, voltando inexplicavelmente para Jerusalém. Esse fato irritou profundamente o apóstolo Paulo, que ainda meio novato na fé não aceitava falhas de gente separada por Deus, como veremos posteriormente.
Este fato acontecido nos chama a atenção para a seguinte inquirição: Quais teriam sido os motivos que levaram o jovem pregador a desistir de fazer a obra missionária naquela circunstância?
A Bíblia não diz claramente os motivos, porém podemos especulá-los:
1) Entendemos ser por causa de sua total inexperiência com Deus – embora fosse ele uma pessoa convertida, não havia experimentado pessoalmente o Deus ajudador, consolador, supridor de carências, e ao não ter obtido respostas satisfatórias para algumas de suas orações, ele desistiu de ser missionário.
2) Podemos também inferir que por ser muito jovem foi vencido pelas saudades da família, o conforto de sua bela casa e o companheirismo de seus parentes e amigos.
3) Também podemos entender que a própria aspereza do campo, os confrontos com as trevas tenham minado a vocação do jovem servo.
O que aconteceu com Marcos acontece com frequência no seio da igreja com algumas desistências na fé e também na área ministerial. Compete às igrejas orarem fervorosamente para que o Senhor mantenha os soldados de Cristo em seus postos de combate!

3- MARCOS E A SUA SEGUNDA CHANCE – Atos 15.36-39; 2Timóteo 4.11

Paulo, agora, mais estruturado, prepara a sua segunda grande viagem missionária, incluindo em seu roteiro: Roma, a região da Macedônia, Corinto etc. Quando estava tudo já preparado para a saída, com a empolgação de Paulo em rever alguns irmãos confirmando-lhes a fé e abrir novos campos missionários, chega Barnabé trazendo João Marcos para integrar a equipe missionária. Paulo, que não tinha a capacidade perdoadora de Barnabé, se posicionou completamente contrário à inclusão de João Marcos em sua equipe de trabalho. Esse episódio colocou em confronto os dois gigantes da obra missionária: Paulo e Barnabé. Este, por sua vez, usando toda a sua experiência em lidar com gente, não permitiu que o diabo usasse esse pequeno cisma para atravancar a obra missionária: fez uma dupla com João Marcos e sabiamente restaurou o seu ministério, e por certo orou com fervor para que Deus levantasse Silas para formar agora dupla com Paulo, e o trabalho missionário não ficasse prejudicado.
Quanto a João Marcos, uma vez restaurado por Barnabé, aproveitou a segunda chance que lhe foi dada e daí para frente teve um ministério vitorioso, pois saiu do fracasso para o sucesso.
Marcos – o autor de evangelho que leva o seu nome.
Sem ter o brilho de um Paulo, ou um Pedro, Marcos foi um destaque do meio cristão quando escreveu o evangelho que leva o seu nome.
A tradição diz que ele se assessorou de Pedro para escrever com mais clareza fatos que mostravam o Senhor Jesus como servo do Senhor, com destaque para o dizer do próprio Cristo: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).
Em seu evangelho, que é o menor de todos em extensão, mas não em conteúdo, ele prossegue mostrando que Cristo cumpriu literalmente todas as profecias a seu respeito, tais como Is 42.1-5; 49.1-7; Sl 50.4-11.
Marcos também enfatiza os milagres de Jesus, apontando-o como o Filho de Deus.

PARA PENSAR E AGIR

A vida de João Marcos nos ensina a refletir profundamente sobre a nossa atitude com as pessoas que enfrentam alguns fracassos na realização da obra do Senhor. Mesmo porque na vida espiritual o fracasso nunca foi um problema: o problema é permanecer derrotado, caído a vida toda. Caso o fracassado não tivesse mais jeito, não teríamos Jacó, um dos maiores patriarcas; não teríamos Davi, o maior musicólogo, o maior compositor de todos os tempos; não teríamos o grande pregador neotestamentário, que foi o apóstolo Pedro, e consequentemente não teríamos o grande evangelista João Marcos.
O ideal mesmo seria que fôssemos iguais a Enoque, que de tão santo que era foi trasladado, para não provar a morte. A nossa oração deve ser a seguinte: Ó Deus, já que não conseguiremos ser iguais a Enoque, faze-nos pelo menos ser semelhantes a João Marcos!
. João Marcos soube aproveitar a segunda chance que Deus lhe deu, e nós, temos sabido aproveitar as inúmeras oportunidades que o Senhor nos tem dado? Que Deus nos ilumine na resposta a esta pergunta!

LEITURAS DIÁRIAS:

segunda-feira:... Mc 14.51,52; At 12.25
terça-feira:... At 13.13; At 12.9-17
quarta-feira:... Fm 1.22-24
quinta-feira:... Cl 4.10
sexta-feira: ...2Tm 4.11
sábado: ...1Pe 5.13
domingo:... At 15.36-41

Quem sou eu

Minha foto
Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!