terça-feira, 31 de agosto de 2010

Atenção, Atencão!!

Dia 5 de setembro às 10:00h culto infântil
Esperamos por vocês!!!

Bons Frutos

Salmos 1 e 15
Após plantarmos uma árvore frutífera, existe uma satisfação muito grande quando vamos colher os primeiros frutos dela. É um momento especial, quase uma festa, e a degustação do primeiro fruto torna-se um ritual muito animado. Da mesma forma, Deus quer também ver bons frutos em nós, que nascemos espiritualmente pela plantação da semente da Palavra de Deus em nossos corações. O solo (Cf. Lc 8.5-15) mostrou-se propício e a alegria dos frutos pertence ao semeador. Os dois salmos que vamos estudar hoje nos falam do desejo divino de ver seus filhos produzindo bons frutos, sendo verdadeiras árvores grandemente frutíferas.
1. Uma árvore frutífera (Sl 1.3)
O v.3 é o verso central do Salmo 1, fazendo separação do contraste entre o viver do justo (vv.1,2) e o viver do ímpio (vv.4-6). Aprendemos desde cedo nas aulas de ciência que os vegetais dependem muito da água para serem saudáveis e bonitos. O quadro do Salmo 1 é atraente, pois a árvore está num local privilegiado: próximo a um ribeiro de águas. Sua localização nos leva a pensar em um solo fresco, grandemente propício a seu desenvolvimento, significando que foi colocada em um local que lhe desse total condição de frutificação. No NT, Jesus vai ser enfático quanto à necessidade de frutificação do crente (Mt 21.18-20). No Sermão do Monte (Mt 7.16-23), a palavra de Jesus tem a ver com coerência. Árvore boa produz bom fruto, árvore má produz mau fruto. Bananeira não produz abacaxi assim como um espinheiro não produz fruto algum. Da mesma forma, o crente não pode produzir frutos do pecado nem ainda ser infrutífero, o que o colocaria sob julgamento divino.
Como o v.3 medeia o contraste entre o justo e o ímpio, podemos pensar que os frutos produzidos pelo justo são exemplificados nos versos anteriores. As negativas verbais do v.1 – “não anda”, “nem se detém”, “nem se assenta” – mostram que Deus espera daquele que anda em seu caminho que jamais busque qualquer contato com o pecado, mesmo que seja apenas “uma olhadinha”. Esse corte definitivo com o pecado passa, necessariamente, pela presença constante da Palavra na vida do filho de Deus. Lei é “torah”, que significa, basicamente, instrução, direção. Tendo prazer nesta lei e nela meditando diuturnamente, o justo estará criando em si mesmo uma fortaleza contra quaisquer desejos ou atrativos pecaminosos, pois a Palavra ocupará sempre seus pensamentos, seus desejos e permeará suas atitudes.
Os ímpios, no entanto, são como a palha espalhada pelo vento. A ideia aqui é da ação de joeirar o trigo, para que, quando ele for jogado para o alto, o vento possa levar embora a palha, deixando apenas os grãos. Palha não subsiste à ação do vento; está junto com o trigo, mas não é trigo. O ímpio também não subsiste à ação julgadora de Deus. Desta forma, cumpre-se a total separação do justo do ímpio, daquele que produz os frutos dignos de arrependimento do que coloca sua vida no caminho do mal.
2. Frutos coerentes com a qualidade da árvore (Sl 15)
O Salmo fala do caráter do adorador, iniciando com uma pergunta: quem está apto para entrar no santuário? A resposta dada pelo Senhor leva o homem a examinar a sua consciência e nos mostra os frutos que Ele deseja ver na vida de seus filhos.
2.1 Integridade de Caráter (v.2): A primeira expressão do verso que reporta a esse fruto é “anda em integridade” ou “anda em sinceridade”, que traduzem a palavra hebraica “tamîn”, que dá a entender aquilo que é inteiro, sincero e sadio. A segunda, “pratica a justiça”, aponta positivamente para as boas obras, em consonância com os ditames da lei, especialmente no amor a Deus e ao próximo, a maior de todas as leis. Negativamente, fala de evitar todas as coisas condenadas pela lei, sobretudo os atos de perversidade contra os outros seres humanos. “Falar a verdade” significa que a pessoa deve ater-se àquilo que é seguro e digno de confiança, e não meramente àquilo que é correto. O que a pessoa íntegra diz está de acordo com aquilo que é, não há falseamento da sua palavra.
2.2 Fala Equilibrada (v.3): A palavra traduzida por “difama” tem, no hebraico, o significado de “ir em derredor”, para espionar as coisas ou divulgá-las; sendo correlata do termo usado em Gn 42.9 em que José “acusa” seus irmãos de espionar a terra do Egito. A expressão final do verso, “não lança injúria”, pode ser entendida como “não ofender com palavras” ou ainda “não pegar algo desonroso para mexer nele de modo desnecessário”. O salmista quer nos dizer, portanto, que Deus deseja que seus filhos sejam pacificadores (Mt 5.9), que vivam segundo a orientação clara e precisa de Provérbios: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados” (Pv 10.12 – comparar Cl 4.6). A pessoa que observa esses princípios não faz mal ao próximo, seja por atos ou por palavras, aproxima os que estão em desavença, não empresta seus ouvidos ao caluniador nem participa de qualquer espécie de maledicência. Por meio de sua fala branda (Pv 15.1), desvia o furor e promove a paz.
2.3 Lealdade Para com a Verdade: (v.4a): A declaração tão categórica do poeta revela seu comprometimento incondicional com a verdade. Seu desprezo ao réprobo (malvado) não é uma atitude de arrogância, mas fruto desse comprometimento; não é apenas algo que o salmista admira, mas um padrão que ele se propõe seguir. O homem reto tem senso espiritual suficiente para distinguir entre o homem bom e o mau. Ele conhece a vida do hipócrita que chega para adorar (não podemos esquecer que o contexto do Salmo reporta ao caráter do adorador) com um rosto de piedade e um coração imundo, cuja vida está manchada pela maldade contra as outras pessoas. Inversamente, reconhece e se põe ao lado daquele que teme ao Senhor, que pratica a bondade e é dotado da verdadeira espiritualidade. Isto nos mostra que devemos nos aproximar daqueles que amam e praticam a verdade, são leais na perspectiva humana e também a Deus. Agindo assim, estaremos fortalecendo nossos propósitos e nossas ações de lealdade à verdade (leia 2Co 13.8).
2.4 Vida Social Correta (v.4b,5):
O homem correto leva a sério seus compromissos solenes, mesmo que para isso tenha de arcar com algum “prejuízo”. Uma pessoa poderia, em certas circunstâncias, desobrigar-se de forma honrosa de uma voto (Pv.6:1-5), conseguindo manter o propósito do que prometera sem o seu cumprimento literal (talvez isso possa ser aplicado ao voto de Jefté – Jz.11.30,31;34-40 e o de Herodes – Mc 6.22-28). A ideia trazida pelo texto é que o homem reto em seu procedimento não é um caloteiro nem foge levianamente dos compromissos que assume, vivendo segundo os parâmetros de Jesus: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt 5.37).
O homem que agrada a Deus também não pode ser um agiota, emprestando dinheiro e recebendo mais do que é justo. No hebraico, usura deriva-se do verbo nashak, que significa, literalmente, “mordida”, “picada”. . O sentido não é de “juros” aplicados corretamente a um capital, mas o de tirar proveito das desgraças do próximo (Nem seria necessário lembrar que a agiotagem é crime!). Um hebreu não podia fazer isso com outro hebreu, mas era orientado até mesmo a sustentá-lo quando caísse em necessidade (Êx 22.25; Lv 25.35-38). O que o salmista nos ensina é que devemos excluir a extorsão, enquanto encoraja a generosidade, além de não fazer qualquer distinção entre um irmão e um desconhecido necessitado (ler Gl 6.10). Mesmo no AT, temos aqui uma bela demonstração do amor cristão.
Para pensar e agir
▪ A síntese do que estudamos hoje é coerência. Você aplica à sua vida o que exige para os outros? Seus atos são concernentes às suas palavras?
▪ Como é o seu procedimento em casa, na escola, no trabalho ou no lazer? O seu viver é digno do nome “cristão?”
▪ Leia os textos de Colossenses 2.6 e Efésios 4.1 e reflita se sua vida passa pelo crivo desses dois versos.
Leitura Diária
segunda-feira Mateus 21.18-22
terça-feira Lucas 13.6-9
quarta-feira Mateus 7.16-23
quinta-feira Efésios 4.20-5.17
sexta-feira Salmo 24
sábado Salmo 1
domingo Salmo 15

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ARREPENDIMENTO

Salmo 51
Este salmo faz parte do grupo denominado “Salmos Penitenciais” e tem como pano de fundo os momentos mais sombrios da vida do rei Davi, descritos em 2 Samuel 11 e 12, que narram a sua queda no episódio envolvendo Bate-Seba. É impressionante a diferença entre o Davi manipulador e cínico de 2 Samuel e o Davi deste salmo, em que podemos aprender como em nenhum outro lugar das Escrituras a respeito da justiça, o amor e perdão divinos bem como do pecado e da salvação. Este aprendizado torna-se mais especial pelo fato de ser fruto de uma experiência real de um pecador que, arrependido, clama pela graça restauradora de Deus. O salmista perscruta sua própria alma, explora as profundezas de sua culpa e conhece de maneira singular a magnificência e magnitude da graça de Deus.
1. A Oração de um pecador (vv.1,2)
A expressão presente na oração inicial de Davi (compadece-te/tem misericórdia de mim) retrata a linguagem daquele que pede algo consciente de que não merece aquilo que implora. O poeta não se queixa de inimigos ou qualquer fator externo, pois reconhece que ele mesmo é seu maior inimigo, restando-lhe clamar pela benignidade de Deus da qual é alvo não por ser o rei de Israel ou por qualquer mérito, mas pelas ternas misericórdias de Iavé. A palavra “misericórdia” é a mesma usada em Gn 43.30 em que o texto registra que José “se movera em seu íntimo” pelo seu irmão, corroborando que Davi apela à “entranhável compaixão” de Deus, para que não o trate de acordo com merecimento, mas segundo a própria compaixão divina.
Entretanto, perdão é mais do que a ternura de Deus pelo pecador, pois a mancha do pecado permanece bem como seu registro acusador. Por isso é necessário o ato divino de apagar as transgressões, da mesma forma que se apaga um registro numa folha de papel ou num quadro escolar. É a mesma ideia que Paulo apresenta em Cl 1.14, quando afirma que Jesus apagou, anulou, cancelou, na cruz, o registro de nossa dívida com o Pai. Na metáfora “lava-me completamente”, o verbo “lavar” mostra que Davi se sentia como uma peça imunda de roupa que precisava passar por uma intensa assepsia, sem a qual ele continuaria indigno da presença de Deus. Para nós, fica a palavra ainda mais clara do NT: 1Jo 1.7.
2. A Confissão de um pecador (vv.3-5)
Nada mais angustiante para aquele que teme a Deus do que sua própria consciência apontando-lhe o dedo acusador. É o que o salmista estava experimentando, pois seus pecados se avultavam diante dele: “... o meu pecado está sempre diante de mim” (v.3). A expressão “contra ti, contra ti somente pequei” (v.4) é uma expressão que leva ao âmago do problema do pecado. Embora a pessoa possa pecar contra si mesma e contra o próximo, a ofensa é, em última instância, contra Deus. Percebam o contraste: em 2Sm 11, a preocupação de Davi é consigo, buscando como esconder o pecado cometido; agora, sua preocupação é como agir com Deus. Não há justificativa para o pecado, por isso ele aceita a sentença de Deus, que jamais pode ser questionado quanto a sua justiça: “... para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares” (v.4).
Quando olha para dentro de si, Davi passa a ter uma nova perspectiva a respeito do seu pecado, percebendo que este não era um evento contrário à natureza dele, pelo contrário, fazia parte dela, do seu caráter e de sua intrínseca perversão, resultado da raça degenerada à qual pertencia (v.5). Davi não está falando aqui contra sua mãe ou contra o processo pelo qual foi concebido. É, antes de tudo, a síntese de que os pecados são dele mesmo (os pronomes “meus”, “minhas” aparecem 5 vezes nos versos 1-3. Ver Is 6.5, Rm 3.23).
3. A restauração de um pecador (vv.6-9)
Não há restauração onde impera a mentira, mesmo que ela esteja escondida no mais íntimo da alma. Por isso o salmista pontua o amor de Deus pela verdade (v.6). Enquanto Davi tentou esconder seu pecado usando diversas artimanhas (mentira, assassinato, disfarces etc. – 2Sm 11,12), Deus não pôde realizar a restauração de sua vida. “Purifica-me com hissopo” alude à purificação do leproso conforme o ritual da lei levítica (Lv 14.6,7), que usava um ramo de hissopo para borrifar o enfermo com o sangue do sacrifício, ou ainda purificar aquele que tivera contato com um cadáver (Nm 19.16-19).
A obra restauradora de Deus é completa e eficaz deixando o antes imundo pelo pecado “mais alvo que a neve” e restaurando-lhe a alegria. O leproso, uma vez dado como curado pelo sacerdote, era reintroduzido ao convívio social, e o salmista mentaliza um quadro em que ele era restaurado à presença de Deus e seu povo, sendo recebido com exultação. Os ossos antes esmagados, agora estão prontos para saltar de alegria. Como é maravilhosa a restauração que Deus opera em nossas vidas! Quanta graça! Quanto amor! Quanto perdão!
4. A renovação de um pecador (vv.10-13)
A renovação de um pecador é um milagre de Deus. Esta é a ideia do verbo “criar” presente no v.10, que é o mesmo termo usado na história da criação, em Gênesis 1. É uma oração em prol da santidade (v.11). O homem desviado em seu pecado torna-se frívolo, instável, facilmente se deixa arrastar pelo caminho errado, daí o salmista pedir que seja renovado dentro dele um espírito inabalável. Quando um pecador tem sua vida renovada, resulta em um desejo ardente e uma premência da presença de Deus (v.11). O desejo do salmista é perseverar na presença do Senhor, para o quê, ele se oferece com prontidão (v.12b) recebendo do próprio Deus o antídoto eficaz contra a recaída: a alegria da salvação (v.12a). Assim é o crente em Jesus Cristo; ele não perde a salvação, mas a alegria de estar na companhia do Senhor, precisando de arrependimento genuíno para que haja restauração, renovação e o retorno da alegria. Por último, o pecador renovado se interessa em que todos os outros transgressores tenham seus olhos abertos para serem conduzidos também à mesma renovação da qual ele fora alvo (v.13).
5. A Adoração de um pecador renovado (vv.14-19)
Um coração preso pela culpa não consegue adorar a Deus. “Abre, Senhor, os meus lábios” (15a) é o grito de alguém cuja consciência o levou a ficar calado, envergonhado de sua inadequação diante do Santo. A expressão revela o clamor de quem anseia por adorar com liberdade e gratidão, como antes; e crê que, pela graça de Deus, assim o fará. A confissão sincera e o perdão obtido desanuviam a mente e o coração, colocando o homem novamente na condição de louvar o Senhor (15b). Os versos 16 e 17 trazem o alerta quanto à redução do culto a meros atos litúrgicos. Deus não estava rejeitando os sacrifícios que Ele mesmo ordenara nem dizendo que podemos escolher nossos próprios métodos para adorá-lo. O que o texto ressalta é que o melhor dos sacrifícios é rejeitado por Deus se não vier acompanhado de um coração contrito. Precisamos aprender que adoração é muito mais que atos simbólicos, é uma realidade pessoal oriunda de um coração que sabe quão pouco merece, quão grande é a sua dívida e quão esplendorosa é a graça de Deus.
Os últimos versos (18 e 19) mostram que um homem restaurado, renovado e transformado em adorador contrito não esquece o povo em meio do qual habita. Precisamos confessar os pecados pessoais, mas também lembrarmo-nos de interceder pelo povo que está distante de Deus e alheio às coisas espirituais, rogando as misericórdias divinas. Levantemos um clamor pelo bairro, pela cidade, pelo nosso país, lembrando o que nos diz 2 Crônicas 7.14.
Para pensar e agir
▪ Devemos sempre evitar o pecado; mas, se cairmos, há um remédio certo: a confissão. (1Jo 1.9).
▪ Lembre-se: a graça de Deus sempre será maior que qualquer pecado. Leia Rm 6.1 e 5.20.
▪ Só podemos adorar a Deus com a nossa vida purificada. Relembre a experiência de Isaías (6.1-8).
▪ Você se preocupa com a situação espiritual das pessoas que estão ao seu redor? Não deixe de clamar por elas!
Leitura Diária
segunda-feira Romanos 5.1-10
terça-feira Romanos 5.11-21
quarta-feira Romanos 6.1-11
quinta-feira Romanos 6.12-23
sexta-feira 1 João 1.5-10
sábado Salmo 32
domingo Salmo 51

Domingo de Benção na IBEC 5 adolescentes aceitaram Jesus


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Encontrão Infântil foi uma bênção







SEDE DE DEUS

Salmos 42 e 43
Aprendemos na escola que a água é insípida e incolor, mas quem nunca elogiou uma água fresquinha, após caminhar sob um sol muito forte, dizendo: “Que água gostosa”! Que o rigor científico me desculpe, mas realmente numa situação assim a água é muito gostosa e, tão mais gostosa quanto mais seca estiver a garganta. Sorvemos tudo e ainda queremos mais. Nestes salmos, o poeta usa essa ilustração para falar do anseio de sua alma por Deus, e é sobre esse desejo que vamos falar esperando que cada um possa cada dia mais ter a “garganta seca” das coisas espirituais, buscando a fonte de águas vivas para ali saciar sua sede.
1. Dois salmos – um poema
Os salmos 42 e 43 são vistos como duas partes de um único poema, estreitamente entrelaçados, possuindo algumas características em comum. Inicialmente, há um título único que serve para ambos, que fala do desejo do salmista em estar diante do altar do Senhor. Existe também o monólogo de lamento pela opressão do inimigo, que está presente em 42.9 e 43.2 e o estribilho que termina as duas partes do Salmo 42 (vv. 5 e 11) e que encerra o Salmo 43 (v.5). Ambos os poemas tomam a forma de um lamento, podendo ser proveniente de alguém (talvez um cantor do templo exilado no Reino do Norte) ou mesmo de um rei em campanha militar, longe do templo e, portanto, do contato com o santuário de Iavé, para onde deseja retornar. No entanto, os dois salmos terminam em uma nota de triunfo, pois as orações foram respondidas. Assim, o poeta transforma seus anseios em fé resoluta e convicta esperança em Deus.
2 – Uma grande sede (42.1-5)
“Como o cervo brama pelas correntes das águas...”. É dito desse animal que, quando fica exausto e dolorido de tanto correr, seu último refúgio é a água, para cujo meio poderá nadar, e assim evitar o olhar brutal dos que o perseguem e beber o precioso e revigorante líquido. Este é um quadro que demonstra a total dependência da corça pela água e não a autossuficiência de um camelo no deserto, como diz Kidner. A expressão do v.2 “quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” remete-nos à expectativa intensa do salmista de ver satisfeita a necessidade que o afligia, necessidade esta que se torna mais patente ainda devido à incitação zombeteira dos inimigos que perguntam: “onde está o teu Deus?” (v.3b). Este desdém o angustiava ainda mais a ponto de ele dizer que seu dia era passado em prantos (v.3a). Desta forma, ele se sente totalmente vulnerável aos ataques dos inimigos, não havendo outro refúgio que não seja a presença do Senhor.
Suas palavras (“quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus”) são muito mais do que saudade de um lugar; é, antes, o anseio por uma manifestação poderosa da presença de Deus. Temos buscado a Deus como esse animalzinho busca sua água necessária? Na linguagem neotestamentária, escolheu a bem-aventurança daqueles que têm fome e sede de justiça, mas que serão saciados (Mt 5.6), e não a situação enganadora daqueles que se acham fartos, mas que padecerão fome (Lc 6.25). Parece-me que muitas coisas hoje em dia substituem a presença de Deus nas igrejas e na vida dos crentes, que se contentam com imitações ao invés do cultivo da verdadeira piedade e espiritualidade. Há muito barulho e excesso de tarefas tomando o lugar da meditação e disciplina espiritual, as quais, se exercitadas, fortalecem a vida e a comunhão com o Senhor.
O término dessa primeira sessão (que se repete em 42.11 e 43.5) revela a tensão que o poeta experimentava e que é permanente em todos os crentes, mesmo os mais dedicados e fiéis, embora alguns hesitem em admitir. Temos profundas convicções de nossa fé em Deus, mas também somos criaturas mutáveis e suscetíveis a angústias e ansiedade e isso não tem nada a ver com falta de fé ou “problema espiritual”, qualquer que seja o sentido dessa expressão tão vaga. O salmista diz: minha alma está abatida e perturbada, mas ainda o louvarei. Ele não buscou a aflição nem ela era intolerável, pois não abalou sua fé e esperança.
3 – Um grande abismo (42.6-11)
Nesses versos há um quadro que ilustra um cenário de assombro para o poeta, muito semelhante à realidade vivida pelo profeta Jonas (2:3) quando submerso no mar nas entranhas de um grande peixe, percebia-se coberto pelas grandes ondas do mar. As ondas são personificadas e chamam umas às outras para se juntarem, agindo em conjunto contra um homem em estado de penúria e perigo (v.7). No entanto, mesmo submerso sob as grandes ondas da vida, a fé do salmista sempre vem à tona, pois ele se lembra de Deus (v.6) como seu guardião e libertador, o qual está sempre atento para adequar as coisas em seu amor constante (v.8).
Assim é também conosco, pois o curso de nossa vida bem como seu ponto final está garantido pelo Senhor, cuja benignidade e misericórdia transformam as tristezas e afiançam o triunfo ao fim da jornada: “... o Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo...”. Da mesma forma como Deus pode ser visto como a única causa na permissão das provações, também é a única causa de nosso triunfo espiritual e a alegria que o acompanha, pois Ele é o “Deus da minha vida”. Deus é o alicerce da vida, ou seja, aquele que dá apoio à vida inteira, tal como uma construção de qualquer espécie não fica em pé sem alicerces adequados (v.9). A rocha é, igualmente, uma fortaleza, termo militar que nos lembra refúgio e segurança, um lugar no qual o salmista poderia proteger-se dos inimigos como também lançar um ataque contra os inimigos. Tais inimigos não apenas afligiam o corpo (“com ferida mortal em meus ossos me afrontam os inimigos...” [v.10]), mas também a alma, inquirindo zombeteiramente: “onde está o teu Deus?”.
A nota final, no entanto (v.11), é de esperança, seja na experiência do salmista, seja também na nossa, hoje em dia. Deus não permite que seus servos fiquem prostrados (cf. Sl.16.10), pois “... o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5b). Tal afirmação não é apenas otimismo, mas fé e esperança depositadas na Rocha, que é o Senhor.
4 – Um grande livramento (43.1-5)
No salmo 43 o processo continua, embora as assertivas sombrias (“por que me rejeitas”, “por que ando lamentando” – v.2) se alternem com orações cada vez mais esperançosas. O próprio início do salmo – “faze-me justiça” (v.1) – é mais animado do que as palavras iniciais do salmo anterior (42.1,2). O salmista agora faz uma petição mais positiva, clamando por “vida e verdade”, ou “luz e verdade”, isto é, clama pela fidelidade divina, que eliminará suas mazelas. Recebendo-as, o salmista se vê pronto para desfrutar das bênçãos do santo monte e do tabernáculo, representativos aqui da presença divina, diante da qual o poeta pode eficazmente adorar.
O livramento desejado só poderia vir da parte do Senhor, pois as dificuldades e a opressão dos inimigos tinham deixado o salmista em uma situação calamitosa a qual ele não podia controlar. Só Deus podia reverter a miserável situação em que se encontrava, pois Ele é a Fortaleza, local de descanso e refúgio (v.2). Deus estava ao seu lado, então podia antecipar que as provas terminariam em triunfo, a saúde, a alegria, a confiança e a esperança seriam restauradas, pois os inimigos seriam derrotados (v.5). Da mesma forma, podemos encontrar encorajamento para os momentos de abatimento e perturbações da vida quando renovamos a esperança de que novamente louvaremos o Senhor.
Para pensar e agir
▪ Na vida, passamos por desertos, que ressecam nossa garganta. Ser filho de Deus, a despeito do que muitos “pregam” hoje, não é ter um salvo-conduto contra os problemas da vida.
▪ Angústia e temor diante da adversidade não significam falta de fé ou abandono de Deus. Renove sua esperança no Deus que pode mudar o curso de sua vida.
▪ Lembre-se sempre de que você possui uma fonte perene de água viva para eliminar a sua sede. Quanto você almeja dessa água? Anseia por ela todos os dias?
Leitura Diária
segunda-feira Deuteronômio 31.5-8
terça-feira Josué 1.6-9
quarta-feira Isaías 41.8-14
quinta-feira 1 Pedro 5.5-7
sexta-feira Salmo 84
sábado Salmo 42
domingo Salmo 43

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS

Salmo 119

Nos seis primeiros estudos deste trimestre aprendemos sobre “Quem é Deus no Livro dos Salmos”. Nesta segunda parte, buscaremos no Saltério algumas respostas para a pergunta: “O que Deus quer de nós?”. Vamos começar nossa caminhada pelo salmo 119, o maior de todos. O salmo tem a forma acróstica, consistindo de 22 estrofes de 8 versos cada uma, totalizando 176 versos. Cada estrofe tem um “título” que corresponde à sequência do alfabeto hebraico, formando uma estrutura simples: 22 letras no alfabeto = 22 estrofes. Todos os versos de uma mesma estrofe iniciam com a letra que lhe dá o título. Assim, todos os 8 versos da estrofe “alefe” (primeira letra do alfabeto hebraico) começam com essa letra, e assim sucessivamente. O tema central é a Lei de Deus, e com exceção de alguns poucos versículos, cada verso é um elogio extraordinário à Lei do Senhor e, em muitos casos, uma declaração de amor a ela.

1. O que é a Lei de Deus

O salmista usa 10 palavras sinônimas para se referir à Lei de Deus, e já na primeira estrofe (vv.1-8) aparecem sete delas. Espalhadas de forma livre pelo texto, cada uma delas contribui para a compreensão total do que é a Escritura. A identificação de cada uma delas no texto em português vai depender da versão utilizada. Pode até ser que estas dez palavras tenham sido cuidadosamente escolhidas para fazer um paralelo com os Dez Mandamentos.

1.1 Lei (tôrâ): É a que ocorre mais vezes (25). Sua raiz verbal “ensinar” ou “dirigir”; e, em decorrência, “lei” ou “revelação”. O termo pode ser empregado em referência a um único mandamento, a um corpo inteiro da lei, especialmente do Pentateuco, ou, ainda, à Escritura na sua totalidade. O termo lembra que a lei não é somente para curiosidade, mas para obediência. É o que Tiago recomenda em 1.25.

1.2 Testemunhos (edôt): Empregada 22 vezes. Em Dt.31.26 é usada para falar da ordem que Israel recebeu no sentido de colocar o livro da lei ao lado da arca da aliança, para que ali estivesse por testemunha (Ed). Indica a franqueza, os padrões elevados, advertências e confiabilidade das Escrituras, como a palavra da testemunha fiel e verdadeira. Por isso, os testemunhos são o deleite, o prazer do servo de Iavé (v.24).

1.3 Preceitos (piqqudîm): Usada 21 vezes, esta palavra é derivada do âmbito de um oficial responsável por investigar de perto uma situação e adotar uma ação subsequente. Assim, a palavra indica algumas instruções específicas do Senhor, como aquele que cuida dos pormenores da vida humana.

1.4 Decretos (huqqîm): Também traduzida por estatuto, ocorre 21 vezes no salmo. Fala da força e da permanência das Escrituras. Isaías fala disso com clareza: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8, cf. Is 30.8).

1.5 Mandamentos (misvôt): Ocorre 21 vezes e destaca a autoridade intrínseca daquilo que é dito. É o direito inerente de dar ordens, não apenas o poder pra convencer ou persuadir, ou seja, a Palavra de Deus tem autoridade inerente.

1.6 Juízos (mispatîm): Também significa “ordenanças” e é usada 19 vezes. Refere-se às decisões do Juiz que tudo conhece, e, a partir desse conhecimento, estabelece os deveres que lhe são apropriados ao homem.

1.7 Palavra (dabar): Usada 20 vezes, tem também o significado de ordenança, sendo o termo mais geral de todos, tendo o significado de “aquilo que Deus disse ou diz”. Os “Dez Mandamentos” são referidos pelo plural (debarîm), sendo “palavras” pelo que Deus disse; são “mandamentos” por causa da maneira como Deus os proferiu.

1.8 Promessa (imrâ): Sinônimo poético de dabar, ocorre 19 vezes no salmo, sendo derivada de um verbo que significa “dizer”.

1.9 Caminho (derek): Significa estrada, jornada, maneira, costume. Ocorre 5 vezes no plural e 6 no singular. No salmo, tem sentido metafórico, referindo-se às ações e ao comportamento do homem.

1.10 Vereda (orâ): Usada 5 vezes, em paralelo com derek, daí também ser traduzida por “caminho”. Usado também de forma figurada, toma o sentido de “estilo de vida”, ou ainda caminho da vida ou da morte. A pessoa precisa desviar-se da vereda do mal (v.101), pois se trata de um falso caminho (vv.104, 128).

O Salmista ama a Lei e o seu autor. Precisamos amar a Palavra de Deus dessa forma, escondê-la no coração, como o próprio salmo nos aconselha: “Escondi a Tua Palavra no meu coração para não pecar contra Ti” (Sl 119.11). É conhecidíssima a expressão de Moody: “Esse livro me fará evitar o pecado ou o pecado me fará evitar esse livro”.

2. Resultados do amor à Lei de Deus

2.1 Libertação: “E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos” (v.45). Muitos acham que os preceitos divinos embrutecem o entendimento, alienam e aprisionam o homem, mas o salmista ensina que a liberdade se encontra na obediência a tais preceitos e não na desobrigação deles. Dois elementos que compõem essa liberdade são o rompimento do domínio do pecado, à medida que os passos são firmados na Palavra (v.133) e uma sabedoria e visão crescentes para entender os ensinos do Senhor. O NT vai corroborar de forma clara quando registra: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). E quem é a verdade? Veja o que o poeta responde: “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre” (v.160).

2.2 Luz: Sugere a utilidade prática da Palavra, sendo uma luz que ilumina os passos e traz discernimento à mente. A luz impede de tropeçar, firmando os passos do homem; o entendimento leva-o a rejeitar o apelo do que é falso e pecaminoso, afastando-se inteiramente de tais caminhos. Os versos-chave para esse entendimento são os 105 e 130.

2.3 Sabedoria: Os vv.98-100 afirmam que a sabedoria ensinada por Deus está num plano muito mais alto do que a do homem; por isso mesmo, aqueles que são ensinados por sua Palavra tornam-se mais sábios que os adversários (v.98), que os mestres humanos (v.99) e mais entendidos que os antigos (v.100). No Salmo 111.10 temos “que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria...”. (sugiro que os irmãos leiam Jó 38-42 para enriquecerem a aprendizagem). É esta sabedoria que importa mais adquirir e que somos incentivados a pedir (Tg 1.5).

2.4 Vida: A palavra hebraica traduzida por “vivifica-me” nos vv.25, 37, 40, 88... significa, literalmente, “causa-me viver”, reconhecendo que a vitalidade depende diretamente de Deus. Entre os versos 144 e 159 a palavra ocorre 5 vezes; algumas como promessas que dão vida, outras apresentando o fato de que o próprio guardar das Leis de Deus é restaurador e vivificante (vv.37,93). Assim como o “hálito” de Deus tornou o homem alma vivente lá no Éden, sua Palavra proporciona vida a nossa fé. Não há, irmãos, outra forma de produzir vida na igreja a não ser pelo alimento restaurador e vivificante da Palavra.

2.5 Estabilidade: Os bombardeios vinham de todos os lados, no entanto o salmista podia sentir paz: “Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (v.165). Esta confiança/esperança não é escapismo, mas sim o resultado de dar atenção aos melhores conselhos (v.24). Mas, acima de tudo, o que dá essa estabilidade é saber que as promessas de Deus são inerentemente executáveis, pois sua fidelidade estende-se “de geração a geração” (vv.89-92). Assim é o nosso Deus, Ele permanece fiel, mesmo que nós sejamos-lhe infiéis (2Tm 2.13).

Para pensar e agir

▪ Você crê que a Bíblia realmente é a Palavra de Deus, sem erros, infalível?

▪ Que lugar ocupa a Palavra de Deus na sua vida? Gosta de estudá-la? Quanto tempo você dedica ao estudo da Palavra? Tem alegria em participar da EBD e crescer no conhecimento da Bíblia, interessando-se por pesquisar e buscar entendimento daquelas passagens que você ainda não compreende?

▪ Você pode dizer que tem buscado obedecer àquilo que você já entende dos ensinos bíblicos, ou fica se esquivando atrás das “dificuldades” da Palavra? Leia e guarde Tiago 1.22.

Leitura Diária

segunda-feira

Salmo 119:1-24

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Salmo 119:25-48

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Salmo 119:49-72

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Salmo 119:97-120

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Salmo 119:121-152

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Salmo 119:153-176

Mês da Juventude







Tema: Viva o seu Chamado
Num mundo onde tão poucos fazem a vontade de Deus
Você Pode fazer a Diferença

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DEUS – O REI DE TODA A TERRA

Salmos 93 e 96
Era natural que os antigos hebreus pensassem em Deus como um Rei, visto ser Ele a maior autoridade que eles foram ensinados a conhecer. Em uma sociedade cheia de ídolos, astros, famosos e poderosos, a igreja é desafiada a proclamar a majestade de Deus e seu governo único e soberano. Mais do que isso, ela é desafiada a olhar para dentro de si mesma e expurgar toda tentativa de estabelecer outra autoridade que não seja a de Jesus Cristo. Parece que a igreja está cheia de “gente importante”, tanta gente sendo “bajulada” que muitos têm se esquecido de que Deus não divide a glória dele com ninguém e não pode haver outro Senhor na igreja que não seja Ele.
1. A Glória do Rei (93.1,2; 96.1-6)
A glória desse Rei, sua realeza e poder não se limitam ao presente, mas se estendem por toda a eternidade (93.2), o que traz estabilidade até para o reino físico (93.1). Aliás, a firmeza do mundo material só é possível porque o trono de Deus está firme e estabelecido desde a eternidade (93.2). Os monarcas humanos assumem o trono por hereditariedade, usurpação, eleição ou outra qualquer forma; entretanto, um dia hão de deixá-lo, mesmo que seja pela morte, ao passo que Deus é Rei por direito e injunção de sua própria natureza. Seu trono está estabelecido e firme e assim ficará perpetuamente. É inquestionável o fato de que o mundo dos homens só tem firmeza à medida que reconhece a soberania divina, visto que a humanidade sempre está em tumulto e a natureza, muitas vezes, se aproxima do caos: “O que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza; o que aplaca o ruído dos mares, o ruído das suas ondas e o tumulto das gentes” (Sl 65.6,7 comparar Sl.93.3,4). Precisamos, como igreja, resgatar essa mensagem para o mundo: só olhando para o que é eterno pode-se realmente estabelecer o temporal.
Tanta glória precisa ser cantada de alma aberta e é isso que o salmo 96 inicia fazendo. Convém notar a tríplice repetição, cuja natureza é um convite ao louvor: “cantai ao Senhor” (96.1,2). O convite não é para uma pessoa ou um grupo, mas para toda a terra – um grande coral para proclamar uma grande glória. O “cântico novo” não é uma referência a uma canção recém-composta, mas sim uma que esteja à altura daquele a quem ela é oferecida e que proporcione uma experiência peculiar de adoração. Primeiro é necessário reconhecer a grandeza de Deus antes de poder-se anunciá-la ao mundo. Primeiro temos de nos dirigir para cima (cantai ao Senhor), depois para fora, com o fim de proclamar suas maravilhas.
A glória de Deus se estabelece ante os ídolos ou deuses, que no hebraico é elilim, que é um jogo de palavras (quase uma paródia com El ou Elohim), cujo significado pode ser “nulidade”, “ídolo”, “vaidades”, ou seja, algo inútil, um “não-deus”, em contraste com o Senhor, que fez os céus. Há uma informação interessante de que as expressões do v.6 (glória e majestade, força e formosura) são também empregadas para descrição da arca, o que corrobora a identificação da magnitude de Deus.
2. A adoração ao Rei (96.7-9)
Mais uma vez temos uma tríplice repetição de uma expressão, nesse caso “tributai” (literalmente “dai”), que toma a forma de uma conclamação tocante, que é muito semelhante à usada no salmo 29.1,2. Toda a raça humana é conclamada a trazer ofertas diante do Senhor. A honra devida ao nome de Iavé se manifesta nos sacrifícios e ofertas que as pessoas trazem ao Templo. Os homens louvam a glória de Deus e lhe prestam honra por meio de seus atos e vida transformada. O culto no Templo era símbolo do coração devoto, sendo também um local apropriado para demonstrar publicamente o que já estava no coração, princípio esse que continua perfeitamente válido e aplicável a todos os adoradores deste tempo, com a diferença de que agora não mais são sacrifícios de animais que Deus requer, mas a própria vida do adorador: “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
Os súditos-adoradores do Rei são chamados a olhar suas vestes reais, que são majestosamente santas. Dessa forma, a adoração a Ele prestada também deveria ser santa e realizada por um povo santo, em contraste com os deuses pagãos, aos quais era atribuída toda a espécie de perversão. Além disso, Ele é o Deus da força, o que leva os homens a tremerem diante dele. O verbo “tremer” tem, no original hebraico, o sentido de “girar em derredor”, “contorcer-se”, “mover-se diante de”, originando substantivos como dança e angústia, sendo esse último, quase sempre, o sentido nos textos bíblicos. Estão envolvidos aqui, portanto, dois aspectos essenciais na adoração a Deus: reverência e homenagem, temas esses que também estão presentes no salmo 95.6,7b em que temos três verbos em sequência: adorar, prostrar e ajoelhar, todos envolvendo a idéia de “prostrar-se”, que é o significado básico de adoração nas Escrituras. Jamais esqueçamos que o Deus Santo exige adoração concernente a sua santidade.
3 – A aclamação ao Rei (96.10-13)
Mundo (ou nações) é a palavra hebraica tebel, que significa “mundo habitado”. Portanto, a aclamação de Iavé como Rei alcança toda a terra e, quando Ele reina, o mundo se firma, torna-se inabalável, mesmo a despeito das adversidades. A expressão do v.10 – “se firmará para que não se abale” – não é uma profecia referente a um governo ou reino humano perfeito; refere-se, antes, à substituição dos resultados desastrosos da queda pela única liberdade perfeita, que é servir a Deus. Este propósito não pode ser frustrado, mesmo que nações, poderes humanos ou potestades espirituais se oponham, como alude o salmo 46.6. Quando o Senhor voltar para julgar e reinar sobre a terra, seu reinado será estabelecido com justiça: “julgará os povos com retidão”.
Em forma poética, o salmista diz que os céus, a terra, os mares (que rugem com seu ruído característico) o campo e os bosques, aliam-se ao alegre hino de entronização, aprovando o cântico universal de entronização de Iavé e aclamação do seu reino, não havendo uma voz contrária sequer. Deus reina absoluto sobre tudo, pondo em ordem e sustentando a criação. A natureza inanimada se reveste de fôlego de vida, formando um quinteto especial para cantar para todas as nações que todas as coisas, em todos os lugares estão sob o controle de Iavé (vv.11,12). Desta forma, a totalidade do mundo criado é convocada a jubilar-se diante do Senhor, que transformou o caos em ordem, resultando em alegria e bem-estar.
Toda essa celebração é feita na presença do Senhor (v.13), significando que Ele está observando e ouvindo todas as manifestações que lhe são tributadas. A nota final do poeta é que esse Soberano Senhor virá sobre a terra para julgar a todos com justiça e equidade. “A falsidade tem prevalecido na terra, mas a verdade escreverá o último capítulo. O governo humano, tão deficiente, mesmo quando honesto (...) será substituído pelo governo integral de Iavé”.
Para pensar e agir
▪ Olhando a história, vemos nações que tiveram seu auge e hoje estão escondidas no cenário mundial: Egito, Pérsia (atual Irã), Babilônia (atual Iraque), Síria. Mas o trono do nosso Deus permanece, pois seu reino é eterno.
▪ Apesar dos poderes que se digladiam nesse mundo, a história está sendo escrita por Deus. Seu desenrolar é acompanhado por Ele e o seu fim será também determinado por Ele. Em suma: “a história é a História de Deus”.
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segunda-feira Salmo 24
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