terça-feira, 29 de março de 2011

Dia Missionario


ZACARIAS E ISABEL – UMA FAMÍLIA SACERDOTAL

Ao percorrermos o Novo Testamento em seu início somos logo impactados pela maravilhosa e extraordinária figura do precursor de Cristo, que foi João Batista. E essa pessoa legendária amplamente destacada pelo próprio Senhor Jesus Cristo ocupa um lugar honroso em todas as ações neo-testamentárias. Porém achamos tremendamente injusto falarmos deste grande homem sem levar em conta os personagens que se constituíram em canais da graça para trazê-lo ao mundo, que foram seus queridos e abençoados pais: Zacarias e Isabel.

I- IDENTIFIQUEMOS O IMPORTANTE CASAL – vv. 5-7
Zacarias era um valoroso sacerdote judeu, da ordem de Abias, que teve o privilégio de ser informado, antes de qualquer outro, de que Deus visitaria pessoalmente a terra por intermédio de seu Filho Jesus Cristo. Isabel era sua mulher, da linhagem também sacerdotal, mas que por viver em uma sociedade que valorizava desmedidamente a maternidade carregava dentro de si a frustração de ser estéril e já avançada em idade. Nas várias aparições bíblicas do ilustre casal há uma clara demonstração de que se tratava de uma família especial para Deus, pois era marcada: 1) pelo senso de justiça que dominava o estilo de vida daquele distinto casal; 2) pela irrepreensibilidade constatada nas relações da família em meio a seu círculo social, pois ser irrepreensível é ter uma boa avaliação por parte das pessoas que nos conhecem. Fazendo valer o brocardo atribuído a certo sábio ao se referir à rainha da Inglaterra, ao dizer: “Para a Sua Majestade, não basta apenas ser honesta, tem que parecer honesta”. Zacarias e Isabel, nos escritos de Lc 1.6, eram justos, obedientes e irrepreensíveis e pareciam aos olhares dos circunstantes que eram.
Em outras palavras: aquele outro provérbio popular, “faça o que eu mando, e não o que eu faço”, não se aplicava em nenhum momento a Zacarias e Isabel, pois segundo a narrativa bíblica o casal vivia o que pregava e pregava o que vivia.
II- ENQUANTO ZACARIAS DESVIAVA O FOCO DE SEU PROBLEMA, E SE PREOCUPAVA COM O PRÓXIMO, DEUS INTERVEIO A SEU FAVOR – vv. 11-23
Interessante é que Zacarias era justo, honesto, irrepreensível e relevante para a sua época, mas mesmo assim carregava essa grande decepção de não ser pai. E não foi por falta de empenho, pois imagino ter levado Isabel aos maiores e melhores profissionais médicos da época e depois dos incontáveis exames rotineiros, o diagnóstico era um só: esterilidade irreversível, ou seja, Isabel jamais experimentaria a alegria da maternidade.
Zacarias e Isabel oraram, conclamaram os crentes a fazerem vigílias de oração, e nada! E o mais grave de tudo é que o casal tinha contra si o obstáculo do tempo, e já adentrara a terceira idade e certeza absoluta não lhes faltava de que, física, psíquica e biologicamente falando, as suas chances estavam esgotadas.
Com essa consciência bem definida, o casal já se conformara com aquela incômoda situação e já se preparara para viver uma velhice tranquila, se dedicando com esmero ao Senhor.
Foi quando Zacarias se esqueceu de seu problema e se preocupou inteira e completamente com as angústias de seu povo, tanto assim que se ofereceu totalmente ao seu povo, que Deus milagrosamente se propôs resolver o problema que o humilhava, o maltratava e o fazia chorar. O anjo Gabriel, ministro de Deus, sempre portador de grandes notícias, se apresentou ao velho sacerdote e lhe disse: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João”.
Por estar face a face com o anjo do Senhor, Zacarias teve, por certo, uma queda de pressão arterial, sentiu medo e por alguns instantes recusou-se a crer na notícia por achá-la boa demais para ser verdadeira, face às dezenas de impossibilidades humanas que os cientistas da época o fizeram acreditar. E em consequência disso, foi-lhe tirada a capacidade da comunicação verbal: ficou emudecido.

III- QUANDO É DEUS QUEM FALA, AS COISAS ACONTECEM – vv. 24,25
É só ligarmos o rádio ou a televisão nos programas ditos evangélicos que logo perceberemos a enxurrada de profecias, afirmações bombásticas e frases psicológicas proferidas aos montões e usando desavergonhadamente o nome de Deus chancelando tais bravatas que dão conta de coisas futurísticas que nunca vão acontecer. E o tempo passa e nada acontece e os tais “gurus da fé cristã” continuam sem sofrer nenhuma punição de seus inúmeros seguidores. Mas, por certo, bem sabemos que Deus os julgará, pois segundo o apóstolo Paulo: “Deus não se deixa escarnecer...” (Gl 6.7).
Voltando ao tema, a profecia já mencionada tinha tudo para não se cumprir, caso fosse meramente humana, pois parecia anacrônica e absurda, porém aconteceu.
Foi notória a expectativa com a demora de Zacarias – v. 21; pois o povo bem sabia da aspereza e dos riscos que corria o sacerdote ao adentrar no Santo dos Santos. Determinado comentarista afirma que a exigência do Senhor era tão grande para esse intercessor que, se porventura ele tivesse algum pecado oculto, não sobreviveria diante da presença poderosa de Deus. Em muitas situações, no Antigo Testamento, historiadores afirmam que uma corrente era amarrada no corpo do sacerdote, ao penetrar no local do sacrifício, pois caso ele viesse a falecer, seria trazido para fora a fim de ser sepultado. Porém diz a Bíblia que com Zacarias não havia essa possibilidade em virtude da vida cristã pura desse autêntico homem de Deus.
Vai aqui o nosso destaque maior ao que o anjo lhe disse: Isabel e ele seriam pais, e isso aconteceu! E não era qualquer criança, seria um menino que se chamaria João e que iria impactar o mundo de então, como um verdadeiro profeta que destemidamente pregaria com autoridade e, mais do que isso, iria preparar o caminho que havia sido tão bem decantado pelos patriarcas e profetas, para que o próprio Deus humanado pudesse vir ao mundo para nos resgatar de nossos muitos pecados.
Isabel e Zacarias, conhecedores dos oráculos divinos, observadores da história, não tiveram dúvida de que aquele filho era algo especial, um prêmio, um presente de Deus para a humanidade. Isso porque, diante do drama que viveram os seus pais e em sendo eles pessoas públicas, todos tinham conhecimento da humilhação e do deboche de que o casal fora vítima. Então, com o nascimento de João e a consequente soltura da língua de Zacarias, os parentes, amigos e vizinhos da família ficaram maravilhados e perguntaram: “Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele” (Lc 1.66b).

PARA PENSAR E AGIR
. A Bíblia diz que Isabel e Zacarias eram ambos justos, irrepreensíveis e obedientes a todos os preceitos de Deus. Bem sabemos que o casal foi tremendamente abençoado, foi poderosamente usado pelo Senhor na pregação, no consolo e no conforto de seu povo e nos extertores da vida foi honrado sendo simplesmente pais de João Batista. E você, irmão(ã), quer também ter uma vida coberta de milagres? Siga os passos do ilustre casal.
. A lição bíblica também diz que enquanto Isabel e Zacarias ficaram preocupados com o problema deles nada acontecia, porém quando desfocaram de seu problema e se propuseram abençoar os outros, Deus interveio e o milagre aconteceu. Ore a Deus para que o livre do egocentrismo.
. A lição diz que a diferença entre a falsa profecia e a verdadeira é que nesta Deus faz acontecer e naquela, homens falam e nada acontece.
. Isabel e Zacarias choraram muito pela vergonha, pelo deboche e pelas humilhações que passaram, mas no fim, quase na prorrogação, Deus lhes permitiu fazer o “gol da vitória” com o nascimento de João Batista. Isso confirma o que a Bíblia diz no Sl 30.5b: “... Choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”. Sl 40:1: “Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”.
Espere, amado(a) irmão(ã), sempre no Senhor. E Ele suprirá as suas carências essenciais.
LEITURAS DIÁRIAS:
segunda-feira:... Lc 1.5-7
terça-feira:... Lc 1.8-10
quarta-feira:... Lc 1.11-23
quinta-feira:... Lc 1.24-38
sexta-feira:... Lc 1.39-56
sábado:... Lc 1.57-66
domingo:... Lc 1.67-80

quarta-feira, 23 de março de 2011

DECISÕES PARA A EFICÁCIA MISSIONÁRIA

Textos Bíblicos: João 4.31-42; 1Coríntios 3.5-7; Atos 15.4,5; Romanos 15.1; Atos 9.31
Estamos encerrando um trimestre de estudos sobre Missões e Evangelização. Nesta lição final desejo compartilhar algumas decisões que são importantes para que haja resultado prático em nossa maneira não apenas de ver, de enxergar o assunto, mas a maneira agradável e saudável de vivermos a plenitude da fé, que é o compartilhar desse dom inefável de Deus , o evangelho da graça.
Decisões sempre envolvem compromisso, seriedade e passam pelo aspecto volitivo. É a nossa vontade em exercício. Decisões envolvem sentimento e força. Avaliação e busca. Portanto, existem momentos em que precisamos decidir para que a tarefa inacabada, a obra missionária, a ação evangelizadora seja eficaz. Precisamos, portanto, reafirmar, desenvolver e aplicar os seguintes princípios:

1. A URGÊNCIA DA NOSSA MISSÃO COMO IGREJA, QUANTO À OBRA MISSIONÁRIA PRECISA SER NOVAMENTE ENFATIZADA (João 4.31)
Precisamos agir e investir hoje e agora. Porque, se não agirmos agora, então quando será? Se não formos nós, você e eu, então quem será? Se não for aqui, então onde será?
Precisamos entender e aceitar o custo de nossa Missão, se é que pretendemos ser eficientes. Não há cumprimento da Missão nem tampouco obra autêntica sem renúncia e espírito de abnegação.
Essa urgência envolve o nosso compromisso com o evangelismo integral. Não deve ser um evangelismo social, mas também não pode ser um evangelho para a alma somente. Os valores de integridade pessoal e vida espiritual autêntica precisam ser reconhecidos como uma base de uma obra missionária eficaz.
Essa urgência passa pelo entendimento de que para Deus só existe missões e não da maneira como nós dividimos essa obra. Jesus disse: “Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, Samaria e até os confins da terra” (Atos 1.8). Carey teria dito: “Onde houver uma alma perdida, aí está um campo missionário”. A intensidade de nosso sentimento missionário deve ser o mesmo diante do pecador, esteja ele aqui, ali ou acolá. O pecador em qualquer lugar que esteja precisa ser foco de nossa ação.

2. NÃO PERMITAMOS QUE NOVAS BARREIRAS SEJAM CRIADAS, PRINCIPALMENTE AS BARREIRAS DENTRO DE NÓS MESMOS (1Coríntios 3.5-7)
Não podemos construir novas barreiras no lugar daquelas que Cristo desfez. Não podemos construir barreiras do nacionalismo, regionalismo criando animosidades, orgulho, ciúmes e falta de perdão, colocando missões como disputa de nossos interesses pessoais e conveniências próprias. Essas coisas ofendem a Cristo, o autor de nossa fé. Não esqueçamos que aquilo que se torna uma ofensa a Cristo também o é para a igreja e para o mundo que tanto queremos ganhar para o reino do Senhor.
Precisamos como igreja ser um modelo visto por todos que dependem da graça salvadora. O mundo quer ver a ação de Cristo por nosso intermédio. Será quase impossível continuar a proclamar que Jesus perdoa, une, restaura, unifica , faz de dois um só povo enquanto os comunicadores dessa mensagem viverem atrelados a uma arrogante divisão em nome de uma defesa que nem sabemos qual, pondo-nos como inimigos uns dos outros.
Estou admitindo que nossa energia, recursos, planos e estratégias estão mais no aspecto administrativo. Missões deve ser o grande ponto de convergência. Chega de tantas reuniões que nos fazem olhar mais para trás do que para frente. Chega de encontros que nos fazem criar neuroses por questões administrativas, algumas irrelevantes, egoístas e presunçosas.
A igreja é o resultado da obra missionária. Pregamos, proclamamos e fazemos missões para agregar à igreja os que estão sendo salvos.

3. FAZ MAL À OBRA MISSIONÁRIA CONFUNDIRMOS NOSSA FÉ COM MORALISMO (Atos 15.4,5)
Facilmente esquecemos a atitude acolhedora de Jesus, que não manda a samaritana embora, que não se afasta dos publicanos e pecadores.
Nossa atitude deve ser sempre a de combater o pecado, mas não podemos esquecer que Deus ama a todos os pecadores. A nossa missiologia não pode ser voltada apenas para os pecadores considerados bons e desprezando os marginalizados. Nesse ponto parece-me que a nossa obra missionária às vezes se assemelha mais aos religiosos oficiais do tempo de Jesus, cuja ação era mais proselitista do que uma ação transformadora na sociedade.

4. E PARA TORNAR A PALAVRA UMA AÇÃO TRANSFORMADORA É PRECISO ENTENDER E DIALOGAR COM O MUNDO NO QUAL VIVEMOS A PALAVRA (Romanos 15.1)
Dialogar não é ceder valores, nem negociar com o evangelho. Dialogar precisa ser uma atitude inteligente de conhecer o contexto. O contexto da igreja não é o nosso culto, projetos e programas. O contexto da igreja é o mundo. São os horrores que nos cercam. Jesus disse: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós”. (João 20.21).
Vivemos em um mundo com cidades caóticas e desorganizadas; ainda assim, é preciso entender este mundo e não demonizá-lo. Estamos diante de pessoas sem esperança, perplexas diante de uma realidade que não compreendem e que as oprime de todos os lados, no trabalho ou na falta dele, na família ou também na falta dela.
O mundo que Jesus ama é hoje composto de bilhões de seres humanos que são diariamente esmagados por pobreza e fome, desastres, corrupção, exploração e opressão, abuso, doenças e drogas. Missões há de ser uma atitude constante de encarnar a realidade do evangelho na realidade deste mundo, sem assumir a sua forma.
Isto significa que a nossa obra missionária se faz num contexto conflitivo. Esses conflitos surgem como resultado do choque da visão cristã do homem e da história, com a realidade do mundo tal qual ele se apresenta.
Missões é caminhar com Cristo e caminhar com Cristo implica necessariamente caminhar com as pessoas pelas quais Ele morreu. É sofrer e alegrar-se com elas.
O objetivo é apresentar a proposta salvadora de Jesus de modo atraente e contagiante para esta sociedade. É necessário tomar uma atitude de acolhimento, principalmente daqueles e daquelas que são marginalizados pelo sistema.

5. PRECISAMOS TER UMA VISÃO MISSIONÁRIA PRODUZINDO IGREJAS FIÉIS AO EVANGELHO (Atos 9.31)
Que crescimento é este que não muda os valores da sociedade, que não consegue influenciar com voz profética uma nação que não se cansa de fazer leis injustas e onde a corrupção, maldade, ganância domina muitos de nossos governantes? Missões há de ser neste tempo moderno uma voz profética da igreja.

PARA PENSAR E AGIR
Missões é muito mais do que um programa ou projeto, é mais do marketing e propaganda. É mais do que papel couchê, é mais do que um slogan bem elaborado, é mais do que uma peça literária.
Cumprir esta tarefa precisa ser resultado do constrangimento do amor de Cristo em nós, muito mais do que simples apelos aos aspectos sensoriais da carne. Creio que este é um aspecto em que temos muito para aprender.
Missões precisa ser um modo de vida conforme dito por Jesus: “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5.13). Deixe de ser uma apoteose ou peça teatral para ser a integridade de nossos corações quebrantados e contritos, porque a tais pessoas Deus não desprezará.
Quando Barnabé e Saulo iniciaram a sua viagem, deram um passo que mudou toda a história do mundo até agora e que terá grande influência sobre as gerações que ainda não nasceram.
A história da igreja é um panorama de conquistas e vitórias. A história da igreja é um panorama claro da graça de Deus se estendendo e alcançando gerações e povos porque a mão do Senhor Deus sempre esteve presente conduzindo. E é esta mesma mão do Senhor, que conduziu a obra missionária até aqui, que continuará dirigindo e fazendo dessa sua obra hoje e sempre vitoriosa.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda... João 4.31-42
terça... 1Coríntios 3.5-7
quarta... Atos 15.4,5
quinta... Romanos 15.1
sexta... Atos 9.31
sábado... Mateus 5.13
domingo... João 20.21

quinta-feira, 17 de março de 2011

DESAFIOS MISSIONÁRIOS NO MUNDO PÓS-MODERNO

Textos Bíblicos: Romanos 12.1,2; Mateus 9.16,17.

O que é pós-modernidade? Para efeito didático de conhecimento sobre os acontecimentos na história, esta tem sido dividida em épocas diferentes com suas peculiaridades e características próprias. A pós-modernidade, por exemplo, é uma condição sociocultural. Existe uma clara discussão e divergência sobre o tema. Vários fenômenos aconteceram trazendo na história a modernidade: Ei-los: o homem como o centro de todas as coisas, a autonomia da pessoa, a revolução industrial, o desenvolvimento tecnológico. Com todo esse fenômeno, a sociedade começou a desenvolver ideias e pensamentos, tornando irrelevante a pessoa de Deus para a vida humana.
Já na sociedade pós-moderna o que marcava a empolgação humana quanto ao sentido da vida teve seu colapso. O déficit de esperança começou a surgir e a partir daí surgem marcas que precisam ser entendidas de forma que nossa mensagem seja relevante, eficiente e eficaz.
O mundo pós-moderno desenvolve características. Uma delas é que os meios de comunicação em massa têm uma influência decisiva em nossa vida, condicionando-nos e conduzindo a nossa percepção sobre o mundo. Conhecemos o mundo, entendemos o mundo e interpretamos o mundo a partir dessa influência. A palavra mídia significa meio. Portanto, a nossa visão de mundo passa por este meio.
O pós-modernismo passa pela filosofia interpretativa do relativismo. Tudo é relativo. Seja na ética, seja na interpretação filosófica do mundo. O comportamento e crença passam pela ideia de que tudo é relativo. Com isso a ideia de erro e acerto, certo e errado vive uma crise não apenas de conceito, mas de prática. A pós-modernidade é caracterizada por uma busca do transcendente. O materialismo, o ateísmo têm ficado para trás e ressurge a busca pelo “divino”. É o tempo de crenças e crendices, de superstições e esoterismo. É um tempo de magia e misticismo. A religiosidade aflora no conceito e vivência humana. Nesse tempo ressurge o paganismo tendo a natureza como o foco. A necessidade de cuidar do meio ambiente diante dos muitos desafios que nos cercam traz no seu bojo fazer da natureza uma forma de culto. Paganismo, panteísmo ressurgem de modo dominante e imperioso como forma de proteger o nosso habitat. O ser humano é marcado pelo pessimismo. Esvai-se a esperança. A perspectiva de um mundo que se danifica é muito marcante. A verdade não é absoluta e objetiva e sim subjetiva e ela se torna verdade de acordo com cada um e cada circunstância.

1. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE SAIBA FAZER UMA LEITURA CONTEXTUALIZADA DO MUNDO (Romanos 12.2)
Saber fazer a leitura do mundo em que vivemos é uma arte de conhecimento e sensibilidade. Entender os acontecimentos à luz da Palavra de Deus é mais do que uma atitude profética, é uma imersão na globalização sem perder o sentido individual de compromisso e busca. O futuro missionário depende dessa leitura coerente e inteligente do mundo em que vivemos. Este mundo em que vivemos precisa ser visto e interpretado para que a mensagem seja pregada. Paulo diz: “não vos conformeis com este mundo”. O que sabemos de mundo? Não podemos ser um povo alienado. É preciso conhecer, ter informações e interpretar os acontecimentos. O que acontece é que, diante de tantas informações a que somos submetidos, perdemos o senso crítico de reavaliar o que tem sido dito, as notícias e fatos. Para se conformar ou não, no caso aqui Paulo diz que não nos conformemos. É preciso fazer uma leitura contextualizada do mundo.

2. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE PLANEJE E EXECUTE A SUA MISSÃO DE FORMA MAIS PROATIVA DO QUE REATIVA (Romanos 12.2)
A história mostra que a igreja sempre esteve a reboque. As coisas acontecem para que a igreja se posicione. O mundo avança e aí a igreja lembra que precisa avançar. A obra missionária nesse tempo de mudanças rápidas precisa ser uma ação missionária proativa. O mundo precisa ficar incomodado com as atitudes da igreja e não o inverso. Precisamos redescobrir uma forma nossa de ser igreja neste mundo. Sem perdemos os princípios de fundamentos teológicos, mas voltada para atender a demanda desse cotidiano que muda a cada novo verão. Precisamos sair na frente para respondermos com poder e graça aos efeitos de uma pós-modernidade que, mesmo com tanta busca pela transcendência, se afasta do Autor e Consumador de nossa fé, Jesus Cristo. Não podemos como igreja correr atrás do prejuízo; precisamos desenvolver ações que possam ditar a evolução histórica. A sociologia, a filosofia, a psicologia e todas as “logias” deveriam desenvolver seus postulados à luz do que a igreja vem apresentando. A igreja deveria ser o referencial para incomodar todo tipo de conhecimento.
Paulo diz: “mas transformai-vos...”. Fica claro e compreensível aqui que esta é uma ação em nós mesmos e não no mundo como de forma equivocada alguns têm dito. Quem está no foco da transformação, da mudança, somos nós. Diante de uma leitura correto de quem é o mundo, precisamos passar pelo processo de transformação. Não é o mundo que propiciará uma mudança em nós, mas o mundo interpretado corretamente nos fará ser proativos. Parece utopia, mas penso que o nosso planejamento missionário e eclesiástico não deveriam permanecer à espera do mundo, mas antecipar-se a ele.

3. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE NÃO DEIXA QUE HAJA NO MUNDO UM CANSAÇO PELO EVANGELHO (Mateus 9.16-17)
Este é o grande drama de nossos dias quanto ao compromisso com a proclamação. Temos deixado por causa de nossa inércia, comodismo e falta de criatividade o mundo cansado do evangelho? O mundo cansa-se do evangelho quando há uma dissociação entre fé e prática, entre discurso e vida.
A palavra e a mensagem jamais estarão desatualizadas, mas a forma de apresentarmos essa mensagem precisa de métodos que alcancem de maneira mais adequada o coração do homem. Não esqueçamos que o coração do homem continua sendo o mesmo, mas o seu intelecto muda a cada dia.
Que tipo de evangelho temos apresentado para os nossos ouvintes? Um evangelho que se preocupa com a alma, um evangelho que se preocupa com o corpo, um evangelho que visa sustentar as instituições religiosas, um evangelho humanista, um evangelho socialista, um evangelho capitalista, um evangelho legalista, um evangelho revolucionário, um evangelho histórico?
Precisamos anunciar um evangelho que toque na necessidade do homem hoje e agora, mas com relevância e proposta para a eternidade. Um evangelho inteiro e integral. Um evangelho não circunstancial e partido por interesses e conveniências pessoais.
Mateus diz que se o vinho é novo os odres precisam ser novos. O evangelho é sempre novo, não confundir com modernismo. O evangelho é sempre boas-novas de vida e salvação, mas se colocarmos essa mensagem (vinho) em métodos ultrapassados (odres velhos) o que acontecerá? O texto diz que os odres se rompem. É isso que faz com que haja cansaço pelo evangelho. Muitos povos experimentaram isso e foi criado um vácuo, um vazio, um abismo entre gerações sem conhecer e se agradar com o evangelho. Neste mundo pós-moderno vivemos esse desafio de sabermos utilizar os odres apropriados para o vinho. Precisamos saber usar os métodos e formas para que o evangelho sempre novo não seja derramado de forma ineficaz, imprópria e sem objetivo.


PARA PENSAR E AGIR
O mundo em que nós vivemos carece de uma transformação a partir do evangelho no coração do homem.
O mundo em que nós vivemos experimentará essa transformação quando a igreja de forma vibrante e criativa realizar a obra missionária.
O mundo em que nós vivemos terá resposta para a transcendência, o relativismo, a falta de esperança etc., quando nós mesmos tivermos internamente resolvido biblicamente essas questões no seio da própria igreja.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda ...Romanos 12.1-2
terça ...Isaías 58.6
quarta ...Neemias 4.19
quinta ...Romanos 13.11
sexta ...Efésios 5.14
sábado ...Mateus 5.16
domingo ...Mateus 9.16-17

sexta-feira, 11 de março de 2011

EVANGELIZANDO O HOMEM DO FIM DOS TEMPOS

Texto Bíblico: 2Timóteo 3.1-17
Conhecimento é indispensável para a tarefa missionária. Conhecer o ser humano faz parte de nossa tarefa. Conhecer o homem com suas características marcantes para este fim dos tempos é importante para a nossa prática missionária.
O estudo antropológico do fim dos tempos deve levar o crente a proclamar o dia do homem (a salvação), o dia do Senhor (a volta de Cristo) e o dia de Deus (o juízo). Deve ser nosso objetivo discernir os tempos para que nos entreguemos mais e melhor à tarefa de ganhar os perdidos.
As coisas não se tornarão mais fáceis, pelo contrário. Tempos piores virão. Tempos trabalhosos, árduos, período de tensão e de maldade.

1. O HOMEM DO FIM DOS TEMPOS É CARACTERIZADO POR UM SENTIMENTO EM RELAÇÃO A SI MESMO (vv. 1,2,3)
Amantes de si mesmos. O egoísmo marcará o homem desse tempo. Essa palavra é encontrada somente aqui no Novo Testamento. Não se trata tanto e somente do amor próprio, mas de amar indevidamente, tal como amor às possessões materiais. Trata-se de um mal, de um vício. Quando amamos a nós mesmos com exclusão do próximo, temos cometido o mal aqui condenado.
Sem domínio de si. Sem autocontrole e inclinados para a autoindulgência. Não tem poder de controlar a si mesmo. A perversão moral leva o indivíduo a formar hábitos tão arraigados que sua fibra moral é destruída. O resultado final é um escravo das paixões e concupiscências. Um homem viciado em muitas práticas daninhas.
Desafeiçoados, ou seja, sem afeto natural.
Irreverentes, ou seja, sem santidade, um verdadeiro iníquo não fazendo nenhuma restrição na maldade praticada.
Esse homem que desenvolve esses sentimentos primeiramente em relação a si mesmo precisa de uma profunda transformação de vida e sentimentos.
Somente o evangelho de Jesus será capaz de impactar de forma transformadora esse homem egoísta e depravado. A igreja precisa se preparar para comunicar a graça a tais.

2. O HOMEM DO FIM DOS TEMPOS É CARACTERIZADO POR UMA ATITUDE EM RELAÇÃO AO MUNDO QUE O CERCA (vv. 3,4)
Amigos dos prazeres. É o desenvolvimento da prática do hedonismo, filosofia que exalta os prazeres como o sumo bem e o alvo de toda a existência. O mundo será visto e desenvolvido com esse propósito. Tudo terá que girar para trazer satisfação e prazer ao ser humano. Paulo diz: “Mas o que vive em deleites, vivendo está morto”. (1Timóteo 5.6).
Homens avarentos. Os que conservam um apego às coisas materiais. São os amantes da prata, amantes do dinheiro, o que é uma forma de idolatria, fazendo do próprio dinheiro o centro do universo. Paulo diz em 1Timóteo 6.10: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.
Serão homens atrevidos, ousados para o mal. Essa palavra traz a ideia de cair para adiante, inclinar-se para frente. Dando a entender que esse atrevimento acontece em palavras ou ações. São pessoas ousadas quando se entregam à maldade.
Arrogantes. A palavra arrogante quer dizer perambulação. Era na época a apalavra usada para indicar a atitude mental enlouquecida ou distraída, daí a ideia de pessoas de vil caráter, fingidas, impostoras. Gostam e desenvolvem coisas altissonantes sobre si mesmas. Paulo escreveu em Romanos 1.30 “Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães...”. São os arrogantes, os altivos e orgulhosos. Na literatura bíblica tal palavra é usada somente em mau sentido. Em outras literaturas quer dizer também magnificente e nobre. Aquele que quer brilhar mais que tudo e do que todos. São aqueles que desejarão brilhar mais por meio do louvor próprio. Tiago diz em 4.6 “Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. E é Pedro que diz: “Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1Pedro 5.5)

3. O HOMEM DO FIM DOS TEMPOS É CARACTERIZADO POR UM MODELO EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO (vv. 3, 4)
São caluniadores. Esta é a mesma palavra usada para diabo, que é o adversário, um dos títulos dados a Satanás, que destaca o caráter de caluniar. Paulo diz em 2Timóteo 2.26: “E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos”. São pessoas que procuram prejudicar seus semelhantes com palavras cortantes, que normalmente envolvem o exagero nas informações, distorcendo a verdade até o ponto da mentira. Tais pessoas não somente entram em choque com os seus semelhantes mas também amam propagar as dissensões, lançando uns contra os outros. Promovem dissensões devido ao seu espírito maligno. Com isso surge a crueldade, a selvajaria e brutalidade. “Caluniadores” indica aqueles que são privados de mansidão.
Desobedientes aos pais. Desconsideração por sua autoridade. Caracteriza aqueles que repelem a autoridade de Deus.
Implacáveis. São, portanto, irreconciliáveis. Pessoas invadidas por um grande amargor de espírito e sem respeito por seu semelhante. Não se sentem nunca aplacados.

4. O HOMEM DO FIM DOS TEMPOS É CARACTERIZADO POR UM SENTIMENTO EM RELAÇÃO AO SAGRADO (v. 5)
São Ingratos. Sem gratidão. Usam palavras abusivas mesmo diante de coisas boas que Deus dá.
São blasfemadores, usando palavras degradantes. Falar com profanação degrada alguma coisa sagrada.
Inimigos do bem. Não têm amor natural pelo que é bom. Tais indivíduos farão oposição a Deus e a todas as suas manifestações. Leia em Atos 6.11-13 “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei”. E 2Pedro 2.11 “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”.

PARA PENSAR E AGIR
O homem sempre foi pecador desde a entrada do pecado no mundo, mas Paulo ensina que o homem do fim dos tempos terá de forma mais agressiva e presente essas características. O evangelista moderno, contemporâneo e que deseja fazer bem a sua tarefa, precisa estudar o comportamento humano.
O conhecimento do homem do fim dos tempos exige que sejamos persistentes para fazer desarraigar de seus sentimentos e atitudes a praga do pecado.
Esse homem mau e perverso precisa de amor e compaixão. Não se faz em qualquer circunstância a obra missionária sem compaixão e misericórdia.
Conhecer o homem do fim dos tempos é um aprendizado e busca de paixão por essas almas perdidas. À medida que o tempo passa a igreja precisa crescer em amor pelos perdidos e cultivar mais a sensibilidade diante dos horrores deste mundo. Todos podem perder a sensibilidade, a igreja jamais!

LEITURA DIÁRIA
segunda ...2Timóteo 3.1-5
terça ...2Timóteo 3.6-8
quarta ...2Timóteo 3.9-13
quinta ...2Timóteo 3.14-17
sexta ...Romanos 1.30
sábado ...Atos 6.11-13
domingo ...1Pedro 5.5

Coreografia do Grupo Luz e Vida

Abertura de Missões Mundias

terça-feira, 1 de março de 2011

EVANGELIZAÇÃOS DOS ENFERMOS

Texto Bíblico: João 5.1-15
Uma pessoa sofrendo sempre será muito receptível, e por isso evangelizar enfermos será sempre uma oportunidade significativa para compartilhar o evangelho de Jesus. A ciência admite que a fé é essencial para a cura.
Falar de Cristo para o doente é algo que requer profunda sabedoria e conhecimento. Muita gente pensa que evangelizar o doente é simplesmente fazer uma visita. Aliás, evangelizar o enfermo exige muito conhecimento e sensibilidade. Há visitas que seria melhor que não fossem feitas, porque não se conhece nada sobre enfermidades e enfermos, nada se sabe sobre o comportamento do doente. Pouco conhecimento se tem sobre as necessidades físicas e emocionais que o enfermo tem. Como falar e compartilhar uma mensagem essencialmente eterna quando o visitado vive na necessidade temporal? Quando que falar do céu faz dessa mensagem um decreto de morte para quem perto dela já se encontra? Evangelização de doentes demanda, além de muita dependência de Deus, preparo e maturidade emocional e espiritual.

1. CUIDADO COM AS FALSAS ESPERANÇAS (v. 4)
O texto diz: ”Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse” (João 5.4). O doente vive numa expectativa de cura. O evangelista, aquele que se propõe fazer a tarefa de ganhar pessoas para Cristo, e de maneira especial e específica procura doentes para lhes falar de Cristo, precisa ter o cuidado para não levar ao doente falsas esperanças quanto à sua enfermidade. Não pode declarar cura de maneira leviana e inconsequente. Precisa ter todo o cuidado para não atuar dando sugestões para o enfermo ou para a família a respeito de possíveis receitas mirabolantes de curas. Na cultura em que vivemos em que todo mundo gosta, deseja e apresenta suas experiências com enfermidades, é preciso todo o cuidado. Também no desejo, no afã de levar uma palavra encorajadora, muitas vezes extrapolamos, declarando cura ou apresentando uma esperança temporal, momentânea em situações em que o melhor é agir com sabedoria e inteligência diante de um quadro que requer prudência e cuidado nas palavras a serem proferidas.

2. TODO DOENTE VIVE NUMA GRANDE EXPECTATIVA (v. 7)
Diz o texto: “O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim” (João 5.7). Esta é a situação do enfermo. Expectativa de sua cura. Isso precisa ser observado. Enche-se de esperança e espera ser curado. Nesse momento, geralmente é que ele desenvolve todo o tipo de fé, crendice e superstições. Muitas vezes a situação o leva a depender de Deus. Mas há situações em que suas expectativas não são tão boas assim. É preciso que o evangelista de enfermos saiba usar esse momento para falar da grande e maior expectativa. É um momento oportuno que Deus nos dá para falarmos de Cristo que em outra situação talvez não tivéssemos. Não se esqueça de que o doente vive debaixo de uma expectativa. É preciso, portanto, anunciar aquilo que a sua vida mais precisa: a paz e salvação que Jesus dá.

3. TODO DOENTE VIVE NUMA SITUAÇÃO DE AVALIAÇÃO (v. 5)
João 5.5: “E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo”. Imagine um homem naquela situação durante 38 anos. Quantas vezes ele pensou na morte e também na cura. O doente vive se autoavaliando sempre. Essa atitude ele toma pelas informações que lhe são passadas pela equipe médica, pelos familiares, mas também pelo que ele observa. O emocional de quem visita é observado pelo enfermo e ele começa a se avaliar também por esses dados.
A enfermidade, então, chega e passa a ser uma pausa na vida da pessoa. Ela desliga-se do mundo agitado, sem tempo para nada, e começa agora um processo de autoconsciência, que pode envolver sua vida, sua enfermidade, as coisas ao seu redor e as coisas que ela ouviu ou deixou de ouvir quanto à salvação. A doença obriga a parar. É hora de parar e pensar. Buscar forças para enfrentar o momento delicado da vida. Afinal, a doença é sempre uma ameaça à vida, à existência. É na hora da enfermidade que muitos chegam à conclusão de que não prepararam nada para enfrentar a delicada situação. Essa avaliação pode levá-lo a reconhecer sua fraqueza e fragilidade diante da vida e das circunstâncias. É aí, portanto, caros evangelistas, que podemos intervir com a preciosa mensagem de salvação, bendita Palavra do evangelho. O doente tem sede de palavras que possam dar-lhe alento.

4. TODO DOENTE VIVE NUM CLIMA DE AGONIA (v. 5)
Diz João: “E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo” (João 5.5). A grande luta entre o corpo e a alma. O doente pode sofrer pavores, conflito, medo. A grande dor do doente não é apenas física. Essa geralmente pode ser aliviada por um analgésico prescrito. A grande dor é o desespero de ver a sua vida indo embora. Isso traz agonia e sofrimento que os médicos não podem aliviar. Mesmo quando existe uma equipe multidisciplinar que envolve profissionais na área do emocional, a experiência de agonia do doente vai além das técnicas de terapias avançadas. É uma questão que transcende. É a grande necessidade nata na vida do ser humano de estar bem com o seu Criador. É hora de oferecer Jesus, que diz: “Vinde a mim todos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” (Mateus 11.25). Jesus é o alívio certo para agonia de todos.

5. TODO DOENTE PRECISA DE COMPANHIA (vv. 6,14,15)
Diz o texto: “E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?” (João 5.6). A companhia pode ser o bem precioso do enfermo. Ter alguém com ele, perto, dando-lhe atenção e pronto para atender suas necessidades é algo de grande importância e relevância para o doente. Precisa ser uma companhia doce, amiga, amável, prestativa, sábia e inteligente. Há quem fale o tempo todo de doenças quando está junto do doente. Não é hora para tal. Há quem vá além falando de experiências suas ou de outros quando passou pelo vale da sombra da morte. A presença que agrada e satisfaz e é benéfica para o doente é aquela que em meio à enfermidade e procedimentos médicos sempre tem uma palavra recheada de alento. Não se pode esquecer que a companhia agradável nem sempre é aquela que fala o tempo todo. Há momentos, e não são poucos, em que o doente precisa do silêncio. Frases curtas e objetivas fazem bem, mas falar o tempo todo e muitas conversas paralelas podem gerar ansiedade e desconforto. A mais importante e significativa palavra a ser dita por quem evangeliza o doente é aquela que fala da companhia segura, eficiente e eficaz de Jesus, o amigo certo em todas as horas. Jesus promete aos que são seus: “Eis que eu estou convosco todos os dias...” (Mateus 28.20). A companhia de Jesus trouxe conforto, saúde, alegria e salvação àquele homem. “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado” (João 5.8,9).

PARA PENSAR E AGIR
Veja o momento de enfermidade de alguém como oportunidade ímpar para falar de Cristo. As circunstâncias emocionais são propícias para falar e apresentar o amor de Jesus.
Procure se preparar para essa tarefa. Ainda que sendo uma grande oportunidade ela precisa ser realizada com eficiência e eficácia. Não basta fazer, é preciso fazer bem.
Entenda e saiba fazer uma leitura inteligente da situação em que se encontra o enfermo e assim apresente uma mensagem clara e objetiva, que pode ser da verdadeira esperança em Cristo, da expectativa duradoura em Cristo, do alento certo e alívio que não se acaba, e da extraordinária companhia agora e na eternidade, que é Jesus.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda ...Tiago 5.14,15
terça ...Marcos 1.29-39
quarta ...Marcos 7.24-30
quinta ...Lucas 6.6-11
sexta ...Lucas 8.40-56
sábado ...Tiago 5.14,15
domingo ...João 5.1-15

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