terça-feira, 24 de julho de 2012

Congresso do Coral Teen

EBF

A OPOSIÇÃO E O DESAFIO DE CONTINUAR

Texto: Neemias 2.19,20 “Se você anda com Deus, será criticado. O único meio de evitar a critica é não fazer nada e não ser nada. Quem realiza coisas, inevitavelmente, atrai critica”. (John L. Mason) Introdução A oposição destrutiva é algo presente no dia a dia ministerial. Todo líder eclesiástico sabe o que é lidar com as situações plantadas pelo inimigo. A igreja de Cristo confronta constantemente os interesses de Satanás e este tem os seus próprios meios para tentar nos intimidar visando à paralisação da obra de Deus. Satanás se levantou contra Jesus, contra os discípulos, contra o apóstolo Paulo, contra a igreja primitiva e tem se levantado contra as igrejas em nossos dias. Fomos alertados por Jesus: “... Se me perseguiram, também perseguirão vocês (...)” (Jo 15.20). O nosso Senhor orou ao Pai por nós: “Não rogo que os tires do mundo, mas que os proteja do Maligno” (Jo 17.15). O inimigo tem investido contra a igreja militante, e seu intento é desencorajar, criar contendas, dividir e por fim fazer cessar a grande obra que estamos realizando em nome do Senhor Jesus. Infelizmente a nossa história tem registrado um grande número de pessoas que caíram diante dos ataques do inimigo, e por isso paralisaram a obra que lhes tinha sido confiada pelo Senhor. A Bíblia, nossa única regra de fé e prática, por intermédio do exemplo de Neemias, nos orienta quanto ao desafio de lidar com a oposição destrutiva que tentará de diversas maneiras nos paralisar. NEEMIAS E OS OPOSITORES Uma forte oposição se levantou contra Neemias e os demais israelitas durante o tempo dedicado à reconstrução dos muros de Jerusalém. Foram momentos de tensão e provação para os que estavam empenhados na obra. Sambalate, Tobias e Gesém foram os principais opositores por uma razão bem simples: eles não queriam o bem dos Israelitas (2.10). AS AÇÕES DOS INIMIGOS VISANDO À PARALIZAÇÃO DA OBRA • Zombaria e desprezo (2.19; 4.1-3). • Ameaças de ataques visando desestabilizar os trabalhadores (4.8). • Falsa aliança (6.2). • Calúnia (6.5-7). • Armadilha (6.10). • Infiltração (6.17;13.4). A RESPOSTA DE NEEMIAS PARA CADA INVESTIDA DOS SEUS INIMIGOS O pastor batista Martin Luther King Jr. (1929-1968), cujo sonho inspirou toda a nação americana a enfrentar o preconceito racial, afirmou: “A medida final de um homem não está onde ele fica nos momentos de conforto e conveniência. Mas onde ele fica nos momentos de desafio e polêmica”. A história de Neemias nos cativa pelo fato de ele ter permanecido ao lado de Deus apesar das circunstâncias (6.9). Enfrentou seus opositores sem abrir mão da ética e do seu compromisso com o Todo-Poderoso. Vejamos como ele se portou diante de cada ataque: ZOMBARIA – Neemias confiou no poder de Deus (2.20). Ele manteve o foco e deu sequência ao trabalho. Entregou para Deus os seus opositores e confiou seus sentimentos a Deus em oração. Quantas vezes, motivados por uma nova etapa a ser vencida na igreja, somos desafiados a lidar com algumas pessoas que zombam das nossas ações por meio das criticas excessivas e destrutivas, palavras depreciativas, etc. Em momentos assim, precisamos manter o foco e trabalhar. A maior resposta que membros focados podem dar aos opositores será o trabalho em obediência à vontade do Senhor. AMEAÇA DE ATAQUE – Neemias usou duas armas frente à ameaça dos inimigos. A primeira foi a oração e a segunda foi a vigilância. O inimigo é mestre em tentar desestabilizar os servos de Deus. Novamente citamos o exemplo do rei Jeosafá (2Cr 20), que preocupado com a informação que um poderoso exército vinha na direção do seu povo resolveu orar e jejuar ao Senhor. Suas palavras mostram a sua confiança no Altíssimo: “Pois não temos força para enfrentar esse exército imenso que vem nos atacar. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti” (20.12). A resposta do Senhor, dada por Jaaziel, foi a seguinte: “Não tenham medo nem fiquem desanimados por causa desse exército enorme. Pois a batalha não é de vocês, mas de Deus” (20.15). Haverá momentos em nossa caminhada em que não saberemos o que fazer; passos duvidosos sempre serão perigosos. O nosso Deus, onisciente, conhece todas as coisas e o melhor a fazer é depender dele. “Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação” (Salmo 62.1). FALSA ALIANÇA – Neemias não foi inocente a ponto de confiar naqueles que estavam tramando o mal contra os israelitas. Ele não cedeu aos apelos dos inimigos, manteve o foco no trabalho que precisava ser executado (6.3). Em sua agenda não havia tempo para ser desperdiçado com encontros improdutivos com pessoas que estavam tramando contra o projeto que Deus havia entregado em suas mãos. Precisamos abrir os nossos olhos para não cedermos aos apelos daqueles que nos procuram com propostas que nos afastarão de Deus. CALÚNIA – Neemias continuou trabalhando e mais uma vez entregou tudo nas mãos do Senhor (6.9). A ameaça feita por Sambalate era improcedente. Neemias sabiamente não considerou porque era tudo uma grande cilada. Não perdeu tempo tentando se defender, apenas confiou no Senhor. Em tempos de calúnia lembre que se “você entregar sua defesa a Deus, então Ele o defenderá” (Êx 23.22). Neemias discerniu os fatos. Por trás de toda a trama estava camuflado o verdadeiro objetivo, que era a intimidação, e por último a paralisação da obra. Em tempos de calúnia precisamos da força que vem de Deus para mantermos o equilíbrio e seguirmos fazendo a vontade de Deus, pois, afinal de contas, a missão precisa ser cumprida. ARMADILHA – Não conseguindo paralisar a obra com as ações que já vimos, eles apelaram para uma armadilha que visava acabar com a reputação de Neemias. A proposta foi para um breve encontro no Templo. Neemias mostrou sabedoria e ética ao concluir que jamais poderia entrar no Templo. Ele soube respeitar os seus limites, pois não era um sacerdote ou levita. Se atendesse ao convite do profeta Semaías, que havia sido subornado por Sambalate e Tobias, cometeria um ato pecaminoso, que o levaria ao descrédito diante do povo. Mais uma vez ele orou e confiou na providência de Deus. Eis um alerta para o povo de Deus. O inimigo sabe o momento de nos tentar com propostas aparentemente boas. Precisamos redobrar a nossa atenção na hora da adversidade. Para Neemias, os fins não justificavam os meios e por isso rejeitou o convite de Semaías. INFILTRAÇÃO – Neemias foi firme, manteve a sua postura e lutou para que a Lei do Senhor fosse cumprida. Ele não permitiu que o Templo fosse profanado. Ele estava isento, não devia favores aos seus inimigos e por isso pôde caminhar livremente para cumprir sua missão. Em nossos dias devemos tomar muito cuidado com os que tentam se infiltrar em nosso meio para obter privilégios entre o povo de Deus. CONCLUSÃO Em tempos de oposição devemos lembrar que a “nossa luta não é contra seres humanos (Ef 6.12). Devemos nos preparar vestindo a armadura de Deus, conforme o conselho do apóstolo Paulo: “Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir o dia mau e permanecer inabaláveis...” (Ef. 6.13). Em todo o tempo devemos perseverar na oração por nossa própria vida e por “todos os santos”. Para lidar com as ameaças espirituais são necessárias armas espirituais. “As armas com as quais lutamos não são humanas, ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2Co 10.4). Sempre que cedermos à tentação nos deixando levar pela pressão, passaremos a atacar as pessoas e fatalmente perderemos a batalha, o que causará graves danos ao avanço da obra que nos foi confiada pelo Senhor. Precisamos, assim como Neemias, enxergar além dos fatos, sabendo que todo discernimento dependerá da condição espiritual. Não podemos parar, pois é tempo de avançar. Não podemos esquecer que “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31b). PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1) Como agem os inimigos da obra de Deus em nossos dias? 2) Os nossos líderes têm sido firmes conforme Neemias foi? 3) Até que ponto devemos ou não devemos nos defender? MOMENTO DE ORAÇÃO 1) Ore para que Deus nos dê discernimento para identificarmos as ações dos que trabalham contra o avanço da obra de Deus. 2) Ore pelos líderes que estão enfrentando diariamente os opositores. LEITURA DIÁRIA segunda – Romanos 8.31-39 terça – 1Pedro 5.8,9 quarta – Hebreus 10.35-39 quinta – Salmo 145.14-18 sexta – Jeremias 1.17-19 sábado – Salmo 18.30-33 domingo – Salmo 62.1,2

quarta-feira, 11 de julho de 2012

É HORA DE COMEÇAR

Texto: Neemias 2.11-18. “A pergunta que cada homem deve fazer não é o que faria se tivesse os meios, tempo, influência e formação, mas o que vai fazer com o que tem”. (Hamilton Mabie) Introdução: Começar qualquer projeto é um desafio, pois exige equilíbrio diante da vontade de resolver as coisas do modo mais rápido possível. Quantos ministérios não foram adiante porque seus líderes foram reprovados exatamente no inicio? Quantas campanhas fracassaram devido à precipitação dos que tinham a missão de conduzi-la? Onde foi que erramos? Faltou planejamento? Onde estavam as pessoas? O exemplo de Neemias poderá nos fornecer algumas respostas. Ele nos ensina que antes de colocarmos a “mão na massa” é necessário investir um tempo considerável para planejar cada ação, conhecer a cultura e o ambiente da mudança. Vamos considerar pelo menos três etapas que Neemias teve que vencer antes de iniciar a restauração dos muros de Jerusalém. Os princípios que veremos agora poderão ser aplicados em todas as áreas de nossa vida. 1°) OBSERVAÇÃO (2.11-15). Para muitos os primeiros passos de Neemias em Jerusalém foram decepcionantes. Durante três dias ele permaneceu em silêncio observando os fotos ao seu redor. Acompanhado apenas de alguns amigos, ele optou por averiguar com os próprios olhos as informações do seu irmão Hanani (1.3). Ele não cedeu a tentação de agir precipitadamente ou a de iniciar a obra sem o devido planejamento. Neemias soube controlar as suas emoções. Ainda não era hora de compartilhar os sonhos que Deus havia colocado em seu coração. Ele optou por sair à noite examinando cada detalhe, discernindo de porta em porta as implicações do desafio que tinha pela frente. Jesus nos ensinou em Lucas 14.28 que tentar empreender sem planejar é sinônimo de zombaria. Crescemos ouvindo que a “pressa é inimiga da perfeição” e mesmo assim ainda ouvimos histórias de grandes projetos que fracassaram devido à precipitação de seus líderes. Porque isso ainda acontece? Podemos compartilhar duas possíveis respostas. A primeira é a cultura do ativismo que nos leva a pensar que a espiritualidade vem pelo muito fazer na igreja. Infelizmente em algumas mentes ainda “repousa” a ideia que trabalho ministerial é sinônimo de espiritualidade. A segunda é a necessidade de mostrar as outras pessoas que estamos fazendo alguma coisa. É a sedução da publicidade que muitas vezes maquia a realidade. Neemias contrariou tais práticas, tão comuns em nossos dias, ao optar por um período de silêncio. Ele não tocou nas ferramentas, priorizou ficar recluso enquanto preparava, ao lado do Senhor, a melhor estratégia. No período de observação, Ele preferiu a noite sombria e reflexiva com poucas pessoas ao seu lado. Neemias não estava interessado em ser popular e tampouco desejava provar algo para alguém. Seu chamado seguia uma regra básica de liderança espiritual. Seu objetivo era “levar as pessoas de onde elas estavam para onde Deus queria que elas estivessem”. Como um bom visionário ele sabia que o futuro poderia ser bem melhor. Neemias era o líder. Precisava conhecer os detalhes daquele grande desafio. Retirado ao lado de Deus, ele trabalhou a sua mente. O segredo do sucesso da liderança espiritual não são os momentos que passamos diante dos homens, mas o tempo de qualidade dedicado na presença de Deus. “O cristão que tem o sorriso de Deus não precisa de sinal de status”. (Leonard Ravenhill) . Neemias nos ensina a observar mais, falar pouco e dedicar um tempo considerável na presença de Deus visando alimentar no coração com o chamado divino. Os escritores Henry & Richard Blackaby nos revela uma grande verdade, no livro A liderança espiritual: “Deus não quer que as pessoas façam o que elas acham ser o melhor: ele quer que façam o que ele sabe ser o melhor, e não há raciocínio ou inteligência que possa descobrir isso. O próprio Deus precisa revelar o que é o melhor. O Espírito Santo de Deus revela sua vontade àqueles que estão à procura de sua mente e coração”. 2°) MOBILIZAÇÃO (2.16-18a). Neemias sabia que o sonho que Deus havia plantado em seu coração precisava ser compartilhado com as pessoas ao seu redor. Até aqui ele ainda não tinha ninguém ao seu lado. Ele jamais conseguiria obter sucesso trabalhando sozinho e por isso, desafiou aquelas pessoas a saírem da situação humilhante em que se encontravam. Aa palavras de Neemias (V.17) deixa claro que o problema também era dele. Perceba que os termos (...estamos...vamos...fiquemos). Para os que estão à frente de qualquer projeto, eis uma grande lição: “Quando você culpa e critica as pessoas, sufoca a motivação. Quando se identifica com o problema, encoraja a motivação” (Charles Swindoll) . A tarefa que está em nossas mãos não pode ser considerada de um homem só ou apenas de um grupo. Nós somos a igreja, o corpo de Cristo que composto de vários membros precisa avançar unido e mobilizado (I Cor 12.27). Só assim poderemos restaurar aquilo que está destruído ao nosso redor. Unidos somos mais fortes! Neemias demonstrou alguns sentimentos indispensáveis para uma boa mobilização: 1) Avaliação realista do presente – “Vejam a situação terrível em que estamos”. 2) Visão positiva e equilibrada quanto ao futuro – “Venham, vamos reconstruir...” 3) Compartilhou aquilo que Deus estava fazendo – “Também lhes contei como Deus...”. Esses princípios poderão ser aplicados em qualquer área da vida. 3°) AÇÃO (2.18b) Neemias agora tinha ao seu lado pessoas conscientes e motivadas. Agora sim ele tinha liderados, pois disseram: “Sim, vamos começar a reconstrução”. O chamado de Deus passou a ser de todos que corajosamente admitiram pagar o preço para que aquela situação humilhante fosse mudada. Não adiantaria ficar de longe olhando e nem questionar o projeto. Agora só havia espaço para quem quisesse “chegar junto”. Temos aqui outra equação muito simples que poderá nos ajudar nos grandes desafios eclesiásticos que teremos pela frente. A obra de Deus avança com pessoas corajosas. Gente capaz de vencer os obstáculos visando a dias melhores. Foi assim na igreja primitiva quando os primeiros cristãos enfrentaram ameaças e até mesmo a morte em nome do Senhor. Eles se alegravam por serem dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus (At 5.41). Sabemos que os recursos materiais são necessários para realizarmos a obra hoje, mas jamais poderão substituir a coragem para o exercício do ministério. “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (1Co 15.58). Assim como Deus exigiu de Josué, precisamos “temperar” nossas ações ministeriais com força e coragem (Js 1.6), para que possamos herdar as bênçãos do Senhor. CONCLUSÃO Nesta lição aprendemos que ao invés de optarmos pela pressa, precisamos vencer cada etapa com muito equilíbrio e total dependência de Deus. Cada membro tem uma parte a realizar nos desafios diários que Deus coloca para a igreja. Cada líder deve nutrir momentos íntimos com o Senhor permitindo que Deus trate primeiro o seu próprio coração para depois influenciar outros. Assim todos caminharão corajosamente para realizar a obra de Deus. A percepção espiritual de Neemias foi um grande diferencial na sua maneira de conduzir cada etapa do seu ministério. Ele resistiu à tentação de “mostrar serviço” aos homens. Seu compromisso acima de tudo era com Deus. Ele só agia com o aval de Deus. Seus passos eram passos de fé. Foi assim que ele conseguiu mobilizar os judeus que corajosamente se uniram em busca de um futuro melhor. PARA DISCUSSÃO EM CLASSE? 1) O que pode levar um bom projeto não dar certo? 2) O que podemos fazer para entender melhor a cultura das pessoas que almejamos influenciar? 3) Em sua opinião, quando o assunto é a ação ministerial, quais são os maiores erros que podemos cometer? MOMENTO DE ORAÇÃO 1) Ore para que Deus nos dê equilíbrio na hora de agir. 2) Ore pelos que estão ao lado dos líderes. LEITURA DIÁRIA: Segunda – Salmo 121. Terça – Salmo 91. Quarta – Salmo 40. Quinta – Salmo 46. Sexta – Salmo 62. Sábado – Salmo 100 Domingo – Salmo 23

quinta-feira, 5 de julho de 2012

SAINDO DA COMODIDADE

Texto: Neemias 2.1-9 “O ministério que nada custa, nada realiza.” (J. H. Jowis) Introdução “Se nada muda, nada muda!” Eis uma grande verdade compartilhada por muitas pessoas que desejam mudar as circunstâncias de suas vidas sem tomar nenhuma decisão e muito menos partir para a ação; pessoas que não querem pagar o preço que Neemias pagou ao decidir tomar parte não apenas do problema mas também da solução. Nolan Bushnell, fundador da empresa de jogos eletrônicos da Atari, disse: “Todo mundo tem uma ideia no chuveiro, mas os bem-sucedidos saem do chuveiro, secam-se e fazem alguma coisa com relação à ideia que tiveram”. Neemias havia pedido ao Senhor em oração a benevolência do rei. Ele não conseguia mais controlar suas emoções; o chamado de Deus se tornara a sua razão de viver, a sua “paixão”. Após cerca de quatro meses, de quisleu (Nov/Dez) a nisã (Mar/Abr), trabalhando o assunto no coração, havia chegado a hora de começar a agir. Parece que para Neemias o simples fato de ele ter tomado conhecimento do caos em Jerusalém o tornara responsável por aquela situação. Eis uma verdade a ser considerada: toda vez que Deus nos mostra uma situação que precisa ser resolvida, nos tornamos responsáveis por ela. As coisas estavam só começando. Segundo o pastor e escritor John C. Maxwell, “O sucesso é alcançado em centímetro, não em quilômetros”. Quais foram as circunstâncias que levaram Neemias a sair de onde estava para restaurar os muros de Jerusalém e a dignidade dos judeus? 1) O PROBLEMA ATINGIU A SUA ALMA (1-3) O regulamento do palácio exigia que os servos do rei demonstrassem alegria em sua presença. A tristeza não deveria ofuscar a felicidade real nem a paz do palácio. Neemias exercia uma função importante. Como copeiro real, ele funcionava como um assessor que constantemente estava na presença do rei. Era um cargo de prestígio e de muita influência na corte. Neemias afirmou: “Nunca antes eu tinha estado triste na presença dele”. Mas não teve jeito, ele não conseguiu esconder a sua tristeza, que tinha como fonte a situação caótica do seu povo. O rei percebeu e identificou a tristeza como sendo do coração. Neemias teve medo. A tristeza da alma nos expõe diante dos outros. Foi o que aconteceu com Neemias, que já não sabia mais o que fazer. Não é difícil perceber pessoas tristes em nossos dias. Um pouco mais de atenção aos seres humanos que nos cercam poderá contribuir para aumentar a nossa percepção. Será que não estamos convivendo com pessoas tristes dentro da mesma casa? Há algum irmão, algum líder triste em nossa igreja? Por que o colega de trabalho está tão diferente? Certamente há pessoas como o salmista que disse: “Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite” (Sl 42.3a). Para ajudar nossos familiares, irmãos ou amigos, seus problemas precisarão atingir a nossa alma. Pessoas indiferentes nada fazem pelos outros. A fonte da tristeza de Neemias era a situação dos seus semelhantes (v.3). Ele estava expondo a sua reputação e até mesmo a sua integridade física por causa da dor causada pelas notícias de Hanani, meses atrás. Mas para sua surpresa, a sua oração (1.11) estava sendo respondida naquele momento. Deus estava transformando o inflexível rei persa Artaxerxes I num benevolente rei, ao dizer: “O que você gostaria de pedir?”. Ao analisar estes fatos, o escritor e pastor Charles Swindoll, no livro “Liderando em tempos de crise”, concluiu que: “Mudar o coração é especialidade de Deus – Não devemos tentar manipular pessoas, devemos falar com Deus sobre elas”. “Orar e esperar andam de mãos dadas – Desista das suas próprias soluções e deixe Deus no controle". Como seria interessante ter acesso à rápida oração que Neemias fez na presença do rei (2.4b). Em silêncio ele deve ter louvado a Deus e se consagrado pelo que ainda teria que fazer. Num momento de extrema tensão só mesmo a oração para nos acalmar. 2) ELE RESOLVEU AGIR PARA MUDAR A SITUAÇÃO (v.5) Neemias fez um discurso magnífico na presença do rei. Ele abriu o seu coração, revelando tudo que estava sufocando sua alma. Seu precioso cargo não mais o satisfazia como antes. Ele só pensava em reconstruir a cidade de seus pais. Estava abrindo mão do conforto de Susã e do seu “cobiçado” emprego. Ele verdadeiramente teve de sair do seu conforto para mudar aquela situação. Até onde estamos dispostos a ir? Nosso problema não são os projetos, não é a falta de informação nem mesmo a falta de recursos. Nosso problema são as pessoas que hoje estão resistentes a saírem da sua comodidade para abençoar vidas. Poucos estão dispostos a dizer como Paulo: “Mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho da graça de Deus” (Atos 20.24). Crescem nas igrejas o número de espectadores enquanto faltam obreiros para a seara. Talvez estejamos confundindo adesão com conversão. Devemos lembrar que nossa vida deve pertencer ao Senhor integralmente. Muitas vezes Deus levanta um servo para reconstruir um ambiente caótico dentro de uma família, empresa, faculdade, vizinhança, etc. Precisamos orar conforme Neemias para saber onde é a nossa Jerusalém. Para um verdadeiro servo de Deus não existirá distinção entre vida espiritual e vida material porque devemos adorá-lo na totalidade de nosso ser (Dt 6.5). 3) ELE DETERMINOU UM PRAZO (v.6) Sonhe diante de Deus. Faça alvos práticos e realistas para mudar as situações reveladas por Deus. Visualize pela fé o tempo de celebração. O dia em que você cantará na presença de Deus um hino de vitória. Leve a sério aquilo que Deus lhe revelou na lição anterior. (Se você ainda não teve o momento de oração, não continue antes de fazê-lo). Um dos maiores perigos para nossa espiritualidade é a negligência. “Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos” (Hb 2.1). Quando Deus nos mostra algo que precisa ser feito, devemos simplesmente obedecer a ele cumprindo a sua ordem. Não precisamos temer as adversidades. Precisamos apenas avançar ao lado do Senhor. Não espere soluções fáceis e rápidas. Faça planos a médio e longo prazos. Lembre-se de que Neemias levou cerca de 12 anos para cumprir sua missão. 4) ELE SOLICITOU AJUDA (vv.7-9) Neemias não era daqueles que acham que podem fazer tudo sozinhos. Ele solicitou a influência do rei. Ele já obtivera a ajuda do Senhor. “Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim”. Todos nós podemos ter certeza de que Deus estará ao nosso lado sempre que, chamados por Ele, nos envolvermos com a reconstrução daquilo que está destruído. Fomos comissionados para reedificar vidas, famílias, povos, etc. Precisamos transformar nossa missão em ação! Neemias também precisaria abrir caminhos entre os homens. Ele precisaria da influência do rei. Ele não ficou envergonhado, pediu cartas, madeira e foi atendido. Ele, como um homem correto em seu trabalho, gozava de boa reputação diante do rei, que era o seu patrão. O dia a dia de Neemias antes do seu chamado se constituiu numa porta aberta para o agir de Deus. Precisamos entender que nossa justiça diante dos homens poderá se constituir numa porta aberta para atingirmos os objetivos de Deus. Vivemos num país onde a corrupção goza de um glamour devido à impunidade. Onde o errado “parece” ser o certo. Precisamos vigiar, pois nossa justiça deve exceder à deste mundo (Mt 5.20). Precisamos viver em sociedade conforme a orientação do apóstolo Paulo: “(...) obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens” (Cl 3.22,23). “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2). Conclusão Neemias abriu mão de tudo para fazer a vontade de Deus. O futuro ainda era uma incógnita para ele e mesmo assim ele não hesitou em fazer a obra, partiu para reconstruir os muros de Jerusalém e restaurar a dignidade dos judeus. Quais os problemas que atingem hoje a sua alma? O que significaria para você aceitar o desafio de sair da comodidade? PARA DISCUSSÃO EM CLASSE 1) Como anda a reputação do povo de Deus nas empresas? O que os patrões ímpios teriam a dizer de nós? 2) Você acredita que Deus pode mudar corações? 3) Quais são os maiores empecilhos às mudanças? Por que poucos se apresentam para o trabalho? MOMENTO DE ORAÇÃO 1) Ore pelas pessoas do seu convívio que precisam de quebrantamento. 2) Ore pedindo a Deus que revele se há alguma comodidade em sua vida capaz de impedir o agir dele. LEITURA DIÁRIA segunda – Lucas 19.41,42 terça – Isaías 6.5-8 quarta – Lucas 10.2,3 quinta – Josué 1.8,9 sexta – Êxodo 3.7-20 sábado – Salmo 121 domingo – Gênesis 12.1-9

CONHECENDO OS FATOS

Texto: Neemias 1 “Deus colocou alguns homens acima dos Reis, ao dar-lhes uma missão para cumprir e não uma posição para ocupar.” (Alexandre Dumas) Introdução Neemias foi um homem de fé, íntegro, determinado, servo, comedido, empático e inteligente. Ele sabia o momento certo de ouvir e falar. Ele demonstrou prontidão para obedecer ao Senhor. Sua maior qualidade talvez fosse a sua capacidade de se relacionar com Deus. Nesta segunda lição daremos ênfase ao sentimento de Neemias e a sua capacidade de reação diante das calamidades. Assim como ele, estamos ou estaremos diante de inúmeras situações calamitosas, que exigirão posturas sábias visando a atitudes corretas e restauradoras. Na família, na igreja ou no contato direto com a sociedade, seremos desafiados a reconstruir. Precisamos estar preparados porque o inimigo não está para brincadeira (Jo 10.10). Algumas situações exigirão uma resposta rápida de nossa parte. Para o escritor Charles Swindoll, “Quanto mais você esperar, mais oportunidades dará ao Diabo para invadir, enfraquecer e por fim estilhaçar a sua família”, seus relacionamentos, seu ministério, seu trabalho, etc. No primeiro capítulo de Neemias podemos destacar três atitudes que poderão nos ajudar diante das calamidades: 1. CORAGEM PARA AVALIAR (1.1-3) Não podemos temer as perguntas. Neemias teve coragem de perguntar a seu irmão Hanani acerca dos judeus que escaparam, os sobreviventes ao ataque dos babilônios e que permaneceram vivendo em Jerusalém. Teve como resposta a má notícia de que as pessoas passavam por sofrimentos e humilhações e a cidade estava arruinada. Infelizmente, diante das calamidades, ao invés das perguntas é mais fácil optar pelo silêncio, evitando o confronto e o possível envolvimento nas situações. Há um ditado que diz: “É melhor ficar vermelho uma vez na vida do que amarelo a vida toda”. Para não correr riscos, muitos se omitem diante dos problemas pessoais: fingem não ver nada, optam pela apatia, pela indiferença, seja diante de Deus, na família, consigo, no trabalho ou na igreja. Evitam correr riscos. Objetivando um viver saudável precisamos fazer boas perguntas. Um bom exemplo foi o consagrado e paciente Jó, que constantemente avaliava a conduta espiritual de sua família (Jó 1.5). Ao perguntar poderemos nos surpreender com as respostas. Mas somente perguntando e tomando conhecimento dos fatos, sonharemos com os dias de celebração (8.10). Há quanto tempo você não faz uma pergunta sobre os fatos que envolvem sua própria vida? Está tudo bem com você? Sua família como está? Você tem sido um bom servo de Deus? Um crente produtivo, um irmão de verdade? Quem pergunta rompe com o silêncio, quer ouvir algo, pode sonhar com dias melhores. 2. A CAPACIDADE DE CHORAR (1.4) Neemias chorou quando tomou conhecimento dos fatos que assolavam seus familiares e a cidade. As lágrimas de Neemias demonstram a sua capacidade de sentir a dor do outro (empatia) mesmo estando distante. Seu pranto pode significar o início do seu compromisso com aquela triste situação. Foram dias chorando! O mundo individualista, centrado no capital e no sensacionalismo em que vivemos tem contribuído para que nos tornemos insensíveis aos problemas do dia a dia. A multiplicação da iniquidade (Mt 24.12) também tem nos impedido de sentir e, consequentemente, de chorar. Situações que deveriam impedir nosso sono se tornaram tão corriqueiras que já não sentimos mais nada. Precisamos resgatar a capacidade de chorar. Jesus, o nosso maior exemplo, chorou diante do caos observado em Jerusalém (Lc 19.41,42). Também chorou na casa de Lázaro (Jo 11.35). Você tem chorado pelos problemas do nosso tempo cuja origem é o pecado, que assola a humanidade? Você ainda chora diante da notícia de mais um divórcio que destruiu um lar? Você chora ao ver seres humanos “perambulando” pelas ruas, embriagados, drogados, abandonados? Você chora diante de um homicídio? Você chora pelos irmãos que optaram por viver no pecado, abandonando a igreja? Você chora pelos seus entes queridos que ainda não aceitaram o plano de Deus e que por isso estão correndo o risco da perdição eterna? Nossas lágrimas podem significar o início de nossas ações. Neemias sentiu o problema e resolveu agir. 3. BUSCOU A ORIENTAÇÃO DE DEUS (1.5-11) No momento em que algo nos incomoda, nossa primeira ação deve ser passar um tempo de qualidade em oração. Neemias buscou a orientação de Deus antes de dar qualquer passo visando à restauração do caos em Jerusalém. Ele orava constantemente (2.4; 4.4; 4.9; 5.19; 6.14;) O resultado foi que “a obra foi executada com a ajuda de Deus” (6.16). Quantas vezes colocamos tudo a perder porque pulamos esta etapa. O momento de jejum e oração de Neemias foi o maior investimento que ele poderia ter feito em busca da orientação e da força necessárias para ação. Ele fez conforme o rei Jeosafá, que diante de uma grande ameaça não ousou agir, antes “decidiu consultar o Senhor, e proclamou um jejum em todo o reino de Judá” (2Cr 20.3). Deus sempre tem uma ação “aparentemente” absurda para colocar a serviço do seu povo. Jeosafá venceu cantando. Precisamos confiar na palavra do Senhor: “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jr 33.3). O grande pastor batista inglês do século 19, C. H. Spurgeon afirmou: “Sempre que Deus deseja realizar algo, ele convoca seu povo a orar”. Erramos ao tentar resolver nossos problemas sem antes dedicar um tempo de qualidade em oração. Jesus Cristo nos deixou o seguinte alerta: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Precisamos tomar cuidado. Segundo o pastor Ronaldo Lidório, missionário brasileiro “Uma das maiores barreiras para uma vida devocional é o próprio ministério. Com um envolvimento integral no ministério, é muito fácil não encontrarmos tempo para a oração, leitura e reflexão na Palavra por estarmos ocupados trabalhando para o Senhor”. O conteúdo da oração de Neemias revela a sua dignidade diante de Deus. Vale a pena atentar para as palavras que ele disse ao Senhor: • Ele demonstrou que confiava no poder da oração (5,6) – O contrário de devoção pode ser a “arrogância”. O cristão que não dedica tempo à oração precisa rever urgentemente a sua conduta. A orientação é “Orar sempre” (1Ts 5.17). Deus nos fala por intermédio da oração! Não podemos abrir mão da oração. Sabiamente afirmou o pastor Israel Belo de Azevedo: “Deus não nos pede que não andemos, não corramos, não lutemos, mas que andemos e corramos e lutemos com os olhos fixos n’Ele, alimentados por Ele”. • Ele não perdeu tempo acusando terceiros (7) – Neemias optou por admitir que era parte do problema embora não morasse em Jerusalém. Ele residia em Susã, a capital do Império Medo-Persa e era o copeiro do rei. Poderia ter dito a Deus que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo com os judeus. Mas Neemias não foi um acusador e sim um servo disposto a fazer a diferença. Envolveu-se na situação entendendo que o problema também era seu. Ele disse: “Agimos (...) Não temos ...”. • Ele reivindicou as promessas de Deus e colocou-se inteiramente à disposição do Senhor (8-11) – Ele conhecia os feitos de Deus ao longo da história. O conteúdo de sua oração revela isso. Neemias sabia quão grande seria a sua batalha para reedificar Jerusalém e proporcionar aos judeus dias melhores. Ele colocou-se à disposição de Deus consciente de que precisava da mão poderosa do Senhor ao seu lado, abrindo as portas, transformando situações, apaziguando corações e preparando o coração do seu chefe (o rei Artaxerxes I). PARA DISCUSSÃO EM CLASSE Os primeiros passos de Neemias diante do caos em Jerusalém podem nos levar a pensar em algumas situações do nosso próprio dia a dia: 1) Por que ao invés de formularem boas perguntas visando identificar e resolver os problemas, muitos preferem deixar o tempo passar cultivando assim a indiferença? 2) O que podemos fazer para resgatar a capacidade de chorar pelas calamidades que estão em nossa volta? 3) Por que a oração, mesmo sendo uma “arma” tão poderosa e recomendada por Deus, ainda é tão negligenciada pelos cristãos? 4) O que uma pessoa pode fazer para, ao invés de perder tempo acusando terceiros, contribuir com a resolução dos problemas? MOMENTO DE ORAÇÃO 1) Ore pedindo a Deus que mostre as situações que precisam ser restauradas em sua vida, família, igreja, etc. 2) Ore pedindo a Deus que abra as portas para que a restauração aconteça começando em você. LEITURA DIÁRIA segunda – Tiago 1.19-27 terça – Tiago 5.7-16 quarta – 1Pedro 2.4,5 quinta – 1Timóteo 5.8 sexta – Filipenses 2.13-16 sábado – 2Coríntios 10.3-6 domingo – João 15.1-16

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