quarta-feira, 30 de junho de 2010

DEUS: O BOM PASTOR

Texto básico: Salmo 23
O pastor de ovelhas era parte comum do cotidiano israelita. O próprio Davi, autor deste salmo, foi pastor de ovelhas (1Sm 16.11). É um salmo simples nas palavras, mas que revela profundidade em seu conteúdo. Kidner expressa com muita propriedade que “sua paz não é uma fuga; seu contentamento não é complacência; há disposição para enfrentar as trevas e um ataque iminente, e seu clímax revela um amor que não acha satisfação em nenhum alvo material: somente no próprio Senhor”. É isso que faz com que este salmo seja um dos favoritos do saltério para os cristãos, falando de forma especial ao coração das ovelhas do “Bom Pastor”.
1. O Pastor (v.1)
A maioria das referências a Deus feitas pelos salmistas emprega palavras que indicam certa distância entre Deus e o homem ou então uma referência impessoal. Ex: Deus é rei (29.10), é libertador (70.5), é rocha (28.1), é fortaleza e escudo (18.2). Mas no Salmo 23 essa distância e a referência impessoal são trocadas por uma metáfora que lembra intimidade e aconchego. O pastor vive com o seu rebanho, sendo tudo para ele: guia, protetor, provedor e médico. O salmista expressa vividamente os cuidados de Deus pelas ovelhas, que são totalmente impotentes e dependentes, às quais o Pastor trata de uma maneira leal e devotada.
É importante percebermos no texto que Deus não é apenas Pastor - é o meu Pastor. Não há forma mais eloquente para traduzir a pessoalidade, a intimidade, a confiança, a dependência e a afetividade do que essa expressão. Como ovelha, cada um de nós pode desfrutar dessas bênçãos, o que faz eco ao texto de João 10, onde Jesus faz sua autoapresentação como o bom Pastor. O salmista expressa, portanto, não apenas confiança, cuidado etc., mas uma mensagem messiânica, apontando para Jesus, o supremo e bom Pastor.
2. O Pastor que sustenta (vv.1b,2)
Davi podia falar com autoridade sobre a importância do cuidado com a alimentação e segurança das ovelhas. Por experiência própria, sabia que era preciso cuidar de cada uma individualmente; agir em favor de todas, coletivamente, suprindo-lhes todas as necessidades. Ao identificar Deus como Pastor, vê-lo como Pastor poderoso e sábio que jamais deixaria uma de suas ovelhas sentir falta de alguma coisa: “... nada me faltará”. No Salmo 34.9, Davi acrescenta: “... nada falta aos que o temem”.
Os dois elementos essenciais para as ovelhas são pasto e água. Os pastos para os quais o pastor leva as ovelhas são verdejantes, e as águas, tranquilas, representando a alimentação suficiente e o descanso necessário à vida e ao bem-estar. Se considerarmos a geografia da Palestina, com sua terra arenosa e rochosa, onde o sol quente seca os riachos e os transforma em wadis , onde a água é encontrada apenas em parte do ano, a água e os pastos verdejantes ilustram uma provisão superior. Por isso o Salmo 23 tem sido chamado de “Salmo da Provisão”, lembrando ao cristão os recursos do supremo Pastor para a vida e as questões do cotidiano.
3. O Pastor que reanima e conduz (v.3)
Refrigera a minha alma também pode ser traduzido por reanima ou restaura a minha alma. Esta expressão pode significar a ação do pastor que traz de volta a ovelha desgarrada como também o refrigério que esta desfruta por encontrar-se novamente nos braços do pastor, junto às outras ovelhas. Espiritualmente, representa a renovação mais profunda do homem, por mais espiritualmente perverso ou enfermo que seja. É o Senhor provendo perdão e paz para aqueles que o seguem.
O bom Pastor sabe quais são as veredas certas por onde levar as ovelhas, evitando os caminhos perigosos. Veredas da justiça indicam não apenas o caminho certo em termos de direção, mas também o alto conteúdo moral que é exigido para ele. Ovelhas são animais que têm pouco sentido de orientação e, para não se perderem, obedecem aos sons e aos toques do cajado. Assim, o pastor dirige para o caminho certo as que se desviam e incita as que se atrasam, ao passo que o bater ritmado do cajado no chão dá a certeza de uma presença conhecida e tranquilizadora.
É assim que pastor e ovelha vão seguindo pelo caminho, visto que a vida e o destino de ambos estão intimamente entrelaçados. O que o pastor faz pelas ovelhas, ele faz por si mesmo, conduzindo-as por amor do seu nome. O que Jesus faz pelas suas ovelhas é creditado para honra e louvor da sua glória.
4. O Pastor que caminha junto
Atentem para a antítese entre os versos 2,3 e 4. O verso 2 fala de pastos verdes; o 3 fala de veredas justas e o 4 fala de vale de morte. As ovelhas não andam sempre por caminhos planos e verdejantes; há também caminhos difíceis, onde perigos estão à espreita e a morte é iminente. É neste momento que o salmista muda a referência ao Pastor, passando da 3ª pessoa (ele) para a 2ª (tu). No momento do perigo, o pastor não está adiantado, à frente das ovelhas, mas ao lado (tu estás comigo) para escoltá-las, tendo a vara (uma espécie de porrete, preso à cintura do pastor) como uma arma de defesa e o cajado em suas mãos, que servia para ajudar a caminhar e para recolher o rebanho, como instrumento de controle.
O pastor não conduz as ovelhas para a morte, mas pelo vale da sombra da morte, e em tempos de necessidades o companheirismo é fortificador. Deixando a metáfora, a morte é dolorosa e traumática; a mais dura experiência humana, e só o Senhor, o supremo Pastor, pode guiar o homem por meio dela. Todos os demais guias voltam atrás ou perecem, deixando o viajante sozinho. Mas o nosso Pastor toma conta e dá conta de todas as suas ovelhas, nenhuma delas se perde, nem mesmo no corredor escuro e obscuro da morte (cf. João 17.12).
5. O Pastor hospedeiro (vv.5,6)
A figura do pastor parece ser substituída ou a ela é acrescida a característica da hospitalidade, algo que denota maior intimidade. No Antigo Oriente (mais especificamente na cultura nômade) a hospitalidade tinha contornos específicos. Um homem que estivesse fugindo de seus inimigos ao adentrar, ou pelo menos tocar, a tenda de alguém, buscando refúgio, não poderia ser apanhado ali pelos perseguidores, pois seria ultrajante ao hospedeiro. O hospedeiro não apenas recebe o perseguido em sua tenda, mas prepara-lhe um fausto e farto banquete, o que, vendo os seus inimigos, não têm outra alternativa a não ser desistir da perseguição. Fora das tendas, estendia-se o deserto com seus perigos e expulsar da tenda equivaleria a uma sentença de morte, a não ser que o fugitivo, ou viajante, recebesse acolhida em outro lugar.
As ovelhas do bom Pastor sobrevivem à ameaça do vale da sombra da morte (no aspecto da nossa humanidade, o maior e último dos inimigos [1Co 15.26]), e transformam-na em triunfo, sendo recebidos à mesa pelo supremo Anfitrião. A mesa preparada e posta tem a conotação de intimidade e de amizade e sua fartura implica a capacidade provedora, ou riqueza do Anfitrião, pois o cálice oferecido é transbordante de bebida. O hospedeiro também unge com óleo, o que fazia parte da hospitalidade oriental, não poupando o azeite caríssimo.
Quando o fugitivo está saciado, o hospedeiro lhe oferece uma escolta para continuar a viagem – seus nomes – bondade e misericórdia. Na peregrinação para o lar eterno as ovelhas peregrinas do bom Pastor jamais andam sozinhas: são acompanhadas pela bondade e misericórdia até chegarem a habitar na casa do Senhor. A expressão “para todo sempre”, tem o sentido original de “por dias sem fim”, mas o sentido maior da aliança divina com seu povo autoriza o entendimento dessa expressão como uma referência à eternidade celeste, onde as ovelhas continuarão a ter Cristo como Pastor.
Para pensar e agir
Cada salvo pode ver e experimentar a presença do bom Pastor no dia-a-dia. É Ele quem nos sustenta, nos guia, nos guarda e nos reanima na caminhada, indo junto nos momentos mais difíceis, dando consolo e conforto que refrigeram a alma. Seu amor paciente trabalha por trazer e manter cada ovelha no caminho da justiça. Além disso, o salmista lembra a cada crente que a presença de Cristo não se reduz a esta vida, mas será uma companhia por toda a eternidade. Por isso, Ele é o bom Pastor.

Leitura Diária

segunda-feira Salmo 80
terça-feira Isaías 40.1-11
quarta-feira Ezequiel 34.1-19
quinta-feira Ezequiel 34.20-31
sexta-feira João 10.1-6
sábado João 10.7-18
domingo Salmo 23

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Está chegando à hora!



Estamos há menos de um mês para celebrarmos o nosso oitavo aniversário como Igreja. O momento é oportuno para uma grande obra em conjunto. A igreja espera muito de nós. Um recado a nós abençoados: é chegada à hora de abençoar, e de também oferecer um "sacrifício" diante do trono de Deus. Precisamos dar o nosso melhor, não podemos nos esquecer das primícias. Quando recebemos as bênçãos do Senhor, a primeira coisa que têmos a fazer é devolver a nossa gratidão a Deus, ou seja a nossa oferta. Provemos então nossa fidelidade a Deus. Não podemos nos esquecer do mau exemplo de Ananias e Safira.
Conto com vocês, pois é oito ou oitenta, com fé Pastor Amarildo Rangel

A MORTE DA MORTE

Texto bíblico: 1 Coríntios 15. 54-58

Terrível inimiga da humanidade, a morte morrerá. Ela será lançada no lago de fogo (Ap 20.14). Temos a rica promessa de Apocalipse 21.4: “... e não haverá mais morte”. O seguidor de Jesus superará a morte e viverá para sempre. Jesus mesmo disse (Jo 11.25). Não cremos em reencarnação, mas em algo mais rico e mais profundo, a ressurreição. Se Cristo regressar durante a nossa vida, seremos transformados. Se morrermos antes, seremos ressuscitados para não mais morrermos (1Ts 4.13-16). O crente em Jesus viverá para sempre. Um dia, Deus nos trará à vida, uma nova qualidade de vida, e “estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17).
A morte é paciente terminal desde o Calvário, e morrerá, enfim, quando Cristo regressar. A segunda vinda do Salvador porá o último prego no seu caixão. Seus dias estão contados na agenda de Deus. Cremos nisto. Esperamos isto.

1. O fim da história
Os gregos diziam que somos um corpo com uma alma. O corpo é o embrulho da alma imortal. Os judeus criam que alma é o sopro da vida que impregna o corpo. O homem é alma vivente (Gn 2.7). Corpo e alma são mortais (na presunção de que a alma seja apenas o fôlego da vida, distinta do espírito). Quando o homem morre, a alma se imobiliza e o corpo volta ao pó. A idéia de reencarnação é inviabilizada neste conceito. A única maneira de voltar à vida é por um novo sopro. Em Ezequiel 37, Judá cativo é como um vale de ossos secos. O sopro do Espírito lhe traz vida. Um sopro de Deus fez a primeira criação (Sl 18.15 e 33.6). Deus também soprou na nova criação do seu povo (Ez 37.9). O Espírito continua soprando, enquanto caminhamos para a última criação (Ap 21.5). Deus está fazendo um mundo novo na pessoa de Jesus (2Co 5.17). Neste novo mundo não haverá mais morte.
A melhor descrição do mundo sem morte está em 1 Coríntios 15, um capítulo fantástico, e o estudante da Bíblia deve ler com atenção! É um dos momentos mais brilhantes de Paulo, o gênio inspirado pelo Espírito Santo. A volta de Cristo marcará o fim da história e o início do novo mundo de Deus, o mundo sem morte, o mundo da vida plena, com ele. Tudo está dependente do regresso de Jesus. A morte morrerá quando ele vier.

2. Quando a trombeta soar
O fim começará quando a trombeta soar (Mt 24.31 e 1Ts 4.16). Ela soará, num momento qualquer da história, num piscar de olhos (1Co 15.52). O ato de piscar os olhos leva 1/16 (um dezesseis avos) de segundo. Será algo repentino. A trombeta mencionada era o shophar, de chifre de carneiro. Ela soava nos momentos de calamidade, de convocação ou de júbilo. Aqui, será de júbilo, intenso júbilo. Soará quando Cristo vier para pôr fim à história. A morte está no início da história do homem, que é escrita por eles. Eles inseriram a morte no primeiro capítulo de sua vida, ao desobedecerem a Deus. Mas ele está no comando da história, mesmo sendo esta feita pelos homens. Ele fechará o último volume. Ele lhe porá fim. Ele mandará a trombeta soar.
A morte surgiu como maldição (Gn 3). Cristo veio abolir a maldição e na consumação de sua obra, a removerá por completo (Ap 22.3). Isto trará a ressurreição da humanidade, pois a maldição da morte não mais existirá. Mas quando Cristo vier muitos estarão vivos. Como será esta mistura de mortos e de vivos? Paulo esclarece quanto à ordem dos eventos: os mortos ressuscitarão primeiro e os vivos serão transformados (1Co 15.51-52). O novo sopro se completará. Virá o julgamento final e a morte será julgada (Ap 21.14). Ela morrerá e nós viveremos para sempre, livres do seu poder (Ap 20.6).
Por isso o crente espera a trombeta soar, e canta: “Oh! Que dia faustoso esse dia há de ser! Quando o som da trombeta ecoar; Quando Cristo nas nuvens tiver de descer, Para assim entre nós habitar!” (Hino 114, CC). Que soe a trombeta!

3. Quando a morte morrer viveremos para sempre com Deus
O homem e a mulher estavam com Deus, no início, mas foram expulsos (Gn 3.23-34). Na volta de Jesus, Deus e a humanidade viverão novamente juntos (Ap 21.3-5). Como dissemos, Deus está reconstruindo o mundo na pessoa de Jesus (2Co 5.17). Ele está fazendo um mundo novo, que se concretizará (Ap 21.5). Este é seu plano, fazer tudo convergir em Cristo (Ef 1.10). Quando este dia chegar, Cristo reinará (1Co 15.24-28). O novo mundo iniciado em Cristo, com sua obra na cruz, será concluído. O que Paulo antecipou (2Co 5.17), a voz do trono confirmou (Ap 21.5). Mostrando a unidade das Escrituras, Pedro também se pronunciou sobre o assunto, com as mesmas palavras (2Pe 3.13).
Na descrição do novo mundo, surgem o rio da água da vida e árvore da vida (Ap 22.1,2). Em Gênesis 3.22-24, a árvore da vida foi vedada ao homem. Mas quando a trombeta soar, tudo será recuperado. Nossa vida será para sempre com Deus (1Ts 4.17). Poderemos viver para sempre.

4.Tudo isto Cristo conseguiu na cruz
Na cruz, Jesus consumou o plano do Pai (Jo 19.30). A morte foi ferida na cruz. Paulo zombou dela, e nós nos juntamos a ele: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.55). Podemos agir assim por causa de Jesus. Ao morrer, ele disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23.46). Estêvão morreu com esta expressão nos lábios: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7.59). Aliás, sua morte causou grande impacto em Paulo. Ele se referiu a ela, algumas vezes. A serena morte de um crente em Jesus abalou o poderoso fariseu e pesou em sua conversão.
A morte não mais assusta. Entristece, pois nos separa de pessoas que amamos, mas não assusta. Ela não é invencível. Cristo a venceu na cruz. Passaremos por ela, mas nós a superaremos. Cristo a minimizou (Ap 5.5-10). Ele a superou. Na cruz, Jesus morreu, mas voltou a viver. Na cruz, a morte continuou viva, mas começou a morrer. Ele a venceu. Nós a venceremos.
A cruz não sinaliza derrota, mas vitória. Ele não ficou nela, nem na sepultura. O discurso de Pedro no dia de Pentecostes (At 2.14-36) é uma excelente explicação teológica do significado da cruz, da sepultura vazia e o triunfo final de Jesus.

5. Vitória e perseverança
1 Coríntios 15 é o maior capítulo do Novo Testamento. E um dos mais vibrantes. A força espiritual e literária de Paulo brilha como nunca e nos faz antecipar momentos fantásticos e maravilhosos que desfrutaremos. Este autor, particularmente, se comove sempre que lê este poderoso argumento paulino.
O capítulo conclui com um canto de vitória e um chamado à perseverança: “Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (vv. 54-58).
Cantemos a vitória em Cristo e firmemo-nos na fé. A morte morrerá e viveremos para sempre com ele. Que venha o fim! E lembremos a última oração da Bíblia: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).

Para pensar e agir

1. A vida cristã inclui bênçãos materiais, mas é muito mais que isso. Temos bênçãos espirituais (Ef 1.3) e esperar só bênçãos materiais é ser infeliz (1Co 15.19). Cristo é para esta vida e para a eternidade.
2. Temos a vida eterna, a vida para sempre com Cristo. Acostumamo-nos com esta expressão, mas como ela é profunda! Louvemos a Deus por isso!
3. Cristo é o Nome sobre todo nome, e todo joelho se dobrará diante dele (Fp 2.9-11). Ele deve ser o Nome em nossa vida. O que temos e teremos é por causa dele!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pastoral

COPA DO MUNDO
Estamos já no período da copa do mundo. Provavelmente o maior encontro de esporte do mundo. É a maior mobilização do planeta. Serão mais de 4 bilhões de pessoas que durante 30 dias estarão ligados, acompanhando o futebol.Antigamente falar em futebol em algumas Igrejas era algo tremendamente nocivo. Era pecado para outros. Era algo totalmente rejeitado.Hoje se tem uma outra concepção do esporte e da maneira de entendê-lo. É claro que existem questionamentos sobre comportamentos, práticas
ilícitas e coisas ilegais que se misturam com o esporte. O que podemos aprender neste tempo de clamor nacional pelo futebol.
1)Vamos torcer pelo Brasil, mas vamos torcer também para que os atletas de Cristo
possam dar bom testemunho. Hoje são vários na seleção que professam a fé em Jesus. Que grande oportunidade eles têm de testemunhar para seus colegas. Alguns que só poderão ouvir de Cristo pela fidelidade dos atletas de Cristo.
2)Vamos torcer para que o Brasil seja campeão, mas vamos torcer para que outros
países ganham a graça de Jesus, conheçam a graça de Jesus. Um bom exercício nessa copa é procurar saber um pouco mais sobre alguns países. Sua população. A religião predominante.Se temos ou não temos missionários e então podemos além de crescermos em nossa cultura, podemos interceder pela obra missionária em várias nações.
3)Vamos aproveitar para mandar mensagens de incentivos aos missionários que
estarão atuando durante a copa na África do Sul e orando por eles. São 200 voluntários no Projeto Conexão África, como já foi dito em nossa igreja.Basta entrar no site da JMM.
4)Aproveite para evangelizar pessoas perto de você. Distribua folheto onde você for assistir os jogos. Todos pensam na copa, e então poderemos aproveitar o momento e contextualizar nossa mensagem.
Vamos torcer e interceder pelos jogadores, pelos povos e pela África, um país cheio de crenças e feitiçarias que precisa de libertação.Jesus quer salvá-los!!
Com fé, Pr.Rangel

Há vida após a vida

Texto bíblico: 1 Tessalonicenses 4

Diz assim um trecho do artigo XIX da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira: “Em cumprimento à sua promessa, Jesus Cristo voltará a este mundo, pessoal e visivelmente, em grande poder e glória. Os mortos em Cristo serão ressuscitados, arrebatados e se unirão ao Senhor. Os mortos sem Cristo também serão ressuscitados. Conquanto os crentes já estejam justificados pela fé, todos os homens comparecerão perante o tribunal de Jesus Cristo para serem julgados, cada um segundo suas obras, pois através destas é que se manifestam os frutos da fé ou os da incredulidade. Os ímpios condenados e destinados ao inferno lá sofrerão o castigo eterno, separados de Deus. Os justos, com os corpos glorificados, receberão seus galardões e habitarão para sempre no céu como o Senhor”.
Cremos na ressurreição dos mortos. Ela sempre fez parte da pregação cristã (At 17.18-32) e era considerada como doutrina rudimentar (Hb 6.2). É a grande esperança cristã: há vida após a vida e o evangelho de Jesus oferece mais que qualquer outra doutrina religiosa. A reencarnação fala da volta do espírito. E não tem suporte bíblico. A ressurreição fala da volta à vida do homem integral. Não vê a matéria como má, como no orientalismo (berço da reencarnação), e ensina que Deus nos restaurará por completo. Não só a alma, mas também o corpo. A obra de Jesus é completa e visa ao homem completo.

1. A ressurreição como suporte da fé cristã
Vimos que Hebreus 6.2 mostra a ressurreição como doutrina rudimentar. Os cristãos sempre a tiveram em seu credo doutrinário. E isto é fácil de entender. A ressurreição geral (At 24.15) sucederá porque Cristo ressuscitou. Sua ressurreição afiança a de todos (Rm 6.5, 1Co 15.12-16,21). O Pai, que o ressuscitou, fará o mesmo conosco (1Co 6.14 e 2Co 4.14). Nossa esperança se baseia no fato de que Jesus ressuscitou. Porque ele vive, nós viveremos.
A cruz de Jesus decretou a morte da morte. Ela é moribunda e um dia morrerá (Ap 20.14). Não apenas morrerá. Seus efeitos cessarão. Os mortos reviverão para serem julgados (Ap 20.12,13). A ressurreição do Senhor quebrou o poder da morte e o estabeleceu como Senhor e Cristo (At 2.36 e Fp 2.5-11).
Segundo Paulo, crer na ressurreição de Jesus é necessário para a salvação (Rm 10.9). A fé que salva é fé no Cristo crucificado e ressuscitado, não num Cristo mestre, modelo de ética e de caráter. É fé no Cristo levado à cruz, posto na sepultura e de lá saído. Quem não crê neste Cristo não está salvo, porque seu Cristo é impotente. Ele foi ressuscitado para nossa justificação, e sem sua ressurreição esta não aconteceria (Rm 4.25). A ressurreição de Jesus é pilastra da fé cristã (1Co 15.14 e 17). Dezessete livros do Novo Testamento referem-se explicitamente a ela, e os outros dez tratam dela implicitamente. Negar a ressurreição geral como evento a acontecer é deturpar a fé (2Tm 2.18). Para o apóstolo, não há como fugir disto: Cristo ressuscitou, e nós ressuscitaremos.
Curiosamente, Paulo não se preocupa em prová-la. Sua evidência está nas aparições do Ressuscitado (1Co 15.3-8). Se alguém pedisse provas, ele diria: “Um monte de gente viu, pergunte a eles!”. Ele também vira. Nós cremos em fatos. Jesus não é um conceito. É uma pessoa, que viveu, morreu, ressuscitou, foi levado aos céus e voltará para julgar os vivos e os mortos.

2. Como será?
A ressurreição geral será com o toque da trombeta anunciando a volta de Cristo. “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará...” (1Co 15.52). Como diz um belo hino injustamente aposentado: “Oh! Que dia faustoso, esse dia há de ser! Quando o som da trombeta ecoar” (CC, 114). Será quando Cristo retornar em poder e glória (Mt 24.31, 1Co 15.52, 1Ts 4.16).
Os mortos ressuscitarão primeiro e virão com ele ao encontro dos vivos, naquele dia (1Ts 4.15-17). Como Jesus disse, os crentes nele ressuscitarão naquele dia (Jo 6.40, 44 e 54).
Isso não depende de nosso querer, de nossas obras, nem mesmo de nossa fé. Foi uma decisão de Deus. Ele assim decidiu: “Porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). A ressurreição de Jesus também coloca o mundo sob juízo. Seu retorno em poder e glória trará galardão aos crentes (2Co 5.10) e juízo aos descrentes. Colocará o ponto final da história, consumará o reino, inaugurará a meta-história e fará com que todos os joelhos, em todos os lugares, se dobrem diante de Jesus Cristo (Fp 2.9-11).
Naquele dia, acontecerá o que Jesus anunciou: “Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 13.41-43).
Dia bendito! Ouviremos de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.14). Dia de tristeza! Os incrédulos ouvirão: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Como será aquele dia para você?

3. O que acontecerá?
Quando Cristo retornar, os crentes que morreram serão ressuscitados e virão com ele (1Co 15.52 e 1Ts 4.16). Os que estiverem vivos serão transformados (1Co 15.41-53, 1Ts 4.17). Os ressuscitados e os transformados terão corpos glorificados (1Co 15.42-49). Isto levanta uma questão: como serão nossos corpos e que tipo de glorificação é esta? O próprio Paulo considerou que alguém poderia fazer esta pergunta (1Co 15.35).
Ele disse que traremos a imagem do homem celestial (1Co 15.49). João disse que “seremos semelhantes a ele” (1Jo 3.2). Se seremos semelhantes a ele, lembremos que ele, ressuscitado, comeu (Lc 24.41-43, Jo 21.15, At 1.4). Pode-se argumentar que ele ainda estava na terra, ressuscitado, mas não glorificado, mas pelo menos temos aqui algumas indicações: o Cristo ressuscitado não era um espírito, mas um corpo vivo (Lc 24.39,40) que falava, movia-se, expressava sua vontade, comia e bebia. A ressurreição é do corpo, que será transformado. Não será corruptível, como o nosso corpo atual (1Co 15.50). Não seremos energia cósmica, pensamento puro ou almas descarnadas. Seremos corpos glorificados, imortais, como os anjos (Lc 20.36).
Talvez haja muitas perguntas mais a que não sabemos como responder. Mas de uma coisa temos certeza: viveremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.17). Por isso, façamos nossas as palavras de outro apóstolo: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3).

Para pensar e agir

Quando ensinou os crentes de Tessalônica sobre o retorno de Jesus Cristo, Paulo começou dizendo que não queria que eles fossem ignorantes (1Ts 4.13) e depois disse que eles deveriam se consolar com estas palavras (1Ts 4.18). A segunda vinda de Cristo não é motivo de terror, mas de júbilo. Somente crentes que não compreenderam o evangelho a temem. Os fiéis, crendo na Bíblia, dizem: “Amém; vem, Senhor Jesus”! (Ap 22.20)
E isto nos coloca diante de três atitudes que não podemos deixar de assumir:
1. Demos sempre glórias a Deus pela obra de Jesus e porque o Espírito Santo nos levou a ele. Somos salvos e temos a promessa da vida eterna com Jesus!
2. Consolemo-nos uns aos outros: este mundo é ilusório. “Nunca os bens da terra poderão comprar a mansão celeste em que tu vais morar” (CC, 329, 3ª. estrofe).
3. Os sem Cristo estão perdidos eternamente. Evangelizemos o mundo, a começar de nossos queridos. Eles têm direito a ouvir as boas-novas de que Jesus salva.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

UMA CONTRACULTURA NUM MUNDO PERDIDO

Texto bíblico: Romanos 12

John Stott, em um de seus livros, chamou o evangelho de “contracultura”. Segundo ele, os cristãos devem viver em oposição à cultura do mundo. Este está sob o domínio do Maligno, e nós somos de Deus (1Jo 5.19). Além da cultura do mundo, há também uma “teologia do mundo”, aceita por alguns setores da igreja e alguns crentes. Acham que a igreja deve ser “amiga do mundo”. Esta não deve ser sua preocupação principal, mas sim ser leal ao seu Senhor, à sua vocação, aos valores que recebeu (Tg 4.4).
Há hoje muita gente fascinada pelos valores do mundo, diluindo a mensagem de Jesus para torná-la mais suave. A preocupação com megaigrejas tem levado alguns a esquecerem que a igreja deve, antes de tudo, lealdade a Jesus e ao seu evangelho. Somos uma contracultura num mundo perdido. Não que devamos nos portar arrogantemente, mas que devemos ser santos e não enamorados do mundo.

1. O ponto de partida
Partamos de Romanos 12.1,2. Após expor o conteúdo do evangelho até o capítulo 11, Paulo trata de ética (12.1). Começa com “pois”. O grego é oûn, uma partícula conclusiva, com o sentido de “portanto”. O que se segue é consequência do anterior. Por tudo que foi dito (o conteúdo do evangelho) deve-se viver de uma maneira. Primeiro a teologia (o credo). Depois a ética (a conduta). O que uma pessoa crê afeta sua maneira de ser. O seguidor de Jesus não vive como o mundo sem Jesus vive (Ef 4.18,19). Ele deve apresentar-se a Deus e não se amoldar ao mundo (Rm 12.2). “Não vos conformeis” significa “não tomar a forma do mundo”. O cristão não é massa de bolo que toma a forma de onde é posta. Ele é do Senhor, na igreja, na casa e no mundo. Ele se nega a ser moldado pelos padrões do mundo.
Devemos apresentar nossos “corpos” como um ato de culto a Deus (v. 1). O grego é sômata, que significa mais que a parte física. É “a realidade da existência, a pessoa concreta”. É a totalidade da pessoa, não só o físico. O cristão deu toda a vida a Cristo: física, mental, emocional e espiritual. Por isso, sua “mente” deve ser transformada (v. 2). “Transformai-vos” é metamorfouste, de onde vem “metamorfose”, que é passar para outro estágio. É a lagarta que se transforma em borboleta.
Eis o ponto de partida. Cremos em Jesus, assumimos o compromisso de uma vida santa. A ética segue a fé. Quem crê rompeu com o passado. O crente em Jesus não é massa de manobra. Ele ousa nadar contra a correnteza.

2. Como o Novo Testamento vê o mundo
Precisamos recuperar a visão bíblica da vida. Muitos crentes são moldados pela mídia e têm uma visão romântica do mundo. Outros o amam. A igreja contemporânea é mundana. Até os critérios para se avaliar uma igreja são mundanos e não bíblicos: a arquitetura do templo, o volume de entradas, o nível social dos membros. O critério deveria ser: quanto de Cristo ela exibe ao mundo?
Como o Novo Testamento vê o mundo? Não o cosmos ou as pessoas que Deus amou (Jo 3.16), mas “mundo” como um sistema de valores corrompidos?
Não é um olhar positivo. Somos filhos de Deus, no meio de uma geração corrupta (Fp 2.15). No longo texto de Efésios 4.17 a 5.21 há uma descrição do mundo, que é como não devemos ser. Por isso, “Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15).
A igreja de Jesus não pode ser moldada pelo mundo nem ceder aos seus apelos. A conversa de “igrejas amigas do mundo” é perigosa. Não devemos ser beligerantes nem nos julgarmos superiores. Mas, desde o convite divino ao pai da fé, o chamado é “anda em minha presença, e sê perfeito” (Gn 17.1).
Isto não é legalismo nem fundamentalismo. Chamar alguém de legalista e fundamentalista é obra de quem não tem argumento. Isto é santidade. O padrão de vida para a igreja está no Novo Testamento, não em pesquisas de opinião ou em planos de marqueteiros eclesiásticos. Ela deve ser santa, e não bajuladora de pecadores. Paulo diz que é assim que devemos viver (Cl 1.10-12).

3. A santidade é moral, não litúrgica
No judaísmo a santidade era litúrgica. Expressava-se por ritos. No evangelho é moral. Ser santo não é adotar posturas no culto. É ter uma moral sadia. A santidade se liga ao caráter. Há uma série de declarações de Paulo que podem ser chamadas de “éreis” e “sois”. Elas mostram o que éramos antes da conversão, e o que somos agora. Entre algumas passagens “éreis”, que mostram nosso passado e como não mais devemos ser, estão Romanos 6.20,21, 1Coríntios 6.9-11, 12.2, Efésios 5.8 e Colossenses 1.21. Veja-se ainda 1Pedro 4.3. Entre as passagens “sois” estão Romanos 1.6, 1Coríntios 1.30,31, 3.16,17, 5.7 e 6.19,20, Efésios 2.19-22, 5.1-8 e 1Tessalonicenses 5.5.
O exame destas passagens mostra que a conversão é um divisor de águas na vida moral da pessoa. Mudou seu destino final, de inferno para céu. Mudou sua vida aqui na terra. Seus valores mudaram. Quem aceita a Cristo tem um novo jeito de viver. O comportamento do mundo não é sadio. Podemos nos acostumar com o adultério, o roubo, o homossexualismo, a violência, porque a mídia despeja estas coisas em nossas casas e nos anestesia. Mas elas são pecado! Mesmo que as leis humanas as autorizem e punam quem as combatam, elas são pecado! A Bíblia diz que são pecado. A santidade é moral, e não gestual, como levantar as mãos, ou de volume nos cânticos. Santidade é caráter de acordo com o padrão bíblico.

4. A santidade é relacional, não mística
Na Idade Média havia os “santos no poleiro”. Eram pessoas que subiam a uma plataforma sobre um alto poste e ali ficavam anos a fio. Alguns, quando retirados, tinham os membros inferiores atrofiados. Isolavam-se do mundo, viviam de comida que lhes davam e ficavam ao relento. Eram inúteis à sociedade. Santos no poleiro não ajudam o mundo em nada.
Vivemos num mundo altamente individualista. Na cultura atual, chamada de pós-moderna, prevalece o individual sobre o coletivo. Somos uma sociedade fragmentada, em que cada um busca seu interesse. Um mundo mesquinho.
A igreja é uma comunidade e não um bando de solitários. “Deus faz que o solitário viva em família” (Sl 102.6) e isto acontece na igreja. Somos postos como família, para nos relacionar uns com os outros. Na igreja nos agrupamos como pessoas para exercitarmos a fé, aprendermos uns dos outros, aperfeiçoarmos uns aos outros, e recebermos forças para vivermos no mundo. Vivemos em grupo, exercemos a fé em grupo, e vivemos no mundo, como cristãos. A vida cristã não é vida no poleiro, mas bondade nas relações (Ef 4.32). O amor cristão não busca seus próprios interesses (1Co 13.5). Volta-se para os outros. A igreja de Jerusalém e Barnabé nos mostram isso (At 4.32-37). Os crentes devem ter vidas entrelaçadas, sendo responsáveis uns pelos outros, como se vê em 2 Coríntios 8.1-5. Muita gente levanta um poleiro espiritual, no culto, onde canta, louva, ora, mas não se envolve com os necessitados nem com a obra do reino em geral. Esta santidade mística é desvirtuada. Santidade é relacional, não intimista, apenas eu e Deus. Sou eu, Deus e meu próximo. Isto é a igreja: Deus e nós, e não Deus e eu. Isto é santidade: relações corretas com Deus e com o próximo.
Quando saímos do culto, fortalecidos pela comunhão com Deus e com os irmãos, vamos ao mundo testemunhar nossa fé. O caráter cristão, prova da nossa fé, se vê em nossas relações. Mostra misericórdia, apoio aos fracos (Rm 15.1, 1Ts 5.14) e retidão na vida. É melhor ser ingênuo e ultrapassado que ser cruel e frio como o mundo. Deus vê e julga.

Para pensar e agir

1. Não estamos em guerra com o mundo, mas não devemos amá-lo ou cortejá-lo. Nosso amor é a Deus.
2. A solidariedade é uma das marcas da fé cristã. Sem ela, há apenas conversa oca. A santidade não são palavras. São atitudes e gestos. É o que o mundo precisa ver.
3. O que você tem feito para demonstrar solidariedade?

terça-feira, 1 de junho de 2010

A RESISTÊNCIA ÀS HERESIAS

Texto Bíblico: 1 Coríntios 2.6-16

Um dos méritos de Paulo foi tirar o cristianismo do casulo do judaísmo e torná-lo uma fé universal. O evangelho é o vinho novo que não cabe em odres velhos (Mt 9.17). Paulo foi escolhido para esta missão (At 9.15,16). E lutou fortemente com os que queriam judaizar o evangelho (At 15.1-3). Ele entendeu que o evangelho era algo novo, que continuava a revelação dada aos pais, mas descontinuava o judaísmo.
Paulo é um misto de evangelista, missionário, teólogo e apologista. Sua pregação era muito bem definida e ele não permitiu sua distorção, expressando-a claramente (1Co 15.3,4 e 4.11).
Hoje veremos o apologista Paulo. Nossa época é de condescendência. O “politicamente correto” impõe concessões que desbotam o evangelho. É difícil hoje afirmar convicções. Este autor tem lido obras teológicas em que se fala muito do “olhar do outro”, eufemismo para dizer que a opinião do outro vale tanto quanto a nossa. Se for opinião pessoal, sim, vale mesmo. Mas se o olhar do outro for fora da Bíblia, está torto. Qualquer olhar fora da ótica bíblica está errado. Por isso é oportuno ver a postura de Paulo diante das heresias e aprender com ele.

1. O problema com os judaizantes
Os judaizantes surgem cedo (At 15.1-5). O evangelho nasceu no judaísmo, mas rompeu com ele em Atos 15. Os judaizantes queriam torná-lo uma seita judaica. Insistiram e perseguiram Paulo por toda a sua vida. Fizeram um estrago doutrinário nas igrejas da Galácia (Gl 1.6-10, 3.3 e 6.12). Aliás, o estudante da Bíblia deve ler toda a epístola, para ter uma ideia do ensino judaizante.
Paulo entendeu que a justificação pela lei anularia o evangelho (Gl 2.16-21). A justificação é pela fé em Cristo, e não pela lei (Rm 3.19-24, 26-28, e 5.1). Alguns hoje tentam rejudaizar o evangelho, desde a presença de símbolos judaicos no culto, como a menorah (castiçal de sete braços), a estrela de Davi (que pode ter sido desconhecida a Davi, tendo origem na cabala judaica) e a bandeira de Israel nos templos, até indumentária, como o quipá. Muitos cânticos se baseiam nos salmos, não nos evangelhos e nas epístolas, e certo tipo de liturgia (como danças) vem mais do templo judaico que das reuniões cristãs (que seguiram o modelo da sinagoga, de cânticos e estudo da Palavra). Há cristãos mais empolgados por Israel que pela igreja. Isto é perigoso. Pode levar a esquecer-se que só há salvação em Jesus. E que o verdadeiro povo de Deus é a igreja. Deus não tem dois povos. O povo de Deus é quem crê em Jesus como Senhor e Salvador. Quem não crê em Jesus está perdido, mesmo sendo judeu (At 4.11,12).
Não podemos varrer a cruz para baixo do tapete. Ela é central à nossa fé. O único Cristo digno de fé é o crucificado (1Co 1.18, Gl 6.14). Nosso monte é o Calvário, não o Sinai ou o Sião. Somos filhos da cruz, e não da lei. A salvação não vem pela lei, mas pela graça, por meio da fé (Gl 2.16, 3.11, Ef 2.8-9 e Tito 3.7). Isto não pode ser esquecido. Há “cristãos” que são inimigos da cruz, e seu fim é a condenação (Fp 3.18).

2. Gnosticismo: um movimento esotérico
O gnosticismo era um movimento esotérico que ensinava a salvação pela gnôsis, o conhecimento. Sobrevive hoje no racionalismo cristão e certas instituições secretas e ocultistas. Escritos antigos dão Simão, o mago (At 8.9-24) como gnóstico. Segundo fontes posteriores, ele se dizia divino e que sua amante era Helena de Tróia reencarnada. Os textos gnósticos são do segundo século de nossa era, mas eles já existiam na época do Novo Testamento. As cartas de João tratam mais detalhadamente do conflito com eles. Entre suas muitas heresias, negavam a corporeidade de Cristo, sua morte na cruz, sua ressurreição, bem como a nossa, e ensinavam a salvação por um conhecimento secreto. Opondo-se a isto, Paulo afirma que o verdadeiro mistério e o verdadeiro conhecimento estão em Cristo (1Co 2.6-16). Ao falar da ressurreição, ele afirma que Cristo ressuscitou e nós ressuscitaremos (1Co 15).
Alguns gnósticos eram docéticos (do verbo dokein, “parecer”) porque diziam que Jesus não era carne, apenas parecia. Para João, esta era a afirmação do anticristo (1Jo 4.2,3). Paulo diz que Jesus veio em carne (1Tm 3.16). Para os gnósticos, Cristo não morrera na cruz. A mensagem da cruz é central no ensino de Paulo. Ele vê a sabedoria gnóstica como falsa (1Tm 6.20,21). E não se importava com a sabedoria humana (1Co 2.1-5). Obviamente ele não falava do preparo intelectual, pois tinha grande capacidade cultural. Falava da gnôsis, o esoterismo gnóstico. Ao defender sua autoridade apostólica, criticou a sabedoria que vinha dos sofismas (argumento que parece válido, mas de fato não é verdadeiro). Os gnósticos louvavam-se a si mesmos, por sua sabedoria, e Paulo os ironiza: eles são insensatos (1Co 10.12). O apóstolo é duro contra eles (1Co 11.1-6), ao dizer que a simplicidade do evangelho estava sendo trocada pelo palavrório oco do esoterismo. É uma lição para nós: só há um Cristo, o crucificado, ressurreto, assentado à direita do Pai. O esoterismo é um discurso vazio. Não leva a nada a não ser à perdição.

3. A grande intervenção de Deus na história
Jesus veio na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Mais tarde alguém dirá que ele é o clímax da revelação (Hb 1.1,2). Na transfiguração, ao tirar Moisés e Elias de cena, Deus disse para ouvirem a Jesus (Mt 17.1-5-8). Segundo Paulo, em Jesus Deus fez a sua mais espetacular intervenção na história. Por isso, “Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11). É a expressa imagem de Deus (Cl 1.15). “Imagem” é grego eikon, “espelho”. Jesus é a face de Deus. Vê-lo é ver o Pai (Jo 14.8,9). Esta ideia era determinante da teologia de Paulo e ele não abria mão dela. Nada era maior que Jesus. Isto era o antídoto contra as heresias. Ele combatia tenazmente qualquer ensino que diminuísse o valor de Cristo.
As heresias atuais mostram um Cristo insuficiente. A pessoa é salva por ele, mas fica presa de demônios, de maldição de palavras, de maldição hereditária, e precisa da reza forte de um guru, para quebrar as maldições. Que tristeza: um Cristo fraco e demônios fortes. Cristo salva a pessoa, entra em sua vida, mas não consegue transformá-la e livrá-la do Maligno. Ela é nova criatura (2Co 5.17), mas nada muda, e só passa a ser nova mesmo quando alguém quebra alguma maldição em sua vida.
Nesta visão, o salvo precisa de alguma coisa além de Cristo. Eis a base das heresias: Cristo e algo mais. Ele é a Palavra de Deus (Jo 1.1-14), o clímax da revelação (Hb 1.1,2), a expressa imagem de Deus (Cl 1.15), tem um nome sobre todo nome (Fp 2.9-11). Mas os hereges insistem: Cristo e os dons, Cristo e outra revelação (Hellen White, Livro do Mórmon, escritos neopentecostais, bulas papais etc.).
Precisamos recuperar a centralidade da pessoa de Jesus Cristo na vida da igreja. Ela é dele. Ele a comprou. Pastores e líderes não são seus donos. Apenas tomam conta dela para ele. Precisamos pregar e ensinar sobre Jesus. Sua figura está desbotada em muito cântico, que fala dos sentimentos do adorador, mas não do Adorado. Culto em que Cristo não seja o centro, cântico em que Cristo não seja glorificado, pregação em que Cristo não seja anunciado é tudo problemático. Deve ser repensado.

Para pensar e agir
O antídoto às heresias é uma cristologia forte. Se a pessoa e a obra de Jesus são bem enfatizadas, a igreja está vacinada. Se perder Jesus de vista, a igreja corre riscos. Por isso, fazemos três observações.
1. Recuperemos o valor da cruz na fé cristã. “Sim na cruz, sim na cruz, sempre me glorio”. Amarremos nossas igrejas à cruz de Cristo.
2. A igreja é um evento cristológico. Seu carro-chefe não é o louvor, nem o pregador, nem sua eclesiologia. Cristo é a razão de ser da igreja.
3. Nada além do Novo Testamento. Cristo é o clímax da revelação, e no dizer de Lutero, “o cânon dentro do cânon”. Ele é a chave para se entender as Escrituras. Sem ele não há salvação nem entendimento.

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