quinta-feira, 25 de março de 2010

Brasileiros muçulmanos já chegam a um milhão

BRASIL - Faz parte do imaginário popular a idéia de que o povo brasileiro é aberto, acolhedor, livre de preconceitos. Com uma Constituição forte e moderna, pode-se afirmar que no Brasil todos possuem os mesmos direitos e oportunidades, sem distinção de raça, credo ou sexo. De fato, não há restrições legais para a prática das mais diversas religiões e o preconceito racial, por exemplo, há tempos é punido com rigor.No entanto, há uma forma sutil de preconceito ou de animosidade que só é perceptível a quem faz parte de determinado grupo e que, na maioria das vezes, não chega a configurar uma violação das leis do país. Em algumas cidades, sobretudo do interior, protestantes e católicos vivem às turras; o mesmo acontece entre cristãos (católicos e protestantes) e espíritas em determinadas localidades e, nesse caso, a rixa é tão grande que não é raro que os envolvidos acabem na delegacia de polícia.
Uma prova para a pazPois a tradicional hospitalidade brasileira está para ser posta à prova mais uma vez. Vários veículos de comunicação vêm apontando o avanço do islamismo no Brasil. Em reportagem recente, o jornal francês Le Figaro publicou uma extensa matéria sobre o aumento do número de muçulmanos nas periferias dos grandes centros brasileiros. No ano passado, a revista Época relatou o mesmo fenômeno, mostrando como a religião muçulmana tem feito adeptos, sobretudo junto às comunidades mais pobres, que veem na mensagem islâmica de igualdade racial e justiça uma forma legítima de combater o racismo e a violência policial a que são submetidas com frequência.
Embora não seja possível precisar o número de muçulmanos no Brasil, estima-se que eles já sejam um milhão de fiéis. Conforme indicam os estudos, esse número só tende a crescer e a pergunta que fica é: como será a convivência entre os brasileiros de várias religiões e os brasileiros muçulmanos?
Terroristas de uma hora para outra?Em países de maioria muçulmana, os adeptos de outras religiões, sobretudo os cristãos, enfrentam muitas dificuldades para professar sua fé com liberdade. No Brasil, qualquer pessoa tem o direito de optar pela religião que quiser, tem o direito de mudar de religião, tem o direito de freqüentar o templo que bem entender, tem o direito até de não crer. E isso não é só no papel, já faz parte da cultura do brasileiro.Mas, é interessante imaginar como seria a convivência entre os grupos, por exemplo, de cristãos pentecostais, tradicionais ou mesmo católicos com os convertidos ao islamismo... Quanto do preconceito enraizado no imaginário coletivo viria à tona e faria com que vizinhos ou colegas de faculdade passassem a ser vistos como terroristas, pelo fato de terem se tornado muçulmanos?Os brasileiros em geral e os cristãos em particular devem estar preparados para essa nova realidade que se anuncia. Que aqueles que conhecem a salvação em Cristo jamais se desviem do seu chamado original de pregar o evangelho a toda criatura e que haja em cada um o desejo da paz. Afinal, os pacificadores serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9).Cristina IgnácioMissão Portas Abertas

Uma carta ao rei

2 Crônicas 21.1-20

Elias e Eliseu exerceram o ministério profético por meio da palavra falada e atos de poder espiritual, complementados por vários tipos de ação simbólica. Com exceção do nosso texto básico, as narrativas de suas experiências no cumprimento da missão não fazem referência ao uso, mesmo eventual, da palavra escrita. Neste sentido, representam um estilo primitivo de profecia, aperfeiçoado na sequência pelo trabalho dos grandes profetas literários cujos livros constam da Bíblia.
Apesar disso, não deixaram de escrever, quando necessário. Eram homens de conhecimento, embora vivendo vidas simples e rústicas. A lição que deixam, a propósito, é que quem deseja servir a Deus deve fazê-lo usando todos os recursos disponíveis, procurando preparar-se para viver e expressar a multiforme graça de Deus também de maneira multiforme.
No presente estudo, veremos também como um homem poderoso, com totais condições para ser vitorioso e feliz em tudo pode atrair para si próprio e família os males mais devastadores. A chave do enigma está na maneira como lidou com a questão espiritual, a começar pela escolha da divindade a quem consagrou a vida.

1. A ferro e fogo (vv.1-11)

Filho e sucessor do grande Asa, Jeosafá reinou 25 anos em Judá, fazendo “o que era reto aos olhos do Senhor” (1Rs 42,43), não obstante as desastrosas alianças político-militares que firmou com os reis de Israel. Transmitiu o trono a seu primogênito, Jeorão, que nos oito anos de seu reinado viria a se revelar uma catástrofe em todas as áreas. Casado com Atalia, filha de Acabe, Jeorão abriu espaço para o baalismo em Judá, nos moldes do que fizera no Reino do Norte sua sogra, Jezabel.
Para consolidar-se no poder, matou seus seis irmãos, além de outras lideranças políticas do país (v.4). Construiu santuários de culto aos falsos deuses nos chamados lugares altos, oficializando a idolatria em Jerusalém e Judá. Contudo, a dinastia davídica teve continuidade, graças ao pacto de Deus com Davi e descendentes. A tragédia nacional que o Reino do Norte (Israel) viria a sofrer em 722 a.C., com o posterior desaparecimento das dez tribos que o compunham, o Reino do Sul (Judá) só viria a enfrentar quase um século e meio depois, e ainda assim sem a destruição das duas tribos remanescentes, Judá e Benjamim.

2. Edom se rebela (vv.8-10)

Uma das consequências previsíveis do mau governo de Jeorão era o fracasso de sua política externa. Desde Esaú e Jacó, edomitas e israelitas travavam uma espécie de queda de braço militar, com seguidas escaramuças na fronteira sudeste e sudoeste do mar Morto. Apesar de suas fortes alianças com povos vizinhos, os edomitas tinham sido subjugados por Judá no período de Jeosafá. Agora, desafiando o fraco Jeorão, eles se tornaram os rebeldes da região leste, assim como a cidade-Estado de Libna representava os rebeldes a oeste.
Jeosafá enfrentou uma coalizão extremamente forte e, graças à intervenção do Senhor, saiu vencedor (2 Cr 20.1-30). Seu filho, ao contrário, bateu-se contra inimigos muito menos poderosos e, graças ao abandono que votara “ao Senhor, Deus de seus pais” (21.10), acabou fracassando. O segredo da vitória ou do fracasso de uma pessoa consiste exatamente na escolha que faz entre o Deus que não só existe mas opera (Hb 11.6), e os deuses que nem sequer possuem existência real.

3. Assim diz o Senhor (vv.12-15)

Quando Jeorão assumiu o trono, Elias já havia partido. Um kardecista diria que a carta aqui mencionada como tendo sido escrita pelo profeta seria um típico caso de psicografia. Do além, através de um médium, o profeta teria se comunicado na repreensão ao rei de Judá. Considerando, por outro lado, que a Bíblia não oferece qualquer base para este tipo de idéia, como também para a doutrina da reencarnação, a solução para a questão precisará ser buscada em outra parte. Uma das possibilidades é que o cronista tenha trocado o nome de Eliseu, o verdadeiro autor da carta, então vivo e atuante, pelo de Elias.
Outra versão se orienta pela prática comum na Antiguidade, sem exceção da Bíblia, na qual um autor anônimo assina um texto com o nome de uma figura famosa, a fim de atribuir peso intelectual, moral ou espiritual a esse texto. Muita gente pensava que Elias estivesse vivo, escondido em alguma região remota, podendo, assim, escrever a referida carta. Seja como for, o fato é que se Elias não escreveu a carta, seu conteúdo indica claramente que ele podia muito bem tê-lo feito. A mensagem faz igualmente o gênero das alocuções de Eliseu.
Jeorão deve ter estremecido quando leu a correspondência. Seus maus caminhos, longe de Deus e de seus mandamentos, o levavam a um futuro tenebroso. O golpe a que se refere o versículo 14 cumpre-se no 16 e 17. Ele seria derrotado politicamente, perderia patrimônio e família e ficaria mortalmente enfermo. Sua destruição era, como foi, inevitável, porque seu pecado foi agravado pelo fato de que ele conhecia a verdade contida na lei de Deus. A quem muito se dá, muito se cobra.

4. Inimigos no palácio (21.16-17)


O ataque dos filisteus e dos arábios contra Judá não teve o caráter de uma guerra formal, sendo antes uma incursão do tipo guerrilha contra alvos específicos. A palavra profética se cumpre de maneira precisa. O rei perde praticamente tudo, inclusive mulheres e filhos. É poupado apenas Jeoacaz, seu filho mais jovem. Ao contrário de Jó, que pela fé sobreviveu a uma perda semelhante – família, patrimônio e saúde –, Jeorão não teria o seu momento de repetição. Na forma de enfrentar as tempestades da vida, fica mais uma vez evidente a diferença entre o justo e o ímpio.

5. Sem deixar saudades (v.18-20)

O texto não deixa claro o tipo de enfermidade da qual o rei foi acometido, e de que acabaria morrendo, ao final de dois anos de agonia. Além do sofrimento causado pela doença em si, houve a desmoralização pública decorrente do fato de lhe terem saído “as entranhas com a doença” (21.19). Seu funeral não contou com as chamadas pompas fúnebres, devidas às altas figuras do reino. O povo não o pranteou. Seu corpo não foi colocado no sepulcro dos reis, em Jerusalém, mas em outro cemitério da cidade. Para coroar sua triste trajetória, o epitáfio que alguém se pudesse colocaria sobre seu túmulo está no versículo 20: “E foi-se sem deixar saudades”.
Casos como este servem de advertência. Longe de pensar de si nos termos autocomplacentes da fórmula “ainda bem que não sou como ele”, o cristão deve fazer da autocrítica implícita sua estratégia de verdade na vida. Autocrítica implícita é sinônimo de consciência alerta a respeito de como o coração humano é traiçoeiro e de percepção atenta quanto à possibilidade de cometer pecado – ou, de modo mais realista, de qualquer pessoa cometer qualquer pecado.
Do cristão espera-se (e ele deve ser o primeiro a querer isso) que seja cheio do pleno conhecimento da vontade divina, em toda a sabedoria e entendimento espiritual, a fim de que possa andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus (Cl 1.9,10).

Para pensar e agir

Servir a Deus é uma honra e um privilégio. O servo fiel deve fazê-lo com alegria e amor, aproveitando bem cada oportunidade e valendo-se de todos os meios legítimos a seu alcance. Falar, escrever, simbolizar são verbos que o homem ou a mulher de Deus devem conjugar com diligência e eficácia.
Uma outra lição da passagem que estudamos é que o abandono do Deus vivo em favor de deuses falsos traz consequências destruidoras sobre a vida da pessoa e daqueles que dependem dela. Ser fiel a Deus, mesmo em meio às lutas decorrentes desta fidelidade, é sempre melhor do que buscar orientação e refúgio em quem não pode salvar e abençoar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O que esta acontecendo com o mundo?

Aceitando Jesus através do Alcorão

Nossa igreja está localizada em Bathore,um dos locais mais pobres da Albânia,que fica a 15 minutos de Tirana, a capital do país. Aqui, todos os dias, dezenas de crianças e adolescentes nos procuraram para “bater um papo” ou, simplesmente, para passar o tempo. Decidimos que daríamos estudos bíblicos para todos que chegassem à igreja. Esses jovens que nos procuram são muçulmanos mas não conhecem bem o Alcorão, porém creem que esse livro é a última revelação de Deus para o povo.
Para entender melhor, o islamismo na Albânia é muito tradicional e foi imposto pelos turcos otomanos há cerca de 500 anos. Um dos adolescentes sempre nos contestava sobre a veracidade da Bíblia e queria confrontá- la com o Alcorão. Então, perguntei-lhe se acreditava que o Alcorão era realmente a palavra de Deus e se cria em tudo que estava escrito nele. “Claro que sim, pastor!”, respondeu-me ele.
Assim, pude falar para aquele jovem que o Alcorão fala sobre Jesus como está na Bíblia; que Deus O gerou na barriga de Maria quando ela ainda era virgem, e que nunca conhecera nenhum homem antes de concebê-Lo. Que aquele livro fala, também, que Jesus era um homem puro e sem pecado etc. Depois lhe perguntei: “Se eu te mostrar no Alcorão tudo isso que disse, você aceita a Jesus como seu Salvador e Senhor?” Imediatamente, ele respondeu: “Pastor, se o senhor me mostrar tudo isso que falou, dentro do Alcorão, eu aceito a Jesus como meu Salvador”. Então, sentamos todos (nesse momento a mesa estava rodeada de adolescentes curiosos e atentos à conversa), um deles correu para sua casa e pegou um alcorão e nos trouxe para tirarmos a prova. O adolescente correu para o banheiro, lavou as suas mãos e veio ler o livro. Podíamos ver, em cada rosto,tamanha expectativa quanto se realmente era verdade o que estávamos Falando. Quando começamos a ler os versos no Alcorão, onde mostram tudo o que falamos, pairou um silêncio que raramente se tinha visto no meio deles. O olhar de espanto e admiração era geral! Os olhos brilhavam temerosos pela verdade que estavam escutando, palavras do próprio Alcorão. Após a leitura houve um silêncio, como se dissessem uns aos outros: “Realmente é verdade... mas, como pode ser verdade?”... Ele falou temeroso: “Você pode ler de novo, pois aí não fala “Jesus” e sim “Issa”. Li tudo novamente e expliquei-lhe que “Issa”, em árabe, significa “Jesus”.
Então, perguntei-lhe: “E aí, meu jovem, vai aceitar a Jesus como seu Salvador e Senhor?” Ele continuou em silêncio, como que não acreditando no que acabara de ouvir. Olhou para mim, com o olhos cheios de lágrimas, e disse: “Sou albanês e tenho palavra: eu aceito a Jesus como meu Salvador!”
Pr. Henrique Davanso,
(Missionário de Missões Mundiais em Tirana, Albânia)

Uma carreira vitoriosa

Texto bíblico: 2 Reis 13.14-25

Eliseu é o exemplo do servo de Deus que combate os poderosos em suas injustiças e é compassivo com os humildes em suas carências. Trata-se de uma virtude rara entre os seres humanos, mesmo em se tratando de homens e mulheres de Deus. A tendência – muito natural, muito humana, mas também muito diabólica – é que nos curvemos diante dos primeiros e nos exaltemos diante dos segundos. Jesus Cristo levou esta atitude profética às últimas consequências, indo, entretanto, além, no fato de morrer em favor de todo aquele que é capaz de se arrepender e crer.
Exercendo seu ministério profético num ambiente de crise nacional causada pela guerra e pela fome, Eliseu foi um fiel porta-voz da mensagem divina ao seu povo e aos estrangeiros. Foi também um instrumento poderoso nas mãos de Deus, sendo usado repetidas vezes na concretização de milagres de provisão, livramento e restauração em favor tanto de pessoas individuais quanto da coletividade.
Do sucessor de Elias se pode dizer que ele se enquadra com perfeição na moldura do combatente da fé plenamente habilitado à coroa da justiça, nos termos da autodescrição apostólica em 2 Timóteo 4.7.


1. O desespero do rei (vv.13,14)

Para a principal autoridade pública de Israel, com um enorme peso de responsabilidade sobre os ombros, não era fácil perder o apoio de um vulto religioso da estatura de Eliseu. O rei Jeoás foi um dos muitos soberanos israelitas que fizeram “o que parecia mal aos olhos do Senhor” (2Rs 13.11). Não cometeu, porém, o pecado de depreciar a importância de um grande profeta como Eliseu. Em seu leito de morte, Eliseu recebe a visita de um monarca preocupado e aflito até às lágrimas (v.14).
Ocorre, então, o que muitas vezes se passa na experiência do cristão, quando procura consolar a alguém e acaba ele próprio sendo consolado. O rei percebe que o momento da partida do profeta chegou. Profere então as mesmas palavras que Eliseu dissera quando viu Elias subir ao céu (2Rs 2.12). É possível que a esta altura estas palavras já fossem uma espécie de provérbio emIsrael, recitado a propósito da morte de alguma figura que vivera uma vida reconhecidamente santa. Não é nenhum exagero dizer que, em sua morte, todo servo bom e fiel terá à sua disposição as carruagens do Senhor para transportá-lo ao reino celestial.
O rei tem todas as razões para lamentar a morte do profeta, especialmente num momento em que as fronteiras do país eram ameaçadas por vizinhos hostis como Síria e Judá. Mas, como foi dito, a consolação lhe vem da parte daquele a quem procurava consolar.

2. Uma fé limitada (vv.15-19)

Provando a veracidade da afirmativa do salmista sobre a fértil velhice do justo (Sl 92.14), Eliseu, mesmo em seu leito de morte, prossegue em sua missão profética. A esta altura, ele está no mínimo com oitenta anos. Seu ministério foi e é decisivo na vida dos israelitas. Como Elias, também seu nome não aparece na galeria dos heróis da fé em Hebreus, mas com certeza ele consta da relação dos que pela fé “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram e puseram em fuga os exércitos dos estranhos” (Hb 11.33,34).
O estilo de sua profecia é o mesmo de sempre, à base de afirmações específicas e de um eficaz uso de ações simbólicas. Somos o povo da palavra e contamos, nos arraiais batistas, com grandes mestres da oratória sacra. Temos, porém, uma grave deficiência no uso do simbolismo profético, o que acaba limitando nossa capacidade de comunicação.
Quando o exército de Israel tentava de novo entrar em Ai, Josué estendeu sua lança na direção da cidade, ferindo-a simbolicamente (Js 8.18). A vitória veio confirmar o gesto. Agora, Eliseu ordena ao rei que ponha a mão sobre o arco. No original hebraico, a idéia é de que Jeoás “cavalgue” o arco se ele fosse uma carruagem. O profeta põe sua mão sobre a do rei, mandando em seguida que este aponte na direção do Oriente e atire a flecha. Pronuncia as palavras da promessa de vitória e diz ao rei que continue a atirar, agora na direção da terra (13.15-18).
A direção é o Oriente, isto é, o Leste, mas Damasco, a capital da Síria, ficava a Nordeste. A explicação é que as setas iriam na direção da parte do território israelita, a leste do Jordão, controlado pelos sírios após terem expulso as forças de Israel.
Como no caso das vasilhas de azeite (2Rs 4.1-7), a limitação humana limita a operação do poder de Deus. O rei dispara somente três flechas na direção indicada, quando precisava fazê-lo no mínimo o dobro, caso desejasse uma vitória completa (v.19). Muitos de nós somos assim limitados. Nossa medida de fé não abarca o conjunto total das situações e circunstâncias. Desejamos pouco, ambicionamos menos ainda e aceitamos os limites de uma vida conformista e medíocre. No caso específico, Jeoás obteve exatamente o número de vitórias que seus limites de fé projetaram (1Rs 13.25).

3. Um imenso poder (vv.20,21)

Assim como pela fé Abel depois de morto ainda fala (Hb 11.4), por ela também Eliseu depois de morto ainda age. O episódio não é de fácil interpretação e aceitação. Em geral, os túmulos orientais não são cavados na terra e sim na rocha, a qual é fechada com uma grande pedra. A narrativa dá a entender que um grupo de israelitas estava sepultando o corpo de um homem, quando, repentinamente, surgiu um comando moabita. Eles então atiraram o corpo rapidamente para dentro de uma cova, que coincidiu ser aquela onde se encontravam os ossos de Eliseu, morto anos atrás.
A versão mais próxima dos fatos é que quando viram os moabitas chegando, aqueles que sepultavam o homem retiraram às pressas a pedra do primeiro túmulo que puderam e lançaram o corpo lá dentro. E aí se cumpriu o mais extraordinário dos milagres relacionados a Eliseu: ao tocar os ossos do profeta, o morto ressuscitou e “se levantou sobre os seus pés” (v.21).
A exemplo de sentenças judiciais, que não são para ser discutidas e sim cumpridas, fatos bíblicos exigem que se creia neles. Assim como o máximo que se pode fazer em relação às decisões da justiça é saber se são baseadas ou não na lei, em relação aos fatos relatados na Bíblia o máximo que se pode fazer é procurar saber se são fatos mesmo ou fruto do excesso de imaginação de alguém. No caso em questão, o texto apresenta como um fato categórico um fenômeno incomum, sem paralelo em outras partes da Bíblia. Contudo nada autoriza ninguém a descrer do fato quando se considera que não é o profeta nem seus ossos que operam o milagre, e sim o poder de Deus. E para Deus não há coisa difícil ou impossível (Gn 18.14).
Uma advertência que cabe aqui se refere ao cuidado que se deve ter em relação às chamadas relíquias. É possível que se entre os que presenciaram o milagre dos ossos estivesse algum dos falsos profetas de nossos dias, ele arranjaria um jeito de coletar os fragmentos dos ossos do profeta e sair vendendo como indutores de milagres. Talvez não ficasse nisso e pegasse ossos de outras pessoas, ou até de animais, dizendo serem do profeta. Uma coisa é ser um crente de verdade, com a fé baseada na existência de Deus e em seu poder de, em Cristo, abençoar os que o buscam (Hb 11.6). Outra muito diferente é ser crédulo, ingênuo, deixando-se manipular pelos charlatães que proliferam no âmbito da crença religiosa.

Para pensar e agir

O homem e a mulher de Deus glorificam ao Senhor tanto em sua vida quanto em sua morte – e mesmo depois dela (Fp 1.20). A brilhante carreira do grande profeta que foi Eliseu é um exemplo, um estímulo e uma inspiração para todos aqueles que buscam servir a Deus por meio da porção multiplicada do Espírito Santo por Ele concedida aos herdeiros de seu reino eterno.

Leitura Diária:

Seg: 2Reis 13.14-19
Ter:2Reis 13.20-25
Quart: 2Reis 18.1-7
Quint: 2Reis 23.1-6
Sext: Salmo 71.1-1-9
Sáb: Lucas 9.1-6
Domingo: 2 Timóteo 3.10-17

segunda-feira, 8 de março de 2010

Manancial da graça divina

Texto bíblico: 2 Reis 8.1-15

O deserto da sede e da fome físicas pode ser o caminho para o manancial da graça divina que mata a fome e a sede da alma. Na Bíblia, a peregrinação pelo deserto frequentemente se torna a oportunidade para orações como a de Davi: “Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te buscarei; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água” (Sl 63.1). Nesta lição, nosso primeiro destaque vai para a experiência da sunamita que deixa sua terra para escapar à fome e depois, por influência do profeta Eliseu, recobra o patrimônio que havia perdido na fuga.
Outro ponto a realçar é a dor do profeta ao enxergar o futuro de sofrimento que esperava por Israel. Quando uma nação, um grupo ou uma pessoa não são capazes de discernir, no tempo oportuno, o que à sua paz pertence, permanecem vulneráveis diante de seus inimigos (Lc 19.42,43). Colhemos o que semeamos. A fidelidade ao Senhor e aos seus mandamentos garante para nós a certeza de que nosso futuro nos trará tempos de refrigério, em lugar dos dias de angústia e trevas.

1. Após sete anos (vv.1-6)

A semeadura de amor e compaixão que fazemos na seara do Senhor continua dando frutos ao longo de nossa jornada, muito tempo depois do plantio inicial. A forma reverente e solidária como tratou o profeta Eliseu trouxe muitas bênçãos para a vida da rica mulher de Sunem, a começar pelo fato de gerar um filho e depois reconquistá-lo pela ressurreição (2Rs 4.14.37). Agora, ela continua sendo abençoada. O profeta lhe dá uma atenção especial, aconselhando-a a emigrar para a terra dos filisteus enquanto durasse a fome em Israel (8.1).
Passado esse tempo, ela retorna e consegue reconquistar suas terras e seus bens, mais uma vez por influência de Eliseu. Sabendo que era ela a mulher a quem se referia Geazi como a mãe do menino ressuscitado, o rei ordena que tudo lhe seja restituído (v.6). Quando os verdadeiros homens de Deus são tratados com o devido respeito e consideração, sua influência a favor de uma ou mais pessoas pode ser decisiva para abrir as janelas do céu (e da terra) sobre elas.
Outro ponto a destacar é o cuidado que o profeta dedica a uma pessoa individual. O verdadeiro homem de Deus cuida de pessoas de carne e osso, não de estatísticas e abstrações. Hoje, lamentavelmente, tem prevalecido na cultura falsamente evangélica adotada por muitos a imagem do pastor empresário, do pastor executivo, do pastor superstar, que comandam corporações eclesiásticas em vez de igrejas e cuidam de projetos em vez de cuidar de pessoas. Esse tipo de funcionário religioso está muito longe do perfil – para usar um termo atual – do verdadeiro homem de Deus.

2. Um profeta em Damasco (vv.7-9)

O objetivo da presença de Eliseu em Damasco é levar a termo o cumprimento do segundo item da missão atribuída por Deus a Elias no monte Horebe (1Rs 19.15,6). O primeiro fora a escolha do próprio Eliseu como sucessor do tisbita. O terceiro ainda está por ocorrer, cumprindo-se quando um jovem profeta unge a Jeú como rei de Israel (2Rs 9.4-13). Todos esses passos têm por finalidade a execução do juízo de Deus contra a dinastia de Acabe.
Enviado pelo rei a quem depois matará e sucederá, Hazael vai ao encontro do profeta com um presente e uma pergunta. O presente é para que se cumpra o que estava prescrito em Êxodo 23.15 no sentido de que ninguém se apresentasse diante de Deus com as mãos vazias. Em Israel, este preceito legal criou a tradição de presentear-se um homem de Deus quando de uma visita a ele (1Sm 9.7 e 1Rs 14.3). É oportuno indagar, portanto, por que tanta gente que afirma ter um compromisso com Jesus Cristo, sendo inclusive membro de sua igreja, sonega-lhe dízimos, ofertas e outros itens da mordomia cristã, sempre apresentando-se diante dele de mãos vazias.
A pergunta do rei era sobre se sararia da doença de que estava acometido. A resposta do profeta é negativa, mas Hazael a inverte, afirmando ao rei que ele sarará. Só que a “cura” veio por meio da morte por assassinato, cometido pelo próprio Hazael (v.15).

3. Entre a vida e a morte (v.10)

Bem pensadas as coisas, todo ser vivo está entre a vida e a morte. Se é certo que a probabilidade de morrer é maior para quem sofre de uma doença grave, é também exato que existem muitas outras formas de deixar este mundo e que nem sempre quem recebe uma sentença de morte imediata ou breve morre logo a seguir. O exemplo de Ezequias demonstra que a oração fervorosa é eficaz para levar o Senhor a reverter o quadro terminal de quem o serve com fidelidade (2Rs 20.1-7).
Contudo, ainda que sejam acrescentados muitos dias ao período após o qual estamos destinados a partir, precisamos ter em mente que, em termos de servir a Deus, testemunhando de seu evangelho e trabalhando por seu reino no mundo, nosso tempo é sempre muito limitado, precisando ser aproveitado com sabedoria e diligência.

4. O pranto do profeta (vv.11,12)

Em sua entrevista com Hazael, o profeta chora (v.11). A exemplo do que ocorreu com Jesus quando contemplou Jerusalém e previu seu trágico futuro (Lc 19.41-44), Eliseu não tem como se conter quando profetiza o que Israel sofrerá por intermédio daquele que virá a ser o rei da Síria. A profecia efetivamente se cumpre, com os horrores previstos por ela sendo sintetizados na frase de 2 Reis 10.32: “Naqueles dias começou o Senhor a diminuir os termos de Israel; porque Hazael os feriu em todas as fronteiras de Israel”.
Temos aqui mais um exemplo da grandeza espiritual de Eliseu. Ele é capaz não apenas de ver o que espera por Israel, percepção que é em si um sinal de intimidade com Deus e de um agudo senso de realidade, mas associa-se a seu povo no lamento antecipado em relação ao destino da nação israelita. Quando vemos a situação do Brasil hoje, é possível perceber que a sistemática agressão aos princípios e valores da doutrina e da moralidade cristãs são ventos cuja semeadura não permite prever outra colheita futura senão a de muitas tempestades.
E de fato, os homens e mulheres de Deus que amam seu país e seu povo e que permanecem capazes de perceber o que vem pela frente não têm como conter o pranto.

5. Mais do que um cão (vv.13-15)

Uma das principais lições da vida consiste em evitar o erro de subestimar quem quer que seja e de desprezar o dia das pequenas coisas. Embora a seus próprios olhos Hazael fosse apenas “um cão”(v.13), o profeta vê nele o futuro rei da Síria. Deus lhe revelara este fato e o profeta creu na revelação. Este é um dos méritos de Eliseu e que, por extensão, qualifica todo verdadeiro profeta: acreditar no que Deus revela, ainda que humanamente falando as evidências apontem na direção contrária.
Como ocupante do trono sírio, Hazael cumpriu o papel de operar o juízo divino contra Israel e Judá, segundo a profecia de Elias (1Rs 19.15-17). Seus métodos radiciais, já vistos por ocasião do assassinato de Bene-Hadade, levaram o profeta a Amós a profetizar a punição da Síria por parte do Senhor 1.4. O fato de Deus usar um líder ou uma nação para punir outros líderes e nações não lhes dá o direito de agir com crueldade.

Para pensar e agir

Eliseu é um homem usado por Deus não apenas no trato dos grandes assuntos de Estado, mas também nas questões individuais, como no caso da sunamita. O profeta autêntico é aquele que se interessa pelas noventa e nove ovelhas, mas não deixa de ir em busca da única que se extraviou.
Sendo capaz de perceber por divina revelação o que Deus irá fazer no futuro das pessoas e das nações, o verdadeiro homem de Deus não apenas profere os oráculos divinos, mas participa do sofrimento de seu povo. Ele é também capaz de ver em pessoas humildes, que vivem dentro de um âmbito comum e limitado, aqueles por intermédio de quem Deus cumprirá seus desígnios no mundo.

Leituras Diárias:
Segunda: 2Reis 8.1-15
Terça: 2Reis 20.1-7
Quarta: 2Reis 16.10-20
Quinta: 2Reis 17.1-6
Sexta: 2Reis 17.24-33
Sábado: Salmo 116.1-19
Domingo: Isaías 60.1-5

Não Percam!!




08 de março Dia Internacional da Mulher


Ser mulher é o grande privilégio, entre tantos outros, que Deus nos concede. Viu Deus que não era bom que o homem ficasse só e criou a mulher, com um propósito específico: "far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea". Ser "ajudadora", por certo, se traduz de muitas maneiras. Não se refere apenas à mulher que constitui uma família, mas à sua posição de estar ao lado, de completar. Adão precisava de uma complementaridade, alguém que estivesse ao lado dele, dando-lhe apoio mútuo.
Ainda hoje a mulher precisa reconhecer esse lugar para o qual Deus a criou e aproveitar as conquistas nas lutas empreendidas, para exercer seu papel:
• a conquista de ser reconhecida como esposa, mãe - ajudadora idônea no lar, amada e respeitada, fazendo do seu lar um lugar onde reine paz, alegria, compreensão e os problemas são resolvidos sob o doce olhar de Jesus, o chefe maior do lar.
• a conquista das oportunidades de exercer as mais variadas profissões, e muitas, chegar até aos mais altos cargos públicos - mulheres que se tornam ajudadoras idôneas da sociedade, ao influenciar com sensibilidade, visão, garra, um mundo dominado pelo pecado da imoralidade, da impunidade, da injustiça social, entre tanto outros. Mulher que tem a convicção plena de que se Cristo não reinar nos corações e dominar o ser humano, não haverá mudança e libertação. A responsabilidade de promover essa mudança, no entanto, querida mulher, é nossa. Não é somente dos governantes, dos patrões, do meu vizinho. É nossa. É minha. É sua. É de cada crente. Somos os detentores do remédio para esse mundo - JESUS. Já o tomamos. Ele já fez bem e curou o nosso coração. Agora, somos os canais que Deus precisa usar para que esse remédio chegue aos demais. Deus não tem outro estabelecimento, outro balconista, outra farmácia. Só tem a nossa vida para o seu agir nesse mundo.
Esse é o nosso tempo, a nossa oportunidade. Algumas vieram antes de nós, outras virão depois, mas esse é o nosso tempo. Tempo de viver o texto bíblico que nos serve como divisa: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem quando ninguém pode trabalhar" (João 9.4). Tornemos Cristo conhecido antes que a noite de cada uma de nós chegue e sejamos achadas em falta. Sonhemos e trabalhemos para que tenhamos um mundo onde o amor, a verdade, a justiça e a santidade domine os corações porque seguem o verdadeiro Deus - perfeito em amor, em verdade, em justiça, e em santidade. Que para tanto Deus nos abençoe.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Não Percam!!!

No dia 06/03/2010- 6º aniversário dos Diáconos da IBEC às 19:00 Horas.

dia 14/03/2010 Almoço pró-obras. Participe!!

De olhos bem abertos

Texto bíblico: 2 Reis 6.1-33 e 7.1-20

O repertório das ações divinas realizadas por intermédio de um autêntico homem de Deus é inesgotável. Inclui a palavra profética, que desvenda o futuro e infunde esperança e força em corações onde só havia dor e desespero. Envolve também o cumprimento dessa palavra em livramentos e realizações que revelam a presença operante de um Deus vivo e todo-poderoso.
Essas ações do poder de Deus ocorrem ainda na proteção que o Senhor propicia a seus fiéis mensageiros, repreendendo os poderosos que desconhecem a relação especial mantida por Ele com seus ungidos e seus profetas (Sl 105.15). Nesta lição, estudaremos mais alguns dos dramáticos episódios que enfatizam o poder e a fidelidade de Deus revelados na vida de Eliseu, orando, como o profeta, no sentido de que Deus nos abra os olhos para vermos aquilo que ainda nos está oculto (2Rs 6.17).

1. O machado flutua (6.1-7)

A comunidade dos profetas precisa construir uma nova sede. Enquanto estão cortando madeira com este objetivo, um machado cai dentro do rio, deixando extremamente aflito o profeta que o tomara emprestado. Informado do lugar onde a ferramenta caíra, Eliseu lança ali um pedaço de pau e faz o machado flutuar nas águas.
Não é absurdo pensar que se um homem é possuidor de um poder sobrenatural tão grande é inaceitável que dependa de um mutirão para construir um prédio de madeira, usando para isso ferramentas obtidas por empréstimo. Ocorre que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana (2Co 12.9). Uma das razões pelas quais o poder de Deus operou com tamanha força e eficácia na vida de Elias e Eliseu é o radical desapego que ambos mantinham com relação aos bens materiais. Jesus Cristo não tinha onde reclinar a cabeça. Quando morreu, não tinha sequer um túmulo onde ser sepultado.
Além disso, a pessoa cheia do poder de Deus não opera milagres a seu bel-prazer. Na realidade, não é ela que opera e sim o próprio Deus. E Ele o faz quando quer, onde quer e da forma como quer.

2. Olhos abertos (6.8-23)

Em muitos momentos, especialmente nas crises, tudo o que precisamos é manter abertos os olhos da fé e perceber o livramento invisível que está ao nosso redor. À angustiada pergunta – “que faremos?” – de seu auxiliar, em face do numeroso comando inimigo cercando a cidade em busca do profeta, este responde com a consoladora expressão “não temas”. No entanto, só pode fazê-lo porque vê por perto o exército ainda mais numeroso dos anjos de Deus (v.17).
Eliseu orou para que Deus abrisse os olhos do jovem profeta. Nós também precisamos orar para que Deus abra os olhos do pecador perdido a fim de que este veja o abismo que está à frente e possa mudar de rota. Precisamos também orar para que Deus nos abra os olhos em relação a nossos pecados ocultos e para que possamos ver as maravilhas da sua graça que ainda permanecem vedadas a nós.
Vemos também no texto que o Deus que abre os olhos é também o Deus que os fecha (v.18). Sabendo que o problema de espionagem que o prejudicava tinha sua origem nas informações passadas por Eliseu, o rei da Síria tenta capturar o profeta. Seus emissários são temporariamente feridos de cegueira. Levados a Samaria, o rei de Israel pergunta ao profeta se deve matá-los (v.21). Apesar do rigor de suas posições, Eliseu os trata com misericórdia, preparando-lhes inclusive “um grande banquete” (v.23). Com essa atitude, acaba obtendo um resultado melhor do que o que obteria com a posição de confronto. A desistência das tropas sírias em invadir Israel é mais uma confirmação de que a melhor arma para combater o mal é o bem (Rm 12.14,17-21).

3. Fome cruel (6.24-30)

Se o jardim do Éden era um pedaço do céu na terra, um cenário de guerra, com cerco prolongado, fome, doenças e toda a sorte de misérias do corpo e da alma, é com certeza um pedaço do inferno. Entre as cenas que comprovam isso, nenhuma parece tão decididamente infernal quanto a registrada nos versículos 26-29.
Durante algum tempo, as tropas sírias não tentaram invadir o território de Israel. Agora, porém, sob Bene-Hadade, cercam Samaria e deixam a capital do Reino do Norte numa situação de calamidade total. O desespero, a violência e a sordidez presentes na passagem criam uma cena de indescritível desespero e loucura.
Como é que o cristão digno do nome reagiria numa situação semelhante? A primeira coisa que ele não faria seria entrar num pacto macabro como o das duas mulheres. Reconhecendo o fato de que elas devem ter pensado não só em sobreviver à custa da morte dos filhos mas também em evitar que eles continuassem sofrendo, matá-los e comê-los seria a atitude muito para lá da última a tomar.
A segunda coisa a evitar seria entrar no pacto e não cumpri-lo, especialmente depois que o parceiro cumpriu sua parte. O “sim, sim; não, não” da regra cristã se aplica mesmo quando seu cumprimento ocorre em meio à dor e ao sofrimento.

4. A cabeça do profeta (6.31-33)

O rei de Israel é Jeoacaz, filho de Jeú, e o rei da Síria é Bene-Hadade, filho de Hazael. Tudo indica que o fato de Jeoacaz culpar o profeta pelo cerco e suas consequências se deve à profecia feita por Eliseu de que haveria sete anos de fome em Israel (2Rs 8.1). O cerco, no caso, só agravaria o problema, já que a eira e o lagar também não estavam produzindo o necessário (v.27).
A realidade é que o rei culpou Eliseu pela tragédia que envolvia seu povo. Na atitude de Jeoacaz vê-se com clareza o estilo de comportamento daquele tipo de pessoa que diante de um problema busca culpados, não soluções. Matar Eliseu só pioraria as coisas, mas o rei pensa numa solução política muito frequente nos maus homens públicos: encontrar um culpado a fim de encobrir sua própria impotência em resolver os problemas.

5. Janelas no céu (7.1-20)

A entrevista do rei com o profeta é tensa. O rei afirma que se o mal veio do Senhor, não haverá como esperar qualquer solução (6.33). Eliseu responde que a solução já veio – e exatamente da parte do Senhor (7.1). Um líder militar expressa seu ceticismo sobre o cumprimento da profecia, o que leva o profeta a predizer também sua morte, que acaba realmente ocorrendo (7.20). Diante de qualquer predição, a pessoa sensata, e o cristão em particular, examina antes de tudo a fonte da qual proveio. O histórico de Eliseu como profeta não deveria deixar dúvidas quanto à veracidade de suas palavras como autênticos oráculos do Senhor. O ensino apostólico é o mesmo: se a profecia é divina, não deve ser desprezada (1Ts 5.20,21).
Deus abriu as “janelas do céu” e os sírios foram derrotados sem que um só soldado de Israel erguesse lança ou espada. Um destaque importante é o papel desempenhado pelos quatro leprosos que foram os primeiros a testemunhar a derrocada do inimigo e os despojos que deixara na fuga. Inicialmente, eles só pensam em se aproveitar da situação para fins pessoais. Em seguida, porém, percebem que precisam divulgar a notícia e seguem então na direção do palácio real.
A razão que apresentam para não se calarem num “dia de boas-novas” é imputativa: se ficarem calados, serão castigados (7.9). A razão pela qual o crente fiel não deve reter as Boas-Novas da salvação é afetiva: se ele se cala, outros não poderão participar da bênção. No primeiro caso, ainda quando se fala, prevalece a atitude egoísta, baseada no medo e voltada para o interesse próprio. No segundo, o móvel da ação é o amor, cuja característica principal é dar-se para salvar e abençoar.

Para pensar e agir

Dentre tantas outras lições importantes, o mais relevante do texto refere-se à oração que nos faz enxergar as maravilhas do poder de Deus e fere de cegueira os inimigos espirituais que nos querem destruir. É preciso também estar pronto para não sonegar de tanta gente aflita e necessitada as Boas-Novas que Deus nos fez conhecer em Cristo.

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