terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Missões Mundiais

O porquê do Tema da Campanha O tema da Campanha de Missões Mundiais deste ano deseja afirmar que há um motivo que impulsiona a igreja a um envolvimento na obra de evangelização do mundo, uma razão que impele os crentes a ir até os confins da Terra. Essa motivação maior é o próprio Senhor Jesus Cristo. A afirmação do apóstolo Paulo, em 1Coríntios 9.23, revela que a causa para a igreja fazer missões deve ser o próprio Senhor Jesus Cristo: “Faço tudo isto por causa do evangelho, para também ser participante dele”. Evangelho é, ao mesmo tempo, a mensagem e o conteúdo da mensagem; ou seja, o evangelho é o próprio Jesus Cristo. Missões é para salvar os perdidos, é obediência à ordem de Jesus, é ação para transformar o mundo. Mas precisamos ser movidos, acima de tudo, por um sentimento de gratidão pelo que Cristo é e por tudo que Ele fez em nosso favor. Devemos fazer missões para anunciar Aquele que deu a vida e ressuscitou por nós. O apóstolo Paulo percorreu o mundo da sua época “por causa do evangelho”. E nós, pelo que estamos dispostos a fazer por amor a Cristo? Cada crente em Jesus tem a responsabilidade de fazer tudo que estiver ao seu alcance para que o Evangelho seja pregado em todo o mundo. Numa sociedade em que as pessoas estão dando suas vidas por causas que não valem a pena, é por Cristo que devemos estar dispostos a ir longe – a ir até os confins da Terra!

Há Deus em Israel

Texto bíblico: 2 Reis 1.1-18

A iniciativa de buscar socorro sobrenatural em deuses que não são deuses e cura em médicos que não podem curar é típica de quem não conhece o Deus verdadeiro, ou de quem, conhecendo-o, não se arrisca a confiar nele plenamente. Não é o caso de desprezar os recursos naturais ou científicos – a medicina, por exemplo – mas de saber que se o poder de Deus não for levado na devida conta, todos os demais poderes se tornam ineficazes.
O rei Acazias aprendeu uma amarga lição sobre isso. Sucessor de seu pai, Acabe, reinou apenas dois anos em Israel e, como outros reis israelitas, “fez o que era mau aos olhos do Senhor” (1Rs 22.52). No conjunto das coisas erradas que fez, servindo e adorando Baal e levando o povo de Israel a também fazê-lo, consta a iniciativa estudada na presente lição, contrastada com a advertência profética e acompanhada pelas trágicas consequências que trouxe à vida do rei.

1. Um deus de longe (vv.1-3)

O primeiro pecado de Acazias como rei foi dar sequência à prática do baalismo em Israel (1Rs 22.54). Jezabel continuava viva e teve influência nessa política. A revolta de Moabe, reino conquistado por Israel durante o reinado de Onri, avô de Acazias, agravou as tribulações do rei. Para piorar, ele sofreu um acidente, caindo pelas grades de um aposento alto em Samaria e ficando com graves sequelas. Em vez de confiar no Deus de Israel, ele envia mensageiros à cidade filisteia de Ecrom, com ordens de perguntar aos sacerdotes do deus Baal-Zebube se sararia ou não.
Baal-Zebube era um dos muitos baalins adorados na região da Palestina. Seu nome significa “Baal, o Príncipe”, mas os israelitas o chamavam pejorativamente de “senhor das moscas”. Em Marcos 3.22, os escribas de Jerusalém se referem a ele como o príncipe dos demônios. No tempo de Acazias, sua fama como divindade poderosa fez com que o rei cresse que poderia com sua intervenção recobrar a saúde. Não só não recobrou, como acabou morrendo em pouco tempo.
O erro de buscar socorro em deuses sem poder e que, na realidade, nem sequer existem de fato, é comum na experiência humana. Há muitos que acreditam que o baal-dinheiro pode resolver tudo na vida. E há também pessoas que, por ignorância ou fanatismo, acabam acreditando que buscar socorro no Senhor significa crer que Ele só possa operar de uma dada forma. O fato é que o Senhor opera de todas as maneiras. O rei Ezequias é curado pela ação divina, o que não impediu o profeta Isaías de utilizar os recursos medicinais para concretizar essa cura (Is 38.21).

2. Certamente morrerás (vv.4,16,17)

A sentença pela qual a morte de Acazias é selada não significa que Deus o tenha amaldiçoado. Simplesmente o rei estava jogando sua sorte nos braços de quem não poderia ampará-lo. Ele não se dispôs a assumir publicamente a fé que pudesse vir a ter no Senhor, o que implicava arrepender-se de servir a Baal, renunciar ao baalismo e erradicar esse culto dos termos de Israel. O preço político a pagar seria muito alto, já que essa decisão o colocaria em confronto com Jezabel. Subjugado por seus compromissos políticos e por seu apego ao trono, ele acaba não tendo a humildade e a coragem suficientes para manifestar concretamente sua fé no Deus vivo.
O grande problema para o pecador que insiste em seu caminho maligno é que, a partir de dado momento, mesmo que saiba que está seguindo para a perdição, ele não encontra forças para incorporar essa compreensão à totalidade de sua vida e, então, ver e sentir no fundo de sua alma o horror de sua trajetória. A isso se chama endurecer o coração. A doença, no caso, bem, como outros tipos de sofrimento, são meios extremos pelos quais Deus procura revelar-se ao perdido e, assim, salvá-lo (Jo 33.12-30). O terrível da condição humana é que o sofrimento em si não é bastante para evitar a reincidência no erro. O profeta Jeremias viu isso com clareza: “Tu os feriste, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a disciplina; endureceram o rosto mais do que uma rocha; não quiseram voltar” (Jr 5.3).

3. Boa aparência (vv.5-8)

Elias e João Batista usam as mesmas vestes rústicas de profetas do deserto. Além do vestuário, havia a dieta de ambos, igualmente restrita e frugal. No sentido de seu rigor e como portadora do juízo divino, a mensagem que os dois pregavam era idêntica. Também o espírito de incondicional radicalidade na condenação do mal por meio da pregação era o mesmo. Não surpreende, pois, que o povo do tempo de Jesus tenha pensado que João era Elias (Jo 1.21). Jesus Cristo reconhece a identificação entre ambos (Mt 11.14), contrastando seu estilo de vida com o dos cortesãos (Mt 11.7,8) que viviam em ambientes refinados e confortáveis.
Homens do porte moral e espiritual de Elias são raros no mundo. Seu discurso está diretamente conectado com seus atos, razão pela qual as poucas palavras que pronuncia se cumprem inexoravelmente. Sua eficácia na oração é imensa, dando-lhe um poder pessoal que não sucumbe nem diante da força militar nem diante do poder político. Os mensageiros enviados por Acazias retornam ao rei com a descrição de uma figura estranha, a quem não podem resistir quando lhes manda voltar.
Em uma época como a nossa, quando a imagem e a aparência tornaram-se valores soberanos, pensar na forma simples, humilde e despojada de Elias vestir-se e viver ajudaria muito no retorno à uma vida de poderosa comunhão com Deus, disponível apenas aos que sabem que o mais importante está no interior e no coração. Para Elias, o poder econômico, a fama, o prestígio – hoje buscados por tantos falsos profetas – simplesmente não vinham ao caso.

4. Homem de Deus (vv.9-15)

Observe-se a diferença entre as duas primeiras ordens para Elias descer e a terceira (vv.9-14). As duas iniciais são plenas da autoridade e da prepotência de quem não está acostumado a ter seu comando contestado. A última se expressa em termos da humilde súplica de quem usa a expressão “homem de Deus” sabendo de seu significado profundo. Um homem de Deus precisa ser reconhecido, valorizado e respeitado como tal. Quem o recebe, recebe o próprio Deus (Jo 13.20). Não é de qualquer maneira e a propósito de qualquer coisa que deve ser abordado. Um homem de Deus é não apenas o porta-voz da divindade suprema, mas o meio pelo qual o poder do Deus vivo se manifesta no mundo.
O fato de Elias pedir – e conseguir – que Deus envie fogo do céu para destruir as tropas que tentam prendê-lo justifica-se por si mesmo. Ou seja, não há como discutir questões éticas ou humanitárias quando o poder de Deus se manifesta. O que está em jogo, no caso, não é se Elias tem ou não o direito de agir como agiu, e sim o fato de poder ou não fazê-lo. Ele pode – e isso é tudo. O que o move não é outra coisa senão a estrita obediência à vontade do Senhor. Nos dois primeiros casos, o anjo do Senhor mantém-se inerte. Ou, melhor dizendo, é ele próprio quem opera a manifestação do poder divino. No terceiro, vendo a submissa humildade do comandante, ele diz ao profeta que pode seguir com os soldados.

Para pensar e agir

Em sua curta vida e reinado, Acazias não conseguiu evitar os efeitos de uma criação pautada pelo culto ao poder absoluto e pela idolatria. Na hora da crise, com sua vida em risco, não teve o desapego necessário para abandonar o baalismo e recorrer ao Deus vivo. O juízo profético condenando seu ato de buscar socorro num ídolo não foi qualquer tipo de maldição. Foi, na realidade, uma advertência visando a trazê-lo ao bom caminho.
Como Elias, o verdadeiro homem de Deus não teme os poderes deste mundo. Seu único compromisso é com a obediência ao Senhor. O preço para agir de forma compatível terá que ser pago, mas a garantia de que isso poderá ser feito é dada pelo fato mesmo de que o Deus que ordena é o Deus que cumpre e ampara.

Leitura Diária

Segunda: 2 Reis 1.1-8
Terça: 2 Reis 1.8-13
Quarta: 2 Reis 1.14-18
Quinta: Jo 33.12-30
Sexta: Mateus 11.7-9
Sábado: João 1.19-34
Domingo: Jeremias 5.1-3

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A vinha da ira

Texto bíblico: 1 Reis 21.1-29

Nesta lição, o tema é a intervenção divina para confrontar o homem em face dos pecados deste e da ausência de limites éticos e morais nas ações humanas. Focaliza igualmente o arrependimento sincero como meio de obtenção do perdão divino. Israel acaba de obter uma grande vitória militar contra os sírios (1 Rs 20.1-43). O Senhor concedera o triunfo ao rei a fim de que este soubesse quem era Deus em Israel (1Rs 21.28). Usava também a guerra para que os adversários dos israelitas entendessem que Ele era tanto Deus dos montes quanto da planície, ou seja, que não havia limites de qualquer espécie a seu divino poder (1Rs 20.23,28,29).
Acabe triunfa na guerra, mas fracassa na política e nos assuntos domésticos. Faz com o rei da Síria uma aliança que desagrada a Deus (1Rs 20.32-43) e em seguida aceita que Jezabel resolva a seu modo cruel a pendência na tentativa de compra da vinha do vizinho Nabote. O que o salva, como o monarca, espiritualmente muito fraco que era, é o sincero arrependimento que demonstra, valendo-se dos ritos penitenciais israelitas para reconquistar o favor divino.

1. Por bem ou por mal (21.1-7)

A proximidade com os poderosos pode ser um problema. Nabote pagou com a vida o fato de que sua vinha fazia limite com o palácio real. A negativa em vender suas terras ao rei baseava-se na lei agrária, que proibia a venda da terra em perpetuidade (Lv 25.23). O máximo que se poderia fazer era vender temporariamente e reapropriar-se depois, com base na lei sobre o ano do jubileu (Lv 25.25-28). Havia também razões afetivas para sua recusa em negociar (21. 3). Em última análise, a terra era do Senhor (Lv 25.23).
De um ponto de vista meramente comercial, tratava-se de um bom negócio para Nabote. O rei lhe daria em permuta “uma vinha melhor” ou seu valor em dinheiro. Conhecendo a lei, Acabe se deprime com o desfecho da negociação, mas não parece disposto a tomar o terreno a qualquer custo. É quando entra em cena a maligna Jezabel, que nutria um desprezo total pelas leis israelitas e não tinha escrúpulos para conseguir o que queria.
Jezabel critica o marido por este não fazer valer o peso do poder real para dobrar um simples sitiante. E arquiteta um plano maquiavélico para cumprir a promessa de dar-lhe a vinha de Nabote.

2. Falso julgamento (vv.8-16)

Erros judiciais não são raros, mas uma acusação abertamente falsa como a que condenou Nabote parece não ter similar no Antigo Testamento. Jezabel colocou o peso do trono contra um cidadão comum, num processo sumário que foi conduzido sob segredo de Estado e que não deu ao réu o mínimo direito de defesa.
Para atribuir ainda maior gravidade à acusação de que Nabote havia blasfemado contra Deus e contra o rei, a rainha determinou aos nobres da cidade onde ele vivia que apregoassem um jejum. Cartas no nome de Acabe, chanceladas com o sinete real, davam caráter oficial à ordem. Nos termos de hoje, indicavam que era o povo, isto é, o Estado e a sociedade, contra Nabote. O objetivo do jejum era preparar o povo para a aproximação de Deus, que havia sido ofendido e agora apareceria para cobrar a ofensa. Era uma situação de vida ou morte que, se não fosse bem resolvida, poderia resultar numa tragédia nacional de grandes proporções.

3. Herança maldita (vv.17-19)

Com o circo armado da forma a mais conveniente possível, Nabote acabou condenado por crime religioso (blasfêmia contra Deus) e por crime político (blasfêmia contra o rei), de acordo com Deuteronômio 22.28. Apedrejado até à morte, seu sangue escorreu pelo chão e foi lambido pelos cães (v.19). O papel de duas testemunhas falsas foi decisivo na farsa. Eram os chamados homens de Belial, expressão composta das palavras hebraicas beli (não) e yaal (proveito), significando “os que não valem nada”. Os dois atiraram as primeiras pedras, como era a lei em Israel (Dt 17.7).
Alguns criminosos, depois de tirarem a vida de alguém – às vezes até de familiares – se achavam no direito de herdar ou se apropriar daquilo que pertencia a suas vítimas. A repreensão de Deus a Acabe, nas palavras de Elias, toca neste ponto. Além de matar, o rei ainda tomava para si a vinha, e isso dentro da legalidade.
O juízo de Deus na mensagem profética é categórico: no mesmo lugar onde os cães tinham lambido o sangue de Nabote, ou seja, junto ao açude de Samaria, Acabe terá seu sangue lambido pelos cães (v.19). A profecia se cumpriu quando Acabe, morto em combate na guerra contra o sírios, teve o corpo transportado num carro e sepultado em Samaria. O seguinte versículo diz o que aconteceu: “Quando lavaram o carro junto ao açude de Samaria, os cães lamberam o sangue do rei, segundo a palavra que o Senhor tinha dito; as prostitutas banhavam-se nestas águas” (1Rs 22.38). Jezabel também não escaparia da condenação. A lição é óbvia: o Deus vivo, santo, justo e todo-poderoso não tolera a injustiça. Em seu poder e sabedoria, faz com que cada um colha o fruto de suas próprias obras, seja para o bem, seja para o mal.

4. Inimigo meu (vv.20-26)

Na ótica de Acabe, Elias antes era o perturbador de Israel. Agora, é o inimigo do rei. Desta vez, o profeta não replica, mesmo porque era de fato um inimigo de todos os atos pecaminosos de Acabe, embora não fosse inimigo pessoal do monarca. Elias sabia que Jezabel “instigava” o marido (v.25) à prática do mal. A profecia condenatória se desdobra, alcançando a descendência real. A exemplo da dinastia de Jeroboão, a dinastia de Onri, à qual Acabe dava sequência, não terá continuidade. Como a raiz de uma planta venenosa, ela será arrancada. A profecia se cumpre quando Jeú assume o poder e destrói a casa de Acabe, inclusive os membros da corte de Judá que eram seus parentes (2Rs 9-10).
No difícil diálogo entre Elias e Acabe na vinha de Nabote, o profeta diz ao rei que este se vendera para fazer o que é mau perante o Senhor (v.20). Além de se vender a Jezabel, aceitando a hegemonia do culto a Baal em Israel, Acabe vendera sua alma por uma vinha. Há várias maneiras de vender a alma. As vinhas recebidas em troca podem se chamar sucesso, fama, dinheiro e poder. As moedas por intermédio das quais o negócio é feito podem receber o nome de omissão, cumplicidade, violência e desonestidade. O resultado, no acerto final de contas, é sempre a condenação da história, da sociedade e de Deus.

5. Um rei humilhado (vv.27-29)

A atitude de Acabe, humilhando-se em face da censura profética, não é um fenômeno raro na história de Israel. Antes dele, confrontado por Natã, Davi reconheceu seu pecado contra Urias (2Sm 12.1-15). Depois dele, Manassés buscou a Deus em oração e obteve o perdão divino (2Cr 33.10-16). Nabucodonosor, não sendo judeu, reconheceu o erro de considerar-se todo-poderoso e exaltou ao Deus de Israel, razão pela qual sua sanidade mental lhe foi restituída, assim como o poder e a glória de seu reinado (Dn 4.28-37).
Aquele que se humilhar será exaltado, ensinou Jesus (Lc 14.11). O oposto também ocorre. A lição para os fíéis destaca a realidade do dito popular no sentido de que o cair é do homem e o levantar-se é de Deus. Ninguém que se arrependa sinceramente perante o Senhor deixará de receber deste a misericórdia que cobre as transgressões e a consolação que torna possível a reabilitação.


Para pensar e agir

A sórdida trama pela qual Nabote foi julgado e morto demonstra que o poder político nas mãos de pessoas sem escrúpulos é uma ferramenta preferencial de Satanás. A coragem profética de um homem como Elias é o único contraponto eficaz a esse mal. Se é verdade que onde não há profecia a corrupção se alastra (Pv 29.18), onde a voz de Deus se faz ouvir o juízo divino abre os caminhos para a reparação do que está errado e para conduzir ao arrependimento aqueles que creem na misericórdia do Todo-Poderoso.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Que fazes aqui?

Texto bíblico: 1 Reis 19.1-21

O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza humana (2Co 12.9). É no momento mesmo em que um gigante espiritual como Elias se sente no fim de suas forças, a ponto inclusive de pedir a morte ao Senhor, que este se revela um Deus ainda mais sábio e poderoso, com um soberano controle da vida individual e coletiva das pessoas.
Para Elias, sua experiência numa caverna do monte Horebe lhe abre os horizontes para perceber que o poder de Deus, como sua graça, é multiforme. O profeta aprende a decisiva lição de que o julgamento humano sobre o início, a duração e o fim das coisas precisa ser suspenso a fim de que se cumpra a verdade contida num texto como Provérbios 16.1: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor”.

1. A rainha má (vv.1,2)

Jezabel é filha de Etbaal, rei dos sidônios(1 Rs 16.31). Casada com Acabe, monarca que não via problemas no sincretismo do culto a Jeová com o dos baalins, sentiu-se à vontade para executar o projeto de destruir em Israel os profetas do Senhor (1Rs 18.4). Concomitantemente, promovia a ascensão e consolidação dos profetas de Baal como um estamento religioso oficialmente ligado à corte. Elias declara que eles “comiam na mesa de Jezabel”(1 Rs 18.19), o que significa que eram funcionários estatais.
A pedra no sapato de Jezabel chamava-se Elias. No caso da estiagem, ela ainda parecia se manter relativamente equilibrada, até para não reconhecer publicamente a fraqueza de Baal e seus servidores. Quando, no entanto, Elias desmoralizou o ídolo no Carmelo e matou seus profetas, o copo transbordou. O profeta só escapou de sua ira porque se refugiou no deserto.
Os pecados de Jezabel não se limitaram ao âmbito religioso. O caso de Nabote demonstra que a rainha se considerava acima do bem e do mal. A profecia de Elias no sentido de que ela teria uma morte tão infame quanto sua vida se cumpriu quando Jeú assumiu o trono e exterminou a casa de Acabe (2Rs 9.30-37).
Jezabel é o exemplo de como um homem fraco e inseguro, embora poderoso, pode ser destruído por uma mulher idólatra, astuta e sanguinária.

2. Morrer é melhor? (vv.3-8)

Elias está agora no território de Judá, onde os profetas do Senhor não sofrem a perseguição sistemática de que são vítimas no Reino do Norte. Já sem seu ajudante, segue para o monte Horebe, local onde Moisés recebera as tábuas da lei. A esta altura, aplicam-se a eles as palavras de Jesus Cristo no Getsêmani, no sentido de que sua alma “está triste até a morte” (Mt 26.38). Solitário, abatido, deprimido, exausto física e emocionalmente, o profeta pede a Deus a morte.
As razões de Elias podem ser assim discriminadas: a) por mais que o Senhor lhe conceda triunfos extraordinários, o poder de seus inimigos permanece inabalável; b) ele é o guerreiro isolado que luta sozinho contra um exército inteiro de políticos corruptos e falsos profetas; c) ele é como um cão danado em Israel: seus inimigos o buscam para matá-lo; seus amigos se afastam dele para não morrerem junto; d) tudo indica que seu ministério fracassou, uma vez que a posição do baalismo só faz se fortalecer; e) chega de solidão, fome, cansaço, incompreensão e incerteza. É melhor morrer.
O anjo do Senhor o socorre, dando-lhe condições de prosseguir na jornada (vv.5-7). Fica a lição, inúmeras vezes demonstrada na Bíblia e na vida comum, de que quem está no fundo do poço não tem mais como descer – só pode subir. E de que Deus não tem melhor lugar para revelar sua plenitude de poder e glória senão no pior da miséria, da frustração e da fraqueza humanas.

3. Uma voz suave (vv.9-14)

Embora seu nome não conste da galeria dos heróis da fé (Hb 11), Elias está sem dúvida entre eles. Ele é um dos “profetas” que pela fé “venceram reinos” e que “da fraqueza tiraram forças” (Hb 11.33,34). Seu estilo de vida rústico aparece na descrição dos que “andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados, errantes pelos desertos, pelos montes, pelas cavernas, pelos antros da terra” (Hb 11.38). Neste momento, no esforço por escapar da ira de Jezabel, ele está numa caverna do monte Horebe.
Cavernas não são incomuns na vida do justo. Elas podem servir de refúgio e abrigo, como no presente caso, mas em outros casos representam apenas a tentativa de uma autodefesa emocional diante dos duros desafios da vida. Assim como existem cavernas físicas, há também cavernas emocionais, traduzidas como medo de viver, renúncia a escolhas morais e omissão em face do testemunho da verdade. O cristão as abandona tão logo o perigo concreto tenha passado.
Deus chama Elias para fora da caverna (19.11) e lhe mostra a fúria dos elementos – o vendaval, o terremoto e o fogo – mas nada lhe diz por intermédio disso. Depois faz com que o atônito profeta ouça o suave sussurro da brisa. E então diz o que espera dele daí para frente. Elias estava começando a aprender que seus métodos proféticos, por poderosos e decisivos que fossem, não esgotavam o repertório do poder de Deus. Não se trata mais da falta de chuvas ou de fogo do céu, mas da ação política que realmente altere a situação do poder em Israel.

4. Missão a cumprir (vv.15-18)

Para quem, como Elias, se julgava num frustrado fim de carreira, o Senhor lhe revela que sua vida ainda poderá ser muito útil na obra de Deus. Não é a idade que nos derrota, nem as doenças, muito menos as dificuldades materiais ou a perseguição dos filhos do mundo. Tudo isso pode servir para nos tornar mais experientes, mais sábios e mais fortes. O que nos derrota é a maneira como reagimos diante das provações da vida – como medo, desânimo ira ou ressentimento.
O socorro agora lhe vem por meio da demanda que o Senhor lhe apresenta de uma série de ações proféticas, cujos desdobramentos irão alterar radicalmente o cenário político em Israel (vv.15-18). Em momentos de crise em nossas vidas, uma das formas de Deus nos levantar – talvez a principal delas – é dando-nos trabalho a fazer em sua seara. Além disso, Deus lhe diz que Elias não está sozinho, pois há muitos israelitas que não aceitaram praticar o culto a Baal.

5. Vocação e festa (vv.19-21)

A tarefa de ungir os novos reis da Síria e de Israel seriam cumpridas por Elias por intermédio de Eliseu, seu sucessor no ministério profético. Elias lhe transfere o poder de que era possuidor pelo gesto simbólico de lançar o manto sobre ele (v.19). Eliseu, que estava lavrando no campo, lhe pede que o deixe despedir-se de seus pais. É atendido, mas sob a advertência de que precisa estar cônscio e atento acerca do ato de que fora protagonista. Para aquele que é chamado ao ministério – seja qual for esse ministério – é muito fácil deixar que os laços de sangue se tornem um empecilho natural ao cumprimento da missão. É por isso que Jesus é tão radical com os candidatos a segui-lo (Lc 9.59-62). Ao contrário de Eliseu, eles iriam e não voltariam.
Eliseu recebe com alegria o chamado à missão profética. O banquete que manda preparar celebra o fato de que agora ele é formalmente um mensageiro de Deus, colocado por ora na posição de um servo de Elias. Ser convocado ao serviço do Reino de Deus deve ser sempre motivo de alegria para o homem ou a mulher de Deus.

Para pensar e agir

A experiência de Elias no monte Horebe representa um avanço em sua compreensão de quem seja e como opera o Senhor a quem servia. O Deus dos grandes sinais pela água, pelo fogo e por outros elementos da natureza é também o Deus da voz tranquila, comunicada direto ao coração, e o Deus que interfere na vida prática das nações a fim de fazer justiça e cumprir seus planos no mundo. Elias aprende que, por maior que seja o cansaço moral e físico de um servo de Deus, haverá sempre uma evolução pessoal a alcançar na vida e na obra do Senhor.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pastoral

COLOCANDO NOSSO FUTURO NAS MÃOS DO SENHOR.
“E há esperança para o teu futuro, diz o Senhor; pois, teus filhos voltarão para os seus termos” (Jeremias 31.17).
Este é um ano que promete muito, como já disse é ano de colhermos o que plantamos no ano passado. É um ano de grandes desafios... Temos desafios de ordem financeira, desafios na área da evangelização, desafios em missões, desafios na expansão de nosso templo, desafios no que se refere ao crescimento e à maturidade espiritual dos membros da Igreja, desafios por uma melhor comunhão entre os irmãos, desafios na área social, desafios na crescente busca por uma verdadeira adoração, enfim, são desafios que Deus coloca diante de nós para este novo ano.
Estes desafios espirituais deparam com um mundo em constante mudança e transformação. Um mundo que lança, diante de nós, enormes problemas, sejam eles de ordem econômica, de ordem social, de ordem política; além disso, o de como preservar o que ainda resta na natureza, como temos visto recentemente, todas as tragédias que aconteceram em vários municípios e estados do país...
Diante disso, somos desafiados a continuar firmes, sendo identificados como coluna e esteio da verdade (1Tm 3.15).
Não podemos ficar com medo. Não podemos e nem precisamos desanimar. Nossa atitude deve ser a de total confiança no poder de Deus, a fim de que possamos vencer todos os desafios que nos são impostos. Para isso, podemos renovar a nossa esperança no Senhor. Podemos lançar nosso futuro em Suas mãos. É Ele quem diz a cada um de nós e à Sua Igreja: “há esperança para o teu futuro”. Que maravilha! Como isso nos alegra o coração! Se depositarmos a nossa confiança no Senhor, Ele nos ajudará a vencer cada nova etapa que surgir neste ano. Ele é o Deus de promessas. E suas promessas não falham. Podemos prosseguir na plena convicção de que seremos mais que vencedores. Se aprendermos a confiar nosso futuro ao Senhor, não seguiremos as previsões de adivinhadores, nem de mágicos, nem de prognosticadores, como muitos fazem (Dt 18.9-14). Temos um compromisso sério com Deus e devemos ser os primeiros a confiar em suas promessas e na garantia que Ele nos dá de um futuro melhor. Sei que já disse, mas quero reforçar: Tenham todos um FELIZ 2010! Confiemos no Senhor!!!
Para tanto, que Jesus, nosso Salvador, nos abençoe! Com fé, de seu amigo Pr. Rangel.

Só o Senhor é Deus

Texto bíblico: 1 Reis 18.1-46 O texto registra um dos pontos culminantes do Antigo Testamento. Em termos de carga dramática e conteúdo espiritual, equipara-se, guardadas as proporções, à travessia do mar Vermelho. O desafio mortal entre o profeta Elias e os sacerdotes de Baal e Asera é uma das maiores demonstrações de fé em Deus documentadas na Bíblia. A principal lição do episódio é que Deus honra a fidelidade dos seus aos princípios de sua lei e responde de forma concreta e providencial à confiança depositada por eles no poder divino.
Contudo o desfecho da cena, com Elias matando os adversários depois de os ter vencido na prova de fogo (v.40), deixa claro que Israel ainda estava muito longe de uma compreensão adequada dos pensamentos e caminhos de Deus (Is 55.8). Na realidade, tinha uma noção apenas parcial acerca das formas pelas quais o Senhor se revela ao mundo como um Deus não só de poder, mas também de amor e justiça.

1. O perturbador de Israel (vv.1-19)


A crítica situação causada em Israel pela seca obriga Acabe a sair a campo em busca de fontes remanescentes. Obadias, o mordomo fiel a Deus, ajuda-o nessa tarefa. Encontrando Elias, que a esta altura já tem a promessa de Deus de que a chuva virá em breve, Obadias recebe a incumbência de anunciar ao rei que o profeta quer falar-lhe. Depois de obter de Elias a promessa de que não o deixará em risco de morte, o mordomo realiza a tarefa.
O encontro entre o profeta e o rei é tenso. Elias devolve a Acabe a acusação de que seria o “perturbador de Israel”. As razões do rei para falar como falou: a) profetizando a seca, Elias desagrada aos deuses da fertilidade, que deixam de abençoar a terra; b) a ação do profeta causa crise econômica e instabilidade política e religiosa em Israel; c) enfraquecida, a nação se torna presa fácil dos inimigos externos; d) o profeta pratica um crime de lesa-majestade, desmoralizando o trono e inspirando a desobediência civil.
A réplica do profeta: a) Acabe praticou adultério religioso, adotando o culto aos baalins (v.8); b) traiu o pacto que Israel firmou com Deus no sentido de guardar os mandamentos da lei (v.8); c) provocou à ira o Senhor, que cerrou as portas do céu e trouxe a estiagem sobre a terra; d) praticando e promovendo o sincretismo, em que tanto o culto a Jeová quanto a Baal eram considerados normais, Acabe instaurou a confusão religiosa em Israel, deixando o povo indeciso sobre a quem seguir – a Deus ou a Baal. Para arrematar, Elias faz o assombroso desafio de enfrentar-se com os falsos profetas no monte Carmelo.

2. Desafio mortal (vv.20-24)

O texto não esclarece sobre o fato de que tenham participado do desafio apenas os 450 profetas de Baal ou, acrescidos a eles, mais os 400 da deusa Asera. No versículo 19, ainda no encontro com Acabe, são os 850. No versículo 22, já na reunião do monte, apenas os 450. É possível que a rainha, cuja “tropa de elite profética” eram os profetas de Asera, não quisesse arriscar uma eventual perda de todos eles numa luta contra o representante de um Deus que já mostrara seu poder na ausência de chuvas.
Diante da proposta do profeta a propósito de uma reposta divina pelo fogo, o povo diz: “É boa esta palavra”. A palavra de um homem de Deus é sempre boa quando demarca com clareza quem é de Deus e quem não é (vv.21,22). Ela é sempre boa quando exige da pessoa uma definição religiosa prática e consequente (v.21). Esta palavra é sempre boa quando os termos pelos quais se expressa são claros e viáveis (vv.21-24). Ela é, enfim, sempre boa quando faz o destino humano depender da ação divina e não das iniciativas humanas (vv. 23,24).

3. Fogo do céu (vv.25-40)

Elias está só, tendo a seu favor apenas o povo, mas ainda assim apenas na aceitação das regras do jogo e, terminado este, na hipótese de sair vitorioso. Seus adversários se apoiam mutuamente e contam, além disso, com o respaldo do poder constituído. Contudo, percebe-se pelo relato que o homem de Deus comanda toda a cerimônia. Os profetas de Baal estavam inseguros e intimidados, sabendo que o deus a quem serviam não estava à altura do desafio. Apesar disso, não podiam expor previamente sua impotência, recusando-se a lutar.
“Desde a manhã até ao meio-dia” os falsos profetas invocaram sem êxito o nome de seu deus. Elias, que no geral demonstra uma severa austeridade pessoal, dá-se ao luxo de zombar de seus vãos esforços (v.27). Eles insistem num ritual tão barulhento quanto desesperado, chegando a se retalharem com facas e lancetas. Chegada a tarde, exaustos e desmoralizados, desistem enfim de seguir tentando. Sua única chance é que também Elias nada consiga de seu Deus.
O profeta faz seus preparativos usando elementos da tradição religiosa de Israel. Primeiro, restaura o altar do Senhor, usando para isso doze pedras simbolizando as doze tribos. Em seguida, prepara o holocausto e faz com que seja derramada água sobre ele. Por três vezes, o gesto é repetido. O número três, como o sete e o doze, tem um importante conteúdo simbólico na religião de Israel. Tudo pronto, o homem de Deus faz então uma curta e objetiva oração, exaltando o Deus de Abraão, Isaque e Jacó e pedindo-lhe que se revele como o único Deus a quem o povo devia servir.
O fogo que cai do céu pode ter sido um raio, o que não retira do fenômeno seu caráter de milagre. Deus agiu de forma direta e reveladora, fazendo com que o povo o reconhecesse como o único Senhor. A chuva que chega logo em seguida indica que trovões e relâmpagos podiam estar compondo o cenário naquele momento. O fato é que Deus responde na hora a súplica feita pelo profeta. A oração que Deus responde precisa ser feita no espírito correto e na forma adequada ao assunto. É possível que quando Jesus Cristo falou sobre o excesso de palavras na oração (Mt 6.6,7), estivesse pensando, por contraste, na rápida mas eficaz oração com que Elias move o braço de Deus.
A execução dos profetas de Baal por ordem de um homem de Deus insere-se na realidade religiosa e política da época. Foi uma tentativa de arrancar a raiz do mal que a falsa religião estava provocando em Israel. Não produziu, porém, o resultado que Elias esperava, já que Acabe e Jezabel continuaram no poder, os falsos profetas prosseguiram ministrando (22.6-7) e o culto a Baal continuou sendo praticado em Israel (22.54).

4. A chuva que cai (vv.41-46)


Depois da dura batalha no Carmelo, o Senhor envia a chuva. O rei tem agora todos os motivos para confiar no Deus de Israel. Suas relações com o profeta parecem ter chegado a um melhor termo (18.41), mas Acabe insistirá em ouvir Jezabel, por conveniência política. Cega de ódio, a rainha define como um projeto pessoal a morte de Elias. Não lhe interessa o milagre na vitória de Elias, nem que a chuva tenha afinal chegado. Jezabel age como os líderes religiosos de Israel em relação aos milagres operados por Jesus Cristo. Para eles, mais importante do que a cura de uma pessoa escravizada 18 anos por uma doença grave era a proibição de trabalhar (curar, no caso) no sábado (Lc 13.10-17).
O cristão precisa estar atento à escala de prioridades do Reino de Deus. Antes de todos os detalhes ligados à forma de cultuar, ou à ênfase em certos dons e rituais, ou ao que se deve ou não fazer em certos dias, está o essencial da atitude e da conduta cristãs – a fé que opera por amor (Gl 5.6).

Para pensar e agir

A vitória de Elias no desafio do monte Carmelo se deveu a fatores bem explícitos:

a) Comunhão com o Deus vivo como garantia de sempre agir em estreita conexão com a vontade divina.
b) Fidelidade ao Senhor e à estrutura do culto no qual Ele é adorado e servido em espírito e em verdade.
c ) Coragem para agir em termos de tudo ou nada, na dependência do poder de Deus.
d) Oração como fator que desencadeia a ação divina.

Quais dos itens acima você precisa praticar para também ter vitória?

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