terça-feira, 27 de abril de 2010

Congresso da Família



Vem aí, o mês da Família! Ore, interceda e convide sua família para
participar do 2º. Congresso da Família, dias 21,22 e 23 de Maio.

Projeto Oito ou Oitenta



Tema: Transformando vidas através do amor

Divisa:" Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".
Romanos:12.1.2

"Irmãos é só começar a evangelizar. É com você, não conte com os anjos. A missão é sua!"

Um Dia Alguém O Amou Assim.

DEUS É DE DIAMANTE

O ideal é não desanimarmos, mas desanimamos. Então, ficamos desgastados. Somos de barro.
Empurram-nos muitos ventos, vindos de muitos lados, para o desânimo: a frustração, o cansaço, o pecado, a doença.
O barro é esfarelado, é pisado, é descartado. O barro argamassa as paredes e envolve os edifícios. O barro nasce na peneira.
Ficamos desanimados quando sofremos e sofremos ainda mais se não temos uma atitude adequada perante o sofrimento, que deve ser visto como o que é: leve e momentâneo e prefácio da glória (2Coríntios 4.17), se for contemplado com olhos que se fixam no que não se vê (Hebreus 11.1). Ficamos cansados se não temos uma atitude diante da vida: somos amados por Deus e O temos por companheiro.
Ah se entendêssemos a natureza da vida. Desde que saímos do ventre de nossa mãe, achamos que a vida é o que ela não é. Ela é derrota e é vitória. Ela é conflito e é paz. Ela é sonho e é pesadelo.
Melhor, se entendêssemos que temos uma missão a desenvolver. Se nós não a desenvolvermos, como as pessoas ouvirão da graça de Deus, vivida em Jesus? Ou somos nós ou somos nós. Ou não ouvirão.
Para levar a mensagem precisamos estar fortes, mas somos vasos de barro, às vezes arranhados, sujos e quebrados. Esses vasos precisam ser restaurados, purificados e reconstruídos. Essa pode ser uma obra direta de Deus em nós, mas Ele pode lançar mão de outros companheiros dEle para nos ajudar. Ah, se pedíssemos ajuda!
A melhor promessa já foi dada: Deus começou uma obra de salvação e transformação em nós. Sim, Deus começou a grande obra e quer terminá-la (Filipenses1.6).Deixaremos? Ficamos cansados, mas há um poder em nós que nos renova interiormente todos os dias (2Coríntios 4.16).
Precisamos saber que Deus está olhando para nós. Deixemo-nos renovar por Deus. Somos vasos de barro, mas Deus é de diamante!
(Texto Extraído: ISRAEL BELO DE AZEVEDO)
Amados, diante desta palavra tão abençoada, peça a Deus para renovar suas forças e nova visão, para que possamos enxergar o melhor de Deus. Lembre-se somos fraquinhos, barro mesmo; mas o nosso Deus se aperfeiçoa nas nossas fraquezas e tem muito mais para fazer através de nós e em nós! Ele é diamante!!
Com fé, Pr. Rangel

Jesus: a mão amiga de Deus

Texto bíblico: 2 Coríntios 5.18-20

Uma questão muito discutida quando se analisa o pensamento de Paulo é qual é o centro ou ponto básico do conteúdo de sua mensagem. Durante muito tempo, por causa da Reforma Protestante, da qual somos herdeiros, afirmou-se que o ponto central do pensamento de Paulo fosse a “justificação pela fé” (nosso próximo assunto). Mas, sem depreciar esta doutrina, nos últimos tempos os teólogos têm apontado outra doutrina exposta pelo apóstolo, e a veem como seu pensamento central, a doutrina da reconciliação. Isto não diminui a doutrina da justificação pela fé, como veremos no próximo estudo. Pelo contrário, amplia-a. Mas fiquemos hoje com a doutrina da reconciliação.
Ela ocorre de forma bem clara em quatro conhecidas passagens: Romanos 5.10,11, 2 Coríntios 5.18-20, Efésios 2.11-16 e Colossenses 1.19-23. O texto clássico, que é seu suporte, é 2 Coríntios 5.19: “Pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação”. O conteúdo do evangelho fica bem claro: ele é uma chamada de Deus para os homens se reconciliarem com ele. Esta é a boa nova: Deus deseja ter bom relacionamento com os homens. O substantivo grego para “reconciliação” é katallagê, cujo sentido é “cessação de inimizade”. A ideia é que duas partes que antes eram hostis agora são amigas. É disto que trata a doutrina da reconciliação: Deus e o homem, antes em campos opostos, se tornam amigos na pessoa de Jesus.

1. A inimizade entre Deus e o homem
Isto quer dizer que o homem fora de Cristo não está reconciliado com Deus, e que a inimizade entre os dois permanece. Algumas pessoas objetarão a isto, dizendo: “Como Deus pode ser inimigo de alguém, se ele é amor?”. Evitemos raciocínios simplórios e argumentos baseados em sentimentalismo humano. A questão para nós deve ser sempre esta: o que a Bíblia diz sobre o assunto? Ela é a autoridade, e não os nossos sentimentos ou nossas impressões.
Romanos 8.7 e Tiago 4.4 são passagens bíblicas que mostram haver uma inimizade entre o homem não regenerado, seus impulsos e tudo o que o domina e Deus. Se nos curvamos diante do ensino bíblico, temos que reconhecer que Deus não é o Papai Noel ou a fada madrinha que tantos imaginam (“Deus é Pai, tudo vai resolver”, ou “Quem ama não castiga”). Deus é moral e é justo e os pecadores não reconciliados são seus inimigos, como lemos em Romanos 5.10, Colossenses 1.21 e Tiago 4.4. O homem sem Cristo não é um coitado, e sim um rebelde contra Deus.
Isto sucede não porque Deus seja caprichoso ou rabugento, mas porque, diferentemente de nós, sendo absolutamente santo, ele está em veemente oposição a toda forma de mal. Apesar de dizermos que somos bons e de acentuarmos nossos sentimentos positivos, somos pecadores e como tais amamos o erro e praticamos o mal. Quanto a Deus, lembremos desta expressão de Habacuque: “Tu que és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e que não podes contemplar a perversidade...” (Hc 1.13a). Esta inimizade não é de sentimentos. Alguém pode gostar de Deus, de assuntos espirituais, ser bondoso, mas a inimizade é moral e não sentimental. Tem bases teológicas e não sentimentais. Ela existe, apesar de nossas boas intenções.
Se entre Deus e o homem há uma inimizade estabelecida, para um bom relacionamento esta há que ser desfeita.

2. Como desfazer a inimizade?
Como é possível desfazer a inimizade? Por sucessivas reencarnações, que supostamente nos tornariam melhores? Pela prática de boas obras? Por cerimônias religiosas que acalmariam a Deus? A resposta está em 2 Coríntios 5.18,19: “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação”. Deus tomou a iniciativa de cessar a inimizade. Ele nos propõe a paz em Jesus. Ele nos estende a mão, na pessoa de seu Filho. É obra de sua graça, é ato de sua bondade. Ele tornou isto possível! A cruz é o aceno de amor de Deus.
O Novo Testamento não diz que Cristo nos reconciliou com Pai, à revelia deste. Os versículos 18 e 19 são claros. O Pai nos reconciliou consigo, em Cristo. A iniciativa foi dele. O Pai não é um colérico com tendências homicidas, a quem um Filho adocicado vem acalmar, para conseguir nosso perdão. Deus Pai é amor (1Jo 4.8). Algumas ilustrações contadas em sermões fazem de Deus um destrambelhado, furioso, querendo vingança ou justiça a todo custo (o AT também) e mostram Jesus como um filho adocicado que aplaca a cólera deste pai iracundo. Como a do rei que mandou chicotear um súdito fraquinho, que o filho do rei viu que não aguentaria as chicotadas, e então tirou a camisa, afastou o súdito fraquinho e tomou as chicotadas em seu lugar, acalmando a fúria do rei. Esta ilustração ofende a Deus, fazendo dele um ensandecido raivoso. E desvirtua o relacionamento entre Deus Pai e Deus Filho. Na reconciliação, os dois não estão em campos opostos: “Deus estava em Cristo”. A cruz também foi dolorosa para o Pai. A cruz é uma proposta do Pai e do Filho. A Trindade não tem conflitos de relacionamento e o Pai e o Filho se amam (Jo 14.31, 15.9, 17.23 e 17.26).
A ênfase do ensino neotestamentário é que o homem deve se reconciliar com Deus: “Rogamos-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5.20b). É o pecado que causa a inimizade entre Deus e o homem. Cristo morreu para levar nossos pecados (2Co 5.21). Não há motivo para continuarmos em inimizade. Somos chamados a sermos amigos de Deus. A Linguagem de Hoje traduziu, de maneira feliz, 2 Coríntios 5.18 assim: “Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele”. Como dizia um antigo folheto da Cruzada Mundial de Literatura: “Ele quer ser seu amigo”.

3. Um episódio curioso
Em 1965, soldados japoneses foram capturados em ilhas remotas do Pacífico. Eles não acreditavam que a Guerra acabara em 1945, e ainda continuavam escondidos, em florestas, lutando. Um deles foi capturado e voltou para dizer aos demais que a Guerra acabara havia vinte anos. Alguém comentou sobre eles: “Gente estranha esta, lutando numa guerra que havia acabado há vinte anos!”. Mas muito mais estranho é o tipo de gente que continua lutando contra Deus, dois mil anos após Cristo ter acabado com a inimizade na cruz.
Não há mais motivos para manter-se afastado de Deus. Ele nos reconciliou em Cristo, e nos oferece a mão de amizade. A nós compete aceitar sua mão amiga, e à igreja compete a compreensão de que ela chama os homens a refazerem o bom relacionamento com Deus: “De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamos-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5.20).

Para pensar e agir


1. Estamos separados de Deus por causa de nossos pecados, somos inimigos dele, porque ele é santo. Esta inimizade foi criada por nós, e desfeita por ele, na cruz. Em Jesus, Deus nos chama à reconciliação e nos oferece sua amizade.
2. Nada há que possamos fazer que venha nos reconciliar com Deus. Ele fez a reconciliação. É obra dele. A parte ofendida tomou as medidas para acabar a inimizade e a nós cabe aceitar seu gesto de amor. Deus quer voltar a andar com os homens, como fazia no Éden. Em Jesus, ele veio habitar conosco (Jo 1.14) e quer ser nosso amigo.
3. A igreja tem a responsabilidade de anunciar ao mundo que há uma reconciliação proposta por Deus e chamar as pessoas a fazerem as pazes com ele (2Co 5.18, 20). Evangelização e missões são a igreja dizendo ao mundo que Deus estende a mão amiga na pessoa de Jesus.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O CRISTO CÓSMICO

Texto bíblico: Efésios 1-3

A obra de Cristo tem uma dimensão muito mais profunda do que nossas igrejas costumam abordar. Ele é mais que o Salvador das almas e das pessoas. É o Senhor do universo, o criador da nova ordem de Deus.
Em Efésios, Paulo fala do “mistério” da vontade de Deus, que não fora revelado antes, mas só agora: Deus uniu judeus e gentios (Ef 3.5-7) e todas as coisas, tanto do céu quanto da terra, hão de convergir em Cristo (Ef 1.9,10). Tudo terminará nele (tudo começou com ele, segundo João 1.3). Ele tem uma dimensão cósmica. Este mistério é manifestado pela igreja aos principados e potestades espirituais (Ef 3.9,10). A igreja ensina às potestades o mistério de Deus, que começa pela união dos homens e termina no destino do universo.
Em Cristo, Deus está criando não apenas um novo povo ou uma nova raça, mas um novo mundo: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). “Criatura” é o grego ktisis, que em Romanos 1.20 refere-se ao mundo criado. Seu sentido em 2 Coríntios 5.17 é mais que moral. Não é: se alguém está em Cristo não bebe, não fuma, não adultera. É cósmico. Se alguém está em Cristo faz parte do novo mundo de Deus. Nós, a igreja, somos o início do novo mundo que Deus está criando. Não apenas novo povo ou nova raça, mas novo mundo. Aldous Huxley escreveu “Admirável mundo novo”, onde mostrava um mundo novo produto da tecnologia, e Mao Tse-Tung quis criar o “novo homem”, um produto político. Mas novo homem e o novo mundo surgem em Jesus. É obra divina, em Cristo, não humana.

1. Cristo: autor e sustentador da criação
O pecado alterou as relações do homem com Deus (Gn 3.10,11), com o próximo (Gn 3.16) e com a natureza (Gn 3.17,18). Ele teve uma dimensão cósmica: o bom mundo de Deus (Gn 1.31) foi desordenado (Rm 8.19-22). O mundo em que vivemos não é o mundo ideal de Deus. Não plantamos urtigas nem ervas daninhas. Elas surgem. O trigo não brota espontaneamente e tem que ser cuidado. A natureza nos é benéfica, mas também hostil. Ela nos dá água e alimento, mas também terremotos, secas, furacões. Ela não é sábia, como diz a ecolatria moderna da nova era. É uma força cega e irracional. Viemos dela (Gn 2.7), mas ela nos é hostil (Gn 3.18) e nós lhe somos hostis. A ideia em Efésios e Colossenses é que Deus está refazendo o mundo, incluindo aí a nossa relação uns com os outros e com a natureza.
Efésios é considerada como “a rainha das epístolas” e onde o gênio de Paulo mais brilha. Colossenses é considerada sua “irmã gêmea”. Nestas duas cartas, a cristologia (o ensino sobre Cristo) muda de funcional (como Cristo funciona para a igreja) para ontológica (Cristo como o Ser, o Absoluto, o Auto e Sempre Existente, a Razão das Coisas). O Cristo de Efésios está assentado nas regiões celestes (Ef 1.3). Ele é Senhor deste século e do século que há de vir (Ef 1.21). “Século” é o grego aéon, que significa mais que cem anos. Significa uma ordem, um tempo, uma idade, uma era. Cristo é Senhor desta era e da era que há de vir. Tudo foi feito por ele e para ele (Cl 1.16,17). Todas as coisas hão de convergir para ele (Ef 1.10). A expressão “todas as coisas” merece especial atenção. O grego é ta panta, neutro (não é masculino nem feminino, não é gente; é coisa). Refere-se ao mundo material. Ele está desintegrado. A queda o afetou. E Jesus veio reordená-lo. Sua obra inclui recolocar o mundo material em ordem.
Cristo está assentado nas regiões celestes, e para ele tudo converge e nele tudo terminará (Ef 1.10). Ele é o Autor e Sustentador da Criação, mas é também seu propósito. A criação foi feita por ele e para ele, e voltará para ele. Sua obra inclui a reconciliação de “todas as coisas” na terra e no céu (Cl 1.20). Ele não é apenas o Salvador pessoal de indivíduos, mas o Senhor cósmico de todas as coisas. Podemos confiar num Salvador que tem poder sobre o tempo, as pessoas e todo o universo. Como diz um de nossos cânticos: “Quão formoso és, Rei do universo, tua glória enche a terra e enche os céus...”. O Filho é o Rei do universo.

2. O novo mundo de Deus
Embora bem sustentada em Paulo, esta ideia não foi inventada por ele e não é estranha aos demais autores da Bíblia. Lemos, na visão de João: “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Ap 21.5). Agora vem o novo mundo que Deus está criando em Jesus.
No final da Bíblia, em Apocalipse 22, quando a obra de Cristo chega à sua consumação, o Éden está de volta. Em Gênesis 3, o homem foi expulso. Em Apocalipse 22 é readmitido. Tudo o que perdeu na queda, recupera em Cristo. Reaparece a árvore da vida (Ap 22.2). Seus frutos são para alimento e as folhas para saúde. A consumação da obra de Cristo nos devolve o que a queda nos tirou. Compare Gênesis 2.17 com Apocalipse 21.4; Gênesis 3.16 com Apocalipse 21.4; Gênesis 3.17 com Apocalipse 22.3; Gênesis 3.22-24 com Apocalipse 22.2. O que perdemos com a queda nos é devolvido em Cristo. O novo mundo traz uma natureza totalmente benéfica: água, alimento e saúde, as perfeitas provisões de Deus. A razão é porque agora “as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4). Cristo refez o mundo.

3. Qual é o nosso lugar neste novo mundo de Deus?
Em Efésios 1.22 vemos que todas as coisas foram subjugadas a Cristo, inclusive as do mundo vindouro (Ef 1.21) e ele as deu à igreja. Isto é fantástico. Igreja não é lugar aonde vamos. Não é uma instituição humana ou social. Ser igreja é mais que entoar cânticos e apresentar programas especiais. É fazer parte do novo mundo de Deus, sendo a ponta de lança, mas é também reinar com ele. No momento, a igreja é militante. Um dia ela será triunfante. Isto todos nós sabemos. Mas triunfante de quê? De problemas e de lutas humanas? Das contrariedades deste mundo?
Não, a igreja será triunfante sobre o poder do mal e o caos do mundo, por fim. Em Lucas 10.19, ela recebeu poder para pisar escorpiões, símbolo do mal. A igreja será vencedora sobre todo o poder maligno. Sua vitória será global. Ela julgará o mundo e o mal com o Senhor Triunfante (Mt 19.28, Lc 22.30). E desfrutará da vitória de Cristo. Nosso triunfo não é apenas para esta vida, mas é para a nova ordem de Deus, para o novo mundo que o Cristo Senhor do Universo está criando. Ela desfrutará deste novo cosmos: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe” (Ap 21.1).
A salvação é mais que libertação do fogo do inferno. É identificação com o Cristo e lugar de honra no novo mundo do Senhor. Nós o desfrutaremos.
Em Cristo, “somos mais que vencedores” (Rm 8.37).

Para pensar e agir

1. O pecado é um desastre. Ele perturbou o relacionamento do homem com Deus, com o próximo e com a natureza. Ele perturbou a ordem de Deus. Cada crente deveria fugir do pecado, pois ele traz perturbação da ordem, que já é frágil.
2. A obra de Cristo é destruir o poder do pecado e de seu autor (1Jo 3.8). E ele construirá um novo mundo. A igreja é a ponta de lança deste projeto de Cristo. Cada convertido é uma pedra a mais na construção do novo mundo de Deus.
3. Esta nova ordem de Deus não é apenas moral, mas cósmica, com estes elementos se desfazendo e um novo mundo chegando (2Pe 3.10-13). Sim, nós esperamos não apenas um céu, mas um novo universo, um novo mundo, em que a paz e a justiça reinarão porque o pecado não mais existirá (Ap 21.3-5).
Cristo foi preparar-nos lugar. Não um quartinho, mas um mundo novo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Comunicações


Dia: 17-04-2010
Encontro com os professores da EBD às 15:30 horas
Culto Jovem às 19:00 horas

CRER E NÃO DUVIDAR

“... e tudo o que pedirdes na oração, recebereis.”(Mt 21.22)
Uma taberna começou a ser construída em uma pequena cidade,
onde, até então, não havia estabelecimentos semelhantes.
Um grupo de cristãos de uma igreja próxima, descontente com
aquela construção, reuniu-se à noite, pedindo a Deus que fizesse
alguma coisa para impedir que aquele estabelecimento fosse edificado
naquele local.
Naquela mesma noite, houve uma grande tempestade e um raio
caiu exatamente sobre a taberna inacabada, reduzindo-a a cinzas.
O taberneiro entrou com um processo contra a igreja, afirmando
que os cristãos eram responsáveis pelo incêndio que destruiu sua casa
comercial.
A igreja contratou um advogado, dizendo que não tinha nenhuma
responsabilidade pelo que havia acontecido.
O juiz comentou o fato: “Não importa como terminará o
julgamento; uma coisa é clara: O dono da taberna acredita em oração
e os cristãos da igreja não!”
É conhecida também,a ilustração da menina que foi com sua mãe a uma
reunião de oração, para pedir ao Senhor que mandasse chuvas para a
cidade castigada pela seca. O céu estava limpo
e nenhuma nuvem indicava que o tempo fosse
mudar.
Ao saírem de casa, a menina pegou seu
guarda-chuva e, ao ser perguntada pela mãe
por que estava levando o guarda-chuva, disse:
“Nós não vamos pedir a Deus para fazer
chover? E se não der tempo de chegarmos em
casa?” Crer é não duvidar! (Texto adaptado)
Amados, recomeçaremos o Relógio de Oração. Faça pontualmente a sua escala de oração e verás o agir de Deus!! Desafiamos a todos os irmãos a crer nas bênçãos que virão... Amém!?
Com fé, Pr. Rangel

NÃO ÀS OBRAS, SIM À GRAÇA

Texto bíblico: Efésios 2.8,9

Uma questão ainda discutida em nosso meio é a relação correta entre a Lei (a Torah), o sistema do Antigo Testamento para se aproximar de Deus, e a Graça, mostrada no Novo Testamento. Algumas seitas evangélicas, confusas, misturam Lei e Graça, e outras, mais confusas, pregam a Lei como essencial à salvação.
Paulo era judeu ortodoxo, um fariseu, profundamente imerso no ensino da Lei. Ele foi um dos mais aplicados fariseus: “E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais” (Gl 2.14). Criado no mais rigoroso judaísmo, aprendera que a Lei era o caminho da salvação. A obediência a ela salvava o fiel. Mas após sua conversão, mudou sua posição. Na lição anterior, comentamos o fato de Paulo levar o evangelho aos gentios: “Desde sua conversão o Senhor dissera que ele fora escolhido para levar o evangelho aos gentios (At 9.15). Mais tarde, na sua mais dura carta, ele disse que a circuncisão, como rito religioso, anulava a obra de Cristo (Gl 5.2). Ou cristão ou judeu! Ou a salvação pela graça por meio da fé em Cristo (Ef 2.8 e Gl 2.16) ou a salvação pela Lei. Se a salvação viesse pela Lei, a morte de Jesus teria sido sem sentido (Gl 2.21)”. Continuamos nossa caminhada hoje, vendo como Paulo deu um sonoro “Não!” às obras da Lei.

1. Uma busca inadequada
Paulo não encontrou a justificação dos seus pecados na Lei, mas na fé em Jesus: “E seja achado nele, não tendo como minha justiça a que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Fp 3.9). A busca anterior, como fariseu, fora frustrante. A Lei, como qualquer sistema religioso, não pode nos dar o perdão dos pecados. Só a fé em Cristo. Alguém pode se sentir bem numa religião, cumprindo um conjunto de regras e obedecendo a determinados ritos. Mas isto será uma questão de gosto. Terá paz interior porque satisfez um desejo de seu coração. Mas diante de Deus (isto é bem diferente do que sentimos ou achamos), só a fé em Cristo pode salvar a pessoa. Sistema religioso algum pode nos salvar. Devemos dizer “Não!” às formas religiosas que criamos. Elas seguem a nossa mente, e não a mente de Deus.
A bagagem legalista de Paulo foi inútil, como podemos ler em Filipenses 3.4-7. Ele considerava todo o sistema religioso como refugo ou esterco, palavra dura, mas expressiva (Fp 3.8). Sua conduta irrepreensível dentro da Lei era inútil.
Obedecer à Lei não era impossível, como dizem alguns. O moço rico que queria a vida eterna disse a Jesus que obedecia a ela, guardando tudo (Mt 19.16-21, Mc 10.17-21, Lc 18.18-22). Jesus não contraditou o moço, dizendo que era impossível obedecer a tudo. Aceitou sua palavra. Paulo cumpriu a Lei: “Quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível” (Fp 3.6). Não pensemos que o evangelho veio porque Deus estabeleceu a Lei, ninguém conseguiu cumpri-la, e aí ele viu que era impossível e arranjou outro método. Esta teoria desonra a Deus. A Lei era transitória. Criou uma consciência de pecado (Rm 3.20 e 7.20) e Deus ofereceu a graça aos que reconhecem seus pecados e apelam para sua misericórdia. A Lei dizia: “Façam isto e viverão!”. A Graça diz: “Eu fiz para que vocês vivam!”. Buscar salvação na Lei, como Paulo mostrou com sua vida e palavras, é frustrante. Na Graça do Deus que ama, que faz por nós e nos dá gratuitamente no Amado (Ef 1.6), encontramos a vida eterna.

2. Cristo é o fim da Lei
A religião legalista (seja a dos fariseus ou seitas atuais, que nos enchem de regras) enfatiza o que a pessoa deve fazer. O evangelho de Jesus, pregado por Paulo, enfatiza que Deus fez, para que ninguém se envaideça por ter feito que Deus o aceitasse (Ef 2.8,9). Deus nos aceita não pelo que fizemos, mas pelo que ele e Jesus fizeram na cruz. Veremos isto depois, no estudo sobre a doutrina da reconciliação, mas guardemos desde agora que Deus estava em Cristo e ele nos reconciliou consigo, na pessoa de Cristo (2Co 5.18,19,21).
Deus Pai e Deus Filho fizeram a obra de reconciliação. Deus Espírito Santo trabalha em nós para entendermos o que Pai e Filho fizeram. Ele é o ministro da Graça. O ensino é que Deus fez e que devemos crer no que ele fez.
Cristo pôs fim ao valor da Lei e se tornou a norma para nós. Quem defende a Lei tem zelo por Deus, mas sem entendimento (Rm 10.2-4). “Cristo é o fim da Lei”, diz Paulo. A palavra “fim” é o grego télos, que significa “meta” ou “término”. E aqui significa os dois. A Lei era uma provisão temporária até a vinda do descendente de Abraão, em quem a promessa se cumpriu. Mas sendo provisão temporária, terminou em Cristo, que é o clímax da revelação de Deus, como Jesus disse, em Lucas 16.16. O evangelho do reino substitui a Lei.
A Lei era provisória (Gl 3.19-24). Ela foi um aio para nos conduzir a Cristo. A palavra “aio” é o grego paidagogós, de onde vem pedagogo e Pedagogia. Aparece também em 1Coríntios 4.15, como “preceptores”. O paidagogós era o escravo que cuidava da educação da criança em casa, e que o levava pela mão à escola. A Lei é o paidagogós que conduziu a Cristo.
A Lei não tem poder de salvar. Mas Cristo tem. O legalismo leva a praticar boas obras para agradar a Deus. Também leva a cumprir regulamentos religiosos com o mesmo propósito. A Graça mostra que Deus nos ama e nos dá a salvação em Cristo.

3. Salvos pela Graça
Dizemos que somos salvos pela fé. A declaração está equivocada. Somos salvos pela Graça, por meio da fé, não pela fé: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8). A pessoa poderia ter uma tonelada de fé, mas se não houvesse um grama da Graça, não seria salva. A Graça de Deus, sua bondade para conosco, é a causa de tudo. “O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu” (Jo 3.27). Muita gente se orgulha de ter fé. É a religião legalista, que põe o foco no homem. A Graça nos humilha ao dizer que nada nosso agrada a Deus, mas ele nos ama assim mesmo. Muitos falam mais da fé do que da Graça porque querem o foco sobre si. A Graça põe o foco sobre Deus.
Mas isto não é salvação compulsória, como dissemos no estudo anterior. Nós nos apropriamos da Graça pela fé. Basta crer. O carcereiro de Filipos perguntou “Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?” (At 16.30) e ouviu a resposta: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (At 16.31). Não há o que fazer. Deus já fez, em Cristo. Basta crer. Não é fé na fé, como alguns parecem crer, dizendo que têm muita fé. É fé em Cristo. Pode-se ter uma tonelada de fé na pessoa errada, e isto não valeria nada. É crer na pessoa certa, Jesus Cristo, a oferta de Deus pelo pecado.
Vivemos um tempo de rejudaização do evangelho. A questão que a igreja resolveu em Atos 15, ressurge na ação de alguns que, empolgados pelos seus insights e de gurus iluminados, trazem a fraseologia, os símbolos e as festas judaicas para a igreja. Devemos dar um sonoro “Não!” às obras da Lei, e um entusiástico “Sim!” à Graça. Não somos judeus, mas cristãos. Nosso monte não é o Sinai, mas o Calvário. E do Calvário vem esta declaração: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus” (Mc 15.39).

Para pensar e agir
Guardemos bem três lições do estudo de hoje.
1. Somos salvos pela Graça, não pela Lei. “Porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20).
2. Somos salvos pela Graça, por meio da fé. Não é a nossa fé que arranca alguma coisa de Deus. É a Graça de Deus que nos oferece e nos apossamos pela fé.
3. Nunca nos orgulhemos espiritualmente, pois nada somos e nada merecemos. É a bondade de Deus que nos dá tudo: “Para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 5.2).

A Escola Dominical Vale a Pena?

Domingo, pouco depois das nove horas da manhã, o diretor fez a abertura, o pastor deu uma palavra curta e você está pensando: “quem sabe se agora dá para sair de fininho e ir assistir à corrida de Fórmula 1, ou dar uma espiadinha naquele jogo...” Você deseja qualquer coisa, menos estar ali na igreja, num belo domingo de sol, de pé, meio desajeitado, na frente de um grupinho de adolescentes desinteressados, sentados com os olhos no chão, as roupas incômodas, o rosto estampando o tédio de quem veio porque os pais obrigaram”. Isso é escola dominical! Uma classe de escola dominical assim (que existe em toda parte) faz surgir em nossa mente a pergunta, se Deus não poderia nos ter chamado para uma tarefa mais fácil: Como treinar boxe com Myke Tyson, por exemplo. Também fica no ar uma indagação que muitos irmãos fazem: “Será que adianta? Vale a pena?
Quarenta anos atrás, uma igreja na cidade de Filadélfia assistiu ao batismo de três garotos de nove anos que entraram para o rol de membros. Um deles foi Tony Campolo, que hoje é sociólogo, professor, escritor e conferencista mundialmente conhecido. “Anos depois, quando eu estava realizando uma pesquisa nos arquivos da nossa denominação”, diz Campolo: “Decidi procurar o relatório de minha igreja referente ao ano do meu batismo. Havia três nomes: Tony Campolo, Dick White e Bert Newman. Dick hoje é missionário. Bert Newman é atualmente professor de teologia num seminário africano. “Então li que constava do relatório referente àquele ano: ‘O ano não foi muito bom para a nossa igreja. Perdemos vinte e sete membros, e ganhamos apenas três, e eram crianças! ”Só crianças! Mas, acrescente alguns anos de ensino cristão, e mais alguns de escola dominical, e alguma dessas crianças por quem você está dando a vida, agora, poderão, um dia, ajudar a formar vidas para Cristo em todos os rincões da terra.
(Extraído - Marlen LeFever)
O mês da EBD chegou, e com ele, a certeza de que a Escola Bíblica Dominical é essencial na vida do crente! Vale a pena vir, participar, estudar, aprender... A escola dominical vale a pena, sim! Ela faz o crente crescer, independente se é criança ou adulto. Fico contente em saber que você concorda! Venha, se você ainda não está matriculado, aproveite a oportunidade, é grátis e é a MELHOR do mundo!
Com fé, Pr. Rangel

A UNIVERSALIDADE DA OBRA DE CRISTO

Texto bíblico: Romanos 1.18-2.12

Das muitas virtudes de Paulo, a maior foi tirar o “Caminho” da situação de seita judaica e transformá-lo no cristianismo, religião universal. O mérito é sempre de Deus, que o chamou desde o ventre (Gl 1.15) e que, na sua soberania poderia ter chamado outro. Mas Paulo não foi desobediente à visão celestial (At 26.19).
O homem de Tarso tornou o homem de Nazaré matéria de culto no mundo inteiro. Ele compreendeu melhor que ninguém que a obra de Jesus tinha dimensão universal. Como dissemos na lição anterior: “O vinho novo sairá do odre velho, e o instrumento para isso será um fariseu que se encontrou com Jesus ressuscitado”. O fato de ele ter sido fariseu torna a questão mais impactante. Hoje, “fariseu” é sinônimo de “hipócrita”, por causa de Mateus 23, que direciona nossa interpretação. “Fariseu” deriva de pherishut, que significa “abstinência e separação”. Era o grupo mais fiel ao judaísmo, preso à Torah (a Lei). O fariseu não era hipócrita, mas alguém sério, zeloso pelo judaísmo, com a mente dominada pela Lei. Paulo, judeu ortodoxo, entendeu o evento Jesus como nem a própria igreja compreendeu, no início.

1. Inicialmente uma seita judaica
“E quando Pedro subiu a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão, dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles” (At 11.2,3). Pedro foi censurado pela igreja por ter entrado na casa de Cornélio. Aliás, ele dissera a Cornélio que não devia entrar em sua casa e que o fazia por causa de uma visão de Deus (At 11.28). Quando o Espírito Santo veio sobre Cornélio e sua casa, Pedro e seus acompanhantes se admiraram (At 10.45). Os gentios também tinham direitos espirituais! Assim é que eles foram batizados (At 10.47,48). Este foi o mistério (o segredo de Deus) que Paulo compreendeu melhor que todos: Efésios 3.1-6.
Mas nem assim a questão cessou. Em Atos 15.1-29, as igrejas se reuniram porque alguns defendiam que os gentios que cressem em Cristo deveriam se circuncidar (v. 1). O “Caminho” era uma seita judaica, e quem entrasse nela deveria guardar o judaísmo. Nesta ocasião se deu a ruptura, e o evangelho deixou os limites estreitos que queriam lhe impor. Paulo, que lutou por isto (vv. 2 e 15) já entendera a questão muito antes. Desde sua conversão o Senhor dissera que ele fora escolhido para levar o evangelho aos gentios (At 9.15). E, mais tarde, na sua mais dura carta, ele disse que a circuncisão, como rito religioso, anulava a obra de Cristo (Gl 5.2). Ou cristão ou judeu! Ou a salvação pela graça por meio da fé em Cristo (Ef 2.8 e Gl 2.16) ou a salvação pela Lei. Se a salvação viesse pela Lei, a morte de Jesus teria sido sem sentido (Gl 2.21).
É bom lembrar isto, porque vivemos tempos em que alguns desejam restaurar o judaísmo em nossa teologia. Símbolos judaicos, festas judaicas, a estrela de Davi, o quipá (o chapéu masculino judaico), a arca, são trazidos para nossos templos. Não somos judeus. Somos cristãos. Não somos filhos do Sinai, e sim do Calvário. Nada temos a ver com Agar, e sim com Sara, pois não somos filhos da Jerusalém geográfica, e sim da Jerusalém espiritual (Gl 4.21-31 e Ap 21.2). Nós somos de Jesus e ouvimos a Jesus, e não a Moisés ou a Elias (Mt 17.1-5). A Lei e os Profetas, como norma, vigoraram até João, e desde então vale o evangelho do reino (Lc 16.16). Cantemos “Eu sou de Jesus, aleluia, de Cristo Jesus, meu Senhor” (401 CC, 454 HCC). Somos dele, e não de Moisés. Não podemos voltar atrás, pois não somos daqueles que recuam na fé (Hb 10.39).

2. O evangelho é para todos
Para o apóstolo, esta universalidade do evangelho, com o direito da salvação dos gentios, estava predita desde o início da história da salvação (que começa com Abraão), como lemos em Gálatas 3.8. E ele era o homem que iniciaria este processo na igreja. Obviamente, ele tinha consciência disto, desde sua conversão. O Senhor disse a Ananias que o recém-convertido Saulo era “um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios...” (At 9.15).
Tiago, Pedro e João, líderes da igreja de origem judaica, reconheceram que Paulo era o homem destinado por Jesus para pregar o evangelho aos gentios (Gl 2.7-9) e ele mesmo se declarou missionário aos gentios, várias vezes: Romanos 11.13 e 15.16, Gálatas 1.16 e 1 Timóteo 2.7.
O ensino de Paulo é claro. Deus encerrou todos os homens, quer judeus quer gentios, debaixo de pecado (Rm 1.18 a 2.12, e Gl 3.22), para que a promessa fosse de todos. A vantagem dos judeus é que eles receberam os oráculos divinos (Rm 3.1), mas também estão debaixo do pecado, como os gentios (Rm 3.9-20). Judeus e gentios são pecadores (Rm 3.23), e precisam do mesmo Salvador, Jesus (Rm 6.23).
No pensamento de Paulo, Deus é Salvador de todos os homens (1Tm 4.10). É desejo divino que todos os homens, e não apenas os judeus, sejam salvos (1Tm 2.14). Isto é a universalidade da obra de Cristo. Ele é o Salvador possível para todos os homens. Todos podem ser salvos.

3. Universalidade, sim; universalismo, não

Dizemos “Salvador possível para todos os homens” para evitar a confusão que a frase “Salvador de todos os homens” traz. Ele é o Salvador possível para todos os homens, mas isto não significa que todos os homens serão salvos. A doutrina que assim afirma se chama universalismo. Ela ensina que todos serão salvos porque a obra de Cristo na cruz redimiu os pecados de todos os homens, independentemente de eles crerem ou não. Muitos tentam dar este sentido a algumas declarações de Paulo, por isso que tivemos o cuidado na frase.
Paulo deixou claro que não há salvação compulsória. Os homens a devem querer, devem aceitá-la. Em 2 Coríntios 5.20, após dizer que Deus nos reconciliou consigo em Cristo (2Co 5.18), ele pede que os homens aceitem a reconciliação. A salvação é para “todo aquele que invocar o nome do Senhor” (Rm 10.13). “Invocar” é mais que recitar ou dizer o nome. É colocar-se sob o cuidado do nome. Aquele que se coloca sob o cuidado do Nome sobre todo o nome será salvo. Não há salvação indiscriminada, a todos. Ela vem por causa da obra de Jesus, é oferecida e deve ser aceita. Haverá salvos e não-salvos no dia final, conforme Jesus ensinou (Mt 25.34 e 41). Tendo recebido seu evangelho diretamente de Jesus (Gl 1.11,12), Paulo não entra em contradição com ele, mas apenas ressoa o que o Salvador lhe ensinou. Todos podem ser salvos porque Jesus trouxe uma salvação universal, e Paulo a proclamou ao mundo não-judeu.

Para pensar e agir

1. O evangelho acabou com as barreiras humanas, declarando que todos são iguais, tanto como pecadores como objeto da graça de Deus. Por isso, a parede de separação entre judeus e gentios foi derrubada (Ef 2.14). Não há mérito e ninguém é melhor que ninguém. A salvação é obra da graça.
2. A universalidade do evangelho significa que só há salvação pela graça e por meio da fé em Jesus (Ef 2.8,9). Ninguém pode ser salvo a não ser por Cristo. A igreja de Jesus precisa de visão evangelística e missionária. Ninguém é salvo por ser bom, mas somente por Jesus. O destino eterno de bilhões de pessoas está nas mãos da igreja. Nas minhas e em suas mãos.
3. Precisamos lembrar que o tema central da pregação da igreja é Cristo e Cristo crucificado (1Co 2.2). Há muita pregação sociológica, de conceitos humanos, e igrejas mais preocupadas com sua filosofia eclesiástica e em “fidelizar” clientes do que em anunciar que só Jesus salva. Precisamos evangelizar, pregar mensagens evangelísticas, realizar série de conferências evangelísticas, distribuir folhetos, falar de Jesus ao mundo. Nunca esqueçamos que SÓ JESUS CRISTO SALVA!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A CONVERSÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA

Texto bíblico: Atos 9


Atos 9.1-6 narra um dos momentos mais marcantes da história. O cristianismo e o mundo serão mudados. Uma obscura seita judaica, “O Caminho” (9.2), dará uma guinada em seu rumo. O vinho novo sairá do odre velho, e o instrumento para isso será um fariseu que se encontrou com Jesus ressuscitado. O até então desconhecido fariseu se tornará, depois de Jesus, o maior vulto do cristianismo e da humanidade.
O fato deve ter sucedido três anos após a morte de Jesus. Homens e mulheres do Caminho vinham pregando o Cristo crucificado, o que despertou a ira de Saulo. O capítulo 9 mostra seu estado emocional: “respirando ainda ameaças” (v. 1). Um homem contra Cristo. E termina com ele pregando (v. 29). Um homem dominado por Cristo. O Caminho não morrerá. A perseguição não o abaterá. Um perseguidor teve um encontro com Jesus e levará seu nome ao mundo, mesmo sob perseguição. E isto de tal maneira que nós, estudando sua vida e lições, somos devedores ao seu ministério. Com mente e coração abertos caminhemos pela vida e ensinos de Saulo de Tarso, depois Paulo, o cristão por excelência.

A infância de um menino judeu

Pouco se sabe sobre esta fase de Paulo. Ele silencia sobre ela. Há apenas lendas, que não nos interessam, sobre o período. Sua vida, como menino e adolescente judeu deve ter sucedido assim: com cinco anos de idade foi alfabetizado e começou a ler as Escrituras. Com seis foi enviado a uma escola rabínica. Aos dez foi instruído na lei oral. Aos doze teve sua cerimônia de tornar-se filho da lei. Assim começou sua carreira de judeu ortodoxo.
Entre os treze e dezesseis anos deve ter sido enviado a Jerusalém para ser educado como rabino: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, conforme a precisão da lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim como o sois todos vós no dia de hoje” (At 22.3). Lá estudou com Gamaliel, o mesmo de Atos 22.33-40, que alguns dizem ter sido cristão oculto. Paulo tinha uma irmã morando na cidade (At 23.16). Hospedagem não teria sido problema.

Quem era Paulo?
Na primeira década de nossa era havia dois meninos, em cidades diferentes (Nazaré e Tarso), sem que um soubesse do outro. O primeiro mudou e marcou o mundo para sempre. O segundo tornou o primeiro conhecido fora dos limites da religião dos dois, o judaísmo. E pôs a vida em função dele, a ponto de dizer: “... e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2.20). Graças ao segundo, sabemos muito do primeiro, Jesus de Nazaré. Mas sobre ele, que sabemos? Quem foi ele? Ele nos responde.
Pelo nascimento: “Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia” (At 21.39). Não era um qualquer. Orgulhava-se de sua descendência religiosa e de sua cidade natal.
Pela cidadania: “Vindo o comandante, perguntou-lhe: Dize-me: és tu romano? Respondeu ele: Sou. Tornou o comandante: Eu por grande soma de dinheiro adquiri este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento” (At 22.27,28). Era cidadão romano, com todos os direitos.
Pela sua cultura, segundo os outros: “Fazendo ele deste modo a sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar” (At 26.28). Seus juízes atestaram sua vasta cultura.
Pela sua religião: “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fui fariseu; quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível” (Fp 3.5,6). Membro da seita mais ortodoxa do judaísmo, ele foi “irrepreensível”.
Espiritualmente: “Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1Co 15.9,10).
Extraordinariamente culto, de grande capacidade de trabalho, espiritualmente zeloso, judeu radical. Sua conversão redirecionou todo seu cabedal a serviço de Jesus. No dizer de Stott, Paulo era um homem “intoxicado de Cristo”. O mundo deve muito a esse homem, que Rohden denominou de “o maior bandeirante do evangelho”. Sua paixão por Jesus é um desafio à nossa fé.

A transformação

Uma palavra de Paulo merece nossa atenção, por sintetizar sua vida: “nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus” (1Co 15.9). Há dois limites nela: perseguidor da igreja de Deus e apóstolo. A mudança se deu no caminho de Damasco. Há três narrativas de sua conversão, em Atos: 9.1-19 (narrada por Lucas), 22.1-16 (contada por ele em discurso ao povo de Jerusalém após sua prisão) e em 26.10-18 (em Cesaréia, contada por ele, diante de Agripa e de Festo). Esta experiência o marcou para sempre. Nunca mais Paulo foi o mesmo. A conversão deve mudar a pessoa.
Muitos tentaram desacreditar esta experiência, dando-a como produto de cansaço físico e emocional ampliado por uma caminhada ao sol do meio-dia. Outros tentaram atribuir-lhe uma doença mental. Sua conversão teria sido apenas uma alucinação.
O evento foi sobrenatural, e não uma ilusão, pois foi uma luz mais forte que o sol do deserto, ao meio-dia (At 22.6). Os homens ouviam a voz, mesmo não a entendendo (v. 7, cf. At 22.9). O poderoso e arrogante perseguidor cai por terra. Uma voz o alcança: “Saulo, Saulo, por que persegues?” (At 9.5). A repetição do nome próprio era uma forma carinhosa de tratamento (Êx 3.4, 1Sam 3.4). Ele odiava, sem conhecer, o dono daquela voz. O dono daquela voz o amava. Atônito, Paulo pergunta: “Quem és tu, Senhor?”. A resposta foi: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Que impacto! Que choque! Ele não perseguia seguidores de uma superstição, mas alguém vivo, que agora o alcançara e derrubara! Jesus era real! Estava vivo! E Paulo o perseguia! Caçava seus seguidores! Mas o Grande Caçador dos Céus o alcançou. Não com o ódio com que ele caçava, mas com ternura. A graça de Jesus o alcançou. Por isso, mais tarde ele escreverá, como ninguém, sobre a graça de Deus. Ele a experimentou em Jesus. Quem tem um encontro real com Jesus prova a graça.

Disposição para o serviço

A conversão de Paulo não foi superficial. Foi radical, profunda, como deve ser uma conversão. Ele não se aculturou nem aderiu a um grupo. Ele foi transformado pelo poder de Jesus, e como resultado, quis servi-lo: “Então perguntei: Senhor, que farei? E o Senhor me disse: Levanta-te, e vai a Damasco, onde se te dirá tudo o que te é ordenado fazer” (At 22.10).
Quem é autenticamente convertido tem como desejo principal fazer alguma coisa para seu Salvador. Como Paulo mais tarde diria: “Pois o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14). Conhecer o amor de Jesus provoca um santo constrangimento na vida. Quem conheceu seu amor quer servi-lo. Muitos convertidos hoje querem entretenimento e que Deus ou a igreja cuide deles. Mas nunca se perguntam o que podem fazer pelo Senhor. Uma pessoa verdadeiramente salva é grata e mostra espírito de serviço. Muitos querem ser servidos, mas a vida cristã é servir. Jesus nos deu o exemplo: “Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). Paulo seguiu seu exemplo.

Para pensar e agir

1. Nenhum coração é bastante duro para não ser alcançado pela graça de Jesus. Não deixemos de orar por pessoas sem Cristo, pensando que elas são muito duras e nunca se converterão. Não há limites para o poder de Jesus.
2. O propósito real de Deus para nós só pode ser descoberto em Cristo. A conversão redireciona nossa vida.
3. Quem é convertido deseja servir a Jesus. Vida cristã é dedicação a Cristo, não busca de vida fácil e prazerosa. Você é convertido? Sirva!

Leitura Diária

Segunda: Atos 7.55-8.3
Terça: Atos 9.1-6
Quarta: Atos 9.17-30
Quinta: Atos 26.4-19
Sexta: 1 Coríntios 15.1-11
Sábado: Efésios 3.1-13
Domingo: Gálatas 2.15-21

Quem sou eu

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Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!