quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Cristo: assunto central no culto


Texto Bíblico: 1Coríntios 3.1-23

Introdução

Fanny Jane Crosby, ao compor a letra do hino 547 do Hinário Para o Culto Cristão, registrou:
“Sabeis falar de tudo que neste mundo há,
 mas não dizeis palavras de Deus que tudo dá?

“Falamos do mau tempo, do frio e do calor.
Oh, bem melhor seria falar do Salvador!”.
E prosseguiu, exortando:
“Irmãos, irmãos, falemos de nosso Salvador”.
O principal assunto da igreja é Cristo. Ele é a Boa-Nova para a humanidade (Lucas 2.10,11). Fora dele, não há igreja; pois igreja é uma comunidade de pessoas regeneradas por Cristo, biblicamente batizadas e comprometidas em segui-lo, imitando-o em pensamentos, palavras, ações e atitudes. Simplificando, igreja é um grupo de pessoas que querem ser como Cristo.
É preocupante que numa igreja outros assuntos ganhem mais evidência que Cristo. É um sinal de afastamento da missão, o que requer retorno à santidade. Qualquer voz que tente competir com a de Cristo deve ser refutada.
Em diversos momentos na história da igreja cristã surgiram falsas vozes, buscando encontrar espaço entre os servos de Cristo, promovendo ensinos daninhos à fé verdadeira: “Mas entre o povo também houve falsos profetas, assim como entre vós haverá falsos mestres. Às ocultas, introduzirão heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou e trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2Pedro 2.1).
Uma igreja ocupada com Cristo saberá discernir entre o que é bíblico e o que é vã filosofia humana (Colossenses 2.8). A recomendação divina é clara: “Já que fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas de cima, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas de cima e não nas que são da terra; pois morreste, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3.1-3).
O próprio Jesus, após libertar o gadareno da opressão maligna, o “ocupou” com o assunto mais importante para um cristão: “Volta para a tua casa e conta tudo o que Deus te fez. E ele foi, aunciando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe havia feito” (Lucas 8.39).
Se Cristo é assunto que não se esgota nem fica ultrapassado, que a igreja viva, pense, imite, siga e fale de Cristo. E que esse estilo de vida em Cristo ganhe visibilidade no culto, individual e coletivo.

1. Culto à personalidade

Lamentavelmente, o “culto à personalidade” não é apenas uma estratégia dos políticos em campanhas eleitorais. Numa definição simples, “o culto de personalidade ou culto à personalidade é uma estratégia de propaganda política baseada na exaltação das virtudes – reais e/ou supostas – do governante, bem como da divulgação positivista de sua figura. Cultos de personalidade são frequentemente encontrados em ditaduras, embora também existam em democracias” (Fonte: Wikipédia).
Sabemos que Deus reprova cabalmente a prática da idolatria. O perigo é pensarmos em idolatria somente em relação às imagens e descuidarmos da idolatria de pessoas, até porque o conceito de idolatria não se resume aos cultos pagãos. Idolatria é toda e qualquer honraria e veneração a alguma coisa ou a alguém no lugar de Deus.
Quando Cristo deixa de ser o assunto central no culto, fatalmente a idolatria entrará em cena. Cultuar é adorar e, se Deus não é o adorado, alguém ou alguma outra coisa o será.
Temos de tomar cuidado para não competirmos com a glória que é exclusivamente de Deus. Há pessoas que se julgam tão importantes, que chegam a pensar que são indispensáveis para a qualidade do culto na sua igreja.
Há também o erro de só ir ao culto se o pastor fulano pregar, se o irmão tal cantar, etc. Será que isso não pode ser uma espécie de idolatria, de culto à personalidade?
Está na moda, mais do que nunca, o “pastor pop star”. São estrelas, artistas, hipócritas, menos pastores de verdade. São falsificadores da fé, que levam as pessoas a se curvarem diante deles, a engordarem suas contas bancárias, menos a se arrependerem dos seus pecados e confessarem a Cristo como Salvador e Senhor.
Às vezes, pensamos que isso está longe de nós e que somos inatingíveis. Pensar assim é andar à beira do precipício. Temos de nos vigiar constantemente e pedir a Deus que nos livre da assimilação do erro da autoidolatria.

2. Culto ao mercado

Assim como a idolatria, o culto ao mercado é um grande estrago para a igreja. O que queremos dizer com “culto ao mercado”? É abrirmos mão de nossos princípios para “comprar” o que está na moda, o que todo mundo faz, mesmo que seja contrário ao que cremos.
Exemplificando: uma determinada música está caindo na graça do povo, mas a sua letra contraria o que cremos e, mesmo assim, a cantamos, só para “estar na moda”, para manter o culto da igreja “atualizado” com o que está “bombando” no mercado gospel. Isso não acontece só com a música, é claro.
Não podemos esquecer a exortação bíblica: “não acompanhe a maioria para fazer o mal” (Êxodo 23.2).
Contextualizar o culto é preciso, mas isso não significa banalização de princípios em busca de sucesso e de falso crescimento. Nem tudo o que está no mercado é “produto” apropriado.
  
3. Fundamento do culto

No texto bíblico de referência para esta lição, encontramos o ensinamento paulino sobre a carnalidade, que causa divisões na igreja. Ele repreendeu os sintomas da “espiritualidade infantil” dos coríntios, que não podiam tolerar verdades espirituais mais profundas, pois ainda careciam de conhecimento dos fundamentos básicos da fé.
Os coríntios competiam entre si, tentando mostrar superioridade e exaltando determinados pregadores, aliando-se a um e a outro, criando partidos rivais. Eles pensavam que eram sábios (1Coríntios 3.18), grandes conhecedores e cheios de espiritualidade. Estavam cegos para as suas verdadeiras necessidades espirituais.
Paulo ensinou a inferioridade dos pregadores em relação a Cristo, pois são simplesmente servidores daquele que faz a obra crescer. Também deixa claro que nenhum cristão precisa “reivindicar” nada, porque Deus nos deu todas as coisas em Cristo.
A igreja é o edifício de Deus, tendo Cristo como fundamento. Paulo instrui que Cristo é o “material” exclusivo para a fundação. Noutras palavras, Cristo é o próprio fundamento, o alicerce (3.11).
Somos cooperadores na construção sobre o fundamento, que é Cristo, até porque nós mesmos estamos edificados nele. Não devemos fazer parte do grupo daqueles que tentam, frustradamente, destruir o fundamento com falsos ensinos.
O fundamento para o culto é Cristo. Qualquer celebração edificada fora dele ruirá. Se Cristo não for o foco, não for o centro, o culto será falso.

Para pensar e agir

Somos cristãos porque assumimos um compromisso com Cristo. Como casa edificada na rocha, somos igreja edificada em Cristo (Mateus 7.24-29). Não dependemos de circunstâncias para a firmeza na fé, porque a firmamos em Cristo, e Cristo não é circunstancial e temporal, como nós. Ele é eterno, suficiente e perfeito.
Partindo desse pressuposto evidenciado pela Palavra de Deus e comprovado no dia a dia da igreja, atentemos para alguns detalhes que fazem toda a diferença:
·         Cristo é o ponto de partida e de chegada. Lembremos que “todas as coisas são dele, por ele e para ele” (Romanos 11.36). Cristo não é pretexto para o culto, e sim o assunto principal.
·         Culto não é palco para lançamento de celebridades. Só há uma pessoa em evidência na celebração, e se chama Cristo Jesus. Essa afirmação não pode ser apenas retórica. Estamos todos abaixo de Jesus e em igualdade entre nós. Essa ideia de “supercrente”, de “guro espiritual” não combina com as nossas doutrinas neotestamentárias. O sacerdócio universal de todos os crentes deve ser constantemente relembrado. Noutras palavras, todos temos livre acesso a Deus por meio de Jesus, único e suficiente mediador.
·         Piedade e compromisso com a excelência são fundamentais. A piedade nos leva a uma postura de servo, com humildade e profundo respeito às coisas de Deus. Junto à piedade, precisa estar o compromisso com a excelência, porque ser humilde não é sinônimo de aceitar que o culto aconteça de qualquer maneira. Deus merece o melhor, sempre. A cada culto, a igreja precisa demonstrar mais qualidade. O discurso de que determinada programação não ficou boa, mas deixa assim mesmo porque é para Deus não é correto. Temos de buscar a excelência em todo o tempo.

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 110 e 111
Terça: Salmos 112 e 113
Quarta: Salmos 114 e 115
Quinta: Salmos 116, 117 e 118
Sexta: Salmo 119.1-32
Sábado: Salmo 119.33-64
Domingo: Salmo 119.65-96


Missões Mundiais 2013


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A IBEC foi muito bem representada pela nossa Dcsa e Promotora de Missões Elaine no Acampamento de Promotores de Missões JMM. Esse ano o tema é Testemunhe às Nações pelo poder do Espírito. Viva e testemunhe o Evangelho de Cristo através do seu testemunho. Doe seu tempo, sua vocação, sua oferta com amor e sinceridade. Envolva-se com a missão. DOE-SE! Cristo nos chama para testemunhar do Seu maravilhoso amor e talvez não podemos ir pra tão longe, mas podemos aqui mesmo falar, ofertar, orar e ser um missionário como Jesus quer...Vá com tudo o que você tem e é. Alcance o mundo através do seu testemunho. VÁ! Anuncie o Salvador onde você estiver. Todo crente precisa testemunhar o amor de Deus, pois o poder do Espírito Santo nos capacita para falar. MOBILIZE!
COMO EVANGELIZAR GRUPOS ESPECÍFICOS TEXTO BÍBLICO: Mateus 9.35,36 Deus deseja que o evangelho alcance todos, sem distinção. Grupos específicos são: prostitutas, viciados em drogas e álcool, os de opção sexual diferente do ensino bíblico, presidiários, moradores de rua, etc. O Brasil é um país de desigualdades. Existem muitos grupos marginalizados. São aqueles colocados à margem da sociedade movidos por preconceitos e falta de oportunidades. Vivem sem esperança, afeto, carinho, amor e salvação. São muitos que se tornaram vítimas de situações sociais opressoras e injustas. Quantos não têm o pão para comer nem a roupa para vestir. Deus quer salvar aqueles que estão na estrada dos vícios, das opressões, da criminalidade, etc. Quantos alcoólatras, drogados, viciados, que estão sendo levados pela correnteza do aprisionamento de suas emoções, intelecto, pelo “pó da destruição”, pela podridão. Deus ama toda essa gente e quer vê-las transformadas e com compromisso com seu Reino eterno e santo. 1. É PRECISO IDENTIFICAR A VERACIDADE DA REALIZADADE HUMANA (vv.35,36) Jesus percorria todas as cidades e aldeias (v.35) e viu muitos andando desgarrados e errantes. Sensibiliza-nos, ou não, saber que são muitos os errantes em nossas cidades? Sensibiliza-nos, ou não, saber que muitos estão à margem da sociedade? Sensibiliza-nos, ou não, saber que quando existem ações para essa gente são leis para perpetuar o pecado e para dar legitimidade ao erro? A igreja não pode fazer “vista grossa” para a realidade que assola e ameaça nossa gente que precisa de transformação legítima e autêntica. Percorrer todas as cidades e aldeias traz a ideia de alguém, no caso, Jesus, com compromisso de visão ampla e larga. À medida que a igreja percorre a cidade, ou seja, tem uma visão maior, vê a realidade humana. Conheço a história de um jovem crente, comprometido com o Senhor, que, percorrendo a sua cidade à noite começou a ver muita gente desprotegida, sem Cristo e Salvação, mendigos, moradores de rua, etc. Isso o incomodou tanto que compartilhou a visão que Deus lhe deu com seu pastor, vários irmãos e com a igreja e aí surgiu um projeto especial com moradores de rua. Nasceu o Projeto Resgate. A igreja pode até ter um lindo templo, pode ter uma “liturgia” cheia de beleza, pode ter um programa educacional invejável, mas a igreja que sai para percorrer a cidade com certeza fará uma mudança em sua agenda de vida e programa. Percorrer a cidade e aldeia é o mesmo que levantar os olhos conforme dito do Mestre: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (João 4.35). Jesus viu muita gente errante, desgarrada e sem apascento. Há muita gente errando quanto à fé, quanto à ética, quanto às suas escolhas de vida porque falta cuidado espiritual. A vocação da igreja é apascentar gente que assim vive. 2. É PRECISO ENTENDER QUE ESSAS PESSOAS PRECISAM SER ALCANÇADAS (v.35) O resultado de percorrer serviu não para fazer um censo ou coisa parecida. Não para que houvesse dados e informações. Não foi para que houvesse uma estatística para sensibilizar gente. O resultado de percorrer foi alcançar os perdidos. Todo o tipo de gente. Eram os grupos especiais da época. Buscar informações, ficar sensibilizado e não acontecer algo de concreto não é nada! Remover os preconceitos é uma tarefa necessária, mas difícil. Todos são contra o preconceito, mas quando nos deparamos com os chamados grupos específicos sentimo-nos esmagados pela cultura de separação, muitas vezes, e nesse caso, muito mal conceituado e interpretado. E isso se torna mais difícil ainda quando saímos da fase da evangelização para a etapa da integração. Temos temores que precisam ser vencidos. O evangelho sempre foi a força vencedora. Sempre venceu barreiras geográficas, sociais e étnicas. O evangelho de Jesus de forma real pode vencer em nós mesmos essas barreiras e a do preconceito. 3. É PRECISO OLHAR PARA ESSAS PESSOAS COM OS OLHOS DE JESUS (v. 36 a) Diz o texto: “Vendo ele as multidões”. Uma forma diferenciada de ver as pessoas. Os marginalizados neste mundo precisam ser vistos de forma diferente da que nos acostumamos a vê-los. Essas pessoas são ovelhas, mas sem pastor. Perceba a maneira como Jesus as vê. Não as chama de lobos, mas de ovelhas. O potencial delas é para o bem. Elas podem ser alcançadas. Vivemos numa sociedade discriminatória, mas a igreja tem os seus olhos diferentes dos do mundo. Os olhos da igreja são os olhos de Jesus. Não podemos continuar olhando com os olhos de reprovação e condenação, mas com os olhos de compaixão. Para desenvolvermos uma ação evangelizadora e missionária com grupos específicos precisamos ter esse olhar. Olhar com os olhos de Jesus significa um olhar terno, apurado e constante. Esse olhar perseverante é preciso porque pensamos que, quando os de grupos específicos chegam, de imediato queremos ver mudança de comportamento e de seu trejeito. Não nos precipitemos com a nossa maneira imediatista de querer ver as coisas baseados numa ignorância de conhecimento social desses grupos. 4. É PRECISO RECONHECER QUE ESSAS PESSOAS PRECISAM DA AÇÃO TERAPÊUTICA DA IGREJA (v.35b) Cura é o que muita gente precisa. Cura física, cura emocional e espiritual. A igreja precisa exercer sua função terapêutica neste tempo de tanta carência. Jesus nunca se preocupou com o que uma pessoa era ou deixava de ser. O alvo de Jesus era resgatar todas. Temos os exemplos da mulher samaritana, da prostituta, de Zaqueu e tantos outros. Jesus via nesses as oportunidades de salvação e restauração. Os de grupos específicos são seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus e que precisam dessa semelhança e imagem restauradas pelo poder do evangelho. Paulo declara que: “O evangelho é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Todos precisam da nova vida, que é Cristo. A Bíblia diz: “Aquele que está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Coríntios 5.17). Eles precisam de cura da alma, de seus traumas. Essa ação terapêutica envolve também a restauração da dignidade humana, que um dia perderam por causa dos vícios e de suas atitudes não éticas. Jesus combatia o pecado e não o pecador. Não acusemos porque essa não é a nossa função. Jesus disse para a mulher: “Onde estão os teus acusadores?” (João 8.10). Jesus não a condenou, mas mostrou um caminho e opção diferente. A igreja precisa trabalhar para atender as necessidades básicas do pecador em tais situações. É preciso oferecer roupa, comida, médico, medicamentos, e, em alguns casos, internação. Esse é um grande desafio missionário com grupos específicos. Um simples banho num morador de rua ajuda-o a se ver de forma diferente. Um banho pode fazê-lo entender a mensagem do evangelho, que purifica o coração e a alma. É preciso ensinar a Palavra, mas é preciso fazer essas pessoas sonharem o sonho da dignidade do viver e o sonho da eternidade. Jesus declarou dizendo que veio para os pecadores e não para os justos (Mateus 9.13). É preciso explicar que nunca perderam o seu valor para Deus. Jesus veio para os doentes e não para os sãos, pois os sãos não precisam de remédio, mas os doentes. PARA PENSAR A AGIR Não deixe de promover ações missionárias entre os grupos específicos porque não se tem estrutura necessária. Comece já, comece agora e faça o que está ao seu alcance. É preciso ter visão das necessidades e vencer barreiras do preconceito e da falta de conhecimento. A igreja não pode ser ignorante quanto à realidade do mundo. Desenvolva parcerias com aqueles que já desenvolvem projetos e medidas visando alcançar os presidiários, viciados, moradores de rua, etc. LEITURAS DIÁRIAS segunda ...Mateus 9.35,36 terça ...Mateus 9.13 quarta ...João 8.1-11 quinta ...Romanos 1.16 sexta ...2Coríntios 5.17 sábado ...João 4.35 domingo ...Lucas 19.10

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Lenda do Rito de Passagem da Juventude dos Índios Cherokees

Lenda do Rito de Passagem da Juventude dos Índios Cherokees O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo.. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo. Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Jesus Cristo está olhando para nós, ‘sentado ao nosso lado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo. Evite tirar a sua venda antes do amanhecer... Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja conosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Música na Bíblia, 2

Texto Bíblico: Lucas 1.46-55 Introdução Na lição anterior, estudamos sobre a música no Antigo Testamento, destacando nele, também, o entendimento da expressão “louvor e adoração”, além do destaque para os Salmos. Continuaremos na mesma temática, agora, com ênfase no Novo Testamento. 1. Música no Novo Testamento Ao ler o Novo Testamento, continuamos a ser advertidos sobre a importância da música na adoração. Lucas registrou que as milícias celestiais surgiram no firmamento com o seu “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama” (2.14). Fala também que “os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora falado” (2.20). Simeão, já com a idade avançada, louvou entusiasticamente a Deus, ao ter Jesus em seus braços (2.28). O próprio Jesus, enquanto realizava o seu ministério terreno, foi visto constantemente no Templo, participando dos cultos solenes de adoração, e não há registro algum de que Ele proferiu palavras de reprovação às músicas entoadas para o louvor do Pai celestial. Na noite em que foi traído, inclusive, Jesus realizou a ceia com os discípulos e cantou com eles (Mateus 26.30). Estudiosos registram que foram cantados no fim da ceia os chamados “Salmos de Hallel” (hallel significa “louvor”). O apóstolo Paulo exortou, em suas cartas, ao ensino com cânticos (Efésios 5.19; Colossenses 3.16). Na prisão, ele e Silas, à meia-noite, cantaram hinos de louvor a Deus e fizeram orações (Atos 16.25). João, o último dos doze, quando estava no exílio na Ilha de Patmos, ouviu e escreveu sobre uma música jamais ouvida pela humanidade, antes e depois daquele tempo: “Ouvi um som do céu, como o barulho de um grande temporal e o estrondo de um grande trovão. O som que ouvi era como o de harpistas que tocavam suas harpas” (Apocalipse 14.2). Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a música tem lugar na celebração a Deus. 2. Louvor e Adoração no Novo Testamento Diferentemente do Antigo, o Novo Testamento não fornece tantos detalhes acerca do culto, da liturgia ou do canto no culto. No evangelho de Lucas, capítulos 1 e 2, são encontrados os chamados “cânticos de infância”: o de Maria, conhecido como Magnificat (1.46-55); o de Zacarias, conhecido como Benedictus (1.68-79); o dos anjos, que ficou conhecido como Gloria in Excelsis Deo (2.14); o de Simeão, também denominado Nunc dimittis, que equivale a “podes despedir em paz o teu servo” (2.29-32). Todos esses cânticos registrados por Lucas foram entoados quando do nascimento de Jesus, baseados em textos do Antigo Testamento. O texto que narra o encontro de Jesus com a mulher samaritana é um dos primeiros que fala sobre louvor e adoração no Novo Testamento. Ela tinha dúvida sobre o local em que se deveria adorar a Deus. Jesus a esclareceu com um conceito novo até para os judeus (João 4.23), pois Ele falava sobre a espiritualidade do culto: “adoração em espírito e em verdade”, que é muito mais importante do que hora e lugar. Na igreja primitiva, louvor e adoração foi considerado atividade diária (Atos 2.42-47). Paulo também se referiu à entrega da vida como ato de culto em Romanos 12.1: “Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. O autor da carta aos Hebreus falou sobre o valor da reunião como igreja de Cristo: “Não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25). Apocalipse, último livro da Bíblia, é recheado de referências acerca da igreja e do seu futuro, quando adorará a Deus para sempre (19.1-8). Fato interessantíssimo é que no fim da visão, João assim registra: “Eu, João, ouvi e vi todas essas coisas. Quando as vi e ouvi, prostei-me aos pés do anjo que as mostrava a mim, para adorá-lo. Mas ele me disse: olha, não faças isso, porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus” (22.8,9). Uma coisa é totalmente enfatizada em toda a Bíblia: Deus é o único que deve receber a nossa adoração. 3. Considerações • A Bíblia dá ênfase à música no culto, mas nem tudo no culto é música. Noutras palavras, o culto não é só música. Outro cuidado que devemos ter é não considerarmos a música como preparação para o culto, pois a música faz parte do próprio culto e deve proclamar a Palavra de Deus com a mesma seriedade e profundidade do sermão. De forma alguma a música no culto deve ser vista como intervalo entre alguma coisa e outra, como descanso para a congregação ou como tempo para a acomodação das pessoas no templo. • Graças a Deus, superamos as antigas insistências de que determinados instrumentos não devem ser usados no culto (o piano e a bateria, por exemplo, em épocas diferentes, foram vítimas desses argumentos). Sabemos que o Novo Testamento traz poucas referências a instrumentos, mas não podemos desconsiderar o fato de que no tempo do Novo Testamento as congregações não podiam gastar muito dinheiro com instrumentos caros, como faziam no tempo do Antigo Testamento. A maior parte das igrejas do Novo Testamento, devido à perseguição, mudava-se e, portanto, dispunha de pouco ou de nenhum tempo para desenvolver a música ou capacitar seus músicos. Não devemos esquecer, também, que as igrejas do Novo Testamento, em seus primeiros passos, usaram, tanto quanto possível, o mesmo programa dos tempos do Antigo Testamento, pois a maioria dos cristãos era constituída de judeus. • A música, além de ser uma bênção no culto coletivo, também deve ser usada como expressão de sentimento devocional do nosso coração e de consagração ao nosso Salvador. A música também deve ser empregada no lugar secreto de nossas devoções particulares, quando temos comunhão com Deus e nos derramamos em sua presença. • Não devemos menosprezar o valor didático da música. Regra geral, ela fica mais na mente do que o sermão. A música é um meio eficiente para a pregação do evangelho. Certa ocasião, André Fletcher disse: “Dai-me o direito de compor as canções de uma nação e eu não me preocuparei com quem faz as suas leis”. A música tem grande poder de influência. Devemos utilizá-la com sabedoria. • A música, ou qualquer outro assunto, não deveria causar divisões na igreja. Tudo tem o seu tempo e qualquer fato novo tende a ser rejeitado de início. É comum e lamentável ouvir de divisões por questões culturais. A igreja é uma comunidade e, como tal, deve ser trabalhada para o equilíbrio. Para que alcancemos esse equilíbrio, não é a cabeça de um e de outro que decidirá por todos. Pelo contrário, a comunidade deve ser ouvida e respeitada. Para pensar e agir Num dos cultos na Primeira Igreja Batista no Bairro São João, onde tenho a alegria de servir, juntamente com a minha esposa, fui profundamente tocado quando entoávamos a canção “Jesus, Essência do Louvor” (1ª IB Curitiba). Transcrevo parte da letra, que, certamente, nos provocará à reflexão e ação: Quando o som se vai tudo se desfaz, eu me achego a ti para dar-te, ó Deus, algo de valor, que alegre a ti. Dar-te hei mais que uma canção, pois a música em si não é o que queres de mim. Tu sondas meu interior, sabes tudo que sou e queres meu coração. Quero adorar-te com minha alma, és o meu Salvador, a essência do meu louvor. Perdão, Senhor, é o que mais quero. És o meu Redentor, a essência do meu louvor. Leituras Diárias Segunda: Salmos 97, 98 e 99 Terça: Salmos 100, 101 e 102 Quarta: Salmos 103 e 104 Quinta: Salmo 105 Sexta: Salmo 106 Sábado: Salmo 107 Domingo: Salmos 108 e 109

Música na Bíblia, 1

Texto Bíblico: Êxodo 15.1-18 Introdução A música, embora tão admirada, ainda tende a ser um assunto controvertido no culto, lamentavelmente. O problema não está na preferência de determinado estilo musical, mas na intolerância com os outros estilos musicais. Entre nós, batistas, a inclusão da música no culto não foi um assunto fácil. Benjamim Keach foi quem introduziu o canto nas igrejas batistas inglesas. Keach conseguiu, em 1673, que a igreja em Horsleydown cantasse um hino no fim da ceia, permitindo que os contrários se retirassem antes de ser cantado . Nesta e quaisquer outras questões, a Bíblia é quem define, até porque nos é valioso demais o princípio da autoridade da Bíblia como única regra de fé e prática. Por isso, vamos caminhar, de forma bem resumida, pelas páginas bíblicas, com a finalidade de extrair o que a Palavra diz sobre a música na prática coletiva de culto. 1. Música no Antigo Testamento Os judeus tinham músicas para diversas ocasiões. Quando o povo passou pelo mar Vermelho, entoou com Moisés o hino que lemos como texto de referência nesta lição (Êxodo 15.1-18). É um primitivo cântico religioso lindíssimo, acompanhado de instrumentos e de uma responsiva antífona, dirigida por Miriã, irmã de Moisés: “Cantai ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro” (v. 21). Moisés, no fim do seu ministério, podemos assim dizer, deixou um hino para Israel (Deuteronômio 32.1-43), introduzido no capítulo 31: “Então Moisés proferiu todas as palavras deste cântico, enquanto toda a assembleia de Israel o ouvia” (v. 30). Após o cântico, o verso 44 arremata: “Então Moisés veio e proferiu todas as palavras deste cântico na presença do povo, ele e Oseias, filho de Num”. Antes de morrer, Moisés deixou uma música para o seu povo! Davi é outro exemplo de líder que dava à música um lugar de destaque. Foi com música que ele levou a arca do concerto para o tabernáculo. “Davi ordenou que os chefes dos levitas escolhessem alguns músicos, dentre seus parentes, para tocarem instrumentos musicais, com lira, harpas e címbalos, e cantarem com alegria” (1Crônicas 15.16). O verso 28 volta a falar dessa ordem, agora cumprida: “Assim, todo Israel levou a arca da aliança do Senhor, com júbilo, ao som de cornetas, trombetas e címbalos, acompanhado de liras e harpas.” Em 2 Crônicas 5, encontramos a música sendo utilizada na dedicação do Templo construído por Salomão. Interessante, também, é o fato do maior livro da Bíblia – Salmos – ser um hinário . 2. Louvor e Adoração no Antigo Testamento A expressão “louvor e adoração” tem sido muito comum nas celebrações para designar o momento em que a congregação, conduzida por uma equipe de músicos, entoa cânticos avulsos. O perigo está em confundir o momento de cânticos espirituais como único momento de louvor e adoração no culto. Os cânticos são uma das expressões possíveis de louvor e adoração. Philip Yancey afirmou que “adorar a Deus hoje significa preencher aos brados todo e qualquer silêncio” e, ainda, falou sobre um autor de várias canções que se disse preocupado com a música de adoração que está pondo o foco nos músicos e não em Deus . Temos de fugir desse erro! G. Wainwright disse que “o louvor público é também testemunho diante do mundo. Deve ter Deus como seu propósito (...). Um hino cuja intenção não seja o louvor a Deus de alguma forma deveria ser considerado uma idolatria” . O verdadeiro ambiente de adoração, conforme a visão de Isaías 6.1-8, é aquele que conduz o adorador à consciência dos seus pecados e à necessidade de se buscar a santidade de Deus, que sempre nos impulsiona ao cumprimento da missão e ao serviço. As referências de culto no Gênesis falam de Abraão, Isaque e Jacó (12.9, 13.4, 26.25 e 33.20). Eram pequenas cerimônias litúrgicas. Nos mandamentos, conforme Êxodo 20.1-6, Deus orienta Moisés e o povo judeu sobre como deveria ser a adoração. A ordem de abandonar outros deuses foi clara. São vários os textos no Antigo Testamento que mostram a correção divina face à adoração corrompida e idólatra. Isso nos ajuda a entender que, para Deus, não importa o estilo de música no culto e, sim, a vida dos adoradores. O que Deus pede para que o culto seja aceito é santidade: “Eu detesto e desprezo as vossas festas; não me agrado das vossas assembleias solenes. Ainda que me ofereçais sacrifícios com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem olharei para as ofertas pacíficas de vossos animais de engorda. Afastai de mim o som dos vossos cânticos, porque não ouvirei as melodias das vossas liras. Corra porém a justiça como águas, como o ribeiro perene” (Amós 5.21-24). Há outros textos que reforçam a mesma ideia, como 2Crônicas 26.26-20 e Isaías 1.11-17. 3. Louvor e Adoração nos Salmos Embora o Antigo Testamento tenha sido comentado no tópico anterior, daremos um destaque aos Salmos, por se tratar do hinário do povo judeu. Os salmos evidenciam expressões de louvor e adoração de todos os povos (22.27; 66.4; 89.9; 96.6). É um tema bem abordado na coletânea. Davi, embora seja o autor da maioria dos salmos, não foi o único. Os filhos de Coré, Asafe, Moisés e até Salomão também compuseram salmos. O livro é dividido em cinco partes, tornando-o semelhante às leis judaicas – Torá – que também estão contidas em cinco livros. Os quatro primeiros livros terminam com a expressão “bendito seja o nome do Senhor”. O último, com “todo ser que respeira louve o Senhor”. DIVISÃO DOS SALMOS Livro I 1 a 41 Livro II 42 a 72 Livro III 73 a 89 Livro IV 90 a 106 Livro V 107 a 150 Apresentaremos a classificação dos salmos elaborada pelo estudioso Hans-Joachim Kraus : Salmos de louvor. São aqueles que começam com uma expressão hebraica que foi traduzida por “canção de louvor”. Estão arrolados nesta categoria, por exemplo, todos os salmos que contêm a expressão “Louvai ao Senhor” ou “Aleluia” (Exemplo: Salmo 146). Cantos de oração. Aqui estão elencados os salmos para oração individual, nos quais o pronome pessoal “eu” é usado. “Salve-me, ó Deus”, por exemplo (Salmo 54). Salmos de ação de graças. “Rendei graças ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai seus feitos entre os povos” (Salmo 105.1). Salmos “reais”. São aqueles que falam acerca de reis. Contêm elementos também encontrados na literatura do Oriente Próximo, como oráculo e prosperidade para o rei (Exemplo: Salmo 72.15). Cantos de Sião. Como diz o nome, são os que citam essa cidadela, conforme o Salmo 125.1. Salmos didáticos. Apresentam expressões hebraicas equivalentes à sabedoria e entendimento. São ainda colocados nessa mesma classificação aqueles que trazem sabedoria proverbial (Exemplos: Salmos 90, 127 e 133). Salmos que falam de adoração. Kraus afirma que é necessário ter cautela, pois não é tarefa fácil dizer com exatidão onde são encontrados os cultos no Antigo Testamento. Aponta três salmos: 50, 81 e 95. Para pensar e agir Deus requer de nós santidade. Nós, humanos, pelas limitações peculiares, nos limitamos, na maioria das vezes, à aparência. Como Deus nos conhece perfeitamente, Ele é o único que tem o poder de reconhecer a verdadeira adoração. O melhor caminho para nós é buscar a santificação e deixar os assuntos de menor importância como secundários. Podemos trocar ideias sobre estilos musicais, mas sem descuidar do estilo de vida que estamos vivendo, diante de Deus (adoração), principalmente, e diante da sociedade (testemunho). Uma boa disciplina espiritual para o crescimento em santidade é a oração e a leitura da Palavra. Aproveito para relembrar o desafio deste trimestre: a leitura de todo o livro dos Salmos, conforme as orientações das leituras diárias. Na próxima lição, continuaremos no mesmo tema, com ênfase no Novo Testamento. Leituras Diárias Segunda: Salmos 86 e 87 Terça: Salmo 88 Quarta: Salmo 89 Quinta: Salmos 90 e 91 Sexta: Salmos 92 e 93 Sábado: Salmos 94 e 95 Domingo: Salmo 96

Estilos de culto

Texto Bíblico: Efésios 5.19; Colossenses 3.16 Introdução Falar em estilos de culto coletivo é falar em liturgia. Enquanto batistas usamos pouco o termo liturgia. Para alguns, liturgia é “coisa de católico”. Para outros, liturgia traz a ideia de algo formatado, quadrado, limitado. Nossa caminhada pelas lições anteriores nos permite entender que, na verdade, liturgia não é nem uma coisa nem outra. Liturgia é tão somente a “parte visível” do culto, é a nossa tradicional “ordem de culto”, que contém os elementos de tudo o que acontece numa celebração. Uma vez que liturgia é algo secundário em relação ao culto, a variação de estilos litúrgicos em si não é um problema. Problema seria a variação do culto, porque comprometeria a essência. Mas, para facilitar o nosso entendimento, utilizaremos o termo “culto” entendendo-o, nesta lição, como “liturgia”. Com a devida explicação, passemos a refletir no tema de hoje: estilos de culto. 1. Culto nas igrejas batistas Diferentemente das lições anteriores, começaremos esta com um pouco da história do culto batista . Há, pelo menos, três teorias sobre a origem dos batistas. Sem entrar no mérito, pois o propósito aqui não é este, uma dessas teorias afirma que a denominação batista nasceu na Inglaterra. Isso aconteceu por intermédio do ex-anglicano John Smyth, um pastor da ala separatista, que estava sendo perseguido. Face à perseguição, Smyth mudou-se para a Holanda e desligou-se dos separatistas ingleses. Smyth era contrário aos manuais litúrgicos, pois entendia que esses livros eram obstáculos à adoração no culto. O culto de Smyth era longo, centrado no sermão, mas dando oportunidade para que os presentes debatessem o assunto explicado pelo pastor. Eram cultos parecidos com o modelo atual de Escola Bíblica Dominical. O Pastor Smyth também não permitia que fossem utilizados materiais impressos. Para ele, o importante era que a Palavra fosse pregada e que o Espírito Santo tivesse liberdade para orientar a ordem litúrgica. Nos dias atuais, há várias tendências de estilos de culto nas igrejas batistas. Vejamos algumas : • A que segue uma estrutura de culto baseada em Isaías 6.1-8, transplantada pelos missionários norte-americanos, que a ensinaram nos seminários teológicos. Essa liturgia seria “tradicional” ou “erudita”, porque praticamente só é usada nas igrejas onde há ministros(as) de música ou pastores que tenham sido alunos de seminários da denominação. • Existe uma liturgia que se pode rotular como “temática”, uma vez que nela são comemoradas datas de interesse denominacional, tais como: Dia de Missões Nacionais, de Missões Mundiais, do Pastor, de Educação Religiosa, além de outras datas. Sendo assim, a ordem de culto visa prestigiar cantos e leituras que abordem o tema do dia. • A liturgia que segue o tema do sermão do pastor para aquele dia e que pode ser denominada de “liturgia homilética” . • Existem igrejas que mantêm, no culto dominicial da noite, uma ordem de culto oriunda dos metodistas “da fronteira”. James White cita essa liturgia, que ficou conhecida como “liturgia sanduíche”. Ela consiste, resumidamente, em música, mensagem e música, sempre com ênfase evangelística. • Existe a “liturgia renovada”. Talvez seja a que mais esteja se expandindo dentro das igrejas batistas: é aquela livre, espontânea, influenciada pelos neopentecostais. Sua estrutura é praticamente igual à das igrejas carismáticas. Existem duas partes: a primeira, com o chamado período de louvor, em que inúmeros cânticos são entoados, entremeados por orações espontâneas feitas pela equipe de cantores e instrumentistas que lideram o momento. A segunda parte consiste na exposição da Palavra. Ainda há aquelas igrejas que fazem uma mistura de muitos dos tipos descritos acima. Fica, então, difícil, dar um nome para essa liturgia. Talvez o nome mais apropriado seja “liturgia livre”. 2. Princípios para o culto Diante de tantos estilos, não seria sábio brigar por um ou mais deles. De igual forma, não é o melhor caminho buscar uma uniformidade. Creio que o razoável é primar pelos princípios que fazem de nós o que somos. Destacarei dois elementos fundamentais para a nossa reflexão: MÚSICA. Esta é uma das questões mais importantes quando se fala em zelo pela liturgia, porque a música fica mais facilmente gravada em nossas mentes. A seleção das músicas para o culto cristão deve ser muito bem feita, passando um rigoroso “pente fino”. Quando se fala em seleção de músicas para o culto, deve-se levar em conta a comunidade de fé. Não devemos moldar a liturgia esquecendo-nos das pessoas que participam do culto. O teólogo Erik Routley afirmou que a qualidade básica para que uma música sirva à liturgia é que ela seja acessível às pessoas comuns. Ao usar o termo comuns, ele se referiu à variedade de pessoas que vão aos cultos: gente de classes sociais diferentes, de idades diversas, de culturas distintas. Regra geral, as músicas que ficam em nossa mente e que nos pegamos cantarolando no dia a dia têm essas características. Geralmente são simples, com frases musicais curtas e repetições que ajudam a gravá-las. Pensando na música para o culto, deve-se também pensar na sua teologia. Nossas crenças, como batistas, precisam transparecer nas músicas que cantamos. É muito triste mentir, mesmo que seja cantando com a congregação no culto. Cantar o que não se crê, só porque está “bonbando” na mídia, é incoerente. DOUTRINA. O mau uso do termo desgatou um pouco o valor da doutrina em algumas igrejas. Há pessoas que têm verdadeiro pavor quando se fala em doutrina, pois pensam logo em algo limitador da adoração. Doutrina não é limitadora, é norteadora. Toda igreja tem uma doutrina, mesmo que assuma não tê-la. Nós, batistas, temos nosso corpo de doutrinas. São esses os ensinos que devemos proclamar no culto: ensinos de Cristo. Doutrina é a forma como sistematizamos, no dia a dia da comunidade de fé, o aprendizado dos ensinamentos de Cristo, exarados na Palavra. Descuidar da doutrina é entregar o culto coletivo aos devaneios dos modismos. É possível um culto vibrante, dinâmico, participativo e bem doutrinado, pois doutrina está acima de estilo de culto. Para pensar e agir Na maioria das vezes, mais importante do que conhecer o “porquê” de alguma coisa é saber o “para que”. Certa vez uma pessoa perguntou ao pastor o que ele achava de orar com a mão para cima. O pastor respondeu que achava a mesma coisa de orar com a mão para baixo. Quando a igreja se prende às coisas secundárias ela se perde no caminho. Devemos nos focar no essencial, no que faz o culto ser verdadeiramente culto. Há uma velha ilustração de uma igreja que se dividiu em três por causa de uma bobagem. Um professor da EBD começou a pensar que, se Adão não tinha nascido da barriga de uma mulher, não teria cordão umbilical, logo, não teria umbigo. Então ele começou a defender a tese de que Adão não tinha umbigo. Um grupo concordou, outro grupo discorcou efusivamente e outro ficou na dúvida, esperando o grupo vencedor para se unir a ele. Foi uma confusão, porque havia aquele irmão que não falava com o outro porque não cria no umbigo de Adão. É muito triste quando a igreja, que tem tanta coisa para fazer por Cristo, se prende a detalhes insignificantes, como o umbigo de Adão. Fujamos dessas mediocridades e avancemos na qualidade litúrgica que Deus merece. Leituras Diárias Segunda: Salmos 74 e 75 Terça: Salmos 76 e 77 Quarta: Salmo 78 Quinta: Salmos 79 e 80 Sexta: Salmos 81 e 82 Sábado: Salmos 83 e 84 Domingo: Salmo 85

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

Deus: o principal oficiante do culto

Texto Bíblico: Mateus 18.20 Introdução Na lição 1, aprendemos um pouco mais sobre o que é culto. Nela, definimos alguns termos, como culto (coletivo e individual) e liturgia. Vale a pena rever esses conceitos antes de prosseguir. Fica a dica. Quando a igreja se reúne para cultuar, todos se constituem em oficiantes do culto. Essa tarefa não é só do pastor ou do dirigente. O único que assiste ao culto é Deus, pois é o alvo exclusivo da adoração. É sempre positivo relembrar que não é correto dizer que vamos ao templo assistir ao culto. Na verdade, vamos ao templo prestar culto, participando, ativamente dele. Vamos ao teatro assistir a um espetáculo, vamos ao estádio assistir a uma partida de futebol, mas não vamos ao templo assistir a um culto. Há, porém, um cuidado que temos de ter quando pensamos no relacionamento entre Deus e o culto. Embora o Senhor seja assistente, ele também é o principal oficiante. Ele é o recebedor da adoração, bem como o propiciador da oportunidade de adoração. 1. Participação de Deus no culto De tanto sabermos que Deus se faz presente na reunião do seu povo (Mateus 18.20), temos tanto a tendência de tomar a sua presença como pressuposta, como evidente, que na maior parte das vezes a omitimos como presença oficiante do culto. É a ordem de Deus que transforma o ato de culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele algo mais do que uma simples ilusão. É a presença de Deus que nos redime do perigo da vaidade, que nos cura da cegueira espiritual. É o amor de Deus que impede que o culto se transforme num cerimonial mecânico individualista. A liberdade de Deus eleva o culto acima do nível de uma espécie de chantagem espiritual. Com isso, temos de aprender que Deus é, ao mesmo tempo e de forma perfeita, sujeito e objeto do culto cristão. No culto, Deus serve e é servido, ordena e recebe a celebração, fala e escuta. Deus é aquele a quem imploramos e que concede o que pedimos. O culto seria uma farsa criminosa sem a presença de Deus, seria uma grande mentira. Von Allmen nos brinda com uma profunda declaração: “É por meio da fé que a igreja percebe que o seu culto não é nem criminoso, nem mentiroso, nem enganoso, porque sabe que é Deus que a chama à adoração, na qual Ele se dá à igreja e a acolhe” . 2. Participação do pastor no culto Vamos tratar da figura do pastor, mas também se inclui aqui todo aquele que participa como dirigente do culto ou pregador, no caso de não ser o pastor. Logo de início, é importantíssimo destacar que o culto não é do pastor, mas da comunidade. Às vezes, corremos o risco, pela habitualidade, de pensar que a igreja ajuda o pastor a celebrar o culto. É justamente o contrário. O pastor é quem ajuda a igreja a celebrar o culto, ele é um facilitador da ação conjunta da comunidade de fé. Quando o pastor é elevado à categoria de oficiante exclusivo (solitário) do culto, nasce a tentação de se achar “estrela”. São os chamados “showmen”, aqueles “pastores” que transformam o culto em performances pessoais. Parece que se eles não estiverem presentes, não há culto. Eles são “os caras”. Se não tomar cuidado, se colocam acima do próprio Deus. Devemos aprender com a discrição de Jesus. Como Pastor Supremo, Jesus levou os seus seguidores a um relacionamento profundo com o Pai. Jesus sabia que o povo do Senhor deveria cultuar pela fé, noutras palavras, deveria cultuar além do que se pode ver. O pastor ou dirigente de culto é tão somente um servo, destacado entre os outros servos, para auxiliar a congregação no culto coletivo. Não se adora pastor. Só Deus é digno de adoração. Diante de Jesus, pastor também é ovelha. A igreja precisa entender isso. Os pastores também precisam de oração e cuidado. Nunca uma igreja deve agir com o pastor como se estivesse agindo com uma máquina. Pastor se cansa, precisa de tempo e tem o dever de ser adorador. 3. Participação da congregação no culto O cristão deve assimilar a graça de poder celebrar culto a Deus como um direito e um dever. Um direito outorgado pela obra salvífica de Cristo e um dever prazerosamente assumido como resposta a esta mesma obra. Alguns requisitos devem ser atendidos por todos nós, quando reunidos em culto: SINCERIDADE. A congregação deve ser íntegra na sua celebração. Não vale de nada se reunir corporalmente e mentalmente permanecer distante. A adoração deve ser sincera, noutras palavras, a verdade deve imperar na mente e no coração dos celebrantes. Vir ao templo e ficar pensando maldades, conversando sobre a vida alheia (a popular fofoca) é uma atitude repugnante perante Deus. REVERÊNCIA. É triste celebrar a Deus com uma congregação indisciplinada. Ambiente leve, informal e descontraído não significa irreverência. O culto ao Senhor, embora não seja formalista, não é uma desordem ou confusão. Quando lemos a Bíblia, por exemplo, lemos a Palavra de Deus, logo, somos “boca de Deus” ao proclamar a Palavra. Isso não pode acontecer de qualquer maneira. Devemos evitar o famoso “levanta e sai” a todo instante no culto. Ficamos duas horas assistindo a um filme no cinema, por que não podemos ficar o mesmo tempo (ou menos, geralmente) em reverência no culto? É uma questão de prioridade e valorização. Parece que estamos nos “acostumando” demais com a presença de Deus a ponto de faltar com o respeito. Deus é nosso amigo, mas nunca deixará de ser nosso Senhor. Volto a dizer que culto não é uma ditadura, mas também não é uma anarquia. Deus não é um ditador, mas governa sobre nós, exigindo “decência e ordem” (1Coríntios 14.40). UNIDADE. No culto individual, somos nós e Deus, mas, no culto coletivo, que é o nosso caso aqui, somos nós, os outros e Deus. É uma experiência em grupo, reunindo pessoas diferentes, mas que devem nutrir um ideal comum. Daí a necessidade de unidade na celebração litúrgica. A conhecida ilustração das batatas cai bem agora, pois batatas dentro de uma mesma sacola simbolizam união e batatas cozidas, amassadas e feitas em purê simbolizam unidade. As batatas juntas na sacola se espalham se a abrirmos, mas um purê de batatas selará a unidade das batatas daquele momento em diante. O culto é comparado ao purê de batatas. Fomos todos cozidos, amassados e transformados em purê pelo Espírito Santo de Deus. As preferências individuais serão sempre secundárias diante das coletivas. HUMILDADE. Há muitos outros requisitos, mas concluiremos nossa lista com a humildade. Há um ditado popular que afirma que “ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”. Uma verdade visível e possível no culto por intermédio da humildade exemplificada por Cristo. Não devemos ficar “armados”, bloqueando o aprendizado de coisas novas, pelo contrário, devemos nos submeter a Deus, humildemente, rogando que Ele continue usando seus servos para nos ensinar. Na igreja não deve haver preferências e honrarias por titularidades acadêmicas ou eclesiásticas. Ninguém será preferido por ser doutor e preterido por não ter concluído o ensino médio, por exemplo. Não somos reconhecidos na celebração litúrgica pelos títulos conquistados, embora tenham a sua importância, mas sim pelo amor, que é o vínculo especial. A igreja é realmente algo sublime, pois nela todos aprendem e ensinam. É uma troca mútua, na mediação de Jesus. Para pensar e agir O culto cristão deve ser centrado em Deus. Nossas celebrações precisam ser cristocêntricas. É um perigo para a fé apoiar-se em extremos, ou seja, o culto será frio e vazio de sentido se o adorador entender Deus como alguém totalmente distante dele, demasiadamente transcendente. Por outro lado, o culto será irreverente e desvalorizado se o adorador entender Deus como alguém à sua altura, uma pessoa como qualquer outra. O ideal é o entendimento de que Deus é sempre mais do que nós, embora se faça nosso amigo próximo. É intimidade respeitosa. É submissão alegre. Enfim, é relacionamento saudável. Leituras Diárias Segunda: Salmos 64 e 65 Terça: Salmos 66 e 67 Quarta: Salmo 68 Quinta: Salmo 69 Sexta: Salmos 70 e 71 Sábado: Salmo 72 Domingo: Salmo 73

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