quarta-feira, 16 de junho de 2010

Há vida após a vida

Texto bíblico: 1 Tessalonicenses 4

Diz assim um trecho do artigo XIX da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira: “Em cumprimento à sua promessa, Jesus Cristo voltará a este mundo, pessoal e visivelmente, em grande poder e glória. Os mortos em Cristo serão ressuscitados, arrebatados e se unirão ao Senhor. Os mortos sem Cristo também serão ressuscitados. Conquanto os crentes já estejam justificados pela fé, todos os homens comparecerão perante o tribunal de Jesus Cristo para serem julgados, cada um segundo suas obras, pois através destas é que se manifestam os frutos da fé ou os da incredulidade. Os ímpios condenados e destinados ao inferno lá sofrerão o castigo eterno, separados de Deus. Os justos, com os corpos glorificados, receberão seus galardões e habitarão para sempre no céu como o Senhor”.
Cremos na ressurreição dos mortos. Ela sempre fez parte da pregação cristã (At 17.18-32) e era considerada como doutrina rudimentar (Hb 6.2). É a grande esperança cristã: há vida após a vida e o evangelho de Jesus oferece mais que qualquer outra doutrina religiosa. A reencarnação fala da volta do espírito. E não tem suporte bíblico. A ressurreição fala da volta à vida do homem integral. Não vê a matéria como má, como no orientalismo (berço da reencarnação), e ensina que Deus nos restaurará por completo. Não só a alma, mas também o corpo. A obra de Jesus é completa e visa ao homem completo.

1. A ressurreição como suporte da fé cristã
Vimos que Hebreus 6.2 mostra a ressurreição como doutrina rudimentar. Os cristãos sempre a tiveram em seu credo doutrinário. E isto é fácil de entender. A ressurreição geral (At 24.15) sucederá porque Cristo ressuscitou. Sua ressurreição afiança a de todos (Rm 6.5, 1Co 15.12-16,21). O Pai, que o ressuscitou, fará o mesmo conosco (1Co 6.14 e 2Co 4.14). Nossa esperança se baseia no fato de que Jesus ressuscitou. Porque ele vive, nós viveremos.
A cruz de Jesus decretou a morte da morte. Ela é moribunda e um dia morrerá (Ap 20.14). Não apenas morrerá. Seus efeitos cessarão. Os mortos reviverão para serem julgados (Ap 20.12,13). A ressurreição do Senhor quebrou o poder da morte e o estabeleceu como Senhor e Cristo (At 2.36 e Fp 2.5-11).
Segundo Paulo, crer na ressurreição de Jesus é necessário para a salvação (Rm 10.9). A fé que salva é fé no Cristo crucificado e ressuscitado, não num Cristo mestre, modelo de ética e de caráter. É fé no Cristo levado à cruz, posto na sepultura e de lá saído. Quem não crê neste Cristo não está salvo, porque seu Cristo é impotente. Ele foi ressuscitado para nossa justificação, e sem sua ressurreição esta não aconteceria (Rm 4.25). A ressurreição de Jesus é pilastra da fé cristã (1Co 15.14 e 17). Dezessete livros do Novo Testamento referem-se explicitamente a ela, e os outros dez tratam dela implicitamente. Negar a ressurreição geral como evento a acontecer é deturpar a fé (2Tm 2.18). Para o apóstolo, não há como fugir disto: Cristo ressuscitou, e nós ressuscitaremos.
Curiosamente, Paulo não se preocupa em prová-la. Sua evidência está nas aparições do Ressuscitado (1Co 15.3-8). Se alguém pedisse provas, ele diria: “Um monte de gente viu, pergunte a eles!”. Ele também vira. Nós cremos em fatos. Jesus não é um conceito. É uma pessoa, que viveu, morreu, ressuscitou, foi levado aos céus e voltará para julgar os vivos e os mortos.

2. Como será?
A ressurreição geral será com o toque da trombeta anunciando a volta de Cristo. “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará...” (1Co 15.52). Como diz um belo hino injustamente aposentado: “Oh! Que dia faustoso, esse dia há de ser! Quando o som da trombeta ecoar” (CC, 114). Será quando Cristo retornar em poder e glória (Mt 24.31, 1Co 15.52, 1Ts 4.16).
Os mortos ressuscitarão primeiro e virão com ele ao encontro dos vivos, naquele dia (1Ts 4.15-17). Como Jesus disse, os crentes nele ressuscitarão naquele dia (Jo 6.40, 44 e 54).
Isso não depende de nosso querer, de nossas obras, nem mesmo de nossa fé. Foi uma decisão de Deus. Ele assim decidiu: “Porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31). A ressurreição de Jesus também coloca o mundo sob juízo. Seu retorno em poder e glória trará galardão aos crentes (2Co 5.10) e juízo aos descrentes. Colocará o ponto final da história, consumará o reino, inaugurará a meta-história e fará com que todos os joelhos, em todos os lugares, se dobrem diante de Jesus Cristo (Fp 2.9-11).
Naquele dia, acontecerá o que Jesus anunciou: “Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” (Mt 13.41-43).
Dia bendito! Ouviremos de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.14). Dia de tristeza! Os incrédulos ouvirão: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
Como será aquele dia para você?

3. O que acontecerá?
Quando Cristo retornar, os crentes que morreram serão ressuscitados e virão com ele (1Co 15.52 e 1Ts 4.16). Os que estiverem vivos serão transformados (1Co 15.41-53, 1Ts 4.17). Os ressuscitados e os transformados terão corpos glorificados (1Co 15.42-49). Isto levanta uma questão: como serão nossos corpos e que tipo de glorificação é esta? O próprio Paulo considerou que alguém poderia fazer esta pergunta (1Co 15.35).
Ele disse que traremos a imagem do homem celestial (1Co 15.49). João disse que “seremos semelhantes a ele” (1Jo 3.2). Se seremos semelhantes a ele, lembremos que ele, ressuscitado, comeu (Lc 24.41-43, Jo 21.15, At 1.4). Pode-se argumentar que ele ainda estava na terra, ressuscitado, mas não glorificado, mas pelo menos temos aqui algumas indicações: o Cristo ressuscitado não era um espírito, mas um corpo vivo (Lc 24.39,40) que falava, movia-se, expressava sua vontade, comia e bebia. A ressurreição é do corpo, que será transformado. Não será corruptível, como o nosso corpo atual (1Co 15.50). Não seremos energia cósmica, pensamento puro ou almas descarnadas. Seremos corpos glorificados, imortais, como os anjos (Lc 20.36).
Talvez haja muitas perguntas mais a que não sabemos como responder. Mas de uma coisa temos certeza: viveremos para sempre com o Senhor (1Ts 4.17). Por isso, façamos nossas as palavras de outro apóstolo: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3).

Para pensar e agir

Quando ensinou os crentes de Tessalônica sobre o retorno de Jesus Cristo, Paulo começou dizendo que não queria que eles fossem ignorantes (1Ts 4.13) e depois disse que eles deveriam se consolar com estas palavras (1Ts 4.18). A segunda vinda de Cristo não é motivo de terror, mas de júbilo. Somente crentes que não compreenderam o evangelho a temem. Os fiéis, crendo na Bíblia, dizem: “Amém; vem, Senhor Jesus”! (Ap 22.20)
E isto nos coloca diante de três atitudes que não podemos deixar de assumir:
1. Demos sempre glórias a Deus pela obra de Jesus e porque o Espírito Santo nos levou a ele. Somos salvos e temos a promessa da vida eterna com Jesus!
2. Consolemo-nos uns aos outros: este mundo é ilusório. “Nunca os bens da terra poderão comprar a mansão celeste em que tu vais morar” (CC, 329, 3ª. estrofe).
3. Os sem Cristo estão perdidos eternamente. Evangelizemos o mundo, a começar de nossos queridos. Eles têm direito a ouvir as boas-novas de que Jesus salva.

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