Texto
Bíblico: Gálatas 2.20
Introdução
Desde a primeira lição,
temos visto princípios bíblicos para o culto cristão, individual e coletivo. Por
se tratar de estudos para toda a igreja, temos dado mais ênfase às celebrações coletivas,
ao ajuntamento solene do povo de Deus.
Hoje, de forma
específica e não menos importante, nos voltaremos exclusivamente para o culto
individual. É mais difícil tratar deste assunto, porque cada pessoa nutre a sua
intimidade com Deus, mas passaremos pelo “caminho comum” do culto individual.
Quando pensamos nas
reuniões do povo de Deus para o culto coletivo, podemos até citar dia e horário,
início e fim de uma celebração litúrgica, mas, em relação ao culto individual,
não há dia e hora, pois viver em Cristo
é viver cultuando, em todos os dias e em todas as horas.
Paulo disse que a sua
vida não era mais vivida por ele, mas pela fé no Filho de Deus (Gálatas 2.20).
Era a vida de Cristo dando sentido a sua vida. Também disse que todo o corpo
deve ser oferecido em culto a Deus (Romanos 12.1).
Todas as ações do
cristão devem ser dignas de culto. Uma simples refeição precisa ser um ato para
a glória de Deus e em oferecimento a Ele.
1.
Culto na família
Todos lutamos pelo
ideal de Josué: “eu e a minha casa serviremos (cultuaremos) ao Senhor” (24.15).
Isso é nobre e deve ser mesmo o nosso ideal. Mas há um porém, há uma condição
por vezes esquecida. Também deveríamos parafrasear Josué e dizer: eu na minha casa servirei (cultuarei) ao
Senhor.
Sabemos que dentro de
casa somos mais nós mesmos. Na rua ou no templo, não somos tão nós mesmos. Em
casa usamos roupas que não usaríamos diante de pessoas que não compoem o nosso
círculo de intimidade. Saímos bem vestidos, preparados para respostas mansas e
politicamente corretas.
É por isso que em casa
há mais conflitos, porque há mais verdade. Fora de casa há menos conflitos, mas
também há menos verdade.
No culto coletivo,
somos “santíssimos” e dentro de casa, o inverso. Isso pode acontecer, não é
verdade? Mas não deveria.
O
cristão da rua e do templo deve ser o mesmo cristão dentro de casa, quando os
olhares da sociedade não o alcançam.
Não adianta de nada
abraçar a todos no templo, doar sorrisos mil, estampar etiquetas e viver
emburrado com a família. A pessoa que age assim cultua só no templo, porque em
casa desfaz tudo. Logo, o culto no templo ficou comprometido, porque foi falso
diante de Deus.
Há famílias que, quando
saem de casa para ir ao templo, vão brigando, reclamando, dizendo para os seus
vizinhos, com tais atitudes, que não vale a pena eles se converterem e
frequentarem os cultos, porque não faz a menor diferença.
Deveria ser justamente
o contrário. Sair com a família para o templo é momento de festa, é privilégio
e enriquecimento.
Mas, às vezes, estamos
tão preocupados com o que acontece fora de casa, que não cultuamos a Deus em
nossas casas.
Temos
de cuidar de nós, para que não sejamos “coronéis” na igreja com uma vida
horrível na família. A palavra paulina foi fortíssima: “Mas,
se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua família, tem negado a fé
e é pior que um descrente” (1Timóteo 5.8).
Penso que um bom começo
para ajustar o cultuar na família é admitir que não somos perfeitos e passarmos
a viver a experiência da ajuda mútua pela busca de uma espiritualidade
verdadeira.
Todos ensinamos e
aprendemos quando somos família!
2.
Culto nos relacionamentos
Uma vez que a nossa
vida é um culto a Deus, os nossos relacionamentos devem fazer parte dele, pois
tudo deve ser para esse fim: “Portanto, seja comendo, seja bebendo, seja
fazendo qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Coríntios
10.31).
Como
no templo e em casa, a nossa vida deve ser culto agradável a Deus nos nossos
relacionamentos com a sociedade em geral.
Podemos ampliar a
exigência bíblica, pois “o que se requer de pessoas assim encarregadas é que
sejam encontradas fiéis” (1Coríntios 4.2).
Essa fidelidade, que,
em nossa lição, se traduz numa vida ininterrupta de culto a Deus, deve ser
presente no ambiente de trabalho, na escola e/ou na faculdade.
A dedicação ao estudo
deve ser tamanha, porque é para a glória de Deus, em primeiro lugar. Se um
estudante se empenhar para que seus estudos sejam dignos de culto ao Senhor,
certamente esses estudos serão capazes de fazer dele um ótimo estudante,
acumulando conhecimentos para a vida e também para atender às demandas de sua
complexidade, como os vestibulares, por exemplo.
Não estou dizendo que,
ao invés de estudar, a pessoa deve ficar orando em sala de aula. Definitivamente
não! Não defendo um retorno radical ao pietismo. Estou afirmando que a
dedicação ao estudo, encarada como um ato de glorificação a Deus, fará desse
estudante um brilhante aluno, porque a consciência da glória de Deus nos
impulsiona para a excelência em todas as coisas de que lançamos mão
(Eclesiastes 9.10). Um cristão
verdadeiro não deveria aceitar a mediocridade nos estudos. É uma questão de
santidade.
De igual forma, as
atividades profissionais exercidas por um cristão devem ser para a glória de
Deus, vividas como um ato de culto. Um cristão, no exercício de uma função
pública, por exemplo, nunca aceitará suborno, porque a ética que vem da imagem
e semelhança com o Criador, restaurada em Jesus, o impedirá. Santidade moral. É
lamentável quando um cristão não dá exemplo, porque ele sabe que a sua vida
deve glorificar a Deus. Mais triste ainda é quando “os de fora”, como alguns
gostam de chamar, dão aula de ética para “os de dentro”, e ainda dizem: mas não
é você que segue a Jesus que deveria ser exemplo para nós?
Sei
que este assunto causa polêmica, mas, às vezes, temos religiosos nas igrejas e
não cristãos. Temos pessoas comprometidas com
culturas de guetos religiosos e não com os ensinos transformadores de Cristo
Jesus. Seguem valores institucionais, mas não vivem os valores bíblicos.
Não é sábio, nem santo,
julgar as pessoas, especialmente nesse quesito, pois “quem é idôneo para essas
coisas?” (2Coríntios 2.16). É fato que “não há um justo, nem um sequer”
(Romanos 3.10). Olhemos para nós e nos avaliemos, diante de Deus.
Às vezes, somos
tentados ao erro de institucionalizar o pecado. O que é isso? Criamos a nossa
lista do que é pecado. Com isso, pecado acaba sendo o que eu não gosto de fazer
e o outro faz. Assim é fácil demais! Pecado não é uma lista feita por mãos
humanas. Pecado é tudo o que Deus condena. Ele tem a exclusiva autoridade e
competência de aceitar ou rejeitar o culto que a nossa vida tem oferecido.
Como andam os nossos
relacionamentos? São dignos de culto a Deus?
Para
pensar e agir
O cristão é aquele que
vive para cultuar, pelo profundo etendimento bíblico de que todas as coisas
devem ser para a glória de Deus.
Mas, embora conscientes
dessa verdade, erramos, porque somos pecadores. Só que não devemos nos acomodar
com a realidade da natureza pecaminosa, pelo contrário, devemos avançar em
santificação.
Quando crianças,
pensamos que o limpo é aquele que pouco se suja. Quando vamos amadurecendo,
constatamos que o limpo é aquele que muito se lava. Isso é uma realidade também
na vida espiritual. Pecamos, até mesmo não intencionalmente, porque somos de
natureza humana, maculada pelo erro. Viver é estar exposto ao erro e ao acerto.
Ao alcançarmos a maturidade desse entendimento, buscamos nos lavar, ou seja,
nos santificar, para que o culto da vida seja sincero.
A Bíblia é repleta de
orientações para a santificação. Reafirmamos uma receita básica, que nos ajuda
na percepção e na assimilação da vontade de Deus para nós: leitura da Bíblia e
oração.
O diálogo com o Criador
faz a criatura ser melhor!
Leituras
Diárias
Segunda: Salmos 131 e 132
Terça: Salmos 133, 134 e 135
Quarta: Salmo 136
Quinta: Salmos 137 e 138
Sexta: Salmo 139
Sábado: Salmos 140 e 141
Domingo: Salmo 142
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