terça-feira, 19 de março de 2013

Viver para cultuar


Texto Bíblico: Gálatas 2.20

Introdução

Desde a primeira lição, temos visto princípios bíblicos para o culto cristão, individual e coletivo. Por se tratar de estudos para toda a igreja, temos dado mais ênfase às celebrações coletivas, ao ajuntamento solene do povo de Deus.
Hoje, de forma específica e não menos importante, nos voltaremos exclusivamente para o culto individual. É mais difícil tratar deste assunto, porque cada pessoa nutre a sua intimidade com Deus, mas passaremos pelo “caminho comum” do culto individual.
Quando pensamos nas reuniões do povo de Deus para o culto coletivo, podemos até citar dia e horário, início e fim de uma celebração litúrgica, mas, em relação ao culto individual, não há dia e hora, pois viver em Cristo é viver cultuando, em todos os dias e em todas as horas.
Paulo disse que a sua vida não era mais vivida por ele, mas pela fé no Filho de Deus (Gálatas 2.20). Era a vida de Cristo dando sentido a sua vida. Também disse que todo o corpo deve ser oferecido em culto a Deus (Romanos 12.1).
Todas as ações do cristão devem ser dignas de culto. Uma simples refeição precisa ser um ato para a glória de Deus e em oferecimento a Ele.

1. Culto na família

Todos lutamos pelo ideal de Josué: “eu e a minha casa serviremos (cultuaremos) ao Senhor” (24.15). Isso é nobre e deve ser mesmo o nosso ideal. Mas há um porém, há uma condição por vezes esquecida. Também deveríamos parafrasear Josué e dizer: eu na minha casa servirei (cultuarei) ao Senhor.
Sabemos que dentro de casa somos mais nós mesmos. Na rua ou no templo, não somos tão nós mesmos. Em casa usamos roupas que não usaríamos diante de pessoas que não compoem o nosso círculo de intimidade. Saímos bem vestidos, preparados para respostas mansas e politicamente corretas.
É por isso que em casa há mais conflitos, porque há mais verdade. Fora de casa há menos conflitos, mas também há menos verdade.
No culto coletivo, somos “santíssimos” e dentro de casa, o inverso. Isso pode acontecer, não é verdade? Mas não deveria.
O cristão da rua e do templo deve ser o mesmo cristão dentro de casa, quando os olhares da sociedade não o alcançam.
Não adianta de nada abraçar a todos no templo, doar sorrisos mil, estampar etiquetas e viver emburrado com a família. A pessoa que age assim cultua só no templo, porque em casa desfaz tudo. Logo, o culto no templo ficou comprometido, porque foi falso diante de Deus.
Há famílias que, quando saem de casa para ir ao templo, vão brigando, reclamando, dizendo para os seus vizinhos, com tais atitudes, que não vale a pena eles se converterem e frequentarem os cultos, porque não faz a menor diferença.
Deveria ser justamente o contrário. Sair com a família para o templo é momento de festa, é privilégio e enriquecimento.
Mas, às vezes, estamos tão preocupados com o que acontece fora de casa, que não cultuamos a Deus em nossas casas.
Temos de cuidar de nós, para que não sejamos “coronéis” na igreja com uma vida horrível na família. A palavra paulina foi fortíssima: “Mas, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua família, tem negado a fé e é pior que um descrente” (1Timóteo 5.8).
Penso que um bom começo para ajustar o cultuar na família é admitir que não somos perfeitos e passarmos a viver a experiência da ajuda mútua pela busca de uma espiritualidade verdadeira.
Todos ensinamos e aprendemos quando somos família!

2. Culto nos relacionamentos

Uma vez que a nossa vida é um culto a Deus, os nossos relacionamentos devem fazer parte dele, pois tudo deve ser para esse fim: “Portanto, seja comendo, seja bebendo, seja fazendo qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Coríntios 10.31).
Como no templo e em casa, a nossa vida deve ser culto agradável a Deus nos nossos relacionamentos com a sociedade em geral.
Podemos ampliar a exigência bíblica, pois “o que se requer de pessoas assim encarregadas é que sejam encontradas fiéis” (1Coríntios 4.2).
Essa fidelidade, que, em nossa lição, se traduz numa vida ininterrupta de culto a Deus, deve ser presente no ambiente de trabalho, na escola e/ou na faculdade.
A dedicação ao estudo deve ser tamanha, porque é para a glória de Deus, em primeiro lugar. Se um estudante se empenhar para que seus estudos sejam dignos de culto ao Senhor, certamente esses estudos serão capazes de fazer dele um ótimo estudante, acumulando conhecimentos para a vida e também para atender às demandas de sua complexidade, como os vestibulares, por exemplo.
Não estou dizendo que, ao invés de estudar, a pessoa deve ficar orando em sala de aula. Definitivamente não! Não defendo um retorno radical ao pietismo. Estou afirmando que a dedicação ao estudo, encarada como um ato de glorificação a Deus, fará desse estudante um brilhante aluno, porque a consciência da glória de Deus nos impulsiona para a excelência em todas as coisas de que lançamos mão (Eclesiastes 9.10). Um cristão verdadeiro não deveria aceitar a mediocridade nos estudos. É uma questão de santidade.
De igual forma, as atividades profissionais exercidas por um cristão devem ser para a glória de Deus, vividas como um ato de culto. Um cristão, no exercício de uma função pública, por exemplo, nunca aceitará suborno, porque a ética que vem da imagem e semelhança com o Criador, restaurada em Jesus, o impedirá. Santidade moral. É lamentável quando um cristão não dá exemplo, porque ele sabe que a sua vida deve glorificar a Deus. Mais triste ainda é quando “os de fora”, como alguns gostam de chamar, dão aula de ética para “os de dentro”, e ainda dizem: mas não é você que segue a Jesus que deveria ser exemplo para nós?
Sei que este assunto causa polêmica, mas, às vezes, temos religiosos nas igrejas e não cristãos. Temos pessoas comprometidas com culturas de guetos religiosos e não com os ensinos transformadores de Cristo Jesus. Seguem valores institucionais, mas não vivem os valores bíblicos.
Não é sábio, nem santo, julgar as pessoas, especialmente nesse quesito, pois “quem é idôneo para essas coisas?” (2Coríntios 2.16). É fato que “não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3.10). Olhemos para nós e nos avaliemos, diante de Deus.
Às vezes, somos tentados ao erro de institucionalizar o pecado. O que é isso? Criamos a nossa lista do que é pecado. Com isso, pecado acaba sendo o que eu não gosto de fazer e o outro faz. Assim é fácil demais! Pecado não é uma lista feita por mãos humanas. Pecado é tudo o que Deus condena. Ele tem a exclusiva autoridade e competência de aceitar ou rejeitar o culto que a nossa vida tem oferecido.
Como andam os nossos relacionamentos? São dignos de culto a Deus?

Para pensar e agir

O cristão é aquele que vive para cultuar, pelo profundo etendimento bíblico de que todas as coisas devem ser para a glória de Deus.
Mas, embora conscientes dessa verdade, erramos, porque somos pecadores. Só que não devemos nos acomodar com a realidade da natureza pecaminosa, pelo contrário, devemos avançar em santificação.
Quando crianças, pensamos que o limpo é aquele que pouco se suja. Quando vamos amadurecendo, constatamos que o limpo é aquele que muito se lava. Isso é uma realidade também na vida espiritual. Pecamos, até mesmo não intencionalmente, porque somos de natureza humana, maculada pelo erro. Viver é estar exposto ao erro e ao acerto. Ao alcançarmos a maturidade desse entendimento, buscamos nos lavar, ou seja, nos santificar, para que o culto da vida seja sincero.
A Bíblia é repleta de orientações para a santificação. Reafirmamos uma receita básica, que nos ajuda na percepção e na assimilação da vontade de Deus para nós: leitura da Bíblia e oração.
O diálogo com o Criador faz a criatura ser melhor!

Leituras Diárias
Segunda: Salmos 131 e 132
Terça: Salmos 133, 134 e 135
Quarta: Salmo 136
Quinta: Salmos 137 e 138
Sexta: Salmo 139
Sábado: Salmos 140 e 141
Domingo: Salmo 142

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!