segunda-feira, 26 de março de 2012

UM NOVO TEMPO PARA A FAMÍLIA

Texto bíblico: Efésios 6.10-18
Texto áureo: Efésios 6.13


O tema Família será sempre objeto de estudo e ocupação para os cristãos. Afinal de contas, precisamos conhecer as orientações divinas sobre o assunto e, também, investir o que for necessário para a formação sadia da família. Neste trimestre, em especial, queremos ampliar o debate em torno do tema, procurando entender a família nos tempos modernos e analisar a melhor forma de nos preparar para enfrentar dias tão difíceis.
O fato é que o “ser família” hoje é bem diferente do que o foi no passado. E não estamos nos reportando a um passado remoto; estamos falando de pouco mais de três décadas atrás, quando a família experimentava outro tipo de modelo. Hoje, vive-se um novo tempo para a família, e é para dias como estes que precisamos estar bem preparados, sabendo responder com “mansidão e temor” a quem queira saber da “razão da esperança” que há em nós (1Pd 3.15). A família é de fundamental importância para a preparação do indivíduo para a vida e, como cristãos, não podemos dispensar seus favores.
Como cristãos, estamos às voltas com questionamentos sobre o valor da família, aos quais devemos responder com sabedoria divina. Algumas perguntas que precisam de resposta são: O que podemos fazer para preservar a família como bem maior recebido de Deus? De que maneira a família continua significante em dias tão mudados? Quais são e como fazer os ajustes necessários para prosseguir no ideal de família em nossos dias? Vamos procurar responder a elas ao longo deste estudo.

A família em face da modernidade
Se há uma instituição que sofreu com as grandes transformações ocorridas no mundo a partir das décadas finais do século XIX e ao longo de todo o século XX esta instituição foi a família. Os novos valores, a industrialização crescente, a busca desenfreada por progresso, as doutrinas humanistas e materialistas, a ode a um tipo de liberdade que se opõe à moral cristã, tudo isso contribuiu para desajustes internos que levaram a uma nova formulação do “ser família” e, em muitos casos, a perdas irreparáveis para aqueles que não conseguiram se adequar aos novos tempos.
Dentre tantas influências e resultados impostos à família pela modernidade, vamos destacar alguns que marcaram este momento e de alguma forma engendraram mudanças no contexto familiar.
a) Perda do referencial - A família sempre foi o lugar do “eterno retorno”. Podíamos sair para trabalhar, estudar, viajar e nos divertir, mas sabíamos que tínhamos um lar onde, ao voltar, tudo se ajustaria novamente a uma normalidade tranquilizadora. A modernidade trouxe alternativas. O indivíduo ampliou o seu mundo e de uma visão intralar, passou a cultivar uma visão exolar ou extralar. A casa já não mais é acolhedora, ela é conservadora e consequentemente inibidora de descobertas, de crescimento, de expansão, como o mundo de ofertas lá de fora insiste em nos alcançar. Então, a família passou a ser o epicentro de abalos morais e relacionais, que expulsavam o indivíduo para fora – num sentido inverso de sua vocação –, instigado que era pelas tentações advindas do poder desmantelador das seduções da modernidade sobre sua vida.
b) Descompromisso - Nessa modernidade detentora de novos valores, os membros da família passam a ter compromisso somente com a sua satisfação pessoal. O hedonismo marcante dos nossos dias – em que a satisfação e o prazer pessoais precisam ser alcançados a qualquer custo – é também decorrente dessa modernidade que, ao promover uma superficialidade de relacionamentos, também impõe um total descompromisso com o outro. O próximo como alvo de atenção humanitária e cristã (como no exemplo do “Bom Samaritano” [Lc 10.25-37] ou do ensino de “amar ao próximo como a si mesmo” [Mc 12.28-34]), deixou de ser a quintessência da virtude solidária, para ser “o inimigo”, “o competidor”, “o frustrador de sonhos”.
A modernidade, com sua herança nem sempre bendita, precisa ser avaliada face aos problemas enfrentados pelas famílias de nossos dias a fim de que não haja maiores prejuízos do que os que já estão ocorrendo.

Uma sociedade em constante mutação
Uma outra marca dos tempos modernos é a sua facilidade em promover mudanças rápidas. Esta mutabilidade apressada destes dias também provoca desajustes internos na família, visto que esta apresenta um perfil mais conservador e caracteriza-se por ser um espaço de afirmação de valores. Mas a sociedade moderna não está preocupada com isto, principalmente em se tratando de valores e princípios cristãos, que para o mundo são inibidores do prazer e da satisfação pessoal.
Vamos considerar alguns aspectos dessas mudanças ocorridas no mundo moderno que, de alguma forma, afetam a família.
a) O avanço avassalador da tecnologia - O que está por trás desta rápida saturação dos produtos – e a necessidade imposta pelas leis de mercado para o surgimento e a oferta de novos, com um plus sedutor –, é o avanço espetacular das descobertas tecnológicas. O ser humano evoluiu no aspecto tecnológico e se brutalizou nas relações sociais. Como nunca as sociedades experimentam o terror da violência e das drogas. Até parece que o progresso almejado intensamente e parido a fórceps não gerou outra coisa senão o desgaste, a superficialidade e a frustração em lugar do conforto, da tranquilidade e do bem-estar tão desejados.
b) A incômoda pluralidade das ideias - Paralelo a tudo isto, a modernidade viu surgir um novo tempo em que as ideias se intercambiam e se espraiam pela sociedade como se fossem produtos de consumo da prateleira do supermercado da mente e da alma. Cada um segue o que quer, pensa o que quer, acredita ou deixa de acreditar no que quiser e ninguém tem nada a ver com isso. A sociedade, então, começou a perder suas raízes e a viver em função do “hoje”, segundo a vã filosofia dos que não acreditavam na ressurreição: “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” (1Co 15.32). Mas esta ideia imediatista e utilitarista da vida só ajudou a solapar os valores cristãos e a minar a influência benéfica da família na formação dos indivíduos para viver em sociedade.
c) A rejeição angustiante aos valores morais - Como consequência, esse mundo plural impôs uma nova ética e uma nova moral em que “é proibido proibir”. Vivemos numa verdadeira sociedade do “vale tudo”, em que qualquer intervenção no sentido de disciplinar, corrigir é vista de forma atravessada, não sendo bem recebida, inclusive dentro das igrejas. Assim, estes novos tempos experimentados pela família viram aparecer uma avalanche de violência, uma onda de dependentes de drogas, uma exaltação ao homossexualismo, o aumento do índice de gravidez na adolescência e tantos outros males que comprometem a vida futura de gente que se perde sem rumo e não se dá conta do poço sem fundo em que está se metendo.

Adequar-se, sem desfigurar-se
Devemos, então, procurar avaliar estes tempos tão difíceis e adequar a realidade da família e da fé aos tempos modernos. Adequar, sem, entretanto, desfigurar os princípios e valores cristãos, que devem reger nossas vidas. É mudar a forma, no que se fizer necessário, sem prejudicar o conteúdo da fé.

Aplicações para a vida
Vamos tomar o texto bíblico de Efésios 6.10-18, em que o apóstolo Paulo trata da questão da “armadura de Deus” para falar de alguns procedimentos que a família deve tomar para precaver-se das investidas dos tempos modernos sobre ela:
1ª) A família precisa fortalecer-se em Deus (v. 10) - É na força do poder de Deus que a família encontrará condições de resistir a todas as investidas malignas que queiram destruí-la.
2ª) A família precisa estar firme para vencer as ciladas do Inimigo (v. 11) - O Diabo é astuto e promove ardis para derrotar a família. Mas, se seus membros buscarem forças em Deus, quando houver tais investidas, terão condições de estar firmes em Deus e prevalecer.
3ª) A família precisa entender que a sua luta é no plano espiritual (v. 12) - Quando limitamos nossas ações ao plano material, ocupando-nos tão somente do “comer, beber e dormir” da vida, esquecemo-nos de que há valores maiores que precisam ser cultivados e que há batalhas espirituais que precisam ser travadas e vencidas.
4ª) A família precisa vestir a “armadura de Deus” (vv. 13-18) - A armadura de Deus inclui peças vitais para quando chegar o “dia mau” poder resistir e ficar firme: verdade, justiça, evangelho da paz, fé, salvação, Espírito, Palavra de Deus, oração, vigilância e perseverança. Estas são peças fundamentais no vestuário de Deus para a família cristã. Sem elas, somos tragados pelos tempos difíceis em que vivemos.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda – 1 Pedro 3.15
terça - Lucas 10.25-37
quarta - Mateus 12.28-34
quinta –1Coríntios 15.32
sexta - Efésios 6.1-9
sábado - Efésios 6.10-18
domingo - Efésios 6.19-24

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Igreja Batista Ebenézer. Uma igreja que AMA você!