terça-feira, 7 de junho de 2011

MULHER SAMARITANA – DE BIJUTERIA A JOIA RARA

TEXTO BÁSICO: João 4.1-42

“Bijuteria”, palavra de origem francesa, que significa peça fabricada com material sem valor comercial; enfeite barato, badulaque, quinquilharia, etc.; ao passo que jóia é um artefato de matéria preciosa (ouro, prata, etc.). No plano de Deus todos nós nascemos para ser jóias de valores incalculáveis, porém o pecado nos oprime, nos deprime, objetivando simplesmente nos transformar em bijuterias. É o caso da mulher em pauta: nasceu para ser bênção, porém o pecado havia lhe roubado a dignidade, a pureza, a santidade, transformando-a em uma pessoa sem valor, uma completa maldição para a sociedade organizada.
Vejamos a angústia, o desespero e sofrimento dessa mulher: era discriminada por ser mulher (v.27); rejeitada pelos judeus por ser samaritana, pois ao longo dos anos, os habitantes de Samaria haviam se tornados impuros aos olhos judeus, tanto racial como religiosamente. (v. 9); rejeitada pelos próprios patrícios por ter uma vida sexual depravada (v. 18), embora o texto bíblico não faça menção, ela deveria servir de vergonha para os parentes e amigos. Foi então que ela resolveu ir buscar água a partir do meio-dia (v. 6) para não ser vista por ninguém conhecido, pois o horário das aguadeiras trabalharem era o da manhã, evitando assim o rigor do sol. Ela vivia fugindo, escondendo-se. Deveria ter vergonha dos filhos, dos pais, dos amigos e parentes e até de si mesma, pois se achava suja, imunda e indigna para viver em sociedade.
A Bíblia não diz, mas podemos imaginar que ela dormia mal, se alimentava mal, deveria ser viciada nas drogas da época e pelo isolamento em que vivia deveria até ter ideias suicidas. Situação bem semelhante à que viveu o salmista, quando exclamou: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1,2).

1 – A MULHER SAMARITANA E A REVELAÇÃO DE JESUS

A conversa já caminhava para uma certa acomodação, Jesus com tranquilidade já havia acalmado os ânimos daquela mulher, quando de uma maneira inesperada Ele interrompe o diálogo e muda completamente o tom da conversa quando bruscamente diz: “Vai e chama o teu marido e vem cá”.
(1) Jesus estava revelando o pecado dela. Ele queria que ela soubesse que apesar de sua teologia, seu apego às tradições religiosas de seus antepassados, apesar de ela ser uma adoradora, apesar de seu orgulho denominacional, ela não passava de uma grande pecadora, adúltera e destituída da glória de Deus. A não ser que ela aceitasse a dádiva de Jesus e decidisse voluntariamente beber da água da vida. Ou seja, era uma religiosa que necessitava de salvação.

(2) Deus é espírito e não está sujeito às limitações da matéria – v. 24. A mulher, vencida pelos argumentos de Jesus, apelou para mudar a direção do debate: “Tudo bem, eu quero prosseguir a adorar, mas qual o local certo, Jerusalém ou Gerizim?”. Jesus mostrou para ela que Deus não está limitado a coisas menores: para Ele, adorar independe de local, de nomes ou de número de adoradores. Deus não olha para o local, mas sim para os adoradores que o adoram com sinceridade. Reportamo-nos ao salmista, que diz: “Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.3,4). Entende-se que adorar a Deus pelo modelo bíblico exige prostração, purificação e santificação.


2 – EM JESUS ELA ENCONTROU TUDO QUE A SUA ALMA TÃO SOFRIDA PRECISAVA ENCONTRAR

(1) Ela precisava encontrar Jesus. A religião, o conhecimento e os casamentos não satisfizeram a sua alma. Assim sendo, sem ter a menor noção, aquela ovelha sem pastor corria atrás de Jesus. Com um braseiro infernal queimando a alma, mal sabendo que só a “Água Viva” poderia apagar aquele incêndio que devorava o seu interior. Interessante é que ela inconscientemente corria atrás de Jesus, porém foi Ele quem a encontrou. Isso prova que salvação não é esforço nosso para chegarmos a Deus, mas é Deus que se esforça sempre para chegar até nós. “Adão, onde estás?”! Isso estabelece também uma clara diferença entre o cristianismo e as outras religiões: “nas demais religiões o homem corre atrás de Deus; no cristianismo é Deus quem corre atrás do homem”.

(2) Ela precisava muito conhecer Jesus. E Jesus foi conduzindo o diálogo e se revelando àquela mulher tão mal-humorada aos poucos:
1) Ela reconhece Jesus como profeta– v. 19.
A mulher agora dá um grande passo à frente ao reconhecer que Jesus era profeta e aí em sua mente vinha: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Elias e outros, todos foram excelentes homens de Deus, mas ainda era pouco: a ideia era correta, mas ainda incompleta. Muitos até hoje veem Jesus como mestre, senhor, rei, majestade, príncipe, sábio, filósofo, etc. Mas todos esses títulos e esses conhecimentos não salvam. Porque tais pessoas valorizam os ensinamentos de Cristo, os milagres de Cristo, a obra de Cristo, mas não o próprio Cristo.
2) Ela atinge o ponto nevrálgico: o Senhor é o próprio Cristo – v. 29.
Por certo, agora acontece uma explosão do Espírito Santo dentro dela e aí ela não mais se contém, aliás, ninguém mais a detém, mesmo porque é impossível controlar alguém que foi tão impactado pelo poder de Deus. Imaginemos a alegria de Jesus ao comprovar a funcionalidade do evangelismo pessoal. Chegar à conclusão a que essa mulher chegou é indispensável para quem aspira a uma vida cristã prazerosa.

(3) Ela precisava muito se comprometer com Jesus – v. 11: “Senhor, dá-me dessa água.” – Mesmo sem ter ainda pleno conhecimento de causa em face da excelente propaganda feita por Jesus de seu valioso produto, a mulher foi persuadida a achar que jamais poderia viver sem aquela água. E à medida que se prova dessa água passa a haver um sério comprometimento com o doador. É esse o desafio para os seguidores de Cristo: encontrá-lo é relativamente fácil, conhecê-lo também é bem possível, o desafio maior é firmar pacto, firmar compromisso com Ele.

(4) Ela precisava agora testemunhar com alegria a respeito de Jesus – vv. 28,29.
A mulher que chegara ao poço de Jacó atormentada, com a alma esmolambada, recalcada, desmoralizada, após o encontro com Cristo e ter os seus questionamentos respondidos, ser confrontada com o seu pecado e experimentar da água da vida, saiu restaurada, renovada e com uma disposição incomum para encharcar a cidade da Palavra de Deus, apresentar Jesus como solução de todos problemas existenciais da humanidade.
E lançou toda a sua carga amorosa sobre Jesus e ao mesmo tempo apaixonou-se pela evangelização. Mas para cumprir com presteza o seu ministério ela teve que abandonar o velho poço de Jacó, que simbolizava um rompimento com o seu passado cheio de religiosidade vã, que não a levava a nada; mesmo também quem tem rios de água viva não precisa mais de gotas d’água do poço de Jacó.

PARA PENSAR E AGIR

A história passaria sem saber quem era essa simples mulher, pois era uma fracassada em todos os sentidos. Ela mesma já havia decretado falência em todo o seu modo de existir. Na cultura judaica, criança e mulher não tinham valor. Mas no caso dela era muito mais grave, ela que não tinha nenhuma importância mesmo. Mas na medida em que ela bebeu da Água Viva, sua vida ganhou importância histórica.
Ela aceitou passivamente ser a “outra” – Decepcionada com os casamentos, com os homens e com a vida, depois de cinco casamentos ela diz: “Não quero saber de casamento mais, é melhor ser a “outra”, porque tem muito menos responsabilidade”. Foi quando Jesus a confrontou com o seu pecado, abrindo um leque para a possibilidade de perdão. Afinal de contas, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20).
Transformação total – Foi o que aconteceu com aquela mulher, que chegou para Jesus desprovida de qualquer virtude, e após experimentar da água viva foi transformada, provando que aquilo que a religiosidade dela não conseguiu fazer, aquilo que o sexo não pôde fazer, aquilo que a preconceituosa sociedade não conseguiu fazer, Jesus fez!
Ela chegou para Jesus como uma simples bijuteria e foi transformada em joia rara, levando toda a cidade a conhecer Cristo!
Obrigado, Senhor, pelo teu poder transformador!

LEITURAS DIÁRIAS:
segunda-feira: Jo 6.35; Jo 7.37-39
terça-feira: Jo 4.1-6
quarta-feira: Jo 4.7-15
quita-feira: Jo 4.16-24
sexta-feira: Jo 4.25-30
sábado: Jo 4.31-38
domingo: Jo 4.39-42

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