quarta-feira, 18 de maio de 2011

SIMÃO PEDRO E JUDAS ISCARIOTES: A DIFERENÇA ENTRE O ARREPENDIMENTO E O REMORSO

TEXTO BÁSICO: Mateus 27.1-5; João 21.15-19

O tema nos sugere algumas indagações: por que o Senhor escolheu pessoas tão diferentes para participarem de um projeto tão amplo quanto o seu? Por que o Senhor não os impediu de fracassarem? Quem eram esses homens em foco? Por que os dois simbolizam o arrependimento e o remorso?
De um modo simples e objetivo o texto a seguir se proporá responder a essas inquirições. Só para início de conversa ambos foram escolhidos para ser bênção e não maldição.
Deus não os impediu de fracassarem por causa do livre-arbítrio de que fomos dotados, já na nossa criação. O sopro divino dado em nossas narinas simboliza que Deus não queria se relacionar com robôs, mas sim com homens com plenos poderes de pensar, querer e agir, e Deus comprova isso na sua Palavra (Gn 1.26; 3.22; Mt 16.24; Ap 3.20, etc.).

1- QUEM ERAM ESSES SEGUIDORES DE CRISTO?

Eram seres humanos semelhantes a nós, que receberam o convite de Jesus com o imperativo “segue-me”. Eles aceitaram humildemente o desafio de segui-lo, e durante três longos anos com suas deficiências naturais dos seres humanos cumpriram o prometido.
. Destaquemos os Perfis de Ambos:
(1) Simão Pedro – Filho de João, nascido na Galileia, irmão de André; na vida funcional tornou-se pescador profissional e após o encontro pessoal com Jesus foi imediatamente promovido a pescador de homens. Pelo seu temperamento explosivo e por ter uma forte personalidade foi logo se aproximando de Jesus passando a fazer parte de seu ciclo mais íntimo de amizade, tornando-se assim um dos seus maiores parceiros de oração. Por ser um homem destemido, corajoso e audacioso começou logo a ser apontado pelos seus próprios colegas de apostolado como líder do ministério, tanto assim que, graças às suas intervenções em nome do grupo, Jesus Cristo nos brindou com ricos e preciosos ensinamentos que por certo marcarão para sempre as nossas vidas. Assim sendo maravilhosas páginas da Bíblia passaram a existir em respostas às frequentes inquirições desse irrequieto apóstolo.
Como se não bastasse, ele mesmo contribui com o seu lado escritor com duas cartas neotestamentárias (1 e 2 Pe) e na visão de alguns estudiosos ele teria assessorado com muita eficiência João Marcos na sistematização de seu evangelho.
(2) Judas Iscariotes – Filho de Simão, provavelmente nascido na cidade de Queriote, na Judeia, tornando-se assim o único discípulo de Jesus que não era Galileu. Por certo isso já o deixava constrangido, e pelo seu sotaque sulino deveria sentir algumas rejeições do grupo. No entanto, pela sua formação técnica em contabilidade e a maneira como administrava a sua vida pessoal, os colegas perceberam que ele seria uma pessoa ideal para o cargo e o elegeu tesoureiro do grupo, e isso lhe deu mais respeitabilidade.
Judas não participava muito do ciclo de oração. Imaginamos que enquanto os colegas estavam orando ele dava uma desculpa de não poder estar junto para cuidar dos papéis da contabilidade. Ele também falava muito pouco e quando falava era para defender as finanças do grupo. Observa-se que ele tinha uma certa fixação por dinheiro: “então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?” (Jo 12.4,5).
Judas era ambicioso e como muitos de seus colegas tinha uma ideia distorcida do ministério de Jesus, por pensar em um reino político aqui na terra. Ao perceber que Jesus levava a sério o discurso de que o seu reino “não era deste mundo”, ele ficou frustrado, infeliz, ressentido, amargurado e ao perceber que Jesus a cada dia se encaminhava para a cruz, permitiu que Satanás entrasse em seu coração: “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. E foi e falou com os principais dos sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria” (Lc 22.3,4).
E pensando assim, vendo que o barco estava afundando, resolveu fazer a sua independência financeira decidindo-se a vender Jesus por trinta moedas de prata e, para efetuar o seu intento maligno, usou o beijo, que até então era símbolo de amor, carinho e ternura entre os seus pares, e o transformou em traição.
Mesmo depois deste perverso pecado, Jesus ainda lhe deu chance para recuperar-se, porém frustados os seus esforços, Judas caminhou para o fim de um covarde – o suicídio.

2- AS SEMELHANÇAS E AS DIRERENÇAS ENTRE ARREPENDIMENTO E REMORSO

A Bíblia diz que, durante os três anos de ministério de Cristo aqui na terra, tanto Pedro como Judas tiveram erros e acertos, porém na fase final, perante o Calvário, ambos se excederam em maldades, com Pedro o negando triplicadamente, um vexame, uma vergonha para o evangelho, ao passo que Judas em nome de sua suposta independência econômica traiu Jesus, trocando-o por dinheiro. Só que Pedro se recuperou e transformou-se em canal da graça de Deus, e Judas se depravou, se deteriorou de tal modo que a saída foi a morte. Será por que ambos cometeram esses hediondos pecados e tiveram fins diferentes? Acontece que o primeiro se arrependeu de verdade, e o outro teve apenas uma crise de remorso. Passemos a estudar os termos:

(1) Semelhanças entre Arrependimento e Remorso
1) Ambos surgem por reconhecimento de que cometemos um grande erro – Judas apenas se entristeceu por ter traído um inocente; Pedro chorou amargamente e se voltou para Jesus.
2) Ambos produzem tristeza pelo erro cometido – o remorso traz tristeza ao coração e no caso de Judas por mais que ele se depravasse, foram três anos andando, dormindo, comendo com Jesus, vendo milagres acontecerem, demônios sendo expulsos, ouvindo pregações como o Sermão do Monte e outros, tudo isso não permitia que sua consciência fosse cauterizada. Daí a tristeza invadiu o seu coração; enquanto que o genuíno arrependimento nos leva a ter dor de alma e nos voltarmos para quem realmente pode nos ajudar, Jesus.
(2) As Diferenças entre Arrependimento e Remorso
É importante que nos fixemos neste ponto, porque é possível que as igrejas estejam lotadas de crentes que nunca avançam na vida cristã, criam dificuldades para os pastores e líderes, estão sempre mal-humorados, infelizes, reclamando de tudo e de todos não porque sejam más pessoas, mas simplesmente estão na igreja há tempo, ocupam ou já ocuparam cargos de liderança, porém nunca tiveram uma experiência real de arrependimento de pecados. Tais pessoas vivem em constantes remorsos. Sempre quando ouvem uma mensagem de um pregador desconhecido, atendem aos apelos em lágrimas, ajoelham-se na plataforma do templo, fazem votos dramáticos visando a aperfeiçoarem a vida cristã, e o tempo passa e nada de novo acontece. Atentemos, pois, para essas diferenças:
1) Quem tem um mero remorso tenta resolver sozinho os seus problemas, mas quem se arrepende de verdade reconhece a sua incapacidade e sem titubear se volta para Jesus – Mt 26.75; Mt 27.3-5.
2) Quem tem um simples remorso acha que pode fazer uma maquiagem no pecado, mas quem se arrepende suplica de Deus uma transformação radical.
3) Quem tem apenas remorso entra em pânico quando fracassa, mas quem se arrepende chora os seus pecados e aceita o socorro divino – Mt 27.5; Jo 21.15-19.


PARA PENSAR E AGIR

. Qual de nós nunca teve pânico? Qual de nós já conviveu, está convivendo ou conviverá com problemas insolúveis aos olhos humanos? Mas é exatamente nessas horas que precisamos estar certos de que somos verdadeiramente convertidos, arrependidos de nossos pecados, desprezar radicalmente o desespero, o descontrole de Judas e nos apegar ao bom exemplo de Pedro, que falhou, é verdade, mas teve a coragem de: a) admitir a sua impotência; b) reafirmar o seu amor por Jesus, dando-lhe liberdade para agir em sua vida; c) em nenhum momento abrir mão da vida, que é essa preciosidade que o Senhor nos deu.

LEITURAS DIÁRIAS:

segunda-feira: Lc 6.12-16
terça-feira: Mt 26.75
quarta-feira: Rm 5.1-11
quinta-feira: Sl 139.23,24
sexta-feira: Is 6.1-8
sábado: Lc 18.9-14
domingo: Mt 27.1-5; Jo 21.15-19

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