terça-feira, 12 de abril de 2011

- ANDRÉ – O COADJUVANTE QUE VIROU PROTAGONISTA

TEXTO BÁSICO: JOÃO 1

Ouvi de um velho famoso ator de teatro a seguinte expressão: “É duro ser ator coadjuvante a vida inteira!”. Após a sua entrevista fiquei pensando que a verdade é que no teatro da vida não existem abundantes papéis para protagonistas, pois a maioria desses papéis são reservados para os coadjuvantes!
Definindo os termos:
. COADJUVANTE = Aquele que coopera, que auxilia o outro e no campo da arte é aquele ator que desempenha papéis secundários, na trama.
. PROTAGONISTA = Personagem principal de uma representação dramática, figura imprescindível em alguma atividade.
Digo isso para informar que em uma novela estrelada por Pedro, Tiago, João e outros famosos em termos de mídia, o nome de André entraria bem no fim da lista. Porém é bom que saibamos que não é assim que Deus pensa, pois segundo a Palavra do próprio Deus o olhar d’Ele é bem diferente do nosso. A visão d’Ele é bem mais ampla do que a nossa.

QUEM ERA ANDRÉ?
Só para começar, o seu nome significa “valoroso”. Não sabemos o grau de fé de seus pais, porém é bom que se diga que esse nome não foi dado a ele por acaso. Em toda a sua vida esse seu valor ficou muito bem evidenciado. Ele era irmão de Simão Pedro, pescador de profissão, nasceu em Betsaida e morava com o seu irmão em Cafarnaum (Jo 1.44; Mt 4.18; Mc 1.16-18,29). Foi impactado por ouvir João Batista, tornou-se em seguida seu discípulo, que no tempo próprio lhe apontou Jesus Cristo como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, não titubeou e convencido de que Jesus era o Messias prometido passou a segui-lo com paixão. Este é o nosso personagem de hoje, que aos olhos da mídia e dele mesmo havia sido programado para ser um mero coadjuvante, quando Cristo o restaurou primeiro, fazendo dele um protagonista da história de seu apostolado.
Um flash dos melhores momentos da performance deste valoroso obreiro do Senhor:

I- ANDRÉ – UM HOMEM ANTENADO COM O SEU TEMPO – João 6.8,9
Essa é a segunda aparição pública desse discreto discípulo, pois como já fomos anteriormente informados ele não era homem de massas e consequentemente não gostava nem um pouco de sobressair. Porém, todas as vezes que ele se manifestava era para dizer ou fazer algo de extrema importância. O histórico do texto enfocado destaca uma questão embaraçosa vivida por Jesus e sua equipe ministerial. Jesus queria tirar os discípulos do estresse em que estavam, e em face do assédio da multidão, resolveu levá-los para o outro lado do mar da Galileia, que é de Tiberíades, mas o plano falhou porque quando chegaram ao local combinado a multidão já estava lá em número infinitamente maior, à procura de ministrações gerais. Jesus, após pregar novamente, realizou algumas curas e sentiu que a multidão não arredava o pé. Percebendo que o lugar era desértico e que em meio àquela multidão havia idosos e crianças, constatou que não era justo despedir todo aquele povo desnutrido para que enfrentasse uma caminhada longa, penosa e cansativa.
É quando entra em cena o tímido mas eficiente André, provando ser um ministro antenado, que andava no meio do povo, se misturava com o povo e por isso podia ministrar com autoridade porque observava as suas ações e reações. Assim sendo, Jesus nem precisou solicitar a sua prestimosa cooperação, pois ao perceber o apuro em que seu Mestre estava, pediu a palavra e foi decisivo, como sempre, quando disse: “está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos” (Jo 6.9a). E aí então, graças à intervenção desse humilíssimo servo, o jantar foi garantido, os ânimos foram recobrados, a multidão foi inteiramente saciada e todos os seus colegas de apostolado foram agraciados com uma enorme cesta básica – Jo 6.13. Aprendemos aqui que quem faz sempre a obra é Deus, mas bondosamente Ele permite e vibra com a nossa assessoria, fazendo valer o provérbio já conhecido: “Deus opera na medida em que o homem coopera”.

II- ANDRÉ – UM ESPECIALISTA EM DISCIPULAR E CONDUZIR AS PESSOAS A CRISTO – João 1.41,42; 12.21,22
É impressionante constatar mais citações bíblicas que destacam a figura do valoroso André. E desta feita a situação se tornara muito mais complexa, porque Jesus já vivia à sombra da cruz, o seu ministério terreno já caminhava para o fim. Jesus já havia entrado triunfalmente em Jerusalém e tinha recebido todas as honras e comendas e sobretudo a calorosa manifestação da multidão, que o aplaudiu freneticamente, quando inesperadamente surge uma delegação grega, por certo composta de teólogos, políticos e filósofos, que insistia em ter uma audiência prolongada com Jesus. Em virtude dos laços gregos que cercavam Filipe, foi natural até que aquelas autoridades o abordassem com um desejo no coração: “Senhor, queríamos ver Jesus” (Jo 12.21b). Pensemos agora com a mente do grego Filipe. Ele conhecia bem o seu povo tão acostumado com as poesias, as filosofias, com os seus heróis, seus semideuses, os seus cartógrafos, geógrafos, atletas espetaculares, com os mitos e lendas, agora vêm procurar Jesus? O que essa gente culta e guerreira quer com o Mestre? Por certo, em sua mente fervilhavam os seguintes pensamentos:
1) Vieram testar os conhecimentos filosóficos de Jesus;
2) Ou vieram, porque foram informados que dentro em breve Jesus seria crucificado e acharam ser um desperdício uma mente tão brilhante se perder de um modo tão cruel, e aí queriam levá-lo para ensinar filosofia nas escolas gregas.
3) Ou provavelmente ele tenha pensado que eram enviados do mal para desviar Jesus de sua dura trilogia: Calvário – Cruz – Coroa.
Porém Filipe, por se sentir confuso, lembrou que o especialista em levar pessoas individualmente a Jesus e discipulá-las era André, e imediatamente o colocou no circuito e os dois discutiram aquele polêmico assunto e decidiram levar aqueles gregos a Jesus. Impressionante o preparo e a vocação de André para esse tão importante ministério, que é o evangelismo pessoal. Foi então que aqueles gregos chegaram até Jesus e aprenderam lições que anos de filosofia não lhes havia ensinado, pois eram homens com as mentes cheias e corações vazios, pois toda aquela gama de conhecimento adquirido em suas escolas, todos aqueles deuses que adoravam, a ponto de levantarem um altar “ao Deus desconhecido” (At 17.23) não preenchiam as crateras existentes em suas almas. Jesus os recebeu, os abençoou.

PARA PENSAR E AGIR
. Quem sabe a família, a sociedade e a própria vida reservaram para você um papel de coadjuvante sem muita ou nenhuma importância no palco da vida. Porém saiba que a exemplo de André Deus quer transformar você em protagonista. Se os homens querem reduzir a sua importância para o Reino, Deus quer exaltá-lo para a glória d’Ele.
. A Bíblia não mostra André falando em línguas, realizando prodígios e maravilhas, no entanto poucas pessoas na Bíblia foram tão usadas por Deus no ministério que lhe foi proposto. Aliás, depois de Jesus ele foi o maior discipulador da Bíblia. Amado irmão, há carência enorme de “andrés” em nossas igrejas, mesmo porque sem os “andrés” não teríamos os “pedros”. Imagino que cada alma que Pedro ganhava para Cristo, André deveria dar pulos de alegria, glorificando a Deus.
. Que Deus nos ilumine e nos encoraje para que a partir de hoje nos transformemos em verdadeiros e leais ganhadores de almas, pois foi Salomão quem disse: “O fruto do justo é a árvore da vida, e o que ganha almas sábio é” (Pv 11.30).
. Observação: A tradição diz que André morreu pregando na Macedônia e foi crucificado em uma cruz em forma de “x”, sempre leal e fiel ao seu Jesus!

LEITURAS DIÁRIAS:
Segunda-feira: Jo 1.44
terça-feira: Mt 4.18
quarta-feira: Mc 1.16-18,29
quinta-feira: Jo 6.8-14
sexta-feira: Jo 1.40-42
sábado: Jo 12.20-23
domingo: Pv 11.30

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