segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

O que é vocação? Vocação ou dom? Exclusividade ou parcialidade? Existe ou não crise de vocação? O que existe é a crise de vocação para o exercício da tarefa segundo o propósito do Pai? A vocação é uma escolha que vem da parte de Deus para uma tarefa especial. É mais do que uma obediência simples para o trabalho cristão. “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós e vos nomeei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça” (João 15.16).
Não há dúvida que a vocação, o chamado virá acompanhado do dom. O Senhor capacita os que Ele chama. A vocação pode ser exclusiva ou parcial no sentido de envolvimento, até porque é preciso alargar nossa compreensão no sentido de que a sua empresa, a sua família, a sua instituição podem ser o seu campo missionário, não simplesmente por obediência que se espera de todos os crentes mas também por uma vocação direta, especial e específica.

1. VOCAÇÃO COMO RESULTADO DA GRANDEZA DO PROVEDOR (v.38)
A vocação não pode ser resultado de propaganda e desejo pessoal. Missões não é aventura, no sentido de ser um acontecimento imprevisto ou como uma entrega de risco. Não é uma peripécia. Pode haver algumas aventuras na obra missionária, mas ela não é uma aventura em si mesma.
Pensamos algumas vezes que somos os senhores da seara. Agimos como se assim fosse. Fazemos tudo como se fôssemos os donos do Reino.
O mundo elege para si algumas palavras e atitudes que acabamos imitando de forma inconsequente. Pensamos na fama, no sucesso. Realizamos a obra e pensamos que somos celebridades.
No reino de Deus só existem dois tipos de pessoa. Senhor, que é exclusivamente Jesus; e nós, que somos os servos. Se alguém não vive a realidade, a obediência de servo significa que não está vinculado ao Reino.
Por isso Jesus ensinou dizendo que devemos rogar ao Senhor da seara que este vocacione e chame obreiros. Ele é o Senhor. Ele é o dono. Nós somos apenas cooperadores (1Coríntios 3.9).
O Senhor é o provedor. Ele mesmo que conhece os corações e todas as circunstâncias e irá providenciar a dinâmica e obediência da vocação missionária em resposta às nossas orações. Rogar, pedir, insistir sobre vocacionados com o Senhor é uma atitude de obediência e reconhecimento de que Ele, sim, é o dono do Reino. O texto diz: “Rogai ao Senhor da Seara”.
Para que envie traz a ideia de algo que não é discutível. A vocação envolve obediência irrestrita e incondicional. Enviar dá a ideia de arremessar. É, portanto, alguma coisa ou alguém que é colocado com força, lançado com ímpeto para um determinado lugar. Isto reforma a ideia e o entendimento de que existe, sim, um Senhor, um dono, um absoluto nessa obra. A vocação missionária é possível e real, se evidencia com este entendimento de que o vocacionado é simplesmente um instrumento, um canal, mas o dono é Deus.

2. VOCAÇÃO COMO RESULTADO DA GRANDEZA DA OBRA (v.37)
A obra é grande. Essa grandeza da obra deve ser um fator motivador para a vocação. O Senhor disse: grande é a seara. A grandeza da obra precisa ser entendida geograficamente. São hoje aproximadamente 200 países no mundo. No início do século 20 eram apenas 57 países. Vivemos o grande desafio geográfico a ser alcançado. Precisamos ocupar mentes, corações, pessoas, mas não podemos esquecer que precisamos ocupar espaço físico. Em razão disso há necessidade de vocacionados que tenham essa compreensão. Plantar igrejas aqui e ali deve ser a paixão do vocacionado.
A obra é grande em sua importância. Importante é o que merece consideração. Que tem mérito. O que é de grande valor. O que é essencial. O evangelho de Jesus tem todas essas qualificações e conceitos. É uma joia de grande valor. “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo” (Mateus 13.44).
A nossa tarefa é grande em sua natureza, em sua espécie, em sua qualidade. Não se trata de um postulado humano, mas divino. Não é uma notícia terrena, mas celestial. A natureza da obra é especial e isso a torna grande.
Grande em sua eficácia, porque faz o que a ciência não pode fazer. Nenhum ramo do conhecimento por mais útil que seja pode fazer o que o evangelho faz. O evangelho salva o perdido, restaura o fraco, transforma em filhos o que simplesmente são criaturas, dá luz aos que estão nas trevas, liberta o cativo, justifica o condenado, dá vida eterna ao que vive morto em suas ofensas e delitos. Isso é obra da graça. O vocacionado tem que estar comprometido com essa graça e mensagem, que é loucura para o mundo, mas para o pecador transformado é o poder de Deus (1Coríntios 1.18). A grandeza da obra em todos os seus aspectos traz e requer obediência para aqueles que o Senhor quer arremessar como instrumento de vida e poder. Vocacionados, entendam a grandeza da obra.

3. VOCAÇÃO COMO RESULTADO DA GRANDEZA DA NECESSIDADE (v.37)
“Poucos são os ceifeiros”, disse o Senhor. Por mais que façamos, por melhores planos que sejam executados, por mais que arrecademos em ofertas, sempre haverá um déficit. Sempre haverá um débito espiritual com as necessidades. Jesus de maneira clara e objetiva disse: “são poucos os trabalhadores”. Talvez sejam muitos os espectadores no reino de Deus. Quem sabe seja grande o número de curiosos e aventureiros. É possível que o Reino seja tomado de especuladores no campo da reflexão e pouco pragmatismo missionário. São poucos os trabalhadores. Trabalhador se compromete. Tem compromisso. É comprometido. Não mede esforço. É dedicado. Obedece ao Senhor. Faz conforme o Senhor quer e manda. O trabalhador é produtivo em si mesmo e reafirma produtividade em seu trabalho. O trabalho vai além de um ativismo oco e teatral. Trabalhador com as características de Jesus, esses são poucos. A vocação missionária precisa ser avaliada por esse referencial. Quantas vezes o nosso referencial de necessidade é baseado em conveniências e interesses pessoais e não do reino de Deus. A necessidade levantada por Jesus está diretamente relacionada com a tarefa missionária. O Senhor precisa de ceifeiros. Precisa de trabalhadores. Precisamos trabalhar enquanto é dia, disse Jesus. “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9.4). Jamais haverá suprimento de pessoal na obra enquanto houver ciúmes, disputas e cargos e funções. Vocação envolve desprendimento e atitude de serviço e não de glória. Se você é vocacionado tenha consciência clara desse seu chamado pessoal e desenvolva-o. Ouça e siga o seu chamado.

PARA PENSAR E AGIR
Considere a sua vocação diante do Senhor de forma simples e objetiva, mas com profunda dependência do Senhor. Não permita que vozes humanas, que vozes das influências definam sua vocação. Quem falou a Samuel foi o Senhor. O sacerdote apenas o ajudou a entender o chamado.
Viva a sua vocação no seio da igreja de tal forma que a sua igreja o reconheça como vocacionado. Não esqueça que o chamado não é só subjetivo. Ele precisa ser reconhecido pela igreja, pois é esta que o envia.
Desenvolva a sua vocação missionária com ardor, fé e entusiasmo. Nada melhor do que se entusiasmar com o chamado do Senhor.
Que as igrejas, além de reconhecerem o vocacionado, invistam nele com orações, incentivo, oportunidade, sem esquecer o investimento financeiro.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda ...Mateus 9.35,36
terça ...Mateus 9.37,38
quarta ...Atos 1.9
quinta ...Isaías 6.1-9
sexta ...Atos 9.15-19
sábado ...João 15.16
domingo ...Mateus 13.44

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