terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Como podemos perceber a presença de Deus no culto?

Texto bíblico: Romanos 12.1,2

O culto é oferta do povo de Deus para honrá-lo, é uma celebração para bendizer o nome daquele que é a razão da vida do seu povo.
No culto rendemos graças, cantamos louvores, glorificamos ao Senhor e anunciamos os seus feitos maravilhosos (Sl 105.1-3). Culto é para adorar a Deus, apreciar os seus atributos, que é a essência da perfeição divina e, também para render-se a Ele, servindo-o com dedicação, entusiasmo e prazer. Com o culto retribuímos a Deus os resultados daquilo que Ele tem feito em nós, ou seja, apresentamos-lhe o resultado de sua obra em nossa vida. É o derramar da alma perante o Senhor (Sl 108.1).
O culto coletivo é o momento áureo da comunidade cristã. É sublime o ajuntamento solene do povo de Deus, para prestar-lhe culto, em reconhecimento da sua pessoa e dos seus feitos.
Quanto à presença de Deus no culto, sabemos que é uma questão pessoal, mas, com base na Palavra, podemos pontuar aspectos gerais, que envolvem nossa vida, enquanto salvos, servos de Cristo Jesus.

1. O que é culto

No imaginário do nosso povo, mesmo dos mais novos, a ideia de culto está ligada ao templo. Se perguntarmos para uma criança o que é culto, via de regra, ela responderá que é ir à igreja adorar, orar e cantar para Deus com os irmãos. É o pensamento de coletividade que nos envolve diante do assunto.
Culto é a celebração do povo de Deus, com consciência de sua constante presença motivadora para uma prática diferenciada de vida, que sempre nos leva a corresponder com os ideais divinos, servindo-o com alegria e gratidão (Sl 100.1,2).
Há muitas definições sobre o culto cristão. Apresentaremos uma simples e objetiva definição, que afirma que “culto é o encontro da comunidade com Deus”. Quem nos convida para este encontro é o próprio Deus, pois Ele mesmo dá garantia da sua presença: “pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18.20).
Sendo assim, a presença ilustre no culto é a de Jesus. É Ele o foco da adoração. Todas as nossas intenções e ações devem ser para Ele. O culto tem como referência o nome dele (Mt 18.20), pois por meio dele temos autoridade (Lc 10.19,20), nos comportamos para agradar lhe (1Ts 4.1) e buscamos a santificação (1Ts 4.3; Hb. 12.14), ou seja, sem a presença de Jesus não há culto. Portanto, em nossas celebrações, devemos ter consciência e a certeza da sua presença.

2. Presença de Deus no culto


Para tratar desse ponto, faremos uma distinção entre culto e liturgia. Já vimos que “culto é o encontro da comunidade com Deus”. E liturgia? “É o conjunto de elementos e formas através dos quais se realiza esse encontro”.
Culto é a essência e liturgia a forma. Muitos problemas residem neste entendimento. Não é sábio vincular a percepção da presença de Deus às formas.
O pastor é responsável pela liturgia do culto, e isso não significa que ele seja a pessoa que, com exclusividade, tenha que prepará-la; pode ser o ministro de música ou outra pessoa com tal responsabilidade, mas as diretrizes de cada culto devem ser transmitidas pelo pastor.
O equilíbrio do culto deve ser trabalhado. Não seria prudente privilegiar os idosos em detrimento dos jovens, nem estes em detrimento daqueles. Deve o pastor adotar a postura de administrador das tendências, dosar cânticos e hinos para que todos saiam contentes para os seus lares, prosseguindo com o culto, mas de forma prazerosa e não com ressentimentos ou tristezas.
Não devemos “prender” a constatação da presença de Deus a determinados fenômenos litúrgicos, tais como levantar ou não as mãos ou chorar ou não durante o culto. Não será qualquer outra manifestação humana o termômetro que atestará a presença de Deus.
A certeza da presença de Deus no culto cristão só é possível porque Ele mesmo garante. É audacioso demais achar que elementos humanos podem dar conta dessa Santa Presença.
Erramos quando reproduzimos estilos do Antigo Testamento, aplicando-os literalmente, sem a devida interpretação. São aqueles casos de simulações de uma espécie de arca da aliança ou sarças ardentes.
Erramos quando relacionamos culto a show, a meras convenções sociais, a agremiações onde se defendem interesses próprios.
Erramos quando vinculamos o sentir a presença de Deus mediante determinadas manifestações, como rolar, rir, chorar, mudar tonalidade da voz, dando um timbre mais estridente etc. Erramos quando julgamos o próximo, inferiorizando ou até mesmo supervalorizando as suas ações.
Erramos quando não fazemos o melhor, de coração, em nossos cultos. Quando olhamos apenas para os nossos interesses, quando esperamos em Deus uma espécie de “antídoto instantâneo para todos os nossos males”.
Acertamos quando nos prostramos diante de Deus, em sincera adoração, quando nos despimos dos vãos interesses, quando o buscamos em primeiro lugar. Acertamos quando nossa prática de vida é coerente com a Palavra, quando atendemos os apelos divinos, quando obedecemos às suas ordens.

3. Culto racional

Seria um culto sem emoção, marcado pela ausência de sentimento e afeição, algo frio, sem brilho ou garra, em que as pessoas não vibram, pois tudo é cronometrado, não restando espaço para nada, algo mecânico? É claro que não se refere a isso!
O culto racional deve ser algo planejado, mas flexível; trabalhado, mas na dependência de Deus e guiado pelo Espírito; deve dar espaço para que as pessoas glorifiquem ao seu Senhor, emocionando-se com Ele, sentindo prazer em exaltá-lo, encantando-se com sua presença, mas sendo capaz de pensar, refletir e confrontar.
O culto racional não nos tira do ar, como quem fica em êxtase, mas nos centraliza nos propósitos de Deus explícitos em sua Palavra. Ele nos dá consciência de que o bom mesmo não é sentir, nem buscar o que quero, mas o que Deus quer; não é fazer a minha vontade, mas a de Deus, nem fazer o que gosto, mas encaixar-me no gosto de Deus.
O culto racional me leva de uma atitude contemplativa ou de delírio para o campo da ação, do serviço e da dedicação ao Senhor. Apresento-me ao invés de esperar que Deus se apresente a mim. Demonstro minha fidelidade no lugar de ficar esperando que Deus me mostre a sua. Deus é fiel independentemente de qualquer coisa!
O culto racional vai além da decência e da ordem (1Co 14.40); é uma celebração saudável e responsável dos crentes equilibrados pela Palavra, expressa no ensino, na dependência e na comunhão com Deus e com os salvos, evidenciada no interesse de zelar pela boa harmonia facilitadora de uma convivência aprazível e de resultados significativos (At 2.42-47).
Em Romanos 12.1 encontramos um pedido que tinha como base a autoridade apostólica de Paulo. Essa exortação efetiva-se na vida de alguém pelo viés da misericórdia divina. É pelo Senhor que nos aproximamos do espiritual, dos ideais dos céus e atentamos para o seu querer.
Quando o apóstolo fala dos nossos corpos, referia-se a uma devoção que deveria ser consciente, inteligente e consagrada a Deus. Daí a necessidade de o culto ser uma oportunidade de confronto entre aquilo que somos e o que Deus quer que sejamos; uma entrega incondicional ao Senhor, separados para Ele; é dedicação ao serviço do Mestre.

Para pensar e agir

Ao se dirigir ao templo de sua igreja para o culto coletivo, tenha a convicção de que não participará de um momento vazio de sentido, mas de um encontro relevante com Deus, juntamente com os seus irmãos.
Valorize cada minuto do culto, com uma postura sincera e reverente, com gratidão, exaltando aquele que nos salvou da condenação e nos abriu o caminho do céu.

Leitura Bíblica Diária
Segunda: Salmo 27.1-4
Terça: Apocalipse 4.11
Quarta: Salmo 95
Quinta: Mateus 21.12-17
Sexta: 2Crônicas 7.14-16
Sábado: Salmo 150
Domingo: Romanos 12.1,2

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