terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lição 07 - Decisão errada

Texto Bíblico: Números 13.1 a 14.45

Decisão errada

Josué e Calebe são exemplo de homens realmente preparados para as ocasiões em que se exige mente aberta, coração forte e um verdadeiro espírito de decisão. Provaram estar em sintonia fina com a vontade de Deus, que tem para seus escolhidos um plano de vitórias e conquistas.

1. Príncipes em Canaã (13.1-24)

O nome príncipe aqui não traduz uma designação de nobreza. Israel ainda não é uma monarquia. Trata-se de líderes das tribos, “cabeças dos filhos de Israel”. Embora se afirme que o fracasso de sua missão se deve ao fato de não terem sido escolhidos por Deus e sim por Moisés, o texto de Números (13.1-3) deixa claro que o Senhor mesmo determinou que Moisés escolhesse os príncipes de cada tribo. Não é porque alguém foi escolhido por Deus para cumprir certa missão que essa pessoa a cumprirá. Judas Iscariotes não foi escolhido por Jesus Cristo para traí-lo e sim para ser um apóstolo fiel e frutífero na obra do Reino.

O maior problema de uma liderança que fracassa é que ela arrasta os liderados na queda. Um pastor que entrava o trabalho da igreja por seus métodos individualistas e restritivos impede a realização do ministério pessoal de cada membro. O problema de um líder de visão tacanha e alma pequena é que ele tende a conformar à sua imagem e semelhança os que o seguem. Por tudo isso, o próprio Deus precisa intervir para recolocar as coisas em seu devido lugar.

2. Gigantes e gafanhotos (13.25-33)

Os enviados seguiram do deserto de Parã em direção ao norte. Seguindo as instruções de Moisés, fizeram um rastreamento da terra, buscando saber se era fértil ou estéril, quais os acidentes geográficos de importância estratégica, quais as cidades fortificadas e como eram as populações que nela habitavam. O objetivo era, em termos militares, fazer o reconhecimento do terreno, com vistas a um ataque preciso e devastador. A maneira como esse comando avançado trabalhou não é detalhada, mas supõe-se que tenham tomado as devidas precauções no sentido de não serem descobertos.

Sãos e salvos, eles retornam a Cades-Barneia, onde está instalado o arraial israelita. E dão um relatório ambíguo. A terra é boa, mana leite e mel, ou seja, o rebanho é grande e as pastagens adequadas. A lavoura é excelente, fato inclusive provado pelo enorme cacho de uvas que trazem da região de Escol. O povo cananita, contudo, disseram eles, era formado por gigantes – “e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos” (v. 33). E dão parecer contrário à invasão.

O que faltou acrescentar a esse relatório é que não poucas vezes na história os gafanhotos têm devastado regiões inteiras, literalmente falando. E que por incontáveis vezes gafanhotos humanos têm destruído gigantes que de tão grandes nem parecem humanos. E, mais ainda, que quando Deus está em um assunto, gigantes viram gafanhotos e gafanhotos viram gigantes.

3. Vestes rasgadas (14.1-12)

O debate que se seguiu ao relatório dos doze é de uma dramaticidade extrema. A discussão é desigual. Dez dos enviados afirmam de modo categórico que é loucura tentar invadir Canaã. Segundo eles, a derrota é certa. Com o peso da maioria e com o prestígio de líderes respeitados, conseguem a adesão do povo. A velha tentação de voltar para o Egito retorna à cena. Para fazer isso, nada melhor do que se livrar de Moisés e seus apoiadores, por meio de um bem executado apedrejamento.

Josué, título hebraico que significa “Deus é Salvação” e cujo nome original é Oseias, junta-se a Calebe (nome cujo significado é, curiosamente, “Cão”, de “cachorro” mesmo), travam um combate inglório contra os pessimistas. Rasgam suas vestes, argumentam que Deus é com Israel, dizem que a terra é muito boa e que os israelitas podem vencer os cananitas mediante a intervenção do braço do Senhor. Nada disso adianta. E o Senhor acaba tendo que intervir diretamente.

4. A intervenção de Moisés (14.13-19)

Da estirpe de Moisés, Deus afirma que pode fazer um outro Israel, que lhe seja obediente e fiel, destruindo antes os israelitas que em várias ocasiões se mostraram para com ele ingratos e rebeldes. Para tanto, o Senhor poderia agir por meio de uma “pestilência” (v.12), de alguma calamidade natural ou deixar Israel à mercê dos exércitos inimigos. Moisés, como o grande sacerdote que era, intervém com um espírito de grande compaixão e com um argumento de refinada lógica.

Se o Senhor destruir Israel, afirma Moisés, estará exibindo sua própria impotência em cumprir seus planos e promessas feitos quando da libertação do Egito. Estará se mostrando para com as nações do mundo, especialmente egípcios e cananitas, como um Deus impotente, incapaz de levar a termo suas iniciativas para com o povo a quem escolheu como nação sacerdotal. Atendendo à oração do homem de Deus, o Senhor adota outro procedimento. Ele preservará Israel, mas reterá por 40 longos anos a bênção da entrada na Terra Prometida. E a geração presente não receberá diretamente esse prêmio, e sim seus descendentes.

5. Portas fechadas (14.20-38)

Tenho um critério pessoal no que se refere a portas. Se estão fechadas, bato antes de entrar. Se estão trancadas, é possível que eu tente arrombá-las se a situação assim o exigir (num incêndio, por exemplo) e se minhas forças forem suficientes. Quando, no entanto, é Deus quem fecha não dá para abrir. E quando é ele quem abre, não dá para fechar.

As portas de Canaã estavam abertas por Deus para a entrada dos israelitas, mas eles não entraram. Era o tempo de Deus para eles, mas eles não o aproveitaram. Quando tentaram fazer isso, era tarde demais.

6. Fora de tempo (14.39-45)

Os dez líderes que se opuseram aos planos de Deus para a conquista imediata de Canaã pagaram com a vida sua rebelião (14.36-37). Não foram os únicos, contudo. Convencido por Moisés de seu pecado, o restante do povo, numa tardia tentativa de consertar as coisas, tentou tomar as regiões elevadas onde estavam as guarnições dos cananeus e amalequitas. Foram derrotados de maneira estrondosa.

Não adianta insistir quando Deus fecha as portas. Não adianta deixar de entrar quando ele abre as portas. O que cabe ao cristão é saber que, quando Deus está presente, portas aparentemente fechadas estão escancaradas. E que, quando ele está ausente, portas aparentemente abertas estão abertas de fato – mas para os caminhos da destruição e da morte.

Portanto...

Em sua peregrinação no deserto, essa foi a maior derrota sofrida pelos israelitas – e por culpa deles próprios. Faltou-lhes a fé que opera pela humilde, coragem dos que confiam que o Senhor vai à frente de suas tropas na guerra contra inimigos muito mais poderosos. E se o Senhor dos Exércitos está com seu povo, nada nem ninguém consegue resistir a esse povo. Josué e Calebe percebem isso, creem nisso e agem com base nessa compreensão. Perdem no voto, mas ganham na promessa de que terão a vida preservada e herdarão a terra.

Para pensar e agir

Por que somente Josué e Calebe acreditaram na vitória?

O que você faz quando é minoria? Continua convicto defendendo seu ponto de vista ou cede para “ficar bem” com a maioria?

Diante de desafios maiores, você reage como o povo de Israel ou como Josué e Calebe?

Números 13. 1-16

Números 13. 17-25

Números 14. 1-10

Números 14. 11-20

Números 14. 21-31

Números 14. 32-45

Salmos 131.1-3

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