sábado, 10 de novembro de 2012

Sexto Conselho de Paulo: Construam e protejam a unidade da igreja.

Filipenses 2.1-4 A unidade da igreja foi desejada por Cristo (Jo 17.21-23), consumada por sua morte na Cruz (2Co 5.18-6.3) e precisa ser construída e protegida pelos seus discípulos. Paulo fez um apelo aos Filipenses a que cultivassem a unidade da igreja, inclusive convocando o exemplo de humildade e abnegação de Jesus (Fl 2.5-11); em função da importância estratégica da unidade tanto para a saúde da igreja como para o seu testemunho. Foi deste contexto que fizemos destilar o sexto conselho de Paulo para a vida cristã: Construam e protejam a unidade da igreja. Palavra e vida (Filipenses 2.1) Foram quatro as palavras usadas pelo apóstolo, das quais emanam quatro práticas que a igreja precisa automatizar ou transformar em hábito, para a construção e proteção de sua unidade. Veja este quadro: Palavras de Paulo (Fp 2.1) Hábitos a serem formados na igreja Exortação Os crentes precisam desenvolver o hábito de instruir, guiar e encorajar uns aos outros. Consolação Os crentes precisam desenvolver o hábito de se relacionar uns com os outros, para conforto mútuo. Comunhão Os crentes precisam desenvolver o hábito de participar das reuniões e de trabalhar juntos, cooperando em tudo. Misericórdia Os crentes precisam desenvolver o hábito de se interessar uns pelos outros, percebendo-lhes as necessidades e agindo com compaixão e amor para ajudarem os que passam por crises e dificuldades. Observe que, uma vez que todos desenvolvam estes hábitos, é construída uma robusta unidade, que a todos protege. Por outro lado, até que uma igreja forme estes hábitos em seus membros, poderá conviver com dissensões, facções, brigas e até divisões internas. A Igreja que vive em unidade, portanto, é aquela em que os membros instruem, confortam, cooperam e socorrem uns aos outros sempre, sem preconceitos, predileções ou restrições. Para avaliarmos o nível de unidade da nossa igreja, precisamos perguntar, a nós mesmos, como estamos trabalhando para a construção e proteção desta unidade. Pois, como desejar unidade na igreja se não agimos para a sua construção? Ou, como não querer que a unidade seja derrubada, se nada fazemos para protegê-la? Não é difícil entendermos que, quando os crentes não desenvolvem esses hábitos, acabam desenvolvendo outros que, por natureza, vão militar contra a unidade da igreja. A lista de hábitos que destroem a unidade da igreja é grande: mentira, maledicência, fofocas, preconceito, injustiça, desrespeito, autossuficiência, religiosidade, jactância, e por aí vai… A nossa meta, como servos de Deus que somos, deve ser a de trabalhar para a construção e lutar para a proteção da unidade da igreja, transformando exortação, consolação, comunhão e misericórdia em hábitos saudáveis, para a nossa vida, e abençoadores, para a igreja de Deus. Fugindo da superfície (Filipenses 2.2) Esses hábitos precisam ser formados com raízes profundas. Há muito de aparência e até de artificialidade no meio evangélico contemporâneo. Condutas episódicas , ações pontuais, atitudes apenas formais não podem ser confundidas com hábitos saudáveis, formados a partir da assimilação de conceitos (verdades), princípios (convicções) e preceitos (valores); o que se torna possível por meio de um processo de discipulado que combine ensino e mentoria , instrução e acompanhamento. Paulo demonstrou aos filipenses como deveriam trabalhar o enraizamento dos valores, princípios, conceitos e crenças, de forma a automatizá-los em suas vidas, escapando assim do chamado cristianismo nominal ou superficial. O discipulado na igreja pressupõe ensino profundo e mentoria responsável. Este ensino precisa afetar a pessoa de forma integral, por isso Paulo lançou mão de algumas expressões denotadoras desse discipulado comprometido (Fl 2.2). 1. Unidade no pensar Não significa concordar em tudo, mas viver em consenso, tendo a mesma meta em mente, querendo o melhor para todos. A unidade na igreja não deve ser confundida com uniformidade, mas vista como um corpo refletindo, raciocinando, pensando de forma unida, cada um com os recursos que recebeu de Deus e construiu pela vida, mas todos empregando seu esforço para o mesmo fim. A palavra que Paulo usou para ‘alma’ denota a vida interior, as realidades mais profundas do humano. É assim, de forma radicalmente comprometida, que os membros da igreja devem a ela se dedicar. 2. Unidade no sentir Ao lado da unidade no pensar, Paulo colocou a unidade no sentir. As emoções são ativadas pelo pensamento. É a mente que deve comandar as emoções e não o contrário. No entanto, são as emoções, no texto referidas pela palavra ‘sentimento’, que alimentam o processo de ação. A igreja precisa gerar sentimentos positivos, capazes de unir todos os membros em torno de seus propósitos eternos. A alegria, a compaixão, a solidariedade e o senso de justiça, são alguns exemplos de sentimentos gerados nos crentes em cujas vidas os valores e os princípios eternos da Palavra de Deus se automatizam. Assim, a harmonia no sentir ajuda a edificar a unidade da igreja. 3. Unidade no agir O que faz a unidade da igreja sair da teoria é este terceiro nível de assimilação da Palavra de Deus, a ação. Uma igreja não pode ficar estacionada na reflexão ou na apreciação emocional, precisa partir para a ação. Paulo usou a palavra ‘amor’ para referir-se ao agir. Amor, diferente do que muitos pensam, não é um sentimento ou uma emoção, mas compromisso, ação. Por outro lado, uma igreja que planeja unida e que está possuída pelo mesmo sentimento, não pode agir em desarmonia ou sem união. Pelo contrário, na hora do agir, a igreja de Cristo dá o testemunho público da sua unidade. Concluímos, assim, que no discipulado responsável os hábitos são desenvolvidos na vida dos crentes porque os afetam de forma cognitiva , afetiva e motora. E quando isso ocorre, a unidade está estabelecida. Resta agora protegê-la pela constância e perseverança dos crentes em cultivarem os hábitos adquiridos e aprendidos. A valorização do ensino das Escrituras, o foco nos grupos de relacionamento e a ênfase na mentoria fraternal cooperam decisivamente para a construção de uma igreja unida. Este processo todo é o que nós chamamos de discipulado responsável, em que cada crente está sendo mentoriado em seu processo de crescimento e, ao mesmo tempo, ajuda um irmão, acompanhando-o e mentoriando-o na assimilação de hábitos saudáveis. A unidade assim construída é sólida, robusta e indestrutível. Mas não podemos nos esquecer que construí-la é apenas uma parte do processo. O tempo todo ela está sendo ameaçada e todos precisam agir, de forma incisiva e contundente, para protegê-la e preservá-la. A vigilância é fundamental, pois pequenas coisas podem colocar em risco o resultado de muito trabalho sério, dedicado e amoroso. Motivações testadas e aprovadas (Filipenses 2.3,4) A ação de uma igreja unida ou de crentes unidos reflete maturidade cristã. Os hábitos que os crentes adquiriram os previnem na avaliação de suas motivações. Normalmente a pessoa imatura age a partir de motivações reprováveis, enquanto a madura é guiada por motivações sadias. À luz do ensino de Paulo há duas motivações que jamais devem estar por trás do que fazemos. Vejamos: Partidarismo – É a palavra grega ‘eritheia’, que tem o sentido de intriga, competição, propaganda política, desejo de estar acima do outro. Interessante que, antes do Novo Testamento ser escrito, ‘eritheia’ só é encontrada nos escritos de Aristóteles, onde denotava a perseguição egoísta do ofício político por meios injustos. É claro que isso trabalha forte contra a unidade da igreja, pois nela cooperamos e não competimos, edificamos o outro e não o distruímos. Vangloria – É a outra motivação indevida. O termo no original é ‘kenodoxia’, significando glória sem fundamento, sem conteúdo, vazia, nula, portanto. Uma pessoa deseja fazer algo para seu próprio envaidecimento ou para alimentar sua soberba. A Bíblia ensina que isso é inútil, totalmente sem sentido. Pois toda a glória pertence a Deus (Mateus 6.13b). Na igreja, estamos unidos buscando a glória para Deus e não para nós mesmos. Como antídotos ao partidarismo e à vanglória, Paulo apresentou a humildade, que nos leva a ser servos uns dos outros, e a solidariedade, que nos faz responsáveis uns pelos outros (Fl 2.3b, 4). Assim, uma igreja unida e acordada para proteger a sua unidade, é composta de pessoas redimidas por Cristo, habitadas pelo Espírito Santo, que servem e são responsáveis mutuamente, para a glória de Deus. Extremamente oportuno este conselho de Paulo para a vida cristã. Construam e protejam a unidade da igreja. Você está disposto a segui-lo? Leituras diárias: segunda- feira João 17.21-23 terça-feira 2 Coríntios 5.18 - 6.3 quarta-feira Filipenses 2.5-11 quinta-feira Romanos 12.5-21 sexta-feira 1 Coríntios 12.12-31 sábado Efésios 4.3-7 domingo João 17.20-23

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