sábado, 10 de novembro de 2012

Quinto Conselho de Paulo: Lembrem que vocês estão em Guerra

Efésios 6.10-20 Chegamos hoje ao quinto conselho de Paulo para a vida cristã. Fomos buscá-lo em sua magistral Carta aos Efésios, que talvez seja o texto paulino que tenha mais aplicações para a igreja de hoje. Na parte final de sua missiva , o apóstolo aos gentios discorreu sobre a necessidade da armadura de Deus na luta contra Satanás (Ef 6.10-20); daí pinçamos o conselho: “Lembrem que vocês estão em Guerra”. Sem tréguas O embate acerca do qual Paulo escreveu aos Efésios é uma batalha sem tréguas. São 24 horas por dia de investidas estrategicamente maquinadas (Ef 6.11 – ciladas, no grego = methodeías, significa ‘maquinações’). O diabo ocupa uma parte do seu tempo planejando e a outra executando suas maquinações contra os filhos de Deus. Diferente do que muitos pensam e até ensinam hoje, na batalha espiritual a vitória do crente não consiste em qualquer espetáculo de exorcismo. Vencer significa permanecer firme. Isto está bem claro nos versos 11 e 13 de Efésios 6, onde aparecem as três expressões que indicam propósito: “… para poderdes ficar firmes…” (v.11); “… para que possais resistir…” e “… permanecer inabaláveis.” (v.13). O diabo perde quando o crente não cai, é derrotado quando o cristão resiste, é humilhado quando, após investir e tentar, o servo de Deus permanence firme. A ação demoníaca se dá na arena do cotidiano e não no palco da religião; a luta espiritual é travada na mente das pessoas e não diante das câmeras; valores, crenças, princípios e conceitos malígnos precisam ser esconjurados da mente das pessoas, ao invés de submetê-las a sessões de contorcionismo e extravagâncias. E, neste sentido, o inimigo precisa ser vencido a cada dia, a cada instante, pois a batalha é sem tréguas. Condicionamento espiritual A palavra que Paulo usou no verso 11 para armadura parece sugerir uma espécie de trocadilho no grego, pela semelhança entre panoplia (armadura completa) e panourgia (artimanha, astúcia). Só é possivel enfrentar e vencer as artimanhas de Satanás, quando se está revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.13). Nessa armadura que Paulo descreveu entre os vesículos 14 e 20 de Efésios 6, identificamos os três elementos constitutivos deste condicionamento espiritual, que deve marcar a vida do crente preparado para lidar com as ciladas do maligno. 1. Os seus valores (Efésios 6.14,15) Lembre-se que a batalha é travada na mente. Assim, Satanás engendra toda a sorte de sofismas e falácias para ludibriar o crente, na tentativa de fazer enraizar em sua mente crenças mentirosas que vão subsidiar desejos indevidos e ações pecaminosas. O próprio Paulo, escrevendo aos Coríntios descreveu este cenário de guerra na arena da mente humana; e aqui tomo a liberdade de citar a paráfrase de Eugene Peterson: ‘A Mensagem’: “O mundo é sem princípios. É uma selva lá fora! Ninguém joga limpo. Mas o cristão não vive nem age deste modo. Nunca nos comportamos assim e jamais o faremos. As ferramentas que usamos não são para propaganda ou manipulação, mas para demolir esta cultura dominante corrupta. Usamos as ferramentas poderosas de Deus para esmagar filosofias pervertidas, derrubar barreiras levantadas contra a verdade de Deus, encaixar todo pensamento livre, toda emoção e todo impulso à estrutura de vida moldada por Cristo. Nossas ferramentas estão preparadas para limpar o terreno e edificar vidas pela obediência, rumo à maturidade.” (2 Co 10.3-6). Desta forma, são três os valores imprescindíveis, que o cristão precisa ter formados em sua mente, para não ser presa fácil do inimigo: No sentido ético, valor é um “preceito moral passível de orientar a ação humana”, define o Dicionário Mobile da Língua Portuguesa da Editora Porto. É neste sentido que usamos o termo aqui. Paulo menciona três valores fundamentais, sem os quais a luta contra Satanás é inglória: verdade, justiça e paz.  Verdade é o antídoto para a falsidade e para a mentira, da qual o diabo é o pai (João 8.44). Para bloquear a ação do inimigo, o crente deve expurgar qualquer nuance de mentira de sua vida, seja qual for a situação. A verdade nos protege enquanto a mentira expõe.  Justiça é a qualidade de quem é exatamente o que aparenta ser. O sentido é estreitamente ligado ao de integridade. Quando este valor está presente, a pessoa está protegida, pois o acusador (Ap 2.9,10) não tem como o atingir. Como lemos em Provérbios 25.28: “Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem muralhas”. Este versículo na paráfrase ‘A Mensagem’ também merece ser citado: “Quem não tem autoridade é como uma casa com as portas e janelas caídas”.  Paz aqui é um axioma. Quando o crente está em harmonia consigo e com os outros; quando ele é um promotor da paz; quando trabalha em favor da paz e interessa-se por ela, então o diabo não encontra nele ocasião de influenciá-lo para o mal. Verdade, justiça e paz são os valores que protegem o crente nesta batalha espiritual. Aqui cabem algumas perguntas: Em que níveis estão estes valores na sua vida? Será que o inimigo não está logrando êxito em alguma área de sua vida, precisamente por encontrar você vulnerável em algum destes valores? Reflita sobre isso, ore a Deus. Esta pode ser a oportunidade de Deus para a sua vida, a fim de que você vire este jogo e vença a batalha. 2. As suas convicções (Efésios 6.16,17) Aliadas aos seus valores estão as suas convicções. De certa forma, ao mesmo tempo elas subsidiam e são reforçadas por seus valores. Para Paulo, as convicções essenciais no enfrentamento espiritual são a respeito da fé, da salvação e da Palavra de Deus. É uma insanidade querer enfrentar o inimigo sem fé em Deus, sem certeza da sua salvação e sem conhecimento e confiança nos princípios da Palavra de Deus. A fé foi a mola propulsora que arremessou Davi na direção do gigante Golias (1Sm 17.33-37). A certeza da salvação eterna nos anima a lutar com fidelidade e perseverança, pois já conhecemos o final da história (Mt 24.13; Ap 2.10). O poder da Palavra de Deus e o conhecimento dos seus preceitos são fundamentais para o embate contra o inimigo. Basta recordar a experiência da tentação de Jesus conforme narrada em Mateus 4.1-11. Não é nem com a nossa força nem com o nosso mérito, tampouco com os nossos argumentos que venceremos o inimigo. Muitos estão sendo derrotados diariamente porque insistem em lutar contra o diabo sem as convicções essenciais para esse combate. Satanás é acusador, mentiroso, ardiloso, enganador, tem mais força que qualquer humano e conhece a Palavra a ponto de torcê-la ao seu favor (Gn 3.1; Mt 4.6). A questão aqui é tripartite: você tem certeza da sua salvação (Ef 2.8; Jo 10.27-29); aprendeu a viver da fé (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.36) e tem a Palavra guardada em seu coração (Sl 119.11)? Preste bem atenção: filho de crente não é, automaticamente, crente. Tempo de membresia numa igreja não atesta salvação. Estas convicções precisam ser assimiladas pelo crente individualmente ou ele não vencerá esta guerra. 3. Os seus hábitos (Efésios 6.18-20) O que você faz decorre dos seus valores e das suas convicções. Um hábito resulta de ações constantes e coerentes. Sem os valores e sem as convicções, as ações são desconexas; com valores ruins e convicções equivocadas, as ações são perversas. Ações desconexas e perversas geram hábitos degradantes e nocivos. Paulo incluiu na “armadura” do crente três hábitos que precisam ser formados e bem sedimentados na vida do crente, para que ele seja vitorioso na batalha sem tréguas que trava na vida: oração, vigilância e ousadia. A oração assegura a nossa dependência de Deus. Vigilância nos lembra da nossa fragilidade. Ousadia nos motiva a lutar, não reativa, mas proativamente . Oração, vigilância e ousadia só funcionam quando são hábitos em nossas vidas e não ações estanques , episódicas e raras. E para se tornarem hábitos, precisam ser constantes e sempre coerentes com os nossos valores e com as nossas convicções. Para enfrentar essa batalha espiritual sem tréguas, você deve avaliar o seu condicionamento espiritual, a partir dos seus valores, das suas convicções e dos seus hábitos. “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37). Leituras diárias: segunda- feira 2 Timóteo 2.1-8 terça-feira 2 Crônicas 20.20-32 quarta-feira Romanos 12.1,2 quinta-feira 1 Coríntios 2.1-16 sexta-feira Mateus 4.1-11 sábado Mateus 14.38 domingo Romanos 8.37-39

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