domingo, 24 de julho de 2011

Music Festival

Uma igreja que corrige as suas expressões de imaturidade

Texto bíblico: 1Coríntios 1.10-17

Introdução
A cidade de Corinto era próspera, para ela convergia um grande volume de tráfego por terra e pelo mar. Suas naturais instalações portuárias e sua localização estratégica fizeram dela um importante centro de navegação. Como sempre, o progresso traz as suas consequências. Negociantes, vagabundos, caçadores de dotes e os que buscavam prazer foram atraídos para lá. É nesta cidade que o apóstolo Paulo desenvolve uma campanha missionária nas casas, mostrando a graça de Cristo como suficiente para alterar qualquer realidade e trazer diferença para o tecido social. Mas para isso o apóstolo enfrentou muitas lutas. Bateu de frente com o pensamento grego como fez em Atenas, só que aqui “o intelecto grego não era dedicado à ciência, eloquência ou literatura... mas era dado à luxúria aberta e efeminada”. O edifício mais destacado de Corinto era o templo de Vênus, que representava o gosto e o caráter de seus habitantes. Esta era uma das mais luxuriantes, ostentadoras e dissolutas cidades de então. Era lugar de imoralidade e de práticas licenciosas, estimuladas pelo culto a Afrodite, com as muitas prostitutas do templo. A depravação era tão expressiva que o nome da cidade passou a fazer parte do vocabulário da língua grega, pois a palavra “corintianizar” significava agir de forma leviana. É nesse contexto que o evangelho entra, para mostrar que o corpo é o templo do Espírito (1Co 6.19,20), que não se deve nutrir os hábitos da volúpia, que as práticas pagãs e indecentes precisam ficar para trás (Cl 3.5-7), que a graça salvadora de Cristo propicia mudança interna e externa da vida (Ef 4.22-30) e que toda a imaturidade precisa ser superada pelo poder de Deus atuando na vida humana.

I – Trabalhando a unidade da fé

Qualquer expressão de imaturidade recebe o tratamento adequado com o ensino, com as devidas admoestações e encaminhamentos espirituais (Gl 6.1-3). Trabalhar o ser humano, dando-lhe suporte para crescer na graça e no conhecimento (2Pe 3.18), para superar suas fragilidades e para desenvolver uma convivência saudável como família espiritual é projeto que demanda ação do Espírito Santo e atuação pastoral eficaz. “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentindo e em um mesmo parecer” (1Co 1.10). Unidade não é uniformidade, esta é utopia, aquela é comungar dos mesmos ideais, tendo similaridade de sonhos, compartilhando dos mesmos anseios. A unidade aproxima pensamento e ação. A unidade do Espírito é fruto eminentemente da graça (Ef 1.7-10,13,14; 2.8-10; Rm 8.15), que nos retorna a Deus, quebrando as barreiras da inimizade e ligando-nos aos céus (Ef 2.15,16). A unidade da fé é parceria que envolve a graça e o púlpito, em que o povo é trabalhado e instruído, recebendo aperfeiçoamento para o exercício do seu ministério (Ef 4.12-15). Por intermédio do púlpito, o rebanho aprende a ter a mesma linha de compreensão das verdades de Deus; com palavras diferentes fala da mesma essência, demonstrando coerência em suas convicções de fé. Conquanto os salvos sejam distintos e únicos, vivem harmonizados, submissos ao senhorio de Jesus e dotados de maturidade, o que não deixa espaço para brigar em nome da fé, que não se deixam levar pelas sutilezas de falsos mestres (Cl 2.4-8) nem sendo inconstantes ou vulneráveis pelos ventos de doutrina (Ef 4.14).

II – Trabalhando as preferências para que elas não sufoquem a razão

No cotidiano da igreja, os partidarismos ou preferências, as dissensões, a disputa pelo poder, a corrida desenfreada para ser importante e estar acima dos outros (Fp 2.3) são sinais de imaturidade cristã.
Lendo 1Coríntios 1.12-16, entendemos que as preferências não devem sufocar a razão nem causar prejuízos à harmonia do corpo de Cristo. Nesses versículos o apóstolo ensina que as divisões na igreja eram uma associação carnal aos nomes de líderes, não que eles estivessem em litígio, mas o desacordo estava na mente e no coração das pessoas, quando insistiam na autoridade de um líder sobre o outro. O grupo de Paulo possivelmente fosse de pessoas simples e sinceras, aquelas que começaram o trabalho com ele e que desejavam usar essa condição para exigir prioridade sobre a liderança da igreja. O grupo de Apolo, homem eloquente, poderoso nas Escrituras (At 18.24), natural de Alexandria e habilidoso na oratória, priorizava a parte estética, intelectual e as habilidades humanas. O grupo de Cefas possivelmente fosse de judeus convertidos que defendiam que os cristãos deveriam observar a lei judaica. O grupo de Cristo provavelmente fosse de pessoas que desejavam ter uma maior liberdade ética e religiosa, sem que houvesse autoridade apostólica exercida sobre elas. Erraram feio! Exibiram um espírito faccioso, demonstraram suas preferências, quando deveriam ter lucidez para submeterem-se ao Senhor. Devemos checar nossas preferências, para que elas não firam os princípios eternos, não nos incomodem no futuro nem causem sofrimento ao Reino.

III – Buscando a sabedoria divina

A sabedoria é a “princesa das virtudes”. Feliz é aquele que a encontra, seu lucro excede ao da prata e, tudo quanto alguém possa desejar não é comparável a ela (Pv 3.13-15), só não dá para ser sábio aos próprios olhos (Is 5.21) nem para dar testemunho de si mesmo (Jo 5.31).
Na Bíblia encontramos duas vertentes da sabedoria: a do homem e a de Deus (Tg 315-17), e é em nossas ações que elas se evidenciam, mostrando a intensidade dos nossos feitos, se vinculados à terra ou aos céus. Precisamos de prudência, discernimento e visão espiritual para desenvolver o ministério cristão de forma mais parecida com Deus. A sabedoria do alto é fruto do temor ao Senhor (Pv 1.7; Sl 111.10), encontra-se à disposição de todos (Tg 1.5) e não está atrelada à bagagem cultural de ninguém; já a sabedoria humana encontra-se alicerçada na “lógica e em bases científicas”.
A sabedoria divina é o exercício do discernimento, a capacidade de perceber o que é mais importante fazer dentro das situações e agir expressando o senhorio de Cristo na vida. É sabedoria que se busca em Deus (Tg 1.5-8), com fé, dependência e desejo de honrá-lo. É pelo Espírito Santo que somos conduzidos nas realizações espirituais, guiados na compreensão da verdade (Jo 14.26;16.13) e que encontramos a chave para todas as coisas. É com sabedoria divina que se trata as expressões de imaturidade (1Co 1.17). Paulo considerava a igreja como um corpo (1Co 12.12-27), que devia funcionar de forma harmoniosa e que não poderia ser despedaçado por nenhuma discussão ou ação carnal. A sabedoria humana não dá respaldo para conhecer a essência divina nem para viver os ideais de Deus. A Bíblia diz que Moisés foi instruído em toda ciência dos egípcios (At 7.22), mas não foi suficiente para liderar aquele grupo de escravos, nem para agir em nome de Deus. Precisou da escola do deserto (At 7.30) para despir-se da grandeza e ter equilíbrio, paciência, mansidão e humildade.


Para pensar e agir

A igreja é composta de pessoas falhas, limitadas e imperfeitas, que em sua peregrinação aprende a enfrentar suas lutas, superar suas crises e celebrar suas vitórias. É com devoção, investimento nos salvos e dependência de Deus que a igreja caminha saudável.
As expressões de imaturidade surgem em decorrência das ações e preferências humanas sobrepondo-se às espirituais. Só os carnais promovem desencontros, desajustes e dissensões na igreja do Senhor, ainda que sob a alegação de defesa de uma boa causa.
Tem como justificar contender em nome de Deus, brigar pela Palavra, matar em nome da fé e pelo zelo religioso expor o evangelho ao escândalo público?
É possível trabalhar maturidade cristã sem púlpito amável e seguro, sem sabedoria divina e sendo afeito às preferências, partidarismos e politicagens?

Leituras diárias
segunda-feira - 1Coríntios 3.1-8
terça-feira - Efésios 2.1-7
quarta-feira - Efésios 2.13-22
quinta-feira - Efésios 4.17-32
sexta-feira - Filipenses 1.12-20
sábado - Colossenses 1.24-29
domingo - 1Tessalonicenses 4.1-8

EBF

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma igreja que investe na espiritualidade sem se desviar para o fanatismo

Texto: Colossenses 2.1-23

Introdução
Paulo recebe de Epafras, pastor de Colossos (Cl 1.7; 4.12,13), informações quanto ao surgimento de correntes teológicas ameaçadoras da saúde espiritual das igrejas organizadas na província romana da Ásia, novo centro de divulgação do cristianismo. Era o gnosticismo, do grego gnosis, conhecimento, usado para designar um corpo de ensino herético que se alastrou e foi combatido nos séculos iniciais da igreja. Essas correntes acreditavam que o mundo criado era mau e encontrava-se separado do mundo do espírito, e existia em oposição a ele; nesse mundo espiritual, o Deus majestoso e supremo habita em esplendor inacessível, sem se relacionar com o mundo material. Esta falsa filosofia era inimiga ferrenha de Cristo e da sua igreja.
Os ensinos aqui ministrados esclarecem que a melhor forma de combater a heresia não é guerrear contra os hereges, mas desafiar e motivar os santos de Deus a viverem a fé, a construírem uma espiritualidade saudável, levantando a bandeira do evangelho e vivendo de modo digno de Cristo (Cl 1.10), que é a imagem de Deus (Hb 1.2,3) e tudo em todos (Cl 3.11).

I –Desenvolve a espiritualidade

Essa construção ou prática da espiritualidade está intimamente ligada à consciência de Deus (Cl 2.2), do pecado (Cl 2.8), da confissão (Sl 32.6; 1Jo 1.9; Tg 5.16), do autoexame (2Co 13.5) e da palavra, andar de acordo com o que recebeu de Cristo (Cl 2.6). A igreja milita no campo da fé, visando desenvolver no ser humano a espiritualidade, motivando-o a responder ao agir de Deus na História, a ter contato com seu criador e com Ele cultivar um relacionamento perceptível por meio de transformações concretas em sua vida (Ef 4.17,18). Como promotora da espiritualidade ao longo dos tempos, a igreja sofre ataques frontais do inimigo, que sutilmente tenta introduzir filosofias e vãs sutilezas, com o objetivo de afastá-la de sua missão e dos interesses do Reino. A espiritualidade pode ser extremamente nociva se não vivida equilibradamente nos fundamentos de Cristo (Ef 2.20; 2Tm 2.19), se desconectada da fé (Hb 11.6) e sem conhecimento de Deus: sua natureza e atributos (Rm 1.19-21).
A igreja de hoje precisa estar ancorada em Cristo, em quem estão contidos todos os tesouros divinos da sabedoria e da ciência (Cl 2.3), naquele que é caminho para o perdão, para a santificação e para o conhecimento espiritual, única fonte de poder. Por isso, os métodos gnósticos para alcançar conhecimento, por meio de mera especulação humana e sem Cristo, eram falsas. Além do exposto, a igreja precisa viver uma fé genuína e gerar cristãos, pela obra da redenção (Ef 1.7; Hb 9.12), que sejam equilibrados em meio a um mundo em desequilíbrio, cristãos centrados, maduros e com consciência crítica e não massa de manobra, levados por todo vento de doutrina (Ef 4.14); cristãos que anseiem pelo céu, mas que exerçam bem a sua cidadania terrena, que não naufraguem frente às adversidades (Sl 27.5), cristãos flexíveis, sintonizados com o tempo, mas firmes e constantes em suas ações (1Co 15.58).


II – Visão focada na verdade

Não existe espiritualidade com ausência de lucidez quanto à verdade. Jesus disse que o conhecimento da verdade esclarece, tira a miopia espiritual e liberta (Jo 8.32,36). O entendimento traz luz, inibe a manipulação e projeta para além da mediocridade. O Dr. Martin Loyd Jones lecionou que a igreja anterior à Reforma Protestante do século XVI estava moribunda e sonolenta debaixo da filosofia escolástica (uma linha dentro da Filosofia da Idade Média, que tentava harmonizar a fé e a razão) que ostentava grande destreza e perspicácia intelectual e crítica. Entretanto, tudo estava nas nuvens e era tratado com vagos conceitos e generalidades, enquanto o povo era mantido na mais completa ignorância. Espiritualidade sem visão focada na verdade, no aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12) não passa de retrocesso espiritual, um campo aberto para a proliferação do fanatismo, das crendices e das superstições.
Focados na verdade, agimos regidos pelo Senhor e iluminados pelo Espírito, aprendemos a escolher o que convém, que terá primazia sobre o que queremos (1Co 6.12) e a praticar os ensinos de Cristo: onde o menor é o maior (Mt 18.1-3); o que se humilha é exaltado (Lc 18.14); o perseguido é feliz (Mt 5.11); o que chora é consolado (Mt 5.4); quem é ferido em uma face, oferece a outra (Mt 5.39); anda a segunda milha (Mt 5.41); deixa a capa (Mt 5.40); ama o inimigo (Mt 5.44); ora pelo que o persegue (Mt 5.44b); o ofendido procura o ofensor para ganhá-lo (Mt 18.15,16); o temperamento é controlado pelo Espírito; o mal cede espaço ao bem; a vingança ao perdão; a guerra à paz; a intolerância ao amor; e a fraqueza, à graça que fortalece. Essa prática reflete uma espiritualidade sadia, seguindo os padrões de Deus e jamais se desviará para as evidências de práticas equivocadas.

III – Foge do supérfluo e da superficialidade

A vida cristã não pode ser centrada em sentimentos e emoções, mas na Palavra, para não ser oscilante, vulnerável e superficial. A Palavra traduz a essência de Deus, é a base para prevalecer sobre toda a sutileza. O apóstolo combateu o ascetismo (moral que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem) ensinando que Cristo liberta dos tabus; que castigar o corpo praticando autoflagelo tendo uma religião de fachada, sem mudança no íntimo, não combate os desejos da carne nem traz vigor espiritual (Cl 2.20-23). Não há como alcançar a moralidade sem estar unido a Cristo. Ele é a essência da revelação, padrão e motivador para a conduta ética.
Escrevendo aos gálatas, o mesmo apóstolo deixou claro que eles estavam recuando, admitindo volta à lei, porque foram superficiais na compreensão da mensagem do evangelho (Gl 1.6-8). O conhecimento da essência da verdade eterna proporciona embasamento na fé, impede os desatinos da natureza carnal (Gl 5.19-21) e dá segurança para resistir aos propagadores de falsas mensagens (Gl 1.9; Cl 2.8; 2Ts 2. 2) e a tudo o mais que se opõe a Deus.
Quem deseja viver firmado em Cristo precisa crescer n’Ele (2Pe 3.18), pois nos resgatou dos princípios elementares do mundo para adoção de filhos (Gl 4.3,4). Agora que o conhecemos e d’Ele somos conhecidos não dá para retroceder (Gl 4.9), nem viver de forma leviana ou dissoluta (Lc 15.13), agindo como infantil, necessitando ser conduzido pela mão e incapaz de digerir alimento sólido (Hb 5.12). O conhecimento traz zelo de Deus e entendimento (Rm 10.2), viabiliza um aperfeiçoamento continuado (Hb 6.1), subtraindo o supérfluo e o superficial.
A espiritualidade, quando desenvolvida sobre bases superficiais, abre caminhos que conduzem ao fanatismo, ao misticismo e a toda a sorte de distúrbios na prática cristã. Espiritualidade estável, firmada na essência, que reflete a profundidade do evangelho, alimenta-se da devoção cotidiana e da pregação da Palavra, que tem como finalidade edificar os salvos, “confortar os perturbados e perturbar os confortáveis”, para que não se tornem reféns das circunstâncias, boas ou más. É o poder da Palavra que desfaz a dureza petrificada de corações racionalizados, obstinados e indiferentes, tornando-os sensíveis a Deus (Ez 36.26,27).


Para pensar e agir

Religiosidade é a mesma coisa que espiritualidade? Esta se relaciona apenas com o culto ou com os demais assuntos da vida?
O espiritual precisa ser desenvolvido na verdade. A pregação, o culto e as ações no Reino devem acontecer refletindo a verdade revelada. Não dá para levar a “verdade” por um caminho mentiroso ou apresentar um conteúdo certo de forma errada. A Bíblia diz que não é suficiente abster-se do mal, mas também da aparência dele (1Ts 5.22). Espiritualidade sem foco na Bíblia é veneno para a fé cristã, assim como a espiritualidade fruto da superficialidade não produz edificação nem resultados espirituais.
O superficial anda na periferia do evangelho, tem uma fé rasa e sua prática é equivocada, pois não reflete a essência do conteúdo divino. O espiritual descobre o valor das coisas, busca a essência, enquanto o superficial contenta-se com o aparente, ficando sempre aquém.

Leituras Diárias

segunda-feira – Gálatas 5.13-25
terça-feira – Hebreus 3.1-6
quarta-feira – 1Coríntios 2.1-5
quinta-feira – Atos 4.8-20
sexta-feira – 1Pedro 2.1-5
sábado – 1Coríntios 10.1-13
domingo – Colossenses 1.9-23

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma igreja em sintonia com o primeiro amor

Texto: Apocalipse 2.1-7

Introdução
Apocalipse é revelação de nosso Senhor Jesus Cristo ao seu povo, que sofria nas mãos dos agressores da fé; mostra as vitórias reservadas aos que fossem fieis até que se lhes pedissem a vida (Ap 2.10). Para melhor compreensão do seu conteúdo, apresenta os fatos do passado, “as coisas que tens visto” (Ap 1.19), do presente “as que são”, condições vivenciais nas igrejas cristãs da Ásia Menor, e do futuro, “as coisas que hão de vir”.
A igreja de Éfeso evidencia que aquele cristianismo bonito, cordial e empolgante do primeiro século estava em declínio, com o abandono do seu primeiro amor (Ap 2.4). A influência era grande e negativa nesta cidade portuária, metrópole agitada, que por ser a porta de entrada da Ásia, o principal acesso a Roma, recebia gente de todos os lados, inclusive da Itália e de Corinto. Éfeso chegou a ser chamada de a Rota dos Mártires, pois no início do segundo século, por lá, de navio, passavam os cristãos que eram levados para entretenimentos, escárnio e para alimentar leões na arena de Roma. Conquanto fosse chamada de a luz da Ásia, com o templo de Ártemis, considerado uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, era uma cidade mergulhada na superstição e no paganismo, vivendo longe da gloriosa luz do evangelho (Jo 8.12). Paulo, o apóstolo, teve uma atuação missionária mais ampla nesta cidade do que em outra (At 20.31). Aqui, orientais e ocidentais se encontravam, viam-se gregos, romanos e asiáticos por todos os lados, e grande foi o número de convertidos (At 19.10). Essa igreja tornou-se expressiva, zelosa, ortodoxa, mas negligenciou no amor.

I – O empenho humano não basta

Nossas obras são insuficientes para estabilizar a igreja (Ap 2.2,3,6), apesar de necessárias para o progresso do Reino. Nossas ações não têm valor por si mesmas, sem o respaldo divino (Jo 15.5), o agasalho do Espírito.
João diz que conhecia a firmeza da igreja, o seu trabalho, a sua ortodoxia (centralização na verdade comprovada, resistente ao tempo e às averiguações) e o seu zelo, mas isso foi insuficiente para que ela só recebesse elogios. Foi criticada porque falhou na forma de fazer as coisas, na prática do amor. O Senhor não se distrai na análise de nossas ações. No v. 2 encontramos: “Eu sei”. É motivação e conforto a certeza de que Ele está perto (Fp 4.5) e nos conhece de forma total e correta. Esta igreja foi elogiada por seu trabalho, labuta que absorve toda a energia do ser. Pois é nesse contexto que se encaixa a paciência, “persistência imperturbável”, que não se desespera diante de sofrimentos, privações e perdas, mas coloca-as no trono de graça de Jesus, glorificando o seu nome, com os olhos n’Ele firmados (Hb 12.1,2), voltado para as coisas do alto e certo de que está escondido com Cristo em Deus (Cl 3.1-3).
As obras dessa igreja eram conhecidas: trabalho árduo, persistência, discernimento espiritual, zelo ao repreender os que desrespeitavam o sacrifício do Calvário, não aliviava para os falsos apóstolos (2Co 11.13-15; 1Jo 4.1-3), não era conivente com o pecado, cuidava da disciplina, por não suportar os maus (Ap 2.2), seus obreiros eram incansáveis, viviam de acordo com a verdade e nenhuma heresia tinha vantagens por lá (Ap 2.6).
Ah! Se ainda hoje todo o povo pudesse proclamar: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem?! (Sl 139.21a). Com certeza, todos gostaríamos de pertencer a uma igreja assim: crentes que trabalham com entusiasmo, zelam pela vida reta e defendem a sã doutrina. Só que essa não era uma igreja perfeita, apesar de ter feito tudo muito bonito, não convenceu o Senhor, pois faltou o mais importante (1Co 13.1-3).

II – O amor como motivador das ações

O Senhor viu algo errado na igreja de Éfeso, embora fosse zelosa, perseverante na verdade e ortodoxa (firme nas doutrinas centrais da fé). Ela havia abandonado o seu primeiro amor (qualidade sem a qual todas as outras se tornam sem sentido) e deixado de lado as primeiras obras. Faltou a devoção, o fazer não somente pela obrigação e a postura de realizar tudo por amor a Deus e ao próximo. Éfeso tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não paciência de amor. É o oposto daquilo que Paulo fala como sucesso do evangelho em Tessalônica (1Ts 1.2,3). É possível envolver-se com a obra e não com o Senhor da obra, ter ações virtuosas, mas destituídas de espiritualidade e ser trabalhador da lavoura de Jesus Cristo, motivado pelo que perece e não pelo que permanece para a vida eterna (Jo 6.26,27). No princípio, Paulo orou para que os efésios conhecessem o verdadeiro amor (Ef 3.17-19; 6.23) e eles tiveram amor pelos santos (Ef 1.15), mas com o passar do tempo, esse amor havia desaparecido.
Como igreja de Jesus, precisamos crescer no amor vertical (Jo 14.15,21,23), aquele direcionado para o aprofundamento do relacionamento com Deus; desenvolver o amor na comunidade cristã, entre irmãos (Jo 13.34,35), que nos faz cuidar e zelar uns pelos outros, com fé e amor sacrificial (Jo 15.13), pois somos produtos da graça, propriedade exclusiva do Pai (Êx 19.5; Lv 20.26; Tt 2.14; 1Pe 2.9,10); e cultivar o amor pelos de fora, capaz de abrir mão de comodidades (Jo 20.21) para levar a mensagem salvadora, que traz de volta, reconciliando com Deus.

III – Confrontar para mudar

A igreja recebeu elogios, agora repreensão (Ap 2.5). O Senhor não estava satisfeito só porque o passado foi produtivo, Ele a confrontava com o pecado e com a necessidade de arrependimento para que o presente e o futuro fossem frutíferos: uma igreja sem manchas e inculpável (Ef 5.25-27).
No confronto, concluímos que toda queda produz abatimento de alma, lembrança dos motivadores de tal realidade e das bênçãos espirituais do passado. Assim como devem ser feitas as projeções para o futuro, o confronto é em amor, de forma objetiva, para corrigir e restaurar, sem omitir as consequências da desobediência (Ap 2.5). Quais atitudes deveriam ser tomadas? “Lembra-te, pois donde caíste”, ou seja, reflita sobre o que aconteceu, não se deixe levar pelas circunstâncias que promoveram o esfriamento do amor; arrependa-se, mude sua mente e atitude, sua forma de pensar, de agir e pratique as primeiras obras, ou seja, creia e obedeça como antes. É o arrependimento que se manifesta em realizações diferentes.
O desafio da igreja na atualidade é confrontar suas ações com a Palavra de Deus, tendo atitudes dignas do Senhor (Cl 1.10), com ouvidos aguçados para ouvir (Ap 2.7a), sendo praticante da Palavra (Tg 1.22) e retornando às atitudes do primeiro amor.

Para pensar e agir

A igreja está firmada em Cristo, n’Ele está assegurada a sua caminhada em triunfo e em vitória, por mais que seja minado o terreno e expressivos os ataques.
O que fazemos é importante; não menos valiosa é a forma e a intenção.
Caracteriza falta de amor deixar de investir em pessoas, para investir em coisas, valorizar mais a forma do que a essência, aplicar disciplina como punição e não usar de compaixão na defesa ou na aplicação da verdade.
Por que será que com o passar dos anos muitos perdem a empolgação, o ardor e esfriam na fé?
Por que será que dentro do Exército de Deus há “fogo amigo” (quando pessoas do mesmo exército abatem por engano os seus companheiros) na trincheira? Somos soldados de um mesmo comandante, e estamos lutando a mesma luta.
A igreja sintonizada com o primeiro amor se alegra com a vitória, não importa quem esteja na linha de frente. É consciente da promessa ao vencedor, de comer da árvore da vida que está no meio do Paraíso de Deus (Ap 2.7b), onde os salvos por Cristo desfrutarão de tudo que a vida futura tem a oferecer.
O que a igreja faz no Reino precisa expressar amor a Deus e ao próximo (1Co 13.2).
Leituras Diárias
segunda-feira - Mateus 6.1-15
terça-feira - Marcos 7.1-23
quarta-feira - Mateus 7.1-12
quinta-feira - Romanos 12.9-21
sexta-feira - 1João 3.16-24
sábado - Romanos 14.1-23
domingo - 1Coríntios 13.1-13

Uma igreja em sintonia com o primeiro amor

Texto: Apocalipse 2.1-7

Introdução
Apocalipse é revelação de nosso Senhor Jesus Cristo ao seu povo, que sofria nas mãos dos agressores da fé; mostra as vitórias reservadas aos que fossem fieis até que se lhes pedissem a vida (Ap 2.10). Para melhor compreensão do seu conteúdo, apresenta os fatos do passado, “as coisas que tens visto” (Ap 1.19), do presente “as que são”, condições vivenciais nas igrejas cristãs da Ásia Menor, e do futuro, “as coisas que hão de vir”.
A igreja de Éfeso evidencia que aquele cristianismo bonito, cordial e empolgante do primeiro século estava em declínio, com o abandono do seu primeiro amor (Ap 2.4). A influência era grande e negativa nesta cidade portuária, metrópole agitada, que por ser a porta de entrada da Ásia, o principal acesso a Roma, recebia gente de todos os lados, inclusive da Itália e de Corinto. Éfeso chegou a ser chamada de a Rota dos Mártires, pois no início do segundo século, por lá, de navio, passavam os cristãos que eram levados para entretenimentos, escárnio e para alimentar leões na arena de Roma. Conquanto fosse chamada de a luz da Ásia, com o templo de Ártemis, considerado uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, era uma cidade mergulhada na superstição e no paganismo, vivendo longe da gloriosa luz do evangelho (Jo 8.12). Paulo, o apóstolo, teve uma atuação missionária mais ampla nesta cidade do que em outra (At 20.31). Aqui, orientais e ocidentais se encontravam, viam-se gregos, romanos e asiáticos por todos os lados, e grande foi o número de convertidos (At 19.10). Essa igreja tornou-se expressiva, zelosa, ortodoxa, mas negligenciou no amor.

I – O empenho humano não basta

Nossas obras são insuficientes para estabilizar a igreja (Ap 2.2,3,6), apesar de necessárias para o progresso do Reino. Nossas ações não têm valor por si mesmas, sem o respaldo divino (Jo 15.5), o agasalho do Espírito.
João diz que conhecia a firmeza da igreja, o seu trabalho, a sua ortodoxia (centralização na verdade comprovada, resistente ao tempo e às averiguações) e o seu zelo, mas isso foi insuficiente para que ela só recebesse elogios. Foi criticada porque falhou na forma de fazer as coisas, na prática do amor. O Senhor não se distrai na análise de nossas ações. No v. 2 encontramos: “Eu sei”. É motivação e conforto a certeza de que Ele está perto (Fp 4.5) e nos conhece de forma total e correta. Esta igreja foi elogiada por seu trabalho, labuta que absorve toda a energia do ser. Pois é nesse contexto que se encaixa a paciência, “persistência imperturbável”, que não se desespera diante de sofrimentos, privações e perdas, mas coloca-as no trono de graça de Jesus, glorificando o seu nome, com os olhos n’Ele firmados (Hb 12.1,2), voltado para as coisas do alto e certo de que está escondido com Cristo em Deus (Cl 3.1-3).
As obras dessa igreja eram conhecidas: trabalho árduo, persistência, discernimento espiritual, zelo ao repreender os que desrespeitavam o sacrifício do Calvário, não aliviava para os falsos apóstolos (2Co 11.13-15; 1Jo 4.1-3), não era conivente com o pecado, cuidava da disciplina, por não suportar os maus (Ap 2.2), seus obreiros eram incansáveis, viviam de acordo com a verdade e nenhuma heresia tinha vantagens por lá (Ap 2.6).
Ah! Se ainda hoje todo o povo pudesse proclamar: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem?! (Sl 139.21a). Com certeza, todos gostaríamos de pertencer a uma igreja assim: crentes que trabalham com entusiasmo, zelam pela vida reta e defendem a sã doutrina. Só que essa não era uma igreja perfeita, apesar de ter feito tudo muito bonito, não convenceu o Senhor, pois faltou o mais importante (1Co 13.1-3).

II – O amor como motivador das ações

O Senhor viu algo errado na igreja de Éfeso, embora fosse zelosa, perseverante na verdade e ortodoxa (firme nas doutrinas centrais da fé). Ela havia abandonado o seu primeiro amor (qualidade sem a qual todas as outras se tornam sem sentido) e deixado de lado as primeiras obras. Faltou a devoção, o fazer não somente pela obrigação e a postura de realizar tudo por amor a Deus e ao próximo. Éfeso tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não paciência de amor. É o oposto daquilo que Paulo fala como sucesso do evangelho em Tessalônica (1Ts 1.2,3). É possível envolver-se com a obra e não com o Senhor da obra, ter ações virtuosas, mas destituídas de espiritualidade e ser trabalhador da lavoura de Jesus Cristo, motivado pelo que perece e não pelo que permanece para a vida eterna (Jo 6.26,27). No princípio, Paulo orou para que os efésios conhecessem o verdadeiro amor (Ef 3.17-19; 6.23) e eles tiveram amor pelos santos (Ef 1.15), mas com o passar do tempo, esse amor havia desaparecido.
Como igreja de Jesus, precisamos crescer no amor vertical (Jo 14.15,21,23), aquele direcionado para o aprofundamento do relacionamento com Deus; desenvolver o amor na comunidade cristã, entre irmãos (Jo 13.34,35), que nos faz cuidar e zelar uns pelos outros, com fé e amor sacrificial (Jo 15.13), pois somos produtos da graça, propriedade exclusiva do Pai (Êx 19.5; Lv 20.26; Tt 2.14; 1Pe 2.9,10); e cultivar o amor pelos de fora, capaz de abrir mão de comodidades (Jo 20.21) para levar a mensagem salvadora, que traz de volta, reconciliando com Deus.

III – Confrontar para mudar

A igreja recebeu elogios, agora repreensão (Ap 2.5). O Senhor não estava satisfeito só porque o passado foi produtivo, Ele a confrontava com o pecado e com a necessidade de arrependimento para que o presente e o futuro fossem frutíferos: uma igreja sem manchas e inculpável (Ef 5.25-27).
No confronto, concluímos que toda queda produz abatimento de alma, lembrança dos motivadores de tal realidade e das bênçãos espirituais do passado. Assim como devem ser feitas as projeções para o futuro, o confronto é em amor, de forma objetiva, para corrigir e restaurar, sem omitir as consequências da desobediência (Ap 2.5). Quais atitudes deveriam ser tomadas? “Lembra-te, pois donde caíste”, ou seja, reflita sobre o que aconteceu, não se deixe levar pelas circunstâncias que promoveram o esfriamento do amor; arrependa-se, mude sua mente e atitude, sua forma de pensar, de agir e pratique as primeiras obras, ou seja, creia e obedeça como antes. É o arrependimento que se manifesta em realizações diferentes.
O desafio da igreja na atualidade é confrontar suas ações com a Palavra de Deus, tendo atitudes dignas do Senhor (Cl 1.10), com ouvidos aguçados para ouvir (Ap 2.7a), sendo praticante da Palavra (Tg 1.22) e retornando às atitudes do primeiro amor.

Para pensar e agir

A igreja está firmada em Cristo, n’Ele está assegurada a sua caminhada em triunfo e em vitória, por mais que seja minado o terreno e expressivos os ataques.
O que fazemos é importante; não menos valiosa é a forma e a intenção.
Caracteriza falta de amor deixar de investir em pessoas, para investir em coisas, valorizar mais a forma do que a essência, aplicar disciplina como punição e não usar de compaixão na defesa ou na aplicação da verdade.
Por que será que com o passar dos anos muitos perdem a empolgação, o ardor e esfriam na fé?
Por que será que dentro do Exército de Deus há “fogo amigo” (quando pessoas do mesmo exército abatem por engano os seus companheiros) na trincheira? Somos soldados de um mesmo comandante, e estamos lutando a mesma luta.
A igreja sintonizada com o primeiro amor se alegra com a vitória, não importa quem esteja na linha de frente. É consciente da promessa ao vencedor, de comer da árvore da vida que está no meio do Paraíso de Deus (Ap 2.7b), onde os salvos por Cristo desfrutarão de tudo que a vida futura tem a oferecer.
O que a igreja faz no Reino precisa expressar amor a Deus e ao próximo (1Co 13.2).
Leituras Diárias
segunda-feira - Mateus 6.1-15
terça-feira - Marcos 7.1-23
quarta-feira - Mateus 7.1-12
quinta-feira - Romanos 12.9-21
sexta-feira - 1João 3.16-24
sábado - Romanos 14.1-23
domingo - 1Coríntios 13.1-13

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Missões Estaduais

Aviso






Domingo 10, comemoraremos o 9°. Aniversário da I. B. Ebenézer em Cabuçu e você é o nosso convidado!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma igreja em sintonia com o primeiro amor

Texto: Apocalipse 2.1-7

Introdução
Apocalipse é revelação de nosso Senhor Jesus Cristo ao seu povo, que sofria nas mãos dos agressores da fé; mostra as vitórias reservadas aos que fossem fieis até que se lhes pedissem a vida (Ap 2.10). Para melhor compreensão do seu conteúdo, apresenta os fatos do passado, “as coisas que tens visto” (Ap 1.19), do presente “as que são”, condições vivenciais nas igrejas cristãs da Ásia Menor, e do futuro, “as coisas que hão de vir”.
A igreja de Éfeso evidencia que aquele cristianismo bonito, cordial e empolgante do primeiro século estava em declínio, com o abandono do seu primeiro amor (Ap 2.4). A influência era grande e negativa nesta cidade portuária, metrópole agitada, que por ser a porta de entrada da Ásia, o principal acesso a Roma, recebia gente de todos os lados, inclusive da Itália e de Corinto. Éfeso chegou a ser chamada de a Rota dos Mártires, pois no início do segundo século, por lá, de navio, passavam os cristãos que eram levados para entretenimentos, escárnio e para alimentar leões na arena de Roma. Conquanto fosse chamada de a luz da Ásia, com o templo de Ártemis, considerado uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, era uma cidade mergulhada na superstição e no paganismo, vivendo longe da gloriosa luz do evangelho (Jo 8.12). Paulo, o apóstolo, teve uma atuação missionária mais ampla nesta cidade do que em outra (At 20.31). Aqui, orientais e ocidentais se encontravam, viam-se gregos, romanos e asiáticos por todos os lados, e grande foi o número de convertidos (At 19.10). Essa igreja tornou-se expressiva, zelosa, ortodoxa, mas negligenciou no amor.

I – O empenho humano não basta

Nossas obras são insuficientes para estabilizar a igreja (Ap 2.2,3,6), apesar de necessárias para o progresso do Reino. Nossas ações não têm valor por si mesmas, sem o respaldo divino (Jo 15.5), o agasalho do Espírito.
João diz que conhecia a firmeza da igreja, o seu trabalho, a sua ortodoxia (centralização na verdade comprovada, resistente ao tempo e às averiguações) e o seu zelo, mas isso foi insuficiente para que ela só recebesse elogios. Foi criticada porque falhou na forma de fazer as coisas, na prática do amor. O Senhor não se distrai na análise de nossas ações. No v. 2 encontramos: “Eu sei”. É motivação e conforto a certeza de que Ele está perto (Fp 4.5) e nos conhece de forma total e correta. Esta igreja foi elogiada por seu trabalho, labuta que absorve toda a energia do ser. Pois é nesse contexto que se encaixa a paciência, “persistência imperturbável”, que não se desespera diante de sofrimentos, privações e perdas, mas coloca-as no trono de graça de Jesus, glorificando o seu nome, com os olhos n’Ele firmados (Hb 12.1,2), voltado para as coisas do alto e certo de que está escondido com Cristo em Deus (Cl 3.1-3).
As obras dessa igreja eram conhecidas: trabalho árduo, persistência, discernimento espiritual, zelo ao repreender os que desrespeitavam o sacrifício do Calvário, não aliviava para os falsos apóstolos (2Co 11.13-15; 1Jo 4.1-3), não era conivente com o pecado, cuidava da disciplina, por não suportar os maus (Ap 2.2), seus obreiros eram incansáveis, viviam de acordo com a verdade e nenhuma heresia tinha vantagens por lá (Ap 2.6).
Ah! Se ainda hoje todo o povo pudesse proclamar: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem?! (Sl 139.21a). Com certeza, todos gostaríamos de pertencer a uma igreja assim: crentes que trabalham com entusiasmo, zelam pela vida reta e defendem a sã doutrina. Só que essa não era uma igreja perfeita, apesar de ter feito tudo muito bonito, não convenceu o Senhor, pois faltou o mais importante (1Co 13.1-3).

II – O amor como motivador das ações

O Senhor viu algo errado na igreja de Éfeso, embora fosse zelosa, perseverante na verdade e ortodoxa (firme nas doutrinas centrais da fé). Ela havia abandonado o seu primeiro amor (qualidade sem a qual todas as outras se tornam sem sentido) e deixado de lado as primeiras obras. Faltou a devoção, o fazer não somente pela obrigação e a postura de realizar tudo por amor a Deus e ao próximo. Éfeso tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não paciência de amor. É o oposto daquilo que Paulo fala como sucesso do evangelho em Tessalônica (1Ts 1.2,3). É possível envolver-se com a obra e não com o Senhor da obra, ter ações virtuosas, mas destituídas de espiritualidade e ser trabalhador da lavoura de Jesus Cristo, motivado pelo que perece e não pelo que permanece para a vida eterna (Jo 6.26,27). No princípio, Paulo orou para que os efésios conhecessem o verdadeiro amor (Ef 3.17-19; 6.23) e eles tiveram amor pelos santos (Ef 1.15), mas com o passar do tempo, esse amor havia desaparecido.
Como igreja de Jesus, precisamos crescer no amor vertical (Jo 14.15,21,23), aquele direcionado para o aprofundamento do relacionamento com Deus; desenvolver o amor na comunidade cristã, entre irmãos (Jo 13.34,35), que nos faz cuidar e zelar uns pelos outros, com fé e amor sacrificial (Jo 15.13), pois somos produtos da graça, propriedade exclusiva do Pai (Êx 19.5; Lv 20.26; Tt 2.14; 1Pe 2.9,10); e cultivar o amor pelos de fora, capaz de abrir mão de comodidades (Jo 20.21) para levar a mensagem salvadora, que traz de volta, reconciliando com Deus.

III – Confrontar para mudar

A igreja recebeu elogios, agora repreensão (Ap 2.5). O Senhor não estava satisfeito só porque o passado foi produtivo, Ele a confrontava com o pecado e com a necessidade de arrependimento para que o presente e o futuro fossem frutíferos: uma igreja sem manchas e inculpável (Ef 5.25-27).
No confronto, concluímos que toda queda produz abatimento de alma, lembrança dos motivadores de tal realidade e das bênçãos espirituais do passado. Assim como devem ser feitas as projeções para o futuro, o confronto é em amor, de forma objetiva, para corrigir e restaurar, sem omitir as consequências da desobediência (Ap 2.5). Quais atitudes deveriam ser tomadas? “Lembra-te, pois donde caíste”, ou seja, reflita sobre o que aconteceu, não se deixe levar pelas circunstâncias que promoveram o esfriamento do amor; arrependa-se, mude sua mente e atitude, sua forma de pensar, de agir e pratique as primeiras obras, ou seja, creia e obedeça como antes. É o arrependimento que se manifesta em realizações diferentes.
O desafio da igreja na atualidade é confrontar suas ações com a Palavra de Deus, tendo atitudes dignas do Senhor (Cl 1.10), com ouvidos aguçados para ouvir (Ap 2.7a), sendo praticante da Palavra (Tg 1.22) e retornando às atitudes do primeiro amor.

Para pensar e agir

A igreja está firmada em Cristo, n’Ele está assegurada a sua caminhada em triunfo e em vitória, por mais que seja minado o terreno e expressivos os ataques.
O que fazemos é importante; não menos valiosa é a forma e a intenção.
Caracteriza falta de amor deixar de investir em pessoas, para investir em coisas, valorizar mais a forma do que a essência, aplicar disciplina como punição e não usar de compaixão na defesa ou na aplicação da verdade.
Por que será que com o passar dos anos muitos perdem a empolgação, o ardor e esfriam na fé?
Por que será que dentro do Exército de Deus há “fogo amigo” (quando pessoas do mesmo exército abatem por engano os seus companheiros) na trincheira? Somos soldados de um mesmo comandante, e estamos lutando a mesma luta.
A igreja sintonizada com o primeiro amor se alegra com a vitória, não importa quem esteja na linha de frente. É consciente da promessa ao vencedor, de comer da árvore da vida que está no meio do Paraíso de Deus (Ap 2.7b), onde os salvos por Cristo desfrutarão de tudo que a vida futura tem a oferecer.
O que a igreja faz no Reino precisa expressar amor a Deus e ao próximo (1Co 13.2).
Leituras Diárias
segunda-feira - Mateus 6.1-15
terça-feira - Marcos 7.1-23
quarta-feira - Mateus 7.1-12
quinta-feira - Romanos 12.9-21
sexta-feira - 1João 3.16-24
sábado - Romanos 14.1-23
domingo - 1Coríntios 13.1-13

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma igreja alicerçada na Palavra

Texto bíblico: Mateus 16.13-19

Introdução
Para orientar seus discípulos, Jesus retirou-se para as partes de Cesareia de Filipe (Mt 16.13). Cidade construída por Filipe, filho de Herodes, o Grande, num planalto rochoso às sombras do monte Hermom, para homenagear o imperador Tibério César. Esse era um lindo cenário para a confissão da divindade de Jesus e de sua identidade como o messias prometido e esperado, pois naquela área ainda havia marcas das práticas cúlticas dedicadas aos deuses Baal e Pan.
O Mestre havia concluído sua jornada ministerial na Galileia e a consumação de sua missão estava prestes a acontecer. Ter os discípulos por perto, afinados com sua pessoa, confiando de forma consistente em sua missão como messias, para enfrentar os desafios de um futuro próximo era o que Ele muito desejava. Então, veio a notável indagação: “Quem dizem os homens ser o filho do homem?”. As respostas foram diversificadas, identificando Jesus com vultos importantes do passado e do presente (Mt 16.14). Então veio a enfática pergunta (Mt 16.15) e Simão responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Somente Mateus apresenta a resposta conforme descrita acima. Em Marcos 8.27-30 e Lucas 9.18-21 o assunto é tratado citando apenas: “Tu és o Cristo”. Encanta-me a abordagem de Mateus por apresentar Jesus como o messias prometido e reconhecer n’Ele a sua natureza divina, o que era tremendamente complicado para os líderes judeus, que até podiam aceitar o messias humano, mas com pretensão de divindade era demais. Foi por isso que rejeitaram Jesus e o levaram à morte, acusando-o de blasfêmia (Mt 26.64,65). Com a declaração de fé proferida por Pedro, Jesus anuncia a sua notável criação (Mt 16.17-19).

I – Valoriza suas Raízes

A igreja foi edificada sobre a Rocha, a pedra que os edificadores rejeitaram, a pedra de tropeço e uma rocha de escândalo (Rm 9.33). Jamais a rocha poderia ser Pedro, porque quem n’Ele crê não será confundido. Essa é uma atribuição exclusivamente de Jesus. É bom frisar que no original encontramos um jogo de palavras sobre o assunto: Pedro é petros e rocha é petra. O rochedo – petra é diferente de petros, pedra solta. Daí, a palavra de Jesus em Mt 16.18 “Tu és Pedro (petros) e sobre esta pedra (Petra-Rocha) edificarei a minha igreja...” significa que a igreja foi edificada sobre esta Rocha de verdade revelada, ou seja, a verdade que o apóstolo Pedro tinha proclamado de que o Messias era Divino, uma rocha imutável sobre a qual a sua igreja estaria segura, onde nem a morte, a destruição ou as forças que se opõem a Cristo e ao seu Reino terão êxito.
A igreja não é produto do acaso, suas raízes estão firmadas em Jesus (Ef 2. 18-22). Recebemos um legado dos nossos antepassados, que deve ser trabalhado e ampliado para ser transmitido às próximas gerações. A igreja tem história, expressa o comprometimento de servos e servas do Senhor que cooperam no evangelho, que amparam a muitos e até arriscam suas vidas (Rm 16.1-4), pois os salvos são frutos para Cristo (Rm 16.5). Como igreja, temos lembranças, registros históricos em nossa memória e a certeza de que o nosso Salvador é Deus Eterno (Hb 13.8), que age, comanda e preserva os seus (Jo 10.7-18) e de suas mãos ninguém conseguirá arrebatá-los (Jo 6.37). Isso traz segurança para a comunidade dos santos!
A igreja precisa de equilíbrio para agregar em si os mais novos com o seu vigor, entusiasmo e alegria, mas também os mais antigos na fé, com os seus hábitos e com a sua estrutura de vida definida. A expectativa e o encanto pelo novo precisam se aliar à experiência e às raízes para que haja progresso do todo e alegria contagiante. Daí, a necessidade de uma tradição aberta e não de um tradicionalismo míope. Uma tradição criativa que não invalide a Palavra de Deus (Mt 15.6), nem acorrente a consciência humana (Cl 2.8), mas que transporte em si a herança. Esta se abre para o novo, dialogando e construindo possibilidades que edifiquem e promovam unidade (Ef 4.16), tendo em mente que não dá para progredir como igreja sem buscar herança, sem ter memória, sem agir com prudência e sem orientar sua vida na perspectiva de um legado saudável e construtivo.

II – Investe no presente com olhos no futuro

A igreja é uma célula viva onde as pessoas são lapidadas, assim como o fogo contribui para que a pedra bruta seja transformada numa joia preciosa. É na igreja que descobrimos e preparamos os valores para o reino de Deus.
Precisamos alcançar as pessoas com a graça de Cristo, desafiá-las à fé, cuidar delas, para que elas vejam o amor de Deus em ação, que é o antídoto para a obra do diabo, que veio para matar, roubar e destruir (Jo 10.10). As chaves do reino dos céus mostram a relevância da igreja e apontam para a sua autoridade, vista primeiro em Atos 2, quando as portas do Reino foram abertas aos judeus e prosélitos, depois Atos 10, quando foram abertas aos gentios, na casa de Cornélio, sendo destruída a barreira da separação, para que todos fossem um em Cristo (Ef 2.13-16). Como Corpo de Cristo e expressão do Reino, a igreja tem uma perspectiva: trabalhar no tempo para a eternidade, instruir sobre a vida no céu e ensinar aos salvos que eles são pedras vivas, edificados como casa espiritual, povo de propriedade exclusiva de Deus (1Pe 2.5,9).
Não dá para a igreja chegar atrasada nas pessoas. O que queremos que elas sejam amanhã, devemos trabalhar agora, apontando para Jesus, que opera mudança integral (1Pe 1.14-23).

III – É abrigo para os exilados da fé

A vida neste mundo é um duro desafio (Jo 16.33b), a vida cristã é um desafio maior. Passamos por lutas, provações, tempestades, incompreensões e sofrimentos diversos. Os filhos de Deus nunca tiveram vida fácil (2Tm 4.9-18; Mt 5.10-12).
Como tem atraído pessoas a pregação que ensina dar ordens a Deus, determinar o que se deseja, que filho de Rei não pode ser pobre, que sofrimento é falta de fé ou obra do Diabo, que o salvo é cabeça e não cauda, que se deve brigar com Deus, dizer que não aceita e determinar a vitória! Essa é uma postura de aparente fé, mas na realidade, de total ignorância, é distúrbio quanto à fé. O evangelho bíblico diz que nós somos servos (Mt 20.25-27), que o nosso tesouro é incorruptível nos céus (Lc 12.34). Isso não quer dizer que é proibido progredir ou adquirir bens; o que não se deve é colocar neles o coração (Mt 6.21). Os salvos pertencem ao Senhor e jamais serão separados do seu amor (Rm 8.35-39). Não se trata de cabeça ou cauda. Somos Corpo de Cristo e herdeiros de Deus (Rm 8.17). Não precisamos determinar vitória, como se de nós mesmos pudéssemos coisa alguma; a nossa vitória está garantida em Cristo (1Co 15.57). O cristianismo de autoajuda, de barganhas com Deus e de promessas mirabolantes tem exilado muitos na fé. São aqueles que dão tudo, que aguardam tudo, que estão felizes com Cristo pelo que Ele pode oferecer e não, propriamente, pelo que Ele é. Quando passa a empolgação e não contemplam as coisas acontecendo conforme prometidas, distanciam-se, desiludem-se e se revoltam contra Deus e tornam-se inimigos da igreja, exilando-se dela.


Para pensar e agir

Não basta pertencer a uma igreja local, é preciso comprometer-se com Cristo e com a sua Palavra. O evangelho bíblico tem conteúdo imutável, é resistente ao tempo e atua como paradigma da vida cristã.
Dá para ser igreja sem doutrina, sem herança, sem legado e sem bases teológicas?
O evangelho não é para dar suporte às ideias dos estudiosos, mas todos que o examinam, devem se submeter ao seu conteúdo revelacional.
Fugir do Evangelho Bíblico é prestar um desserviço ao Reino, é formar adeptos e não servos, é promover distúrbio espiritual nas pessoas, é viabilizar que elas se tornem exiladas da fé e da igreja.

Leituras Diárias
segunda-feira - Mateus 18.15-17
terça-feira - Atos 2.37-47
quarta-feira - Atos 17.1-13
quinta-feira - Gálatas 1.6-12
sexta-feira - Colossenses 2.4-23
sábado - 1Tessalonicenses 1.5-10
domingo - Atos 19.31

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