quinta-feira, 17 de março de 2011

DESAFIOS MISSIONÁRIOS NO MUNDO PÓS-MODERNO

Textos Bíblicos: Romanos 12.1,2; Mateus 9.16,17.

O que é pós-modernidade? Para efeito didático de conhecimento sobre os acontecimentos na história, esta tem sido dividida em épocas diferentes com suas peculiaridades e características próprias. A pós-modernidade, por exemplo, é uma condição sociocultural. Existe uma clara discussão e divergência sobre o tema. Vários fenômenos aconteceram trazendo na história a modernidade: Ei-los: o homem como o centro de todas as coisas, a autonomia da pessoa, a revolução industrial, o desenvolvimento tecnológico. Com todo esse fenômeno, a sociedade começou a desenvolver ideias e pensamentos, tornando irrelevante a pessoa de Deus para a vida humana.
Já na sociedade pós-moderna o que marcava a empolgação humana quanto ao sentido da vida teve seu colapso. O déficit de esperança começou a surgir e a partir daí surgem marcas que precisam ser entendidas de forma que nossa mensagem seja relevante, eficiente e eficaz.
O mundo pós-moderno desenvolve características. Uma delas é que os meios de comunicação em massa têm uma influência decisiva em nossa vida, condicionando-nos e conduzindo a nossa percepção sobre o mundo. Conhecemos o mundo, entendemos o mundo e interpretamos o mundo a partir dessa influência. A palavra mídia significa meio. Portanto, a nossa visão de mundo passa por este meio.
O pós-modernismo passa pela filosofia interpretativa do relativismo. Tudo é relativo. Seja na ética, seja na interpretação filosófica do mundo. O comportamento e crença passam pela ideia de que tudo é relativo. Com isso a ideia de erro e acerto, certo e errado vive uma crise não apenas de conceito, mas de prática. A pós-modernidade é caracterizada por uma busca do transcendente. O materialismo, o ateísmo têm ficado para trás e ressurge a busca pelo “divino”. É o tempo de crenças e crendices, de superstições e esoterismo. É um tempo de magia e misticismo. A religiosidade aflora no conceito e vivência humana. Nesse tempo ressurge o paganismo tendo a natureza como o foco. A necessidade de cuidar do meio ambiente diante dos muitos desafios que nos cercam traz no seu bojo fazer da natureza uma forma de culto. Paganismo, panteísmo ressurgem de modo dominante e imperioso como forma de proteger o nosso habitat. O ser humano é marcado pelo pessimismo. Esvai-se a esperança. A perspectiva de um mundo que se danifica é muito marcante. A verdade não é absoluta e objetiva e sim subjetiva e ela se torna verdade de acordo com cada um e cada circunstância.

1. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE SAIBA FAZER UMA LEITURA CONTEXTUALIZADA DO MUNDO (Romanos 12.2)
Saber fazer a leitura do mundo em que vivemos é uma arte de conhecimento e sensibilidade. Entender os acontecimentos à luz da Palavra de Deus é mais do que uma atitude profética, é uma imersão na globalização sem perder o sentido individual de compromisso e busca. O futuro missionário depende dessa leitura coerente e inteligente do mundo em que vivemos. Este mundo em que vivemos precisa ser visto e interpretado para que a mensagem seja pregada. Paulo diz: “não vos conformeis com este mundo”. O que sabemos de mundo? Não podemos ser um povo alienado. É preciso conhecer, ter informações e interpretar os acontecimentos. O que acontece é que, diante de tantas informações a que somos submetidos, perdemos o senso crítico de reavaliar o que tem sido dito, as notícias e fatos. Para se conformar ou não, no caso aqui Paulo diz que não nos conformemos. É preciso fazer uma leitura contextualizada do mundo.

2. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE PLANEJE E EXECUTE A SUA MISSÃO DE FORMA MAIS PROATIVA DO QUE REATIVA (Romanos 12.2)
A história mostra que a igreja sempre esteve a reboque. As coisas acontecem para que a igreja se posicione. O mundo avança e aí a igreja lembra que precisa avançar. A obra missionária nesse tempo de mudanças rápidas precisa ser uma ação missionária proativa. O mundo precisa ficar incomodado com as atitudes da igreja e não o inverso. Precisamos redescobrir uma forma nossa de ser igreja neste mundo. Sem perdemos os princípios de fundamentos teológicos, mas voltada para atender a demanda desse cotidiano que muda a cada novo verão. Precisamos sair na frente para respondermos com poder e graça aos efeitos de uma pós-modernidade que, mesmo com tanta busca pela transcendência, se afasta do Autor e Consumador de nossa fé, Jesus Cristo. Não podemos como igreja correr atrás do prejuízo; precisamos desenvolver ações que possam ditar a evolução histórica. A sociologia, a filosofia, a psicologia e todas as “logias” deveriam desenvolver seus postulados à luz do que a igreja vem apresentando. A igreja deveria ser o referencial para incomodar todo tipo de conhecimento.
Paulo diz: “mas transformai-vos...”. Fica claro e compreensível aqui que esta é uma ação em nós mesmos e não no mundo como de forma equivocada alguns têm dito. Quem está no foco da transformação, da mudança, somos nós. Diante de uma leitura correto de quem é o mundo, precisamos passar pelo processo de transformação. Não é o mundo que propiciará uma mudança em nós, mas o mundo interpretado corretamente nos fará ser proativos. Parece utopia, mas penso que o nosso planejamento missionário e eclesiástico não deveriam permanecer à espera do mundo, mas antecipar-se a ele.

3. DESAFIO DE UMA IGREJA QUE NÃO DEIXA QUE HAJA NO MUNDO UM CANSAÇO PELO EVANGELHO (Mateus 9.16-17)
Este é o grande drama de nossos dias quanto ao compromisso com a proclamação. Temos deixado por causa de nossa inércia, comodismo e falta de criatividade o mundo cansado do evangelho? O mundo cansa-se do evangelho quando há uma dissociação entre fé e prática, entre discurso e vida.
A palavra e a mensagem jamais estarão desatualizadas, mas a forma de apresentarmos essa mensagem precisa de métodos que alcancem de maneira mais adequada o coração do homem. Não esqueçamos que o coração do homem continua sendo o mesmo, mas o seu intelecto muda a cada dia.
Que tipo de evangelho temos apresentado para os nossos ouvintes? Um evangelho que se preocupa com a alma, um evangelho que se preocupa com o corpo, um evangelho que visa sustentar as instituições religiosas, um evangelho humanista, um evangelho socialista, um evangelho capitalista, um evangelho legalista, um evangelho revolucionário, um evangelho histórico?
Precisamos anunciar um evangelho que toque na necessidade do homem hoje e agora, mas com relevância e proposta para a eternidade. Um evangelho inteiro e integral. Um evangelho não circunstancial e partido por interesses e conveniências pessoais.
Mateus diz que se o vinho é novo os odres precisam ser novos. O evangelho é sempre novo, não confundir com modernismo. O evangelho é sempre boas-novas de vida e salvação, mas se colocarmos essa mensagem (vinho) em métodos ultrapassados (odres velhos) o que acontecerá? O texto diz que os odres se rompem. É isso que faz com que haja cansaço pelo evangelho. Muitos povos experimentaram isso e foi criado um vácuo, um vazio, um abismo entre gerações sem conhecer e se agradar com o evangelho. Neste mundo pós-moderno vivemos esse desafio de sabermos utilizar os odres apropriados para o vinho. Precisamos saber usar os métodos e formas para que o evangelho sempre novo não seja derramado de forma ineficaz, imprópria e sem objetivo.


PARA PENSAR E AGIR
O mundo em que nós vivemos carece de uma transformação a partir do evangelho no coração do homem.
O mundo em que nós vivemos experimentará essa transformação quando a igreja de forma vibrante e criativa realizar a obra missionária.
O mundo em que nós vivemos terá resposta para a transcendência, o relativismo, a falta de esperança etc., quando nós mesmos tivermos internamente resolvido biblicamente essas questões no seio da própria igreja.

LEITURAS DIÁRIAS
segunda ...Romanos 12.1-2
terça ...Isaías 58.6
quarta ...Neemias 4.19
quinta ...Romanos 13.11
sexta ...Efésios 5.14
sábado ...Mateus 5.16
domingo ...Mateus 9.16-17

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