terça-feira, 30 de novembro de 2010

Há valores que se perdem em casa


Texto bíblico: Lc 15.8-10
Pode crer: é em casa que perdemos nossos valores. Isso porque só levamos para dentro de casa aquilo a que damos real valor. Dentro de casa por vezes se vão o respeito, a cumplicidade, o amor, o carinho, a estima... Justamente onde nos sentimos seguros é que perdemos essas coisas que nos são tão caras.
De fato, nós só perdemos aquilo que tem valor. Você já perdeu dinheiro alguma vez? Foi na padaria e quando chegou lá percebeu que o dinheiro caiu do bolso? Pois é exatamente isso que quero dizer: nós só notamos a perda daquilo que tem algum valor.
O ensino de Jesus aqui é uma resposta à parte crítica do público ouvinte, composta por fariseus e escribas (v.2). Ele não só está dizendo que os publicanos e pecadores têm valor, como está patenteando que judeus, que valores, tinham se perdido dentro de casa, isto é, dentro da convivência do povo de Deus. Por isso Ele usou ovelha perdida para falar aos pecadores e dracma perdida para falar aos publicanos, considerados traidores por cobrarem impostos para Roma. Se alguém entendia de valores monetários, esse alguém era o publicano.
Vamos então aprender algumas lições desse texto.
1. Para Deus uma dracma vale muito!
É engraçado notar como no Reino de Deus os valores são díspares aos de nossa cultura. Deus valoriza a oferta da viúva pobre (Lc 21) bem como dá valor a uma dracma. A dracma era a moeda de menor valor nos tempos de Jesus. E foi ela que a mulher da parábola foi procurar.
Interessante que a busca não foi por um talento de ouro (algo de real valor). Jesus está mostrando aqui que Deus não se deixa impressionar pelas convenções e padrões de valor que a sociedade estipula. Para Deus até aquilo que havia sido desprezado como algo sem valor (publicano/dracma) tinha de ser achado uma vez que tinha valor para o Senhor. Por vezes o valor absoluto é menor que o relativo. Por vezes um presente que custa barato para nós tem um preço incalculável. Para Deus toda vida, toda pessoa tem um valor inestimável, ainda que sobre ela tenha sido colocado o rótulo de “sem valor”.
Aquela mulher perdera uma, mas ainda tinha nove dracmas. Podia se alegrar por não ter perdido as outras. Podia se bastar com aquelas que estavam sob seu domínio. Mas não: ela preferiu buscar aquilo que tinha um grande valor para ela.
Deus pode, à semelhança da mulher, ter muitos valores sob seu poder. Mas Ele não quer que nenhum, que ninguém se perca (1Tm 2.4). Por isso Ele vai atrás daquele que se perdeu. Guarde bem isso: você vale muito para Deus. Não deixe que nenhum fariseu coloque sobre você a pecha de que você não tem valor. Não deixe que as circunstâncias da vida, nem que os outros depreciem você. Sua vida foi comprada por um “alto preço” (1Co 6.20) e por isso ela não pode “ser parcelada”. Ela “não tem preço”.
2. O que está perdido não se acha sozinho
Como aquela mulher da parábola achou a dracma perdida? Procurando. Há gente que fica esperando as coisas acontecerem. Entendem que a fé é um convite à sonolência e à letargia... será esse o seu caso? Fato é que sem esforço, sem procura, jamais reencontraremos aquilo que foi perdido.
A busca mostra quanto valor era realmente dado ao perdido. Parar de fazer tudo que se tinha para fazer para poder achar aquilo que fora perdido, somente dando valor. Sentir a falta do que foi perdido é um convite para uma parada e redefinição de prioridades da vida. Para aquela mulher, nada agora era mais importante do que localizar a dracma. Todas as demais coisas importantes que temos de fazer ganham coloração secundária. A agenda, grande indicador de nossas prioridades e valores, é revista.
Quando Davi perdeu tudo o que tinha em Ziclague (1Samuel 30), ele orou ao Senhor. Ele se fortaleceu no Senhor. Mas ele foi atrás recuperar, reaver o que tinha sido perdido. Se ficasse parado esperando, nada teria acontecido.
Isso quer dizer que se houve uma perda da comunicação em casa, terá que haver um esforço para que ela seja retomada. Se houve perda do respeito, ambos terão de buscá-lo. Se houve perda do afeto, você precisará reiniciar esse movimento de troca de carinho. Se ninguém começar a procura, jamais todos reencontrarão essa “dracma”.
3. O que está perdido só é achado quando procurado com diligência (V.8)
Como foi que a mulher procurou a moeda perdida? Ela faz essa procura com diligência, isto é, com extremo cuidado. Uma procura com diligência é marcada pelo empenho, pela organização, pela insistência e pela resolução. Sim, porque nenhuma procura feita com diligência acaba antes de se encontrar o objeto perdido. Pois foi isso que aquela senhora fez quando varreu a casa.
A disposição dela foi tamanha que ela só parou quando terminou. E nesse processo ela certamente descobriu que:
a. Que varrer a casa é jogar fora o pó ou aquilo que virou sujeira. Há coisas que guardamos que depois descobrimos que podíamos jogar fora. Nesse processo de busca por reaver valores ela com certeza se deparou com coisas que estavam dentro de casa, mas que não eram para serem guardadas. E nessa hora é preciso varrer, ainda mais quando falamos de uma tradicional casa da Palestina, que provavelmente tinha seu piso com terra batida, para descartar de uma vez por todas essas sujeiras.
Por falar nisso, que sujeiras você tem abrigado em seu coração? Frustração? Decepção? Mágoas? Pecado?
b. Quando se varre a casa ela fica mais adornada, mais limpa. Dificilmente se perderão coisas boas, valores, numa casa que agora está limpa. E aqui há um paralelo com a vida em santidade que Deus quer para nós. Por vezes a perda de um valor faz com que reencontremos um maior, que é a comunhão com o Pai e a santidade que ela produz. E uma vez retomado o caminho da santidade, nós ficamos prontos para incorporar novos valores. Por vezes Deus não pode agraciar-nos com algo especial, simplesmente porque não estamos prontos para receber. Ele sabe que se recebermos fora de hora, vamos acabar perdendo... e o que vem do Pai não é para ser desperdiçado.
Será que não é santidade que está faltando a sua vida? Será que pela ausência dessa “limpeza” sua vida não deu uma estagnada?
Conclusão
Para achar aquilo que se perdeu é necessário jogar luz. E aqui entra a oração. Deus vai nos guiar nesse processo de reencontro. A busca será nossa. A diligência da procura também nos pertence. Mas a luz... essa cabe ao Senhor. Ele é Luz (1Jo1.5)!
Pela Palavra (Sl119.105) aprendemos a ver valores que não conhecíamos. A Bíblia mostra de forma clara o quanto cada um precisa melhorar. Sabe por quê? A luz mostra. Há valores que estão perdidos e que muitos nem imaginam que existam. Esse contato com a Palavra de Deus é que vai iluminar os cantos e recantos da fé e da nossa alma, a fim de que os encontremos. Isso porque quando somos expostos à Luz do Senhor, somos transformados. Na radiação (presente em todo processo luminoso) da presença fulgurante do Senhor (Ap 21.23) há sempre transformação. Já em outros processos radioativos há deformação. Essa transformação gera mudança, arrependimento, o que tanto alegra o coração de Deus.
Portanto, ore e peça a Deus que mostre o que está perdido e onde se perdeu. Se você ainda não conhecia o Senhor, ore também. Sabe quem está esperando sua oração para jubilar de alegria? O próprio Deus. A Palavra diz que o júbilo não é dos anjos (v.10), mas diante deles. Isto equivale a dizer que Deus fica felicíssimo quando alguém a quem ninguém dá valor (uma dracma) ora para ser achado por Ele.
O que você está esperando então?
Leitura Diária

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terça-feira..... Jz 2.6-23
quarta-feira..... Jz 6.25-32
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sexta-feira..... 1Sm 2.27-36
sábado..... Atos 5.1-11
domingo..... Lc 15.8-10

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