terça-feira, 21 de setembro de 2010

ADORAÇÃO


Salmo 100
Um conhecido escritor cristão, Aiden Wilson Tozer, diz em um de seus livros que "Adoração é a jóia perdida da Igreja Evangélica. (...) A arte do culto perdeu-se inteiramente, e, em seu lugar, surgiu aquela estranha coisa chamada ‘programa’. Esta palavra tem sido importada do ambiente dos palcos e aplicada ao tipo de culto público que acontece entre nós como sendo adoração". Estas palavras produzem grande impacto, pois nos falam de algo que é central na vida da igreja – a adoração. Adorar a Deus é a parte central da vida da igreja; até porque uma das declarações mais impressionantes de Jesus envolve a adoração: Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4.23). No salmo 100 temos alguns indicadores da adoração a Deus. Não é um tratado teológico-sistemático sobre o assunto, mas as impressões de alguém que buscava vivenciar a adoração. E é a essas impressões que vamos nos ater.
1. Um convite a toda a terra (v.1)
O Salmo 100 é conhecido como Jubilate (Jubilai) e é muito empregado na liturgia de nossos cultos. Na lição 6 já vimos que ele pode ser incluído no grupo dos “salmos de entronização”, os quais eram usados durante o cortejo que seguia em direção ao Templo, a fim de celebrar a cerimônia de entronização, fazendo de Iavé, uma vez mais, o Rei de Israel e, de fato, o Rei Universal. O coro avançava cantando; as trombetas tocavam; os instrumentos musicais também, convocando todos os povos de todos os lugares a juntar-se ao cântico de celebração. O verso reivindica o mundo inteiro para Deus; devendo despertar nossos pensamentos enquanto cantamos. A relação é simples e direta: Aquele que é Deus de toda a terra deve receber adoração jubilosa de todos os povos. Júbilo é alegria e não pode ser confundido com irreverência. Russel Shedd diz que a adoração pode ser vítima de dois perigos: “um formalismo que desafia os moldes externos da liturgia, enquanto mortifica qualquer relacionamento vital com Deus; (ou) uma espontaneidade que, por causa de desordem e confusão, deixa de estimular qualquer encontro sério com o Deus que procura verdadeiros adoradores” . Nosso desafio é buscar e praticar esse equilíbrio em nossa vida de adoração.
2. Adoração e serviço (v.2)
Adoração não pode ser desvinculada de serviço. Talvez até possamos dizer que adoração é serviço; possivelmente muito diferente do ideário “evangélico” de hoje que parece mais querer se servir de Deus do que servi-lo. “Servi ao Senhor” está em paralelo com “apresentai-vos diante dele”, o que nos lembra que um ato de adoração muito corretamente se chama “um serviço” ou trabalho, para o qual a pessoa se apresenta voluntariamente e em completa disponibilidade. É a primeira resposta que devemos ao Senhor – servir – e não a última. O alcance dessa resposta pode ser avaliado quando Paulo escreve em Romanos 12.1 “apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo”, que pode ser entendido como entrega e dedicação completa à obra do Senhor.
O salvo serve a Deus com alegria, não como um peso, do qual queira se desvencilhar. O salmista deixa isso claro: “servi ao Senhor com alegria”. A letra do hino 410 CC é muito rica nessa mensagem: “no serviço do meu Rei eu sou feliz...”; “gozo, paz, felicidade, tem quem serve a meu bom Rei”. O apóstolo João fala do serviço que os remidos prestarão eternamente a Deus no céu em Ap 22.3. A pessoa que se diz cristã e não tem alegria em servir a Deus não compreende a natureza da fé cristã ou não está fazendo dela uso apropriado.
3. Reconhecimento de quem é Deus e do que Ele faz (v.3)
Ter um conceito correto de Deus é condição indispensável para uma adoração genuína. No entanto, esse conceito de Deus não pode ser o meu conceito, mas o conceito bíblico. Não importa o que eu acho de Deus e sim o que a Bíblia apresenta sobre Ele. Conceitos defeituosos, distorcidos e errados a respeito de quem Deus é e do que Ele faz têm levado a situações esdrúxulas no quesito adoração.
O salmista diz: “sabei que o Senhor é Deus” (Iavé é Elohim). É uma declaração taxativa, que não admite negociações. Lamentavelmente muitos dos chamados “evangélicos” parecem estar adorando um deus que é uma grosseira distorção do Deus da Bíblia, um deus criado para satisfazer suas necessidades, em nada parecido com o Senhor Soberano, o Iavé Elohim do salmista. Sabe por que isso ocorre? Ignorância a respeito de quem Deus é. “Uma igreja não pode se elevar acima do seu conceito de Deus. Se o nosso conceito de Deus for pequeno, inevitavelmente não teremos qualquer expectativa de que Ele irrompa em nossa vida com poder. A falta de expectativa produz um cristianismo árido, formal e destituído de vida”.
O homem não deve adorar a si mesmo ou ao que ele faz, pois ele próprio não existiria sem a ação de Deus. “Foi Ele quem nos fez”, diz o poeta, dando a entender que a criatura precisa estar subordinada ao Criador. Somos seu povo e ovelhas do seu pastoreio (como vimos na lição 1), que dependemos inteiramente dele para suprimento de nossas necessidades. O homem foi criado por Deus e por Ele é sustentado, então deve estar pronto para servi-lo e louvá-lo, em reconhecimento de quem Ele é e do que faz. Nosso objetivo não é frequentar a igreja, mas adorar a Deus. Quando se busca a satisfação da “plateia”, não se honra a Deus (na verdade zomba-se dele), faz-se o absurdo de submeter sua glória à conveniência humana.
4. Adoração e ação de graças (v.4)
Dedicamos uma lição inteira (11) ao tema da gratidão, e por isso vamos apenas compor o pensamento aqui. Quando relembramos com gratidão as dádivas divinas estamos prestando tributo a Deus. Adorá-lo é também ser agradecido por todas as suas bênçãos e por toda a sua graça, por todas as coisas, em todos os tempos, atribuindo-lhe honra e glória para sempre. As portas do Templo não podiam ser adentradas pelos impuros. Por isso, o estar nos átrios do Senhor já era sinal de estar sendo recebido à presença divina. O adorador deveria, segundo o salmista, atravessar as portas do Templo com hinos de louvor e bendizendo o nome de Deus. O teor dessa ação de graças pode ser visto no Salmo 72.18,19.
5. Exaltação dos atributos de Deus (v.5)
Adoramos a Deus quando exaltamos suas qualidades. Não temos aqui uma lista dos atributos divinos, mas uma exaltação do poeta às ações de Deus para com ele, fruto das experiências que tinha na sua relação com o Senhor. Três atributos divinos são vivenciados pelo salmista: bondade, misericórdia e fidelidade (verdade). Existe uma relação próxima entre bondade e misericórdia. A primeira tem um aspecto positivo: é Deus tratando a humanidade de uma maneira que ela não merece. A misericórdia tem um aspecto “negativo”, no sentido de Deus não tratar os homens da forma como eles merecem. Se fizermos uma avaliação honesta de nós mesmos, verificaremos que também é assim conosco. As misericórdias de Deus nos proporcionam continuarmos a viver (Lm 3.22) e sua bondade nos sustenta em todas as necessidades. Mas por que Deus continua sendo misericordioso e bondoso conosco? Por causa da sua fidelidade (verdade). As ações de Deus conosco não são respostas às qualidades existentes em nós, mas unicamente pelo fato de Ele não poder negar a si mesmo (2Tm 2.13).
Para pensar e agir
▪ Quem é Deus para você? Não estou falando de uma “definição” decorada, mas de um conceito que brote de sua experiência com Ele!
▪ Como tem sido a sua adoração? Você se preocupa em honrar a Deus ou em satisfazer suas próprias necessidades?
▪ Você tem alegria no serviço a Deus ou acha tudo custoso e difícil, levando-o a trabalhar na obra como se fosse um peso?
▪ O caráter de Deus (notadamente sua santidade) tem influenciado a adoração que você diz oferecer-lhe? (Leia a experiência de Isaías – 6.1-8)
Leitura Diária
segunda-feira.... Isaías 6.1-8
terça-feira.... João 4.19-24
quarta-feira.... 2 Samuel 24.17-25
quinta-feira.... Gênesis 22.1-18
sexta-feira.... Apocalipse 7.9-12
sábado .... Apocalipse 5.1-14
domingo .... Salmo 100

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